Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes”
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 14: Evidências da vida cristã
Data: 30 de Setembro de 2001
“E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada” (Hb 13.16).
A vida cristã não será completa se não for vivida com obediência, amor e submissão.
Segunda - Hb 13.3
Lembrando dos presos
Terça - Hb 13.7
Lembrando dos pastores
Quarta - Hb 13.4
O casamento na ótica de Deus
Quinta - Hb 13.8
O Deus que não muda
Sexta - Hb 13.8
Firmeza na Palavra
Sábado - Hb 13.17
Obedecendo aos pastores
Hebreus 13.1-4,7,17,20-22.
1 - Permaneça a caridade fraternal.
2 - Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.
3 - Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.
4 - Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará.
7 - Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.
17 - Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
20 - Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,
21 - vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém!
22 - Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação; porque abreviadamente vos escrevi.
Certas virtudes são consideradas essenciais à vida cristã, tais como, amor, hospitalidade, pureza, compaixão, submissão, obediência, etc. O escritor da Epístola aos Hebreus admoestou seus leitores a observá-las. Devemos buscar com diligência tais qualidades, se pretendemos genuinamente servir a Deus. Com certeza foi extremamente difícil para aqueles crentes hebreus, que passaram por severa pressão diária aplicar essas admoestações em suas vidas. Ora, se eles deviam obedecer a essas admoestações, quanto mais nós, que conhecemos tão pouco de perseguição e oposição.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
O escritor sagrado adiciona no texto em estudo uma variedade de breves declarações que contêm agudas exortações práticas para que o crente viva a vida cristã de modo digno. Ele sabia que seus leitores se tinham mostrado ativos no passado, em simpatia e bondade para com seus irmãos na fé (6.10). Por esta razão, exorta-os aqui sobre a importância de manter tal amor prático entre os membros da fraternidade cristã: eles deveriam lembra-se particularmente dos encarcerados, dos que estivessem sofrendo enfermidades ou maus tratos, pois os crentes deveriam compartilhar das mútuas provações.
Para tornar a aula mais dinâmica e participativa, peça a seus alunos que tentem fazer um esboço do conteúdo da lição, diferente do apresentado na revista. Esse exercício é extremamente importante por ampliar-lhes a capacidade de síntese e compreensão do tema. O esquema facilita a assimilação do conteúdo e permite ao aluno refletir melhor sobre o texto em estudo. Observe o exemplo abaixo:
Evidências ou características da vida cristã:
I. Nossa conduta (13.1-6)
II. Nossa submissão (13.7-16)
III. Nossa obediência (13.17-25)
introdução
Nesta última lição, veremos que a vida cristã tem características importantes que precisam ser evidenciadas em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às relações interpessoais.
I. VIRTUDES RELEVANTES A VIDA CRISTÃ
1. O amor fraternal (v.1). Essa virtude é tão importante que representa a marca, ou distintivo, do verdadeiro discípulo (cf. Jo 13.34,35). Sem o amor fraternal de nada servem os dons ou a realização de boas obras (1 Co 13). Visto que nossos irmãos fazem parte da família de Deus, devemos amá-los incondicionalmente; desprezá-los é o primeiro passo para quem desconsidera a Cristo, nosso irmão mais velho.
2. A hospitalidade (v.2). A hospitalidade deve ser prestada não somente aos estranhos (v.2), mas também aos pobres (Lc 14.13), e até mesmo aos inimigos (Rm 12.20).
Na época em que foi escrita a Epístola aos Hebreus, muitos cristãos haviam perdido todos os seus bens em consequência da perseguição que lhes movia as autoridades constituídas. Neste aspecto, a hospitalidade trazia alento a esses servos de Deus, e demonstrava que outros crentes poderiam servir ao Senhor abrindo suas casas para lhes servirem de abrigo. Entretanto, essa simpática atitude, principalmente em nossos dias, não deve ser confundida com a de hospedar qualquer pessoa sem conhecê-la ou saber de suas reais intenções.
3. O valor do matrimônio (v.4). A expressão “venerado seja” nesse texto, denota elevado grau de respeito e consideração para com o matrimônio. Muitos desprezam o casamento para viverem uma vida desregrada, dissoluta e descompromissada. A vida cristã exige compromisso sério não apenas com Deus e a igreja, mas também com a sociedade e a família; e esta última começa com o nosso cônjuge. Quaisquer comprometimentos sexuais ilícitos — a prostituição, o adultério — são duramente condenados por Deus, e quem pratica tais coisas receberá dEle o justo juízo. Deus quer que seus filhos tenham vida sexual ilibada, não apenas por causa do testemunho, mas também por sermos o templo do seu Espírito.
4. O valor da beneficência (vv.3,6). O escritor não se esqueceu da importância da beneficência cristã. Exortou aqueles crentes a que se lembrassem dos que estavam presos e dos maltratados como se estivessem no lugar deles. Um crente perseguido facilmente seria lembrado por seus irmãos, mas os que permaneciam presos por muito tempo poderiam ser esquecidos. Há muitas pessoas que são perseguidas e presas por causa de sua fé em Cristo, como há também aquelas que cumprem pena por terem transgredido a lei dos homens. Mas tanto um como o outro não podem ser desprezados pela igreja do Senhor.
