LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

1º Trimestre de 2004

 

Título: A pessoa e a obra do Espírito Santo

Comentarista: Eurico Bergstén

 

 

Lição 4: O dia de Pentecostes

Data: 25 de Janeiro de 2004

 

TEXTO ÁUREO

 

E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem(At 2.4).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Obediência, perseverança e união são elementos-chave para receber a promessa do Espírito Santo também nos dias atuais.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Lv 23.15-25

A solenidade do Dia de Pentecostes

 

 

Terça — Dt 16.10-12

Festa de Pentecostes — Dia de celebração em família

 

 

Quarta — Êx 23.14,16

O Dia de Pentecostes era uma determinação de Deus

 

 

Quinta — Dt 16.16; Êx 23.17

Todos os varões israelitas eram obrigados a comparecer à Festa de Pentecostes

 

 

Sexta — Êx 34.20; Dt 16.16,17

Ninguém podia comparecer à festa de mãos vazias

 

 

Sábado — Lv 23.17

Pentecostes — Dia de oferecer a Deus as primícias

 

HINOS SUGERIDOS

 

24, 155 e 441 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Atos 2.1-12.

 

1 — E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.

2 — E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

3 — E foram vistas por eles línguas repartidas como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

4 — E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

5 — E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.

6 — E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.

7 — E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê? Não são galileus todos esses homens que estão falando?

8 — Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?

9 — Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, Ponto e Ásia,

10 — E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,

11 — Cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.

12 — E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?

 

PONTO DE CONTATO

 

Existem critérios para receber o Batismo no Espírito Santo? Reflita com seus alunos sobre as ordens de Jesus, dadas aos discípulos, antes de sua ascensão. Quais os pré-requisitos estabelecidos por Ele? É necessária alguma preparação? Como deve comportar-se o crente que o almeja? O que a Bíblia diz sobre isto?

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir a palavra pentecostes.
  • Citar os diversos símbolos que representam o Espírito Santo.
  • Conferir as formas de operação do Espírito Santo como vento.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

O que aconteceu no dia de Pentecostes continua a ocorrer em nossos dias. Os discípulos aguardaram a promessa cheios de confiança e de esperança. Unanimidade, perseverança, convicção e fé são palavras-chave para alcançá-la. Este batismo é obra de Deus. O oficiante dele é Jesus. O que Deus prometeu, cumpriu.

No dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi percebido como um vento. “A palavra grega pneuma tem um alcance semântico quase idêntico ao de ruach (hebraico). O vento, como símbolo, fala da natureza invisível do Espírito Santo, conforme revela João 3.8. Podemos ver e sentir os efeitos do vento, mas ele próprio não é visto. Atos 2.2 emprega poderosamente o vento como figura de linguagem, para descrever a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes”.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Pesquise em revistas, jornais e livros e recorte as figuras que correspondam aos símbolos do Espírito Santo expostos na Bíblia. Exemplos: pomba, vento, fogo, água, selo, óleo. Divida a turma em grupos proporcionais ao número de símbolos encontrados. Entregue um símbolo para cada um. Eles deverão procurar referências bíblicas sobre esses símbolos e explicar porque tipificam o Espírito Santo. Ex: Selo é uma espécie de identificação. Nós somos identificados por Deus através do Espírito Santo que habita em nós. Cada grupo deverá se apresentar e sumariar as ideias no quadro-de-giz. Auxilie aqueles que tiverem dificuldades.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Hoje estudaremos o que aconteceu no dia de Pentecostes. O primeiro derramamento do Espírito Santo naquele dia foi um acontecimento histórico. O Espírito Santo veio a este mundo, inaugurando uma nova dispensação, chamada também de ministério do Espírito (2Co 3.6-8). Cada crente pode ter da parte de Deus o seu Dia de Pentecostes. Aleluia!

 

I. OS DISCÍPULOS SUBIRAM PARA O CENÁCULO

 

Eles estavam cheios de alegria (Lc 24.52). Haviam visto Jesus subir ao céu com a suas mãos estendidas para os abençoar (Lc 24.50,51). Dois anjos haviam aparecido falando-lhes que Jesus voltaria assim como para o céu Ele havia subido. A ordem de Jesus de que deveriam esperar em Jerusalém a promessa do Pai, continuava soando em seus ouvidos.

As características da oração daqueles discípulos, segundo o texto sagrado, muito nos ensina.

1. Oração perseverante, At 1.14. O firme propósito daqueles 120 crentes reunidos no cenáculo era ficar ali até receberem a bênção. Veja também Is 40.31; Is 62.6,7; Os 10.12.

2. Oração unânime, At 1.14. É preciso haver união entre os que oram. Onde há união, o Senhor ordena a bênção, (Sl 133). Desunião e inimizade impedem a resposta às orações (Mt 5.24; Mc 11.25). A concordância na oração tem promessa especial (Mt 18.19).

