Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2001

 

Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes

Comentarista: Elinaldo Renovato

 

 

Lição 8: Cristo, mediador de uma melhor aliança

Data: 19 de Agosto de 2001

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo!(Hb 8.10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O Antigo Pacto cumpriu o seu objetivo e foi substituído por outro superior, sendo Cristo o seu mediador.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 1 Tm 2.5

Cristo, mediador entre Deus e os homens

 

 

Terça - Hb 8.6

Mediador de melhor concerto

 

 

Quarta - Hb 9.15

Mediador da Nova Aliança

 

 

Quinta - Is 54.10

Aliança da paz

 

 

Sexta - Is 55.3

Aliança perpétua

 

 

Sábado - Jr 31.31

Nova Aliança

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Hebreus 8.1-4,6-13.

 

1 - Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade,

2 - ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.

3 - Porque todo sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; pelo que era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer.

4 - Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei.

6 - Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.

7 - Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo.

8 - Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto,

9 - não segundo o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquele meu concerto, eu para eles não atentei, diz o Senhor.

10 - Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel diz o Senhor, porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.

11 - E não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.

12 - Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.

13 - Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar.

 

PONTO DE CONTATO

 

Jesus Cristo é o Mediador da Nova Aliança. Que significa isso? Qual a importância desse fato? A aliança dada por Moisés deveria ser desprezada? Se todos os rituais e cerimônias do judaísmo haviam perdido o seu valor, o que existia para tomar o seu lugar? Qual seria a base para alguém se comunicar com Deus? Estas eram as interrogações daqueles crentes hebreus. O presente estudo declara-nos a resposta: a base agora deveria ser Jesus Cristo. Ele é o Ministro do “verdadeiro tabernáculo” (v.2); o Mediador de superior aliança (v.6). O tabernáculo é a morada de Deus. Sendo Ministro, Jesus Cristo nos leva à própria presença de Deus, onde temos plena comunhão com Ele. Por ser de uma superior aliança, Cristo nos prepara e equipa para entrarmos e morarmos no Lugar Santíssimo. Aleluia!

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar o que é uma aliança.
  • Definir qual a posição de Cristo no céu.
  • Valorizar Cristo como Ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Nós, os crentes do Novo Concerto, possuímos um Sumo Sacerdote de classe única e proeminente: Alguém que em si mesmo é a realidade, que corresponde e cumpre o padrão estabelecido por Deus para o sacerdócio; Alguém cujo ministério, por conseguinte, é cumprido na esfera celestial, e não na terrena; Alguém cuja obra foi consumada pela entronização à mão direita de Deus; e Alguém que, por isso mesmo, é apto para cumprir um mais excelente ministério na qualidade de mediador de um novo e melhor Concerto: Cristo, nosso amado Salvador, tornou-se ministro do verdadeiro tabernáculo, tendo entrado em nosso lugar não em algum santuário terreno, mas na própria presença de Deus, efetuou eterna redenção.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Divida a turma em dois grupos (A e B). O grupo A deverá ler Hebreus 8.1-5 e contrastar o ministério sacerdotal de Cristo com o levítico. O grupo B deverá ler Hebreus 8.7-13 e contrastar a Antiga Aliança com a Nova. Dê a eles pelo menos 10 minutos para a execução desta tarefa. Utilize o esquema abaixo para orientar esta atividade.

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

A Antiga Aliança implicava mandamentos, estatutos e juízos, os quais não foram observados pelo povo escolhido. Era um concerto transitório, como indica o escritor: “Porque se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo” (v.7). Diante disso, Jesus trouxe uma Nova Aliança, que se estabeleceu, não em atos exteriores, rituais, mas no interior do homem, no entendimento e no coração. Por isso, é um melhor concerto. Que o Senhor nos faça entender esse tema, e que o valorizemos em nossa vida cristã!

 

I. A POSIÇÃO DE CRISTO NO CÉU

 

1. “Um sumo sacerdote tal...” (v.1a). Com esta expressão, a Palavra de Deus visa mais uma vez enfatizar a singularidade de Cristo como Sumo Sacerdote, destacando-o e diferenciando-o dos sumo sacerdotes comuns, frágeis, mortais, da Antiga Aliança. A expressão “tal”, aqui, evidencia a incapacidade das palavras humanas para descrever a grandeza de Cristo. É o que ocorre também em Jo 3.16 (de “tal” maneira).

