Título: O sofrimento dos justos e o seu propósito
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 4: Adorando a Deus na provação
Data: 26 de Janeiro de 2003
“Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.20,21).
Adorar a Deus em meio ao sofrimento é a maior evidência do verdadeiro culto que lhe é devido por seus filhos individualmente.
Segunda — 2Sm 12.18-20
Adorando a Deus em meio ao luto
Terça — Is 38.9
Adorando a Deus na enfermidade
Quarta — Hc 3.17-19
Adorando a Deus na necessidade
Quinta — At 7.55-60
Adorando a Deus nas perseguições
Sexta — Sl 50.15
Adorando a Deus na angústia
Sábado — Fp 4.4
Alegremo-nos e adoremos sempre a Deus
JÓ 1.20-22; 13.14-18.
Jó 1
20 — Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,
21 — e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.
22 — Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.
Jó 13
14 — Por que razão tomaria eu a minha carne com os dentes e poria a minha vida na minha mão?
15 — Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele.
16 — Também isto será a minha salvação, porque o ímpio não virá perante ele.
17 — Ouvi com atenção as minhas razões; e com os vossos ouvidos, a minha demonstração.
18 — Eis que já tenho ordenado a minha causa e sei que serei achado justo.
Adoração significa submissão irrestrita e inquestionável ao governo de Deus. A genuína adoração não leva em conta os fatores tempo e espaço, mas considera a atitude. Acatar os mandamentos divinos vai além da confissão. É muito mais que um ritual. É um modo de vida. Portanto, adorar significa esvaziar-se de si, desprender-se de tudo o que possui, entregar-se. Você tem sido um autêntico adorador?
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Mesmo sem compreender o mistério dos seus sofrimentos, Jó continuou temente a Deus. Reconhecendo que não podia resistir ao Deus soberano, não apenas manteve sua compostura espiritual, mas a despeito das mais severas adversidades engrandeceu ao Todo-Poderoso. Satanás dissera ao Altíssimo: “Ele blasfemará de ti”. Mas, ao contrário, Jó bendisse a Deus seu Salvador. Você seria capaz de adorar ao Senhor diante das mesmas circunstâncias em que se encontrara o patriarca? Converse com seus alunos sobre os vários aspectos do ato de adorar. Percorra a Bíblia e, junto com eles, destaque os autênticos exemplos de atitude de adoração. Leia 2 Crônicas 20.1-22.
O que Jó quis dizer com a expressão “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá”? Estaria o patriarca referindo-se ao seio da terra? Ao fato de morrer e retornar a terra, conforme indica Gênesis 3.19, sem nada levar? Você também se sente desprendido das coisas materiais? Jó não atribuiu a Deus nenhuma culpa por sua desgraça. Ele apenas adorou seu Criador. Como você agiria se estivesse no lugar dele? Só devemos adorar a Deus nas horas felizes?
Deixe que os alunos falem de suas próprias experiências. Por que adoramos a Deus? Como devemos adorá-lo? Adorar significa dar alguma coisa a Ele? Por que Deus requer nossa adoração? Encaminhe a aula com base nas respostas, associando o que os alunos disseram com o verdadeiro significado da palavra adoração.
INTRODUÇÃO
É a adoração o ponto central do Cristianismo (Sl 96.9). Através dela, o crente demonstra aceitar incondicionalmente a soberania divina sobre a sua vida. Isto significa submeter-se, de maneira absoluta e irrestrita, ao plano que Deus nos traçou, quer implique este em bonanças, quer implique na própria morte (Dn 3.17,18).
Vejamos o singular exemplo de fé de Jó.
I. ADORAÇÃO — O MOMENTO MAIS SUBLIME DA RELIGIÃO DIVINA
1. Adoração no Cristianismo. A adoração não se restringe a uma mera liturgia; abrange a absoluta e amorosa obediência com que acatamos os mandamentos divinos (Rm 12.1-3). À samaritana, disse o Senhor Jesus que a verdadeira adoração não estaria centrada nem em Jerusalém, nem no monte Gerizim, mas teria como base o coração daqueles que, em verdade, buscam a Deus através de seu Unigênito (Jo 4.23,24).
