Título: A pessoa e a obra do Espírito Santo
Comentarista: Eurico Bergstén
Lição 6: Línguas