3. Oração definida. O assunto daquela oração era um só: o cumprimento da promessa do Pai conforme Atos 1.4,5,8. Pouco antes foram tentados a dispersar a atenção, especulando acerca de tempos futuros (At 1.7). Todavia nada deve desviar a nossa mente do propósito da oração.

4. Oração com fé. Não ficaram ocupados com discussões estéreis sobre se Jesus realmente batizava, ou não, nem se esta bênção era realmente para aquele tempo ou se para um outro. A promessa de Jesus ocupava suas mentes e corações. E enquanto oravam, a fé era fortalecida (Rm 4.20,21). E é pela fé que se recebe o batismo com o Espírito Santo (Gl 3.14).

 

II. DIA DE PENTECOSTES — DEUS CUMPRIU SUA PROMESSA

 

Pentecostes era uma das três grandes festas sagradas celebradas em Israel (Dt 16.16; Lv 23.16-22). Acontecia 50 dias após a Páscoa, daí o nome Pentecostes que quer dizer quinquagésimo. Era também chamada a festa das semanas (sete semanas após a Páscoa), dia das primícias, festa da colheita. Esta festa assinalava o término da colheita da cevada (Lv 23.16) e era um dia de júbilo e de gratidão ao Senhor pelas bênçãos da colheita.

Deus escolheu o dia em que os judeus celebravam a festa de Pentecostes para cumprir o que estava prometido por instrumentalidade de seus profetas. No dia em que Jesus batizou os primeiros crentes com o Espírito Santo, estavam em Jerusalém para a festa muitos judeus e muitos convertidos ao judaísmo (prosélitos) procedentes de muitas nações.

1. Jesus derramou o Espírito Santo sobre todos no dia de Pentecostes (At 2.1-3). Cumprindo-se o dia, veio de repente do céu um som como de um vento veemente, e todos foram batizados com o Espírito Santo. Este batismo é uma obra de Deus. O oficiante deste batismo é Jesus. Dele disse João Batista: “Ele vos batizará […]” (Mt 3.11). O que Deus promete com a sua boca, Ele faz com as suas mãos. Ele estendeu as suas mãos abençoadoras e “raios brilhantes saíram da sua mão” (Hc 3.4).

No dia de Pentecostes o Espírito Santo foi percebido como um vento. Este símbolo do Espírito Santo foi empregado por Jesus, e contém ensinos sobre a forma de operar do Espírito Santo.

a. O vento é soberano. Jesus disse: “o vento assopra para onde quer […]”, (Jo 3.8a). O vento não pode ser dirigido pelos homens. Estes aprendem as leis da natureza que regem os ventos, e tiram proveito da sua força, mas nunca podem dirigi-lo.

b. O vento é invisível. Pode-se ouvir o seu ruído, observar os efeitos de seu movimento e senti-lo soprar, mas “não sabemos donde vem nem para onde vai” (Jó 4.15; Jo 3.8).

O vento é importante para a polinização e consequente fecundação das flores, tendo como resultado a frutificação. Assim também o Espírito vivifica (Jo 6.63; Gl 5.22).

 

III. DIA DE PENTECOSTES — DIA DE RESPOSTA DIVINA

 

No batismo com o Espírito Santo a única participação do homem é receber, estendendo a Deus as suas mãos através da oração. Os discípulos haviam ficado em oração durante 10 dias, aguardando o cumprimento da promessa de Jesus. E de repente veio a resposta. Que alegria!

É importante destacar que pelo fato de os discípulos terem permanecido durante dez dias em oração, não os tornou merecedores desta bênção. Nem tampouco a oração era necessária para convencer a Deus da necessidade de batizá-los, pois Deus sempre deseja batizar seus servos. A oração era necessária para preparar o coração dos discípulos. O caminho para a bênção foi preparado com oração.

 

IV. DIA DE PENTECOSTES — DIA DE LÍNGUAS DE FOGO

 

1. Deus se manifesta em fogo! (Êx 19.17,18; Hb 12.29). Deus se manifestou a Moisés em uma chama de fogo no meio de uma sarça, a qual ardia no fogo, mas não se consumia (Êx 3.2). Daniel viu o trono de Deus em chama de fogo (Dn 7.9,10). Malaquias o descreveu como o fogo do ourives, o qual purificará os filhos de Levi como ouro e como a prata; o fogo de Deus queimando todas as escórias (Ml 3.2,3). João viu a Jesus glorificado com olhos como chama de fogo (Ap 1.14,15).

2. O Espírito Santo veio com línguas repartidas como que de fogo (At 2.3). O batismo com o Espírito Santo é batismo de fogo (combustão que emite luz e calor). Os 120 crentes reunidos no cenáculo foram queimados pelo fogo de Deus; foram cheios do poder de Deus, e foram transformados em testemunhas. E que testemunhas! Saíram do cenáculo para abalar o mundo! Somente no primeiro dia quase três mil pessoas aceitaram a Cristo. O fogo tem a característica de propagar-se. O Espírito Santo nestes últimos dias produziu um ardor bendito que se difundiu por toda parte, irradiando-se pelo mundo. Perseguições e mortes não puderam deter a expansão desta chama. Quando o crente recebe o batismo de fogo, ele se torna uma luz intensa (Sl 104.4; Hb 1.7).

