Título: O sofrimento dos justos e o seu propósito
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 13: Com Deus, sempre haverá um final feliz
Data: 30 de Março de 2003
“E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).
Deus não se limita a provar o justo. Restaurando-o, Ele o conduz à perfeição espiritual.
Segunda — Sl 34.19
O Senhor nos livra das aflições
Terça — Jo 16.33
O Senhor nos dá bom ânimo nas aflições
Quarta — 2Co 1.5
O Senhor nos consola nas aflições
Quinta — Cl 1.24
O Senhor nos faz regozijar nas aflições
Sexta — 2Tm 2.3
O Senhor nos faz suportar as aflições
Sábado — 1Pe 4.13
Alegrando-nos nas aflições
Jó 42.10-17.
10 — E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.
11 — Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro.
12 — E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
13 — Também teve sete filhos e três filhas.
14 — E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque.
15 — E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
16 — E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.
17 — Então, morreu Jó, velho e farto de dias.
Com base no verso dez do capítulo 42, conversar com os alunos sobre o valor da intercessão. Intercessor é aquele que intervém a favor de outro. Faça-os lembrar que Deus está pronto a ouvir a oração do crente como diz a Bíblia em Tiago 5.16, “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Além disso, nós somos responsáveis por nosso próximo perante Deus e, se não fizermos nossa parte, Ele nos cobrará tal como fez com Caim ao indagar: “Onde está o teu irmão?”. Deixe bem claro que Jesus é o único intercessor capaz de conduzir o homem a Deus e é por causa de seu sacrifício na cruz que Deus nos atende.
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Há quem afirme ser o livro de Jó um poema. Para nós, cristãos, Jó é parte do Livro-texto, a Bíblia Sagrada, que governa nossa conduta diária como regra de fé e prática. Neste livro particularmente, podemos observar o sofrimento e restauração do servo de Deus. Vemos, também, a confirmação do que nos diz a Palavra em outra passagem: “Mas Deus não nos deixará tentar além do que podemos suportar; antes, com a tentação, dará também o escape”. Não devemos, diante da prova, dar ouvidos às vozes do mundo, mas, confiar inteiramente na graça provedora do Senhor e, ao fim, exclamar como Jó no capítulo 19.25, “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”.
Como tornar as aulas expositivas interessantes? Nem sempre o professor tem a oportunidade de variar os métodos de ensino. Há falta de recursos em todos os sentidos: em relação ao espaço físico, à falta de materiais didáticos e até de tempo suficiente para desenvolver a aula de forma dinâmica. Portanto, em algumas situações a aula expositiva deve ser estimulada.
A aula expositiva, se for ministrada por um professor que saiba falar de forma interessante, pode estimular a imaginação e o pensamento dos alunos.
O professor deve se expressar de modo criativo, sem dar voltas no assunto, ser aberto a perguntas e à participação dos alunos em sala de aula. Deve usar casos práticos e histórias que levem seus estudantes a analisarem hipóteses e tirar conclusões. De vez em quando deixe de dar alguma resposta a fim de que seus alunos sejam estimulados a refletir e pesquisar sobre a pergunta.
Também é muito importante saber quando parar para que os alunos não se cansem da aula. Utilize nas paradas exercícios variados relacionados à lição.
INTRODUÇÃO
Afirmou um inditoso crítico literário, certa vez, que dois são os defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história — Satanás — sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos, romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante, acrescenta o crítico, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os tempos.
O que os críticos seculares classificam de defeito, nós chamamos de perfeição. Pois, de uma forma magistral, o autor sagrado pôde conduzir o drama de Jó sem a presença do adversário. E se ele o concluiu com final feliz, é porque se manteve com absoluta fidelidade aos fatos. Se os gregos, romanos e ingleses não se afeitam aos finais felizes, os que servimos a Deus sabemos que, apesar das intempéries, sempre haverá um final surpreendentemente feliz àqueles que confiam nas promessas do Pai Celeste.
I. A PROFUNDA HUMILHAÇÃO DE JÓ
Com profunda e singular humilhação, o melhor dos homens daquela época, ouviu dois pronunciamentos que, judiciosamente, apontaram-lhe as falhas: o discurso de Eliú e o monólogo do Todo-Poderoso. Jó, em momento algum, se exaspera. Agora tem ele certeza de estar sendo provado; na economia divina sempre é possível melhorar o que já é perfeito (Dt 18.13; Pv 4.18; Mt 5.48; Ef 4.13).
1. A confissão de Jó. O que resta, agora, ao patriarca? Não obstante ser tido como um dos três homens mais perfeitos de todos os tempos, confessa Jó a sua falta, e reconhece a sua pequenez diante da imensidade de Deus: “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.6). Ver Ezequiel 14.20.
Que diria você ao ouvir tal confissão de um homem cuja integridade era reconhecida e avalizada até pelo próprio Senhor? Sim, era Jó um homem perfeito. Mas, diante de Deus, quão imperfeitas são as nossas perfeições. Diante daquele que é infinito em suas perfeições, o perfeito sempre poderá se aperfeiçoar; o bom sempre poderá melhorar (Fp 3.12; Cl 1.28). Jó o sabia muito bem.
2. Ouvindo e vendo a Deus. Jó teve de se calar para compreender a natureza de seu sofrimento; e, perfeitamente, compreendeu-a. Infelizmente, muitos não logram o mesmo entendimento, pois ainda não aprenderam a ouvir a Deus (Hb 3.7,8). Oram, mas não lhe ouvem a resposta (Is 42.20). Com os seus murmúrios, acabam por encobrir a voz de Deus (Sl 106.25).
