Título: Mordomia Cristã — Servindo a Deus com excelência
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 10: A mordomia do dízimo
Data: 07 de dezembro de 2003
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3.10).
O dízimo é uma prática bíblica pela qual um cristão fiel, reconhecido e dedicado, põe à parte, para a causa do Senhor, pelo menos dez por cento de sua renda.
Segunda — Sl 24.1,5
Reconhecimento da majestade de Deus e sua bênção
Terça — Hb 7.2-4
O exemplo de Abraão no dízimo
Quarta — Dt 12.6,11
O povo de Deus e o dízimo e as ofertas
Quinta — Dt 26.12,16
O dízimo entregue com amor
Sexta — Mc 12.41-44
Jesus observa as ofertas
Sábado — Ml 3.8-10
O dízimo reafirmado na Bíblia
Malaquias 3.7-10; 1 Coríntios 16.1,2.
Malaquias 3
7 — Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 — Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 — Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação.
10 — Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
1 Coríntios 16
1 — Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
2 — No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar.
Converse com sua turma sobre o conceito de dízimo. Lembre-se de que dizimar é muito mais que separar dez por cento de seus rendimentos ao final de cada mês.
Muitas pessoas na Bíblia doaram para Deus não do que lhes sobejava, mas, ao contrário, foram impelidas a servir com tudo o que lhes restava. Basta recordarmo-nos da viúva de Serepta num momento em que o povo se angustiava sob intensa miséria, Ela atendeu à voz do profeta e foi recompensada. O momento propício para Deus operar e quando a fé se sobrepõe à necessidade. Medite nisso.
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Quem gostaria de ser chamado de ladrão? Pois não há outro nome para aquele que não entrega o dízimo nem as ofertas ao Senhor. Partindo do princípio de que nada nos é próprio a não ser o pecado. Antes, tudo que temos nos foi concedido pelo Todo-Poderoso, temos a obrigação de devolver aquilo que não nos pertence com um coração grato e reconhecido porque Ele nos permite ficar com noventa por cento de nossa renda. A igreja precisa honrar seus compromissos e promover o Reino de Deus. Para isso demanda recursos financeiros de seus membros, que devem empregá-los na sua obra com todo desprendimento, sabendo que agindo dessa forma estarão acumulando bênçãos no presente e no porvir.
Peça aos seus alunos para relacionarem numa folha de papel tudo que eles têm recebido de Deus (salvação, saúde, família, casa, alimento, amigos, escola, trabalho etc.). Agora peça para refletirem sobre quanto vale cada item relacionado e depois colocarem o valor ao lado. Após terem feito isso, deverão somar os valores e então comparar o valor total com o dízimo que costumam dar na igreja. Certamente haverá uma disparidade muito grande entre os dois, visto que alguns itens, como salvação, família e saúde, não têm preço.
INTRODUÇÃO
Malaquias é o último dos profetas do Antigo Testamento. Ele viveu aproximadamente 400 anos antes de Cristo e, no meio do seu povo, ele foi o profeta corajoso para falar a Israel de bênçãos e maldições. A casa de Deus estava empobrecida e sua manutenção abandonada porque o povo tornou-se infiel (como muitos hoje) nos dízimos e nas ofertas alçadas. A mensagem profética de Malaquias expôs publicamente o problema, reprovando e desafiando o povo a retomar o caminho bíblico, para que fosse outra vez abençoado.
I. DEUS FALA SOBRE A RESTAURAÇÃO DA MORDOMIA
1. Moral. Segundo o texto declara em Malaquias 3, versículos 6-18, Israel tinha abandonado os princípios morais da obediência e da fidelidade a Deus no tocante aos dízimos e às ofertas alçadas. O apego às coisas materiais tem sido o elemento de maior dificuldade para muitos servos de Deus. O amor ao dinheiro, maior que o amor a Deus, é um tropeço na vida cristã. Quando as pessoas se afastam das leis de Deus, estabelecidas na sua Palavra, necessitam de uma restauração moral e espiritual.
2. Arrependimento. O arrependimento profundo e sincero diante de Deus é ponto de partida para o abandono dos erros. Arrependimento é mudança de atitude e tristeza para com o pecado cometido.
Israel havia pecado contra o Senhor e somente pelo arrependimento sincero e pleno haveria perdão e recuperação. Deus disse a Israel: “Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós” (Ml 3.7). No Novo Testamento, isto equivale ao que está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9).
3. Obediência. Deus acusou Israel de ter abandonado suas leis e princípios, desobedecendo-os. Aprendemos que as bênçãos de Deus em nossa vida estão vinculadas a uma vida de obediência à sua Palavra.
Israel precisava reconsiderar que “o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender, melhor é do que a gordura de carneiros” (1Sm 15.22). Se quisermos que as janelas do céu se abram sobre nós, devemos reconhecer nossos pecados e arrependermo-nos, bem como, obedecer aos estatutos divinos. Israel era o povo de Deus (Am 7.15), entretanto, a mensagem inicial de Jesus para ele foi a de arrependimento (Mc 1.14,15).
