LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

3º Trimestre de 2017

 

Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá

Comentarista: Reynaldo Odilo

 

 

Lição 5: Ansiedade, a antecipação do tempo

Data: 30 de Julho de 2017

 

 

TEXTO DO DIA

 

Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós(1Pe 5.7).

 

SÍNTESE

 

A nossa fé em Deus nos faz entender que é possível ser feliz hoje, e que o amanhã pertence ao Senhor.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Pv 12.25

A solicitude no coração abate o homem

 

 

TERÇA — At 16.25

Controlando a ansiedade diante da tribulação

 

 

QUARTA — Fp 4.6

Ansiedade jamais

 

 

QUINTA — Rm 4.18,19

Fé e esperança

 

 

SEXTA — Sl 40.1

Esperar com paciência

 

 

SÁBADO — Fp 4.11-13

Contente e sem ansiedade em toda e qualquer situação

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • DEFINIR o que é ansiedade, suas causas e consequências;
  • EXPLICAR o jeito de viver a vida que Jesus ensinou;
  • MOSTRAR como é a terapia de Deus.

 

INTERAÇÃO

 

Estimado professor, todas as lições desta revista possuem um elo, sendo difícil para um aluno compreender plenamente a lição atual se não tiver conhecimento da anteriormente ministrada. Se ficarem muito calados durante a aula, é sinal que isso pode estar acontecendo. Assim, estimule-os a perguntar, discordar, complementar, sugerir. Por outro lado, sempre motive seus alunos a que não faltem à próxima aula, bem como que convidem os ausentes. Essas lições (até a 8) são importantíssimas para o desenvolvimento de uma vida cristã equilibrada, pois trazem valiosas orientações sobre como nos manter saudáveis, tanto física quanto psicologicamente.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, no final da aula passada foi solicitado aos alunos que trouxessem testemunhos de pessoas a quem Deus fez promessas e que, após o período de espera, viram o seu cumprimento, bem como de outras que ficaram ansiosas em vão, porque o fato temido nunca aconteceu. Os relatos poderiam ser extraídos da internet ou, ainda, conseguidos por meio de entrevistas com familiares, amigos e/ou membros da igreja. Introduza a aula pedindo que relatem tais testemunhos. É interessante que você também conte um testemunho pessoal. As histórias contadas produzirão confiança no coração dos alunos. Pergunte se algum deles está preocupado com o futuro, e estimule-os a lançarem sobre Ele toda a ansiedade, porque, independente do tempo de espera, o Senhor vela para cumprir a sua palavra (Jr 1.12).

 

TEXTO BÍBLICO

 

Mateus 6.25-34.

 

25 — Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?

26 — Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

27 — E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

28 — E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam.

29 — E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

30 — Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?

31 — Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?

32 — (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas;

33 — Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.

34 — Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Deus criou o homem e lhe concedeu o instinto de sobrevivência. Essa tendência natural faz com que venhamos sentir medo diante de uma situação de perigo. Esse tipo de receio é benéfico e ajuda na nossa sobrevivência. Sem esse instinto, nos tornaríamos inconsequentes e colocaríamos nossa saúde e vida em risco. Entretanto, o medo também pode ser um sentimento maléfico que impede nosso crescimento. Certa vez, Jesus contou uma parábola na qual um servo não desenvolveu todo o seu potencial porque teve receio do seu senhor. O seu receio fez com que ele escondesse o talento que havia recebido na terra (Mt 25.24-28). Aprendemos com esta história que o medo pode arruinar nossos sonhos, destronar nossos ideais e apequenar a nossa alma. Precisamos ter cuidado com o medo e a ansiedade, pois estes sentimentos podem fazer adoecer a nossa alma, corpo e espírito.

 

I. A ANSIEDADE

 

1. Um discurso sobre a ansiedade. A vida é um dom de Deus. Por isso, precisamos aproveitar cada oportunidade que Ele nos concede, pois cada momento é único. Não podemos fazer com que o nosso relógio biológico e nem mesmo o tempo voltem atrás. Também não podemos adiantar o tempo. Precisamos viver o hoje. A ansiedade faz com que as pessoas queiram antecipar os acontecimentos futuros (bons ou ruins). Por isso, é o mais irracional dos sentimentos. A ansiedade gera inquietação, enfraquece o coração e rouba a paz. Jesus ensinou que os súditos do seu Reino não deviam se ocupar com o dia de amanhã. O Mestre afirmou: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.34).

2. Causas. As causas da ansiedade são diversas, pois vivemos dias maus, tempos trabalhosos. Temos visto e vivido, com pesar, vários conflitos e tensões em nossa nação: é crise na política, na economia, na educação, na saúde, etc. Esses colapsos têm feito aumentar o número de pessoas ansiosas e doentes.

