LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

4º Trimestre de 2016

 

Título: Em Espírito e em verdade — A essência da adoração cristã

Comentarista: Thiago Brazil

 

 

Lição 4: Adoração como cumprimento da vontade de Deus

Data: 23 de Outubro de 2016

 

 

TEXTO DO DIA

 

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus(Rm 12.2).

 

SÍNTESE

 

Quando uma pessoa resolve desenvolver uma vida de adoração e louvor a Deus, compreender a vontade do Pai torna-se o caminho mais fácil para atingir esse objetivo tão maravilhoso.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 22.5

A inabalável fé de Abraão

 

 

TERÇA — Gn 26.24

A promessa a Isaque

 

 

QUARTA — Jo 9.31

O Senhor ouve aqueles que fazem sua vontade

 

 

QUINTA — Gn 17.1

A adoração que leva ao aperfeiçoamento do adorador

 

 

SEXTA — 1Pe 4.19

Aqueles que padecem fazendo a vontade de Deus

 

 

SÁBADO — Mc 3.34,35

O cumprimento da vontade de Deus

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • APRESENTAR Abraão como exemplo de fé e adoração do Antigo Testamento;
  • RELACIONAR a trajetória de Isaque com os desafios para cumprir a vontade de Deus;
  • ANALISAR, a partir da parábola dos dois irmãos, as características daqueles que adoram a Deus cumprindo sua vontade.

 

INTERAÇÃO

 

Os jovens que compõem nossas salas de ED, assim como qualquer pessoa, muitas vezes ficam ansiosos diante das múltiplas possibilidades que a vida apresenta. Ao tratar de um assunto tão relevante quanto à relação entre adoração e a vontade de Deus, lembre-se sempre de fazer uma abordagem cheia de amor e misericórdia, pois muitas pessoas vão se identificar com os dilemas enfrentados pelos personagens bíblicos, os quais muitas vezes retratam a condição humana: cheia de ansiedades e medos.

Procure demonstrar a seus educandos que assim como Abraão e Isaque conseguiram discernir a vontade de Deus, e assim desfrutaram de uma vida para a glória do Pai, assim também eles, tendo fé e paciência, compreenderão os planos do Senhor para as vidas deles. Falar de esperança e paciência para quem vive na geração do imediatismo não é nada fácil, mas isso também faz parte de nosso ministério enquanto educadores de valores espirituais.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Inicie sua aula anunciando que ao final da ministração, se toda classe participar ativamente, todos receberão um prêmio — nessas horas chocolate parece ser melhor que uma medalha de ouro. Não diga que prêmio, nem demonstre que trouxe alguma coisa. Exercite a fé e a esperança deles — claro que fé e esperança num presente humano servirão apenas como um pequeno exercício para comparar com disposição espiritual que devemos ter.

Ministre sua aula inteira, em momentos pontuais chame-os a participar mais, a crerem no galardão que receberão no final. Lembre-os que se eles não conseguem acreditar nas promessas feitas por uma pessoa de carne e osso que eles constantemente veem, como crerão nas palavras do Criador? Finalizando sua aula, sinalize como se tudo estivesse acabando, mas antes que suas palavras caiam no descrédito, surpreenda todos com a apresentação do prêmio justo que os fiéis merecem.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Gênesis 12.1-8.

 

1 — Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.

2 — E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.

3 — E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

4 — Assim, partiu Abrão, como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.

5 — E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã.

6 — E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam, então, os cananeus na terra.

7 — E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.

8 — E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

É a respeito de adorar a Deus, mesmo quando tudo parece errado, que falaremos hoje. Partindo da narrativa bíblica a respeito de Abraão e seu herdeiro Isaque, concentrar-nos-emos no esforço de demonstrar que cumprir a vontade de Deus é o único caminho para a verdadeira adoração.