II. EXPRESSÕES DA FÉ: SUBMISSÃO E OBEDIÊNCIA
1. Submissão à liderança (vv.7,17). O escritor adverte a seus leitores sobre a maneira correta de tratar os que pastoreiam o rebanho do Senhor:
a) Lembrando-se deles e imitando-lhes a fé (13.7). É dever dos membros da igreja lembrarem-se de seus pastores em suas orações diárias e não apenas em épocas especiais como a data reservada à comemoração do “dia do pastor”.
Os pastores são modelos que precisam ser imitados, pois homens de fé servem de exemplo e impulsionam outros homens a terem fé.
b) Atentando para a sua maneira de viver (13.7). A vida de um pastor sempre será observada: sua integridade, piedade, amor a Deus e a sua obra servirão de exemplo principalmente para os novos obreiros. Daí a grande responsabilidade do pastor.
c) Obedecendo-lhes (13.17a). A lembrança e a atenção dadas aos pastores de nada valerão se não forem acompanhadas pela obediência aos mesmos. Eles são responsáveis por trazer mensagens, orar por nós, administrar a igreja, aconselhar, visitar, ter a família como exemplo e prestar contas a Deus do rebanho que lhe foi confiado. Será que, com tantas responsabilidades, eles não merecem a obediência de suas ovelhas?
“A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos pastores e mestres, deve basear-se numa superior lealdade a Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD).
Hoje em dia, muitos obreiros são desrespeitados. E essa é a estratégia de Satanás para enfraquecer a liderança eclesiástica. Que possamos ter em alta estima aqueles a quem Deus escolheu para zelar por nós.
2. Obediência a Cristo. “... Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade...” (vv.20,21). (Grifo nosso.) Isso significa que aquele que nos salvou continua a realizar sua obra em nós, tornando-nos sensíveis à sua vontade para que tudo quanto fizermos seja agradável aos seus olhos. A obediência ao Senhor Jesus deve ocupar o primeiro lugar na vida cristã.
3. Obediência à Palavra (v.22). O escritor exorta-nos a “suportar a presente palavra”. “Tenham paciência comigo”, pede ele, “quanto partilho a Palavra com vocês. Aceitem-na com paciência e digiram-na, porque a carta não é muito comprida” Quando Deus fala, como o fez por meio desta epístola, devemos ouvir e aplicar o que ouvimos.
CONCLUSÃO
O escritor conclui sua Epístola, desejando que o Senhor Jesus Cristo, “o grande pastor das ovelhas” aperfeiçoe os crentes em toda a boa obra, operando o que lhe é agradável, e roga que aqueles crentes suportem a exortação“ (vv.20-25). Que o Senhor nos ajude a entender e guardar os preciosos e santos ensinos que estudamos durante este trimestre.
Descomprometido: Que deixou de estar comprometido; cujo
compromisso cessou ou se desfez.
Hospitalidade: Ato de hospedar.
Ilibar: Tornar puro, sem mancha, purificar, depurar,
reabilitar, justificar.
1. Porque o amor fraternal é importante?
R. É a marca ou distintivo do cristão.
2. Segundo a Bíblia, a hospitalidade é uma opção ou mandamento para o cristão?
R. Um mandamento.
3. Que termo a Bíblia usa para demonstrar qual deve ser a nossa visão sobre o casamento?
R. Venerado.
4. A submissão aos pastores é facultativa ou determinada por Deus?
R. Determinada por Deus.
5. O que devemos fazer ao ouvir a palavra de Deus?
R. Obedecê-la.
Subsídio Bibliológico
“O amor entre os irmãos pode ser comparado à ‘vara’ que segurava as tábuas recobertas de ouro do antigo Tabernáculo, servindo para dar unidade ao recinto em que se manifestava a divina presença. O amor do cristão para com o seu próximo é universal. Que esse amor continue sempre entre nós (v.1).
Nesse tempo era uma necessidade que houvesse hospitalidade particular, devido à falta de hotéis. A hospitalidade não é necessariamente uma virtude cristã, mas de qualquer maneira, a sociedade cristã deve provê-la (v.2).
De modo prático, o cristão deve procurar socorrer quem precisa dele, seja tal necessidade resultado de perseguição ou decorrente das circunstâncias adversas da vida (v.3).
Os avisos sobre o caráter sagrado do matrimônio eram especialmente oportunos, devido à facilidade do divórcio entre os judeus, uma vez sancionados pelos mestres da escola do grande rabino Hillel (Westcott). Deus julgará e condenará as violações dos laços matrimoniais, quer dos solteiros que vivem em fornicação, quer dos casados que praticam o adultério, independente de qual seja a opinião tolerante da sociedade da época. Como é necessária essa mesma exortação para os dias atuais (v.4).
Esta seção inicia com uma referência aos líderes da igreja (v.7) e assim também se encerra (v.17). Da primeira vez, o autor ordenara aos crentes reconhecerem com gratidão os seus pais na fé, os fundadores da igreja, que possivelmente já haviam falecido, procurando seguir-lhes o exemplo. Agora ele manda que obedeçam àqueles que estão atualmente na direção, seus pastores. Tais homens não eram aventureiros inescrupulosos, mas homens de Deus, cônscios de sua responsabilidade pastoral perante Deus e a igreja. Portanto, que não lhes causassem tristeza, comportando-se como ovelhas desgarradas, pois isso não lhes seria proveitoso” (Comentário Bíblico — Hebreus, CPAD, pp.170-174).