II. O SIGNIFICADO DO DÍZIMO NA BÍBLIA
1. Sentido literal. Dízimo é o hábito regular pelo qual um cristão, procurando ser fiel ao ensino das Escrituras, separa para Deus, pelo menos dez por cento de sua renda como um reconhecimento das dádivas divinas. Ele reconhece assim, que Deus é o Senhor de tudo o que temos (Os 2.8,9; 1Co 10.26). O dízimo é o mínimo que o crente dispõe para Deus. Com ele, as barreiras da arrogância, da avareza e do egoísmo são quebradas. O dízimo deve ser para o cristão uma redescoberta espiritual para levar à prosperidade material.
2. Sentido conceitual. Dízimo é a décima parte de um todo. É considerar que Deus é a fonte de toda a possessão material (Sl 24.1; 1Co 10.26). Quando o crente reconhece que tudo o que temos é dádiva de Deus, separa um décimo de seus rendimentos para expressar sua convicção de que Deus é dono e doador de tudo o que possui. É importante perceber que Deus continua sendo o dono das posses materiais confiadas ao homem, o qual é tão somente o mordomo desses bens que lhe foram confiados. Que patrão neste mundo daria 90% das suas posses e ficaria com apenas 10%? Só Deus, rico e bondoso é capaz de proceder dessa forma. Tudo o que Ele requer é que o mordomo cumpra com lealdade a sua mordomia, e lhe devolva a única parte exigida — a décima parte. O dízimo bíblico é, pois uma dívida do homem para com Deus.
3. Sentido moral. O dízimo é um testemunho da bondade criadora de Deus. Quando entregamos o dízimo provamos a nossa dependência de Deus e de suas bênçãos. A entrega do dízimo é o reconhecimento à fidelidade de Deus. Quando um crente se recusa a entregá-lo é porque ainda não reconheceu plenamente o senhorio de Deus. Esse crente, pensa que ele é mesmo dono daquilo que tem. Quando tributamos a Deus com nossos dízimos, estamos reconhecendo, automaticamente, o senhorio do nosso Deus (1Co 10.26; Ag 2.8).
4. Sentido espiritual. Considere três razões para entregar o dízimo ao Senhor.
a) Reconhecimento pelas bênçãos divinas. Deus é o doador de tudo na vida. O homem pertence a Deus (Gn 1.27; Ez 18.4). A terra pertence a Deus (Sl 24.1; Hb 11.3; Cl 1.17; Sl 104.30).
b) Adoração. Faz parte da adoração cristã a contribuição feita pela Igreja para a obra de Deus através dos “dízimos e ofertas” (1Co 16.1-4).
c) A Fé. Que valor terá a entrega dos dízimos sem o exercício da fé? Entrega sem fé é legalismo religioso sem fruto. Quando o crente separa um décimo dos seus rendimentos, deve fazê-lo com fé, em Deus e nas suas promessas, e com gratidão pela provisão divina.
III. O DÍZIMO NA BÍBLIA
1. No Antigo Testamento.
a) O exemplo de Caim e Abel (Gn 4.2-7). A doutrina do dízimo é identificada ainda nos primórdios da criação. Caim e Abel, os primeiros irmãos da história humana, foram ensinados a ser leais ao Criador e oferecer, espontaneamente ao Senhor, alguma coisa do produto do seu trabalho, em gratidão pela bondade do Senhor. Caim trouxe do fruto da terra a sua oferta ao Senhor, e Abel “trouxe o primogênito das suas ovelhas e da sua gordura” (Gn 4.3,4).
b) O exemplo de Abraão (Gn 14.18-24). A primeira menção registrada do dízimo no Antigo Testamento ocorre quando Abraão trouxe sua oferta ao Senhor e a entregou ao rei Melquisedeque.
Notemos que Abraão o fez espontaneamente, em atitude de reconhecimento da sua mordomia a Deus (Gn 14.22).
c) O exemplo de Jacó (Gn 28.18-22). Jacó era neto de Abraão. Seu dízimo era voluntário, como expressão de sua gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas. Observa-se que Jacó já havia recebido instruções acerca do dízimo através dos seus pais, Isaque e Rebeca. É um exemplo positivo para a família cristã hoje, ensinar os filhos a serem fiéis e agradecidos a Deus com seus dízimos e ofertas.
d) O exemplo de Moisés. A prática do dízimo foi incorporada à lei para o povo de Israel. Todos os filhos de Israel adotaram o dízimo como um padrão de gratidão ao Senhor Todo-Poderoso. Na Lei, vemos por três vezes a citação do dízimo. A primeira referência (Lv 27.30-32) é o estabelecimento oficial da prática que já era observada antes. Cada judeu temente a Deus deveria dar a décima parte de tudo que a terra produzisse, vegetal ou mineral. A segunda referência sobre o dízimo trata da principal finalidade dele (Nm 18.20-32). A terceira, acha-se em Deuteronômio, a partir de 12.5-12.