 

I. ABRAÃO: A PARTIR DE UM HOMEM, O CUMPRIMENTO DO PLANO DE DEUS PARA TODAS AS FAMÍLIAS DA TERRA

 

1. Para adorar não basta saber a vontade de Deus, é necessário cumpri-la. A vida de Abrão, que começa a ser narrada pela Bíblia a partir dos 75 anos, pode ser descrita como um conjunto de desafios de fé. Sair da terra natal (Gn 12.1); ir para terras desérticas (13.9); lutar contra exércitos poderosos (14.15); ofertar a Deus quando não há certeza alguma sobre o futuro (14.20); esperar por um filho que demorou a chegar (15.4). Entretanto, o mais importante sobre estes e tantos outros atos relacionados a Abraão que pudéssemos contar, é o fato de que conhecer a vontade de Deus não teria gerado nenhum efeito na vida do patriarca, pois saber não é o bastante é necessário crer. Ou seja, conscientizar o coração de que a despeito de todos os impedimentos e aparentes impossibilidades, há um Deus bom que nos ajuda a cumprir seus maravilhosos planos. Nosso relacionamento com Deus não pode reduzir-se a um conjunto de pressupostos racionais; o Senhor nos convida para uma união de amor e transbordamento de felicidade.

2. E quando a vontade de Deus contraria nossa vontade? Abraão, assim como vários de nós, foi alguém que viveu situações limites: cumprir a vontade de Deus, muitas vezes, é confrontar diretamente o desejo de nosso coração. O grande desafio é abandonar aquilo que desejamos e que vemos, por aquilo que Deus quer, e apenas esperar. Acreditar na justiça de Deus; deixar ir um filho amado (21.12); o sacrifício do filho mui amado (22.2). Em algumas destas situações a proposta divina parecia pior do que o contexto terreno já constituído. É por isso que andamos por fé, e não por vista (2Co 5.7), por que a fé lança-nos no centro do coração do Pai, já nossa vontade está limitada e reduzida pela aparência. Demonstra-se assim que aquele que adora o Pai, necessariamente, é aquele que cumpre a sua vontade. Alinhar nosso coração com o de Deus, é a única maneira de experimentar uma vida de louvor ao Criador.

3. O fim da vida daquele que cumpre a vontade de Deus. O relato do momento final da vida de Abraão é animador (25.8-11). Os momentos maus não dominaram sua vida e sua velhice foi definida como boa (v.8a). Seus dias não foram abreviados, nem consumidos, mas fartos (v.8b). Seus filhos estavam junto a ele (v.9), e tanto Ismael quanto Isaque tiveram vidas abençoadas (21.13,20; 25.11). Não poderia ser de outro modo, Abraão abriu mão de seu roteiro particular de vida para experimentar a “boa, perfeita e agradável” vontade de Deus para ele. O Senhor foi adorado na vida de Abraão muito mais pelo que o patriarca fez do que pelo que disse. Não foram as orações longas ou louvores afinados de Abraão que alegraram ao Senhor, e sim, sua renúncia, sua obediência e sua esperança de que em Deus estaria sempre o melhor. Por isso, Paulo pode declarar que desde o Antigo Testamento há um homem que nos inspira a confiar nas promessas de Deus, nosso pai Abraão (Rm 4.16).

 

 

Pense!

 

Você seria capaz de abrir mão de seus sonhos para cumprir a vontade de Deus?

 

 

Ponto Importante

 

A vontade de Deus na época de Abraão era manifesta por meio de revelações, sonhos, visões. Hoje, a Bíblia Sagrada é o caminho por excelência da revelação de Deus!

