Lições Bíblicas CPAD

Jovens

 

 

2º Trimestre de 2016

 

Título: Eu e minha casa — Orientações da Palavra de Deus para a família do Século XXI

Comentarista: Reynaldo Odilo

 

 

Lição 11: A família segundo o coração de Deus

Data: 12 de Junho de 2016

 

 

TEXTO DO DIA

 

Acabando, pois, Jacó de dar mandamentos a seus filhos, encolheu os seus pés na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo(Gn 49.33).

 

SÍNTESE

 

A família segundo o coração de Deus pode enfrentar dificuldades em sua trajetória, mas sempre será triunfante.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 12.1-3; 16.1-3; 24.1; 25.9

A família modelo de Abraão

 

 

TERÇA — Gn 24.62,63,65,67; 25.21,26; 33.4

A persistente família de Isaque

 

 

QUARTA — Gn 28.10-22; 30.1; 38.1,2; 37.20; 49.33

A renovada família de Jacó

 

 

QUINTA — Rt 1.4,5,16,17; 4.13-17

A abençoada família de Rute

 

 

SEXTA — Lc 1.6,7,18,67-80

A obediente família de Zacarias

 

 

SÁBADO — Mt 1.18-25; Jo 7.3-5; At 1.14

A família de Jesus

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • RECONHECER que não existe família sem defeito, mas que é possível construir uma família segundo o coração de Deus;
  • REFLETIR sobre o fracasso do rei Davi, enquanto marido e pai, e sobre as consequências de seus erros para o destino de toda a sua família;
  • ANALISAR o padrão de família adotado pelo patriarca Abraão, o qual influenciou forte e positivamente seus descendentes.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, se você ainda não faz uso de recursos didáticos em suas aulas, segue uma experiência registrada no livro Recursos Didáticos para a Escola Dominical (CPAD, 2007, p.39), para sua reflexão: “O dia da aula se aproximava. Apesar de ter estudado a semana inteira, e reunido uma grande quantidade de informações acerca do tema daquela aula, ainda não havia pensado em uma maneira de cativar o interesse dos meus alunos. Era uma turma de adolescentes. O tema da aula versava sobre o dever de o crente ser pacífico diante de um mundo violento. Como fazer os alunos se sentirem inseridos nesse infeliz contexto social? Como fazer com que percebam sua responsabilidade na redução e combate à violência? Essa era a questão! Foi então que decidi valer-me de algumas imagens estampadas em jornais e revistas que noticiavam os últimos acontecimentos violentos em nossa cidade. Recortei-as cuidadosamente e as colei em uma cartolina. Fixei-a bem no centro do quadro para causar a maior impressão possível. Quando os alunos introduziram-se na sala, não conseguiram esconder a pasmaceira. ‘Professor, quanta violência! Precisamos orar por nossa cidade. Deus há de fazer alguma coisa!’. Pronto. Era o que eu objetivava. Eles estavam envolvidos social e espiritualmente com o problema”.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, após a ministração do primeiro tópico, divida a turma em dois grupos: A e B. Peça que os grupos leiam e debatam, respectivamente, os assuntos dos tópicos II (Uma família fracassada) e III (Uma família modelo). Logo após, peça que metade dos componentes do grupo A troquem de lugar com integrantes do grupo B. Agora temos, tanto no A como no B, alunos que estudaram tópicos distintos, e que deverão compartilhar uns com os outros o que já aprenderam. Conceda-lhes, em cada momento, um tempo razoável para a discussão.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Salmos 128.1-6.

 

1 — Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!

2 — Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem.

3 — A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.

4 — Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!

5 — O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.

6 — E verás os filhos de teus filhos e a paz sobre Israel.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

O salmo 128.2 diz que o homem que teme ao Senhor será feliz. Para os dias atuais, isso pode parecer uma utopia, um desejo inatingível, mas é exatamente o que acontece com a pessoa que está em uma família que conhece a Deus. Ela conquistará vitórias e triunfará (Sl 127.1-5).

 

I. UMA FAMÍLIA SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

 

1. A família perfeita. Qual rapaz ou moça que nunca pensou em casar, ter filhos e construir um lar feliz? Todos, algum dia, sonhamos em ter uma família perfeita. Entretanto, será que isso existe? Bem, como não existe ser humano perfeito, impecável, também não existe família sem defeito. Contudo, como pode existir homens e mulheres segundo o coração de Deus, nossa família também pode assumir esse padrão (Sl 128). O Senhor não deseja que abramos mão desse projeto tão vital para a existência. Talvez haja dificuldades para um jovem pensar nisso, sobretudo por alguma limitação que possua, mas Deus pode fazer, em um movimento, o que as pessoas passariam meses e anos para realizar. Ninguém deve desistir do desejo de ter uma abençoada família, a não ser que Deus o vete expressamente (Jr 16.2). Também não deve haver ansiedade para que Deus apresse o processo da bênção (1Pe 5.7). Tudo ocorrerá no tempo certo. O jovem deve sempre agradecer a Deus por todas as circunstâncias, e levar ao Senhor, em oração, todas as suas petições (1Ts 5.17; Fp 4.6,7).