Primeiro, ouviu Jó a voz de Deus; depois, seus olhos passaram a vê-lo (Jó 42.6). Até este momento, a fé que o patriarca professava em Deus, conquanto sublime e singularíssima, era apenas intelectual. Mas, agora, que os seus olhos veem o Todo-Poderoso, começa a ter um conhecimento experimental do Senhor.
Como é a sua fé? Intelectual? Ou experimental? O Senhor deseja que você o conheça integralmente (Os 6.1-3).
II. INTERCESSÃO E RESTAURAÇÃO
O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende:
“A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó” (42.7,8).
Desta advertência de Deus, podemos ver alguns fatos bastante interessantes quanto à atuação de Jó. Em primeiro lugar, teria ele de agir como sacerdote.
1. O sacerdócio de Jó. Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12). Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: “Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo” (Sl 22.6)?
No auge da angústia, Jó fez-se mui semelhante ao Senhor Jesus. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! Caber-lhe-ia, pois, orar por seus amigos, e por eles oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor.
Tem você orado por seus amigos? Tem jejuado por eles? Mesmos se estes o ferirem, não deixe de apresentá-los diante do Senhor, a fim de que sejam salvos.
2. A restauração na intercessão. Muitos crentes não são restaurados, porque, embora orem muito por si mesmos, não intercedem diante de Deus pelos outros. Tinha Jó um amor tão altruísta e de tal forma sacrificial que, ao invés de orar por si, pôs-se a clamar em favor de seus amigos. “E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).
Mesmo em dificuldades, e ainda que no mais ardente crisol, ore por seus parentes, amigos e por quantos o cercam. Pois o seu cativeiro começará a ser virado exatamente neste momento. Não podemos subestimar a força da oração intercessória. Enquanto você ora por seus amigos, haverá milhares de irmãos intercedendo por você.
III. A RESTAURAÇÃO DE JÓ
Eis que o Senhor põe-se a virar o cativeiro de Jó; restaura-o integralmente. Se tudo ele perdera por completo, e de uma só vez, de forma duplicada o Senhor lhe retribui.
1. Restauração espiritual. Jó se humilha, reconhece a sua pequenez, e mostra haver experimentado um grande conhecimento espiritual: “Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse: Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino de me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.1-6).
2. Restauração material. O Senhor acrescentou duplicadamente a Jó em relação a tudo quanto dantes possuía (Jó 42.10).
3. Restauração social de Jó. Os que desprezaram a Jó, estando este na angústia, agora presenteiam-no como se fora ele um príncipe: “Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro” (Jó 42.11).
4. Restauração doméstica de Jó. Embora a Bíblia não o revele, a esposa de Jó veio, evidentemente, a se converter ao Senhor, fazendo-se partícipe de toda a ventura do esposo. Eis os filhos que ela lhe deu à luz: “Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque” (Jó 42.13,14). Informa o autor sagrado terem sido estas filhas de Jó as mulheres mais formosas de toda a terra.
5. Restauração histórica de Jó. O homem que fora tão caluniado por Satanás, tão incompreendido pela esposa e tão acusado pelos amigos, entra agora para uma exclusivíssima galeria; é posto entre os três mais piedosos homens de todos os tempos: “Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça” (Ez 14.20). Pode haver maior honra do que esta?
CONCLUSÃO
Conforte-se na história de Jó! Se as suas angústias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Sua história também terá um final feliz.
Querido irmão, não nos esqueça em suas orações: “Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo” (Cl 4.3).
A Deus toda a glória! Aleluia!
Subsídio Teológico
“O Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis. (1) Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. Deus permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. Deus nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por quê. Nesses casos o crente deve confiar em Deus, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará sempre o que é melhor para nós e para seu reino. (2) Jó reconciliou-se com Deus, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que sejam as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, Deus, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais. (3) Todos os que permanecerem fiéis a Deus, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de refrigério e bem-aventurança na presença de Deus, por toda a eternidade.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.811).
Altruísta: Pessoa que considera como fim da conduta humana o interesse do próximo.
Exasperar: Irritar-se, tornar-se áspero.
Frangalho: Coisa imprestável; pessoa desprezível.
Intempéries: Rigor de variação das condições atmosféricas.
Inditoso: Aquele que é infeliz, mal-aventurado.
Magistral: Perfeito, completo, exemplar.
Opróbrio: Afronta infamante, desonra.
Holocausto: Sacrifício levítico que consistia na queima completa da vítima sobre o altar.
Sacerdócio araônico: Divina investidura conferida a Arão e a seus filhos com o objetivo de: interceder por Israel diante de Deus; presidir o ministério levítico; e, entrar no Santo dos Santos, uma vez por ano, para fazer a expiação pelos pecados do povo. (Êx 28; Hb 5.4).
1. Como se deu a restauração de Jó?
R. Ele recebeu de volta tudo o que lhe havia sido tirado.
2. De que forma Jó atuou como sacerdote?
R. Ofereceu sacrifícios e intercedeu por seus amigos.
3. Quando seu cativeiro foi mudado?
R. No momento em que ele orava por seus amigos.
4. Em que medida o Senhor restaurou materialmente Jó?
R. Duplicando tudo o que Satanás lhe tirou.
5. Cite as esferas em que Jó foi restaurado?
R. Espiritual, material, social, conjugal, histórica.