2. O dízimo no Novo Testamento. A prática do dízimo pelo povo de Deus é anterior à lei. Como já vimos, ela apenas o incorporou aos seus preceitos. Entretanto, o dízimo passou a ter uma nova perspectiva na graça. O princípio de que Deus é o verdadeiro dono do que temos, e a Ele tudo pertence, inclui o dízimo.
a) O exemplo de Jesus (Jo 13.15). Jesus deu uma nova dimensão à mordomia das finanças. Ele destacou primordialmente a necessidade de ter o coração desprendido dos bens materiais (Mt 6.24,33; Lc 12.15,21; 1Tm 6.16-19). Observe o preceito da mordomia estabelecida por Jesus nos seguintes textos (Mt 6.19-21,33; 10.8; Mc 12.17; 8.36; At 20.35; Lc 6.38).
b) O exemplo da igreja primitiva (At 4.32; 2Co 8.7). Sem dúvida, o derramamento do Espírito Santo nos primórdios da Igreja quebrou as amarras da avareza e do egoísmo, e os crentes contribuíam alegremente com tudo quanto tinham. Um crente realmente avivado tem o coração aberto para doar e cooperar. É isso o que vemos na Bíblia e na história dos avivamentos. Após o dia de Pentecostes, a igreja promoveu um atendimento filantrópico aos necessitados. Impulsionados pelo Espírito Santo, aqueles primeiros crentes se uniram e reconheceram a necessidade da mordomia e, diz a Bíblia: “tinham tudo em comum” (At 4.32-35).
3. Sustento do ministério cristão. Paulo declara e ensina a igreja em Corinto acerca do direito de sustento dos que trabalham no ministério cristão, isto é, que vivam do ministério. Destaca também, que o princípio do sustento do ministério sacerdotal na dispensação da lei é o mesmo na dispensação da graça (Mt 10.10; Lc 10.7; Gl 6.6; Hb 13.16).
CONCLUSÃO
O crente fiel não contribui simplesmente porque é uma ordenança bíblica, mas também porque sente prazer em contribuir para manter a obra do Senhor. O dízimo é uma forma de gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas e reconhecimento por sua soberania sobre nossas vidas e posses.
Subsídio Bibliológico
“Foi dura a cobrança de Deus sobre o povo que não pagava o dízimo. Sem meias palavras, o Senhor os qualificou como roubadores, ladrões.
No Novo Testamento, vemos também a confirmação da obrigação de se entregar o dízimo na casa do Senhor. Em Mateus 23.23, Jesus disse aos fariseus que eles deveriam cumprir o ‘mais importante da lei’, que eram ‘o juízo, a misericórdia e a fé’, sem deixar de pagar ‘o dízimo da hortelã, do endro e do cominho’. Com isso, o Senhor quis ensinar que não adiantava ser dizimista sem levar em conta os valores espirituais da Lei. Hoje, da mesma forma, o cristão deve pagar o dízimo, não como quem está fazendo um favor à igreja, nem mostrando que ganha bem, mas como forma de gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas como fez Abraão diante de Melquisedeque.
A obediência a essa determinação bíblica redunda em bênçãos abundantes da parte de Deus (Ml 3.10,11). É bom lembrarmo-nos de que o dízimo deve ser dado do bruto da renda, e não do líquido; deve ser das ‘primícias da renda’ (ler Pv 3.9,10). Os dízimos devem ser levados ‘à casa do tesouro’, ou seja, à tesouraria, por meio da entrega na igreja local. ‘É errado o crente administrar o dízimo, repartindo com hospitais, creches ou pessoas carentes’” (Ética Cristã, CPAD, p.170).
Arrependimento: Pesar profundo de haver cometido pecado ou ação má.
Arrogância: Altivez, soberba, orgulho.
Fidelidade: Constância, firmeza, nas afeições, nos sentimentos; perseverança.
Lealdade: Qualidade, ação ou procedimento de quem é fiel aos seus compromissos.
Legalismo: Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas.
Senhorio: Direito de senhor sobre alguma coisa; domínio, autoridade, posse.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD.
Estilos de Aprendizagem, Marlene LeFever, CPAD.
Métodos Criativos, Marlene LeFever, CPAD.
1. O que o texto da lição em Malaquias declara no tocante aos dízimos e ofertas?
R. Que Israel havia abandonado os princípios morais da obediência e da fidelidade a Deus.
2. Qual o sentido moral do dízimo?
R. Quando o entregamos, provamos nossa dependência de Deus e de suas bênçãos.
3. Cite três razões pelas quais devemos entregar o dízimo.
R. Reconhecimento pelas bênçãos divinas, adoração e fé.
4. Mencione alguns exemplos da prática do dízimo no Antigo Testamento.
R. Caim e Abel, Abraão, Jacó e Moisés.
5. Quais os exemplos da prática do dízimo no Novo Testamento?
R. Jesus, a igreja Primitiva e a igreja da Macedônia.