2. Construindo um lar feliz. Não existe família cujos membros nunca tenham falhado. Afinal, todos pecaram (Rm 3.23). A única exceção é o Cordeiro de Deus! Porém, há relatos de muitas famílias segundo o coração de Deus, como as de Abraão, de Isaque, de Jacó, de Jesus, dentre outras. Deus pode fazer que seus servos tenham uma família abençoada e feliz, em um mundo imperfeito (Sl 127.1)! A família segundo Deus tem conflitos, mas os leva a Cristo, e eles são resolvidos. É aquela família em que os pais erram em relação aos filhos, mas reconhecem o erro e pedem perdão; cujos filhos têm conflitos entre si, mas possuem a capacidade de restauração; cujos cônjuges são pessoas normais, que se ofendem, mas que se reconciliam. Essa é a família ideal, que cai, mas não fica prostrada (Sl 20.7,8), cujos cônjuges discordam, discutem, divergem, mas continuam juntos vivendo com integridade a beleza de serem uma só carne (Sl 128.3). Vivendo uma vida para Deus.

3. O grande paradoxo. Viver para Deus é uma grande aventura e presume que tudo, no fim da vida, sairá bem (Sl 128.1,2). Essa é a regra, mas existem tristes exceções. Há pessoas que servem a Deus, mas não conseguem conduzir suas famílias pelo caminho do Senhor. Daí vem o grande paradoxo: é possível alguém ser segundo o coração de Deus, mas produzir uma família fracassada em todos os sentidos. Os pais, muitas vezes, detêm posição de destaque, mas se esquecem de ensinar aos filhos no caminho em que devem andar (Pv 22.6). O fim é sempre trágico. A família de um homem é o seu maior patrimônio. Perguntaram certa vez a um famoso pregador do Século XX, qual tinha sido o maior pregador de todos os tempos, ao que ele respondeu que era o patriarca Noé, pois ele havia conseguido salvar sua própria família. Essa é uma das grandes contradições da vida: ganhar a Cristo, mas perder sua família. Essa perda deve ser evitada a qualquer custo. Todo esforço, no fim, valerá a pena!

 

 

Pense!

 

Conquistar o mundo inteiro, mesmo que para isso tenha que perder a família, é a escolha que muitos fazem. Será que, no fundo, isso vale a pena?

 

 

Ponto Importante

 

Perder a família significa frustrar a quem se ama, romper com os primeiros sonhos, abrir mão de álbuns de família e entristecer a Deus. Isso não vale a pena!

 

 

II. UMA FAMÍLIA FRACASSADA

 

1. Davi e suas escolhas. Davi foi um grande rei, mas um péssimo marido e pai. Ele foi um homem que agradou a Deus por sua extraordinária devoção, mas entristeceu sobremaneira ao Senhor por suas escolhas nada sensatas ao longo da vida. Para se casar, ele buscou uma moça de posição (a filha do rei), mas não perguntou a Deus se aquela era sua vontade. Depois, teve um caso amoroso com a mulher de um de seus soldados, tendo, inclusive, para acobertar sua conduta vergonhosa, providenciado a morte do marido traído. Seu mau exemplo trouxe-lhe inúmeros prejuízos espirituais, morais, familiares e políticos. Ele nunca mais foi o mesmo aos olhos dos que o conheciam!

2. Davi e seus relacionamentos. Ao longo da vida é possível a pessoa se perder. Começar bem e terminar mal. Foi assim com Davi. Ele aparece na Bíblia sendo cheio do Espírito Santo, recebendo a unção real, obedecendo a seu pai, servindo a seus irmãos, derrotando Golias, concedendo vitórias a Israel. Entretanto, esse gigante da fé perdeu-se em seus relacionamentos. Tornou-se um pai irresponsável, frio e insensível. Ele nunca contrariou o indolente Adonias (1Rs 1.6), não puniu a Amnom depois do estupro da própria irmã Tamar, bem como nunca quis conversar com seu filho Absalão depois dele cometer um fratricídio, demonstrando que não compreendia o que era ser um pai. Acrescente-se, também, que ele não se preocupava com as más companhias dos filhos. Como marido ele também não andou bem. Buscou mulheres para demonstrar seu poderio e suas alianças, mas não se vê Davi sendo atencioso e respeitoso com elas. As consequências por esses comportamentos inapropriados foram terríveis. E o pior: não só para ele! Todos na sua família sofreram. Lágrimas, sangue, traição... Um triste espetáculo de sofrimento e dor.