2. “Assentado nos céus”. Esta expressão que também aparece em 1.3; 10.12 e 12.2, indica Cristo, como Sumo Sacerdote perfeito, que realizou sua obra de tal forma que tem o direito de assentar-se no seu trono, ao lado direito do Pai. Já os sacerdotes do Antigo Pacto não podiam assentar-se, pois sua obra nunca terminava. Por isso nunca são descritos como sentados.

3. “À destra do trono da majestade” (v.1b). Cristo, à direita de Deus, está na posição da mais alta honra, nos céus. Em Mc 16.19, está escrito: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus”. Jesus Cristo é o único ser que tem essa posição de extremo destaque nos céus. Tal verdade nos é transmitida, para que saibamos que o nosso mediador não é um ser celeste qualquer, mas aquele que tem posição de honra, única e destacada, diante de Deus. As nossas orações são levadas a Ele, que por nós intercede junto ao Pai.

 

II. O SACERDÓCIO DE CRISTO NOS CÉUS

 

1. “Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo”. Não obstante estar Cristo assentado à destra de Deus, e tendo concluído sua obra, quando do seu ministério terreno, Ele é aqui descrito como “ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo” (v.2). Nos céus, o Mestre amado continua a executar seu ministério ou serviço divino, como nosso mediador, intercessor, advogado e Sumo Sacerdote perante o Pai, pois entrou no Santo dos Santos.

2. O que cristo faz nos céus. Abrindo um pouco o véu da eternidade, a Bíblia revela-nos algo sobre o trabalho de Cristo nos céus. De lá, Ele controla todas as coisas, tanto as que estão nos céus, quanto as que estão na terra, no universo, enfim. Ele está assentado “à destra da majestade”, “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (1.3). É muita coisa!

Em relação a nós, diz a Bíblia, que “ele está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34b). Há milhões de crentes, orando todos os dias, em todos os lugares, em todas as mais de 6.000 línguas conhecidas, e Jesus está ouvindo essas orações, e intercedendo por nós. Glória a Deus! Jesus contempla todos os seus servos e trabalha em favor deles. (Leia Is 64.4).

3. Constituído por Deus (vv.2-4). Jesus, como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor, e não pelo homem. O antigo tabernáculo, montado no deserto, deixou de existir. Sua exuberante glória desapareceu. Salomão construiu o majestoso templo, que substituiu o tabernáculo (2 Cr 7.1,11). Mais tarde, esse templo foi destruído e substituído por outro, que também desapareceu. Mas o tabernáculo celeste, no qual Cristo está, é eterno e indestrutível.

 

III. UM NOVO CONCERTO

 

1. “Um ministério mais excelente” (v.6a). Mais do que um sacerdote, na terra, Jesus foi o “cordeiro de Deus”, oferecendo-se a si mesmo como holocausto, entregando sua vida em nosso lugar (cf. Jo 10.15,28). Agora Ele exerce as funções sumo sacerdotais lá no céu: “ministério mais excelente” (1.4), que o realizado por todos os sacerdotes e sumo sacerdotes terrenos, da Antiga Aliança.

2. “Mediador dum melhor concerto” (v.6b). Numa aliança, existem três elementos envolvidos. As partes, no mínimo duas, e um mediador. No Antigo Pacto, vemos Deus de um lado e o povo de Israel de outro. O mediador era o sacerdote ou o sumo sacerdote. Foi Deus quem propôs e estabeleceu a Antiga Aliança. Os sacerdotes fizeram seu trabalho, mas fracassaram. Foram mediadores deficientes e falhos. O lado humano, representado por Israel, arruinou-se apostatando. Mas Deus, por sua infinita misericórdia, proveu-nos um Novo e melhor Concerto, “confirmado em melhores promessas” (v.6), através de Cristo.

3. O novo concerto aboliu o antigo (v.7). “Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo”. Em Jeremias, lemos: “Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). Ver Ez 36.25,26. Isto é muito significativo.

No Antigo Pacto, o culto era mais exterior: havia os sacrifícios de animais, os rituais, a guarda dos sábados, das luas novas, etc. O Novo Concerto trazido por Cristo, em tudo é superior. A lei de Cristo é colocada no coração do homem. Em lugar de todos os sacrifícios do Antigo Pacto, Cristo, entregando-se na cruz, efetuou um único e suficiente sacrifício, expiador e redentor. Glória a Deus!