 

 

II. ISAQUE: QUEM ESPERA A VONTADE DE DEUS RECEBE A MELHOR PARTE

 

1. Isaque, filho da promessa, vivo pela promessa. A história de Isaque é toda envolta em milagres e manifestações da vontade de Deus. Sua chegada foi anunciada décadas antes de seu nascimento (15.4). Contudo, um dos momentos mais críticos para entendermos o plano de Deus para Isaque foi quando seu pai foi a Moriá. Sem saber até instantes antes do sacrifício o que aconteceria (22.7), lá no cume do monte Isaque rendeu-se à vontade de Deus. Esta obediência de Isaque pode ser inferida pelos seguintes fatos: Abraão já um idoso centenário, Isaque um adolescente na flor de seu vigor; se o texto diz-nos que Abraão esteve a ponto de sacrificá-lo (22.10), fica claro que, assim como seu pai, Isaque também cria que a vontade de Deus jamais seria frustrada, mesmo quando tudo aparentemente apontava o contrário.

2. Aceitando a vontade de Deus em todas as áreas da vida. Para algumas pessoas, acatar a vontade de Deus quanto ao ministério a ser exercido na Igreja ou aos dons espirituais é fácil, porém para a maioria não é assim. Mas, e quanto nossa vida profissional, acadêmica e até sentimental, Deus tem interesse nela? É claro que o Senhor está interessado em abençoar-nos também nessas áreas, pois Deus deseja nossa felicidade em todos os aspectos de nossa existência. Isaque é um exemplo disto.

3. Cumprir a vontade de Deus não é fácil. A vida também não foi simples para Isaque. Ele enfrentou a dor da infertilidade de sua esposa (25.21) e peregrinou em terras desconhecidas (26.1-6); correu riscos de morte (26.7-11); viu conflitos familiares estabelecerem-se dentro de sua casa (27.1-46). É importante apresentar estes embates enfrentados por Isaque para demonstrar que o cumprimento da vontade de Deus, e com isto uma vida de adoração, não nos torna imunes a dores, sofrimentos, medos; permite-nos, entretanto, que tenhamos a convicção de que o universo não é um caos, e que os acontecimentos do mundo submetem-se à soberania de Cristo. Se crermos e obedecermos, como já tem prometido o Senhor, experimentaremos o melhor de Deus para nós (Is 1.19).

 

 

Pense!

 

Você teria a confiança que Isaque teve, de entregar, literalmente, a vida nas mãos de quem você ama e acreditar que esta pessoa, seguindo a orientação de Deus, fará o melhor por você?

 

 

Ponto Importante

 

Os exemplos de Isaque e Abraão demonstram-nos que não há idade mínima ou máxima para submeter-se à vontade de Deus.

 

 

III. COMO POSSO SABER SE ESTOU FAZENDO A VONTADE DE DEUS E, POR ISSO, ADORANDO-O

 

1. A parábola dos dois filhos (Mt 21.28-32). Esta parábola resume bem a crítica de Jesus contra certos líderes de sua época. Também fala da necessidade de acolhermos pessoas desprezadas e excluídas. Interessa-nos, porém, a imagem literária que Jesus constrói para denunciar os hipócritas que fingiam adoração e aqueles que verdadeiramente buscavam ao Pai. Tudo concentra-se no cumprimento ou descumprimento da vontade de Deus. Jesus fala que existe um enorme grupo de pessoas que exteriormente parecem boas, cerimonialmente cumprem as regras, mas que tudo, na verdade, é só da boca para fora, pois não há arrependimento nem submissão alegre à vontade de Deus (v.30). Há, contudo, um grupo que assumidamente erra, flagrantemente desrespeita ao Pai, esses porém arrependem-se e obedecem ao Pai (v.29). Na verdade esse último grupo vive sem máscaras, é completamente sincero, na verdade não queriam ir e obedecer, não escondem esse sentimento, mas constrangidos pelo amor do Pai, vão.

2. Muito mais que palavras (Mt 7.21). Adorar a Deus, louvar seu santo nome, é muito mais que um conjunto de palavras mágicas que fazem a divindade “funcionar” a nosso favor. O Criador do universo não é um caricatural gênio da lâmpada mágica. Adorar é algo que emerge da alma, que revela a nossa interioridade.