3. O fim da família de Davi. Diferentemente das famílias de Abraão, Isaque, Jacó, Rute, Zacarias e Jesus, que tiveram um final feliz, cumprindo a missão que o Senhor lhes estabelecera, a família do rei Davi teve um fim deprimente. Ficou toda esfacelada. Nas orientações finais a seu filho Salomão, recomendou que o filho conhecesse a Deus (1Cr 28.9). Ora, Davi pediu a Salomão para conhecer a Deus só no fim da vida? Ele teve toda a infância de Salomão para o ensinar, mas, certamente, como rei, Davi não tinha tempo para falar sobre Deus com seu filho. Lamentável! Saibamos, pois, como instruir e educar nossos futuros filhos no caminho de Deus. Caso contrário, grande será a nossa tristeza. Jovem, seja sábio.

 

 

Pense!

 

Será que o rei Davi percebeu, em algum momento da vida, as consequências devastadoras que ele trouxe para sua família?

 

 

Ponto Importante

 

“O rei se perturbou [...] e chorou [...] Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2Sm 18.33).

 

 

CONCLUSÃO

 

Uma família segundo o coração de Deus não é feita por pais e filhos acima da média, mas por pessoas comuns que se submetem à Palavra de Deus, amam-se mutuamente e decidem lutar para fazer a diferença em uma geração incrédula e perversa (Fp 2.15). O jovem cristão deve colocar tal projeto diante do Senhor, esperar o tempo, escolher bem e o resto Ele fará (Sl 37.5). Viver com Deus é uma intensa experiência!

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

MAHANEY, C. J. Sexo, Romance e a Glória de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
COOPER, Darien B. Você pode ser a Esposa de um Marido Feliz. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Qual Salmo diz que o homem que teme ao Senhor terá uma família feliz?

Salmo 128.

 

2. Conforme a lição, qual é um dos maiores paradoxos da vida?

(Servir a Deus e ter uma família fracassada em todos os sentidos).

 

3. Conforme a lição, qual o rei que, em seus relacionamentos, começou bem e terminou mal?

Davi.

 

4. Qual a família modelo mencionada na lição?

A família de Abraão.

 

5. Segundo a lição, o que significa “perder a família”?

Frustrar a quem se ama, romper com os primeiros sonhos, abrir mão de álbuns de família e entristecer a Deus.

 

SUBSÍDIO I

 

“John Dewey, o teorizador educacional mais influente da América. Aplicou as ideias de Charles Darwin na educação. Dewey rejeitou a visão bíblica da criança como uma criatura de Deus e manteve, ao contrário, que ela não é nada mais do que um organismo biológico.

Aplicando essa filosofia, Dewey propôs uma teoria educacional que acentuou o processo em detrimento do conteúdo. As crianças não deveriam ser ensinadas a respeito de fatos e verdades elas deveriam ser ensinadas a como conduzir um processo de investigação.

Uma versão atual dessa filosofia é a educação ‘construtivista’, a técnica pedagógica mais popular hoje em dia, que está baseada na ideia de que o conhecimento não é objetivo, mas uma construção social; por conseguinte, não deveriam ser dadas as respostas ‘certas’ às crianças, mas estas deveriam ser ensinadas a construir as suas próprias soluções através da interação dentro do grupo.

As crianças são ensinadas a construir as próprias regras matemáticas, os próprios sistemas de ortografia (‘soletração inventada’), a própria maneira de contar e assim diante, enquanto os professores são estimulados a não dizer aos alunos se suas respostas estão certas ou erradas” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? 2ª Edição. RJ: CPAD, 2000, pp.392,393).

 

SUBSÍDIO II

 

“Tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento fornecem uma variedade de soluções práticas para um relacionamento matrimonial e familiar bem-sucedido. O livro de Provérbios está especialmente repleto destes ensinos.

Além das instruções específicas, as Escrituras também fornecem muitas ilustrações significativas que, por sua vez, apresentam princípios para uma vida familiar como a vida de Cristo. Por exemplo, os filhos de Eli e os filhos de Davi são um forte lembrete quanto ao que acontece quando os pais falham (1Sm 3.13; 2Sm 12.10). José é, sem dúvida, o supremo exemplo do perdão familiar (Gn 50.15-21).

Jesus ilustrou as atitudes corretas do pai em relação ao filho que se desviou em sua parábola do filho pródigo (Lc 15.11-24), mas ele apresenta também motivos egoístas claros por parte dos pais (Mt 20. 20-28).

Não há dúvida de que os ensinos da Bíblia elevam a família e sua função a um nível não alcançado em nenhuma outra literatura ou sociedade. Embora esta unidade social divinamente instituída tenha falhado em muitos casos, não funcionando em um nível correto dentro da comunidade cristã, o padrão santo de Deus para a vida da família não está invalidado” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.773).