 

CONCLUSÃO

 

Não devemos ter nenhuma dúvida quanto à validade da Nova Aliança, perpetrada por Cristo. O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios, asseverou: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Isso se refere a quem aceitou a Cristo, deixando os velhos pecados e costumes, e que deve valorizar a cada dia a salvação em Cristo Jesus, não voltando às velhas práticas. É preciso ter firmeza na fé.

 

VOCABULÁRIO

 

Deficiente: Falto, falho, carente, incompleto.
Exuberante: Superabundante, cheio, repleto.
Holocausto: sacrifício em que a vítima era queimada inteira.
Implicar: Tornar confuso, enredar, embaraçar, enlear.
Transitório: De pouca duração, que passa; passageiro, efêmero, transitivo.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Que quis dizer o escritor da Carta aos Hebreus com a expressão “um sacerdote tal”?

R. Mostrar a singularidade do sacerdócio de Cristo.

 

2. Que significa, no texto, Cristo “assentado” no céu?

R. Significa que Cristo, como Sumo Sacerdote perfeito, realizou sua obra de modo tão exato que tem o direito de assentar-se no seu trono, ao lado do Pai.

 

3. Por que Jesus é apontado como “Ministro do Santuário, e do verdadeiro Tabernáculo”?

R. Porque Ele continua a executar seu ministério divino, pois entrou no lugar Santo dos Santos.

 

4. Por que o novo concerto substituiu o antigo?

R. Porque o antigo concerto envelheceu, perdendo sua finalidade com o tempo.

 

5. Onde Deus prometeu escrever o novo concerto com Israel?

R. No interior do coração.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Bibliológico

 

“O novo santuário e a nova aliança (Cap. 8). Antes de considerar detalhadamente a obra sacerdotal de Cristo (cap. 9; 10.1-18), o autor apresenta um panorama geral, quanto à natureza, da relação entre o novo santuário (8.1-6) e a Nova Aliança (8.7-13).

1. O novo santuário

O autor inicia o argumento dizendo: ‘Quanto ao assunto em discussão, este ponto é principal (a essência do que temos dito) porque agora possuímos um Sumo Sacerdote, e Ele já está exercendo a obra sacerdotal condigna à sua posição no santuário celeste’. Este santuário foi divinamente estabelecido sobre o trono da majestade nas alturas (vv.1,2).

A obra de Cristo como Sumo Sacerdote, nas regiões celestiais, de maneira nenhuma poderia cumprir-se na terra, pois no tempo que foi escrita a epístola ainda havia uma ordem sacerdotal (ultrapassada, contudo ainda funcionando) estabelecida pela lei mosaica. Uma vez que Cristo não pertencia à tribo de Levi (7.13,14), naturalmente não podia atuar com eles (vv.5,6).

2. A nova aliança

O sistema levítico baseava-se numa aliança que até os profetas reconheceram imperfeita e transitória, pois falavam do propósito divino de estabelecer uma nova. Se a primeira fosse perfeita, não haveria procura por uma segunda aliança (v.7). Daí entendemos que havia no coração do povo santo que viveu no Antigo Testamento um senso de satisfação. Procuravam algo superior. E essa aliança melhor já fora prometida, como provam as Escrituras (Jr 31.31-34; Ez 36.25-29; vv.8-12).

Características da Nova Aliança:

        Inclui todo o povo da Antiga Aliança - Israel e Judá - e mais os gentios (v.8).

        É distinta da Antiga Aliança, instituída no tempo do Êxodo (v.9), através da qual Deus ordenou uma nação em tudo separada e exclusiva, para testemunho do seu poder. A nação de Israel veio servir de tipo à ‘nação santa’ (assim representada pela igreja, 1 Pe 2.9), que seria levantada pela Nova Aliança.

        Possui características positivas, de ordem espiritual e subjetiva. Sua eficiente operação transformaria o coração daqueles que cressem, de um modo tão definitivo que os mandamentos fariam parte da personalidade deles (v.10).

        É universalmente eficaz em favor de todos os povos, incluindo a ‘casa de Israel’, de quem o Senhor seria individualmente conhecido (v.11).

        Apoia-se na graça de Deus, suficiente para prover um perdão absoluto. O pecado seria removido até da memória divina (v.12)”.

(Comentário Bíblico — Hebreus. CPAD, págs.145-147)