2. A adoração de Jó. Quão grande é o exemplo de Jó! No auge da provação, confessa que, mesmo que Deus o matasse, nEle confiaria (Jó 13.15). Isto é adoração! Isto é o mais provado dos amores!
A adoração de Jó foi completa tanto em atitudes quanto em palavras: Ele levantou-se, rasgou o manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra. Não era a atitude de um desesperado; e, sim, a de alguém que esperava contra a própria esperança (Rm 4.18). Em seguida, professa o seu credo: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.20,21).
Neste exato momento, selava o patriarca a sua vitória sobre toda a tormenta que se abatera e que ainda se abateria sobre si. Era a fé que leva à adoração; era a adoração que conduz à vitória. Leia Hebreus 11.33-38.
3. Como estamos adorando a Deus? Supunham os contemporâneos de Isaías estivesse a adoração a Deus restringida a uma liturgia pomposa e circunstancial. Por isso, repreende-os o Senhor: “Este povo me honra com os lábios; seu coração, porém, acha-se distante de mim” (Is 29.13).
A adoração não pode estar limitada a um intercâmbio mercantil. Devemos adorar a Deus não em virtude dos bens que dEle recebemos; e, sim: porque Ele é o que é. Ele criou-nos; dEle somos. Ainda que de Deus nada viéssemos a receber, a Deus deveríamos prestar todas as honras. E se Ele nos matar, adorá-lo-emos com a nossa morte (Sl 116.15). Aleluia!
II. O QUE LEVOU JÓ A ADORAR A DEUS
O momento mais sublime do Livro de Jó não se encontra em seu epílogo; acha-se no prólogo. Fosse esta porção das Sagradas Escrituras aqui encerrada, já teríamos um grande final. Pois o adversário, que tanto caluniara o patriarca diante do Senhor, já estaria derrotado pelo fato de Jó, agora em ruínas, haver adorado a Deus exatamente quando todas as calamidades caíam sobre si. Sua vitória cristaliza-se naquele gesto de adoração.
Deseja você vencer todas as provações? Adore a Deus!
1. A adoração a Deus implica o reconhecimento de sua soberania. Por que Jó adorou a Deus de maneira tão singular? Porque jamais deixou de reconhecer-lhe a soberania sobre todas as coisas (Sl 24.1). Ora, se Deus, de fato, é soberano, tem Ele o inquestionável direito de agir como lhe apraz. Por isso, professa o patriarca: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.20,21).
O relacionamento de Jó com o Todo-Poderoso não era uma mera troca de favores. Mesmo se Deus viesse a tirar-lhe a vida, ele ainda o adoraria. Aleluia! De que forma você adora a Deus? Você o adora em espírito e em verdade? Ou por que dEle recebe bênçãos e favores materiais? O que fará você se for surpreendido pelas provações? Continuará ainda a adorá-lo?
2. A adoração a Deus implica o reconhecimento de que Ele está no comando de tudo. Jó sabia que, não obstante todas as agruras, estava o seu Redentor no comando de tudo: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25). Eis por que ele o adorava até às últimas consequências.
Se lermos os salmos de Davi, ou as cartas de Paulo, verificaremos que ambos os santos, quanto mais atribulados, mais ardente mente adoravam a Deus. Pois sabiam que o Senhor estava no controle de tudo. O que dizer desta declaração do apóstolo: “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fp 1.20). Leia o Salmo 27, e veja quão excelsa era a adoração que Davi santificava ao seu Senhor.
3. A adoração a Deus implica o alegrar-se continuamente nEle. O profeta Habacuque confessou que, mesmo que lhe viessem a faltar os insumos básicos, alegrar-se-ia ele no Deus de sua salvação (Hb 3.18). Quanto ao rei Davi, professa: “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu vinho” (Sl 4.7).
Voltemos, porém, ao nosso patriarca. Em que momento de sua dor, veio Jó a manifestar alguma alegria? No entanto, o justo, quer esteja alegre, quer atribulado, de uma coisa tem certeza: o seu Redentor vive. Isto é mais do que alegria; é o mais alto regozijo.