 

V. DIA DE PENTECOSTES — DIA DE REVESTIMENTO DE PODER

 

1. “Todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4). Receberam a vida abundante de que Jesus havia falado (Jo 10.10). Foram cheios da glória de Deus. Assim como no passado aconteceu com o Tabernáculo (Êx 40.34) e com o Templo (2Cr 7.1,2), o “tabernáculo terrestre” (2Co 5.1) daqueles discípulos foi cheio da glória e da presença de Deus.

2. A maior necessidade dos discípulos era o poder de Deus. Era isto que lhes faltava, e que foi a causa de terem fracassado. Todos fugiram quando Jesus foi preso (Mt 26.56). Deixaram-no só. Pedro negou seu Mestre (Mt 26.69-75). Após a morte de Jesus reuniram-se a portas fechadas, com medo dos judeus (Jo 20.19). Com a experiência do batismo com o Espírito Santo receberam o poder que necessitavam. Esta é a essência do batismo! Este poder transforma o modo de viver. As portas cerradas abriram-se, o medo acabou e foi substituído por uma ousadia invencível (At 4.13). Alegria e coragem dominavam os discípulos. Mas em si mesmos sentiam-se fracos e dependentes de Deus, sabendo que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2Co 12.9,10). Cada discípulo podia testificar pessoalmente: “a sua eficácia opera em mim poderosamente” (Cl 1.29). Os 120 crentes batizados com o Espírito Santo glorificavam a Deus em alta voz e, em outras línguas, falavam das grandezas de Deus (At 2.11).

 

CONCLUSÃO

 

Ainda hoje, quando o Espírito Santo encontra plena liberdade para operar na vida dos salvos, o Pentecostes se repete e acontece o despertamento pentecostal com as mesmas características daquele relatado no livro de Atos, para honra e glória do nome de Jesus, e para salvação de muitos.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“Observe a posição da comemoração de Pentecostes no calendário das festas. Em primeiro lugar festejava-se a Páscoa. Nela se comemorava a libertação de Israel no Egito. Celebravam a noite em que o anjo da morte alcançou os primogênitos egípcios, enquanto o povo de Deus comia o cordeiro em casas marcadas com sangue. Esta festa tipifica a morte de Cristo, o Cordeiro de Deus, cujo sangue nos protege do juízo divino.

No Sábado, após a noite de Páscoa, os sacerdotes colhiam o molho de cevada, previamente selecionado. Eram as primícias da colheita, que deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o restante da colheita podia ser ceifado. A festa tipifica Cristo, ‘as primícias dos que dormem’ (1Co 15.20). O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para subir ao Pai e nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos nele creem segui-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna.

Quarenta e nove dias eram contados após o oferecimento do pequeno feixe movido diante do Senhor. E no quinquagésimo dia — o Pentecostes — eram movidos diante de Deus dois pães. Os primeiros feitos da ceifa do trigo. Não se podia preparar e comer nenhum pão antes de oferecer os dois primeiros a Deus. Isto mostrava que se aceitava sua soberania sobre o mundo. Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O significado típico é que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da igreja cristã, oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito Santo, 50 dias após a ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas estabelecidas após durante os últimos dezenove séculos.

O Pentecostes foi a evidência da glorificação de Cristo. A descida do Espírito era como um ‘telegrama’ sobrenatural informando a chegada de Cristo à mão direita de Deus. Também testemunhava que o sacrifício de Cristo fora aceito no céu. ‘Havia chegado a hora de proclamar sua obra consumada’ (Comentário BíblicoAtos. CPAD, pp.18,19).

 

GLOSSÁRIO

 

Abundância: Grande quantidade, fartura; riqueza, abastança.

Combustão: Ação de queimar; estado de um corpo que arde produzindo calor ou calor e luz.

Júbilo: Grande contentamento; alegria íntima.

Polinização: Transporte do grão de pólen. É o que vai permitir à planta reproduzir-se, pois o grão de pólen fecunda o óvulo.

Prosélito: Indivíduo convertido a uma doutrina, ideia ou sistema.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editado por French L. Arrington e Roger Stronstad, CPAD.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Defina a palavra Pentecostes.

R. Quinquagésimo.

 

2. O que significava a festa de Pentecostes?

R. Era uma das três grandes festas sagradas celebradas em Israel. Acontecia 50 dias após a Páscoa.

 

3. Cite o símbolo do Espírito Santo descrito nesta lição.

R. Vento.

 

4. Descreva a operação do Espírito Santo como vento.

R. É soberano: sopra onde quer. É invisível: não sabemos sua procedência.

 

5. Como era a oração dos discípulos?

R. Perseverante, unânime, definida, com fé.