Em nosso dia a dia, inúmeros são os medos que solapam nossas mentes, como foi mencionado pelo apóstolo Paulo em 2 Coríntios 7.5: “[...] antes, em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro”. Entretanto, os temores não puderam obstruir a visão de Paulo e nem o impediram de realizar a obra que lhe foi confiada pelo Senhor, pois sua confiança estava firmada em Deus.

3. Consequências. A ansiedade provoca diferentes males a nossa saúde física e mental. Charles Stanley afirma que “a ansiedade é um caminho que normalmente leva a pessoa a um estado de medo e negatividade, sem um minuto de paz sequer”. Podemos concluir que viver ansioso é viver de modo contrário ao propósito de Deus para nossas vidas. Quem vive dominado pela ansiedade está vivendo segundo o padrão de pensamento deste mundo. A Palavra de Deus nos exorta a não vivermos segundo a maneira de pensar deste mundo (Rm 12.2).

 

 

Pense!

 

Você tem resistido a ansiedade ou tem permitido que ela domine o seu coração?

 

 

Ponto Importante

 

Viva um dia de cada vez. Mas, não deixe de sonhar com o seu futuro. Sonhe, planeje, mas não sofra hoje com as incertezas do amanhã.

 

 

II. UM JEITO DE VER A VIDA

 

1. A filosofia deste mundo. Andar ansioso é andar segundo a filosofia deste mundo que jaz no maligno. Certa vez, o povo de Deus foi tomado pela ansiedade, pois começaram a acreditar que Moisés estava demorando muito em descer do monte. Primeiro eles ficaram ansiosos e depois construíram um bezerro de ouro para adorar (Êx 32.1-4). A ansiedade também levou Saul ao erro (1Sm 13.8-15) e fez com que Marta reclamasse com Jesus a respeito de sua irmã (Lc 10.40). Jesus orientou seus discípulos contra esse mal em Mateus 6.25-34. Paulo também orientou a Igreja do Senhor para que ninguém estivesse ansioso por coisa alguma (Fp 4.6), e Pedro ensinou que a ansiedade, como um manto velho, fosse lançada aos cuidados de Deus (1Pe 5.7).

2. O modo de vida das aves. É bom observar os passarinhos, pois embora não trabalhem, têm o sustento garantido pelo Criador. Jesus sugeriu que os discípulos observassem as aves, pois elas: não plantam; não colhem; não estocam e, ainda assim nada lhes falta. As aves dependem do Criador. Os pássaros cumprem o propósito para o qual Deus os fez e eles sabem que, com isso, terão provisões diárias. E qual é o papel deles? Equilibrar o ecossistema evitando a proliferação de parasitas e ampliando a disseminação de espécies da flora. Mas a função primordial, sem dúvida, é louvar a Deus! Jesus mostrou que valemos muito mais que os pássaros, por isso não devemos ser ansiosos.

3. Os lírios do campo. Jesus também sugeriu que os discípulos observassem e meditassem a respeito dos lírios do campo, pois a maneira como vivem tem muito a nos ensinar. Os lírios, diferentemente dos pássaros, vivem poucas horas. Entretanto, Deus lhes concede crescimento e exuberante beleza para enfeitar os campos e exalar uma fragrância agradável. Uma vida curta, porém com propósito. Nessa rápida existência, Deus os veste com uma roupa tão especial, que nem mesmo o rei Salomão os igualava em riqueza e formosura (Mt 6.28,29).

 

 

Pense!

 

Por que Jesus pediu às pessoas que olhassem os pássaros e os lírios do campo? O que eles têm a nos ensinar?

 

 

Ponto Importante

 

Deus desejava mostrar, utilizando o exemplo das flores e pássaros, que não precisamos viver ansiosos quanto ao nosso sustento, pois Ele tem cuidado de nós.

 

 

III. A TERAPIA DE DEUS

 

1. Aprendendo a depender do Senhor. Deus, como um pastor amoroso, cuida de nós suprindo nossas necessidades (Sl 23.1). Ele é a nossa suficiência. Davi, o autor do Salmo 23, um dos mais conhecidos, aprendeu a confiar e a lançar fora toda a sua ansiedade. Durante os anos de sua vida ele pôde experimentar o cuidado e a proteção do Pai Celeste. Aprender a depender de Deus integralmente e nEle confiar é um excelente antídoto contra a ansiedade. O Senhor nunca perde o controle das circunstâncias. Por isso, como Davi, podemos declarar: “Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente às águas tranquilas” (Sl 23.2). Confie no Senhor, dependa dEle e desfrute de paz e tranquilidade.

2. Enfrentando os temores. “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo [...]” (Sl 23.4). A confiança em Deus faz com que os nossos temores sejam enfrentados e extirpados. Aquele que confia não permite que o medo o paralise. A Bíblia não diz, mas talvez Davi, ao lutar contra Golias pode ter sentido algum tipo de temor, mas a sua fé em Deus era maior que o seu medo. A fé nos faz enfrentar os “Golias” da vida com ousadia e sem ansiedade.

