LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

4º Trimestre de 2017

 

Título: A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida

Comentarista: Claiton Ivan Pommerening

 

 

Lição 12: Perseverando na Fé

Data: 17 de Dezembro de 2017

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono(Ap 3.21).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A vida cristã exige perseverança, coragem e determinação. Há uma gloriosa promessa para quem perseverar até o fim.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Gl 6.9,10

Perseverando em fazer o bem

 

 

Terça — Tg 1.2-4

Quando a perseverança amadurece a nossa caminhada de fé

 

 

Quarta — Fp 3.13,14

Mantendo os olhos fixos em Cristo Jesus

 

 

Quinta — Mc 13.13

A promessa para quem perseverar até o fim

 

 

Sexta — Ap 3.11

Guardando o que tem para ninguém roubar a nossa coroa

 

 

Sábado — 2Ts 2.16,17

Consolando o coração durante a caminhada da fé

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

2 Timóteo 4.6-8.

 

6 — Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.

7 — Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.

8 — Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.

 

HINOS SUGERIDOS

 

25, 320 e 539 da Harpa Cristã.

 

OBJETIVO GERAL

 

Mostrar que a vida cristã exige perseverança, coragem e determinação.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

 

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

 

  • I. Explicar que é preciso perseverar na fé cristã;
  • II. Mostrar o perigo da apostasia;
  • III. Compreender que em Cristo estamos seguros.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

 

Somos gratos a Deus por nossa salvação mediante a fé em Jesus Cristo. Agora como filhos de Deus precisamos perseverar fiéis até o fim. Devemos buscar a Deus, rejeitar o pecado e resistir à apostasia que é uma transgressão irrestrita capaz de levar a pessoa a um estado de cauterização da mente, tornando-a insensível à voz do Espírito Santo, sendo portanto um caminho sem volta.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

A Bíblia nos revela a salvação em Cristo e a confirmação desse bem precioso por intermédio da testificação do Espírito Santo (Rm 8.16). A consequência dessa realidade espiritual é desfrutarmos de uma imensa alegria que só os salvos podem obter enquanto peregrinam como testemunhas de Cristo nesta vida. Entretanto, convém alertar que as Escrituras mostram a possibilidade de se perder a salvação em casos de apostasia da fé em Cristo. Por isso, o crente deve perseverar na fé.

 

 

PONTO CENTRAL

 

Em caso de apostasia da fé em Cristo existe a possibilidade de se perder a salvação.

 

 

I. A PERSEVERANÇA BÍBLICA

 

1. Conceito bíblico de perseverança. Perseverar remonta a ideia de permanecer, resistir, em nosso caso, não desistir da fé cristã em tempos de tentação, aflição, angústia, provação e perseguição. Nosso desafio, mesmo vivendo tais dificuldades, é o de mantermo-nos inflexíveis e firmes na fé em Cristo, esperando pacientemente nEle em tudo. É uma capacidade divina para resistir ao dia mau (Ef 6.13).

2. Provisão divina e cooperação humana. A ideia popular de que “uma vez salvo, salvo para sempre” não tem amparo concreto nas Escrituras, pois se fosse assim, não haveria necessidade de esforço e disciplina para uma vida de santidade frente às tentações e às provações, o que atestaria contrariedade à bondade de Deus em conceder aos seres humanos o livre-arbítrio (Sl 25.12; Pv 3.31; Mc 13.22). Assim, a perseverança da vida cristã é iniciada e garantida em Cristo (Fp 1.6), com o auxílio do Espírito Santo (Jo 14.26; Lc 11.13; Rm 8.26), juntamente com a cooperação e a sujeição do crente ao senhorio de nosso Senhor (2Pe 1.10; Tg 4.7-10).

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

 

É preciso permanecer em Cristo até o fim.

 

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 

Perseverar

“[Do gr. hupomone ; do lat. perseverantia ]. Constância, tenacidade. Capacitação que o crente recebe, através do Espírito Santo, para permanecer fiel até a vinda de Cristo Jesus. No grego, o termo serve para ilustrar a coragem demonstrada pelo soldado em plena batalha. Perseverança é a virtude varonil que só o filho de Deus pode ter” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.298).

 

 

II. O PERIGO DA APOSTASIA

 

1. Conceituando apostasia. Apostasia (do gr. apostásis ) que significa afastamento, remonta ao “abandono premeditado e consciente da fé cristã”. É negar, renunciar e distorcer propositalmente o ensino das Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus revela que o início da apostasia tem a ver com a “obediência” a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios ensinadas por homens mentirosos (1Tm 4.1) que torcem o conteúdo do ensino bíblico, negando a pessoa ou a obra de Cristo (Jd v.4; 2Co 11.13,14; 2Pe 2.1). Aqui, é importante não confundirmos apostasia com o pecado acidental. Neste, o crente ainda pode alcançar graça e misericórdia de Deus — confessando-o e deixando-o (Pv 28.13; 1Jo 2.1,2); aquela, é decisão deliberada e premeditada, sendo impossível voltar atrás (Hb 6.4-6; 10.26,27).

2. A prática da apostasia. O Inimigo de nossas vidas, juntamente com as hostes espirituais da maldade, deseja pelejar contra nós (Ef 6.12). Entretanto, a prática do pecado é uma responsabilidade pessoal e intransferível do indivíduo (Ez 18.4,20; cf. Rm 6.23). Nesse sentido, a apostasia sempre será praticada de maneira consciente, deliberada e voluntária. Veja alguns exemplos de apostasia nas Escrituras: rejeição consciente e voluntária à obra de Cristo (Jo 13.25-27); pecado voluntário, consciente e maldoso (At 5.3-5; 8.20); ensino de doutrinas heréticas (2Pe 2.1).

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

 

A apostasia pode levar à perda da salvação.

 

 

SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO

 

Apostasia

“[Gr. apostasia , ‘um abandono ou deserção da fé’]. Embora a palavra grega seja usada apenas duas vezes no Novo Testamento (At 21.21; 2Ts 2.3), ela é encontrada na LXX várias vezes, como em Josué 22.22, para expressar a rebelião do povo de Deus, e em 2 Crônicas 29.19 em que vasos santificados no Templo foram lançados fora” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.161).

 

 

III. SEGUROS EM CRISTO

 

1. Cristo garante a salvação. Embora haja a possibilidade de o crente apostatar-se da fé, a fidelidade de Cristo nos garante a certeza de sermos conservados irrepreensíveis até sua vinda (Jd v.1; 1Ts 5.23,24). Podemos nos sentir seguros em Cristo, pois Ele tem poder de nos manter livres de tropeços (Jd v.24). A oração sacerdotal de Jesus revela muito dessa segurança: “dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos” (Jo 10.28).

2. A alegria da salvação. Uma das maravilhosas consequências que alcançamos quando aceitamos a Cristo é a alegria da salvação (Sl 51.12; Is 12.3; Lc 15.22-25,32). Agora não temos mais o peso da culpa e da condenação, pois somos aceitos e amados por Deus, assim, o efeito prático disso é vivermos uma vida cheia de alegria (Lc 10.20).

3. A certeza da vida eterna. O nosso fundamento na certeza da vida eterna não está firmado no mérito próprio, mas única e exclusivamente no mérito da obra salvífica de Cristo Jesus (Hb 9.27,28). Embora tenhamos o livre-arbítrio para tomar decisões, o Espírito Santo age para nos converter do caminho errático (Jo 16.8). Ainda que falhemos em alguma coisa, nosso Senhor nos “prende” por meio dos laços de amor, trazendo-nos de volta ao aprisco (Lc 15.7; cf. 1Jo 5.13).

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

 

Se permanecermos fiéis a Cristo estaremos seguros até o fim.

 

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 

“De acordo com as Escrituras, a perseverança refere-se à operação contínua do Espírito Santo, mediante a qual a obra de Deus começou em nosso coração e será levada a bom termo (Fp 1.6). Parece que ninguém, seja qual for a sua orientação teológica, é capaz de levantar objeções à semelhante declaração” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.375,376).

 

 

CONCLUSÃO

 

O perigo da apostasia é uma realidade, mas a certeza da vida eterna é uma dádiva tão gloriosa que suplanta esse perigo. Não há o porquê de procurar contradição quanto à relação entre a soberania de Deus e o livre-arbítrio do homem. Deus é poderoso para, em Cristo, nos guardar até o dia final a fim de que perseveremos nEle em meio às provações da vida (2Tm 1.12).

 

PARA REFLETIR

 

A respeito de perseverando na fé, responda:

 

Qual é o conceito bíblico de perseverança?

Perseverar remonta a ideia de permanecer, resistir, em nosso caso, não desistir da fé cristã em tempos de tentação, aflição, angústia, provação e perseguição.

 

Aponte alguns meios promotores de perseverança.

Alguns meios são: cultivar a vida de oração; submeter-se ao senhorio de Cristo no enfrentamento das provações; manter o coração e a mente protegidos sob o escudo da fé para desfazer as investidas de Satanás; cultivar a humildade que livra da queda e do tropeço; em tudo dar graças pela vontade de Deus; e, por fim, cultivar a esperança, mantendo os olhos na eternidade, aguardando o nosso Salvador voltar.

 

O que é a apostasia?

Apostasia, do gr. apostásis, que significa afastamento, remonta ao “abandono premeditado e consciente da fé cristã”.

 

O que garante a certeza de sermos conservados irrepreensíveis?

A fidelidade de Cristo nos garante a certeza de sermos conservados irrepreensíveis até sua vinda.

 

Em que está firmado a nossa certeza da vida eterna?

O nosso fundamento na certeza da vida eterna não está firmado no mérito próprio, mas única e exclusivamente no mérito da obra salvífica de Cristo Jesus.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Perseverando na Fé

 

O tema da perseverança é um dos assuntos que causa polêmica no meio evangélico. De um lado, os que crêem que o crente não perde a sua salvação; do outro, os que creem que é possível sim o crente apostar-se da fé. Aqui, é importante ressaltar que não se deve confundir “apostasia” com o “pecado ou desvio acidental”. Neste último caso a pessoa pode, à luz da parábola do Filho Pródigo, fazer o caminho de volta; naquele, o coração é endurecido pelo engano do pecado, a pessoa se mostra com uma dura cerviz, assim, a Palavra de Deus mostra que esse caminho não tem volta (Hb 3.13; 10.26,27).

 

A Perseverança na fé e a possibilidade de voltar a atrás

De acordo com a Palavra de Deus, perseverança remonta a ação contínua do Espírito Santo na vida do crente. A ideia é de que dia a dia o Espírito Santo nos ajuda a combater os nossos adversários espirituais e carnais (Rm 8.1). Logo, perseverança não significa que ao proclamar a fé em Cristo já temos a segurança eterna, mas que dependemos cotidianamente do Espírito. A possibilidade de a apostasia acontecer deve ser levada a sério de acordo com a advertência do escritor de Hebreus: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério” (Hb 6.4-6). Não por acaso o Senhor Jesus advertiu: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lc 9.62). E mais: “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15.6). Bem como disse o apóstolo dos gentios aos gálatas: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl 5.4). Poderíamos listar muitas outras advertências: 1Tm 1.19; 1Tm 4.1; 2Tm 2.12. O alerta para perseverarmos na fé é porque há sim a possibilidade de enfraquecermo-nos e apostatar-nos da fé.

 

Vivendo seguros em Deus

O perigo da apostasia é real, mas podemos também desfrutar da segurança da salvação. Não podemos procurar contradição nessas duas realidades, mas à luz do Evangelho precisamos desfrutar da dadivosa certeza da vida eterna que é muito maior que o perigo de cair da graça. Em Cristo, fomos chamados à vida eterna!