CONCLUSÃO
Chegou o momento de virmos a adorar a Deus na beleza de sua santidade. Infelizmente, achamo-nos contaminados por uma fé tão mercantilista e afeita aos escambos, que falamos com Deus como se fosse Ele um mero homem de negócios, e não como o Senhor de quanto existe. Não podemos cultivar um relacionamento comercial com o Todo-Poderoso; isso lhe é abominável. Temos de adorá-lo porque Ele é o Deus Único e Verdadeiro, e não por aquilo que nos dá. Mesmo que nada nos dê, Ele ainda é o nosso Deus.
Subsídio Teológico
“Literalmente, o termo adoração nos dá a ideia de alguém que se lança ao chão, que se prostra, que se dobra, que se humilha reverentemente, ou ainda, de alguém que assume a posição de servo. Numa linguagem simples, a adoração pode ser definida como sendo um ato de render culto ou de tributar louvores a Deus. Entretanto, a adoração possui uma esfera de definição muito mais abrangente.
O maior alvo do adorador é Deus mesmo, e a melhor forma de concretizar este ideal é por meio do louvor. A Bíblia afirma que o ser humano foi criado para adorar (Is 43.7); sua natureza o convida incessantemente a tributar honra a um ser supremo. Ou o homem se ocupará em louvar a Deus pelo que Ele é e faz por si só, bem como pelas suas qualidades eternas, ou então irá dirigir sua devoção para outro lugar. Mas quando o homem reconhece a Deus nos seus caminhos, nada pode deter o louvor que emana do seu interior.
Ralph M. Riggs define a adoração como sendo: ‘a vibração da alma e o sentir das mais profundas emoções para com Deus, que está no Alto e entre nós’. Prossegue ele: ‘a adoração é algo pessoal, real, cheio de calor. É esquecer-se de tudo em redor, e só depender do amor de Deus. É, antes, a certeza da presença de Deus e a reação favorável desse fato que procede do coração, como expressão mais íntima da alma’.
Na verdade, a nossa ocupação em louvar a Deus pelo que Ele é em essência e pelos atributos que lhe são conferidos — possessões absolutas dele — é que vão determinar a dimensão do nosso culto (…).
Para adorar não necessitamos de fazer uso de técnicas, basta um coração disposto a amar. A adoração é, portanto, um ato no qual permitimos que o nosso amor se evole em direção a Deus” (Adoração em Chamas. CPAD, pp.19,20,22).
Circunstancial: Relativo a, ou resultante de circunstância, situação, estado ou condição de coisa(s) ou pessoa(s), em determinado momento.
Contemporâneo: Que é do mesmo tempo, que vive na mesma época.
Epílogo: Conclusão, resumo, remate, fecho, final.
Escambo: Troca direta de mercadorias, sem interveniência da moeda.
Indelével: Que não se pode delir; que não se dissipa; indestrutível.
Indescritível: Que não se pode descrever.
Liturgia: Em princípio, significa o serviço que prestamos a Deus. Com o tempo, passou a designar a linguagem, gestos, cânticos e parâmetros usados no culto cristão.
Mercantilista: Relativo ao mercantilismo, tendência para subordinar tudo ao comércio, ao interesse, ao lucro, ao ganho.
Pomposa: Em que há, ou que revela pompa, aparato suntuoso e magnífico; ostentação; grande luxo; fausto, gala.
Prólogo: Parte introdutória ou prefácio de um discurso, poema, obra literária etc.; na arte da representação, discurso, geralmente em versos, dirigido ao auditório por um ator, no começo do espetáculo.
1. O que é adoração?
R. Um conjunto de atitudes de devoção, obediência e de reconhecimento da soberania divina.
2. Como devemos adorar a Deus?
R. Reconhecendo a sua soberania, reconhecendo que Ele está no comando de tudo e alegrando-se continuamente nEle.
3. Como Jó adorava a Deus?
R. De forma completa, tanto em atitudes quanto em palavras.
4. Qual a base de nossa adoração?
R. O coração.
5. Tem você adorado a Deus na beleza de sua santidade?
R. Resposta pessoal.