3. Surpresas de Deus. Temos um Pai amoroso que sempre nos surpreende nos momentos de crise e dificuldade. Quando pensamos que vamos sucumbir e que não existe uma saída, Ele nos concede forças e nos surpreende com a sua provisão e vitória. Os israelitas pensaram que iam cair no deserto devido à escassez de alimento e água, mas o Senhor os surpreendeu ao enviar todos os dias, com exceção do sábado, o maná e cordonizes para o sustento deles (Êx 16). Não precisamos viver ansiosos quanto a nossa provisão, pois o Senhor tem cuidado de nós.

 

 

Pense!

 

Como você reage diante das situações difíceis da vida? Você permite que o medo e a dúvida o paralisem?

 

 

Ponto Importante

 

Diante da presença de Deus, todo o medo é lançado fora. Assim, para o cristão, enfrentar o medo é vencê-lo.

 

 

CONCLUSÃO

 

A ansiedade é um mal que devemos combater arduamente, pois ela é prejudicial à nossa saúde física, mental e espiritual. O único antídoto capaz de vencer esse terrível mal é a nossa fé. Confie no Pai e deixe de lado toda ansiedade.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A justiça sob a ótica de Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. O que aconteceria conosco se não tivéssemos o instinto do medo?

Tornaríamos-nos inconsequentes e colocaríamos nossa saúde e vida em risco.

 

2. Por que o medo também pode ser maléfico?

Porque esse sentimento pode nos paralisar, impedindo o nosso crescimento.

 

3. O que a ansiedade nos faz desejar?

Ela nos faz desejar a antecipação do tempo.

 

4. O que a ansiedade traz ao nosso coração?

Medo e preocupação.

 

5. Qual o antídoto capaz de nos fazer vencer a ansiedade?

A confiança em Deus.

 

SUBSÍDIO I

 

“A fé encoraja nossas crenças e expectativas com confiança. A fé pode nos tornar destemidos. ‘Ter esperança é ouvir a melodia do futuro’, declarou Rubem Alves. ‘Ter fé é dançar ao som dessa melodia’.

Como a fé realiza esta obra sobrenatural? Concedendo-nos uma perspectiva eterna. Pessoas de fé enxergam a vida de modo diferente. O otimismo cheio de esperança acerca do futuro, quando reforçado pela fé, modera nossa ansiedade acerca do presente. Olhamos para a vida com lentes maiores. Ver os problemas da vida com as grandes lentes do futuro ajuda a colocar em perspectiva os aborrecimentos de hoje — problemas no carro, discussões na família, voos atrasados. Muitas coisas que antes nos aborreciam agora podem ser vistas como o que de fato são: irritações triviais, temporárias.

Mas a fé vai além de nos ajudar a lidar com meros aborrecimentos. Vemos o verdadeiro poder da fé com mais clareza nos momentos de dor. A fé transforma a esperança em uma certeza de que o sofrimento fará sentido mesmo quando nossa perspectiva terrena não vê sentido algum. Em outras palavras, quando a dor nos atinge até a alma e as provações nos dão um soco no estômago, a fé é responsável por manter viva a nossa esperança” (PARROTT, Les. Você é Mais Forte do que Pensa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014, p.52).

 

SUBSÍDIO II

 

“[...] depressão e [...] ansiedade — dois distúrbios responsáveis pela metade (740 milhões de pessoas) das doenças mentais estimadas no mundo. Esses males causam um sofrimento terrível. Geram angústia e desespero, suas origens não são muito claras [...].

Segundo Thiago Lotufo, [...] a dor causada pela depressão e pela ansiedade é diferente de uma dor de cabeça ou de uma dor decorrente, por exemplo, de um tombo: Ela dói, metaforicamente, lá no fundo da alma. E o pior é que essa dor só tende a aumentar.

No próximo milênio a mente vai estar mais doente do que nunca. ‘As doenças mentais tendem a proliferar como resultado de múltiplos complexos fatores sociais, biológicos e psicológicos. Elas são respostas já esperadas de doenças físicas graves e da guerra e do trauma. Mas também de condições sociais adversas, como as altas taxas de desemprego, a educação precária e a pobreza’, afirmou a OMS. E mais: ‘Nas próximas décadas tudo indica que as doenças decorrentes de distúrbios mentais e de problemas neurológicos serão ainda maiores’.

Conforme afirma o Dr. Cláudio Guimarães, isso é um paradoxo, pois ‘vivemos numa época que teoricamente teria tudo para ser agradável’. Os avanços tecnológicos, os procedimentos médicos sem dor, e ao mesmo tempo sentimos uma sensação enorme de vazio interior” (GABY, Wagner Tadeu dos Santos. As Doenças do Século. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.18)