3. Qual a motivação da sua vida? (Jo 4.34). O que motiva você a seguir quando tudo dá errado? Quando as expectativas se frustram, os supostos amigos te abandonam, até mesmo a confiança em si falha? O Mestre deixou bem explícito qual era o alimento de seu ser: o imenso desejo de ser agente do Reino de Deus neste mundo. Não espere aplausos, tapinhas nas costas, pois nem sempre fazer a vontade de Deus significa necessariamente ser reconhecido pelas pessoas que nos cercam. Entretanto, mais importa obedecer a Deus do que aos homens.

 

 

Pense!

 

Será que nossa experiência evangélica contemporânea tem colaborado para formar pessoas que, confessando seus pecados e maldades, buscam fazer a vontade de Deus?

 

 

Ponto Importante

 

Saber o que nos alimenta, isto é, qual o combustível de nossa existência é algo imprescindível para discernirmos as intenções de nossos corações — os quais são muito tendenciosos à cobiça vã e ao erro. Que seja o Reino, a vontade e o amor de Deus a força que nos impulsiona a viver.

 

 

CONCLUSÃO

 

Adoração e vontade de Deus são dois conceitos importantíssimos para o desenvolvimento da vida cristã. Dissociá-los é, na verdade, descaracterizá-los; só há adoração onde existe um coração nascido de novo que crucificou o eu e entregou o trono do desejo ao Criador do universo. Sabedores que somos destas verdades, busquemos intensamente a concretização da vontade de Deus em nossas vidas.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

CABRAL, Elienai. Abraão: As experiências de nosso pai na fé. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Quando nossa vontade “colide” com a vontade de Deus o que fazer? Justifique sua resposta.

Escolher a vontade de Deus, pois ela é sempre boa, perfeita e agradável.

 

2. O que se pode esperar para o fim da vida de um homem ou mulher que segue diligentemente a vontade do Pai?

Paz, prosperidade, alegria e realização pessoal e familiar.

 

3. De que forma pode-se, e deve-se, relacionar adoração/louvor e obediência à vontade de Deus?

Quando uma pessoa cumpre a vontade de Deus inevitavelmente ela estará adorando a Deus com o melhor que tem, sua vida.

 

4. Cite momentos da vida de Abraão e Isaque em que obedecer a vontade do Pai produziu louvores a Deus.

Abraão: saída para Canaã, oferecimento de Isaque, despedida de Ismael; Isaque: paciência para o recebimento da esposa, permanência na terra em tempo de seca, fé na oração que pedia um filho.

 

5. Apresente uma interpretação plausível para a declaração de Jesus: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou” (Jo 4.34).

A motivação que animava Jesus a continuar seu ministério apesar dos problemas era a crença de que a vontade de Deus era o melhor.

 

SUBSÍDIO

 

“Todos sabemos que existem consequências para as ações que praticamos. O que fazemos pode desencadear uma série de acontecimentos que talvez perdurem até muito tempo após a nossa morte. Infelizmente, quando tomamos uma decisão, a maioria de nós pensa somente nas consequências imediatas. Este engano é cometido com frequência pelo fato de termos um período de vida relativamente curto. Abraão teve uma escolha a fazer. Sua decisão consistia em partir com a família e os pertences para terras desconhecidas ou permanecer exatamente onde estava. Ele precisava decidir entre a segurança do que possuía e a incerteza de viajar sob a direção de Deus. Tudo com que ele contava para prosseguir era a promessa de que Deus iria guiá-lo e abençoá-lo. Abraão dificilmente poderia imaginar quanto o futuro dependia de sua decisão, mas sua obediência afetou a história do mundo inteiro. A resolução firme de obedecer e seguir a Deus resultou no desenvolvimento da nação que seria usada por Deus ao visitar Ele próprio a terra. Quando Jesus Cristo veio ao mundo, a promessa de Deus foi cumprida; através de Abraão o mundo inteiro foi abençoado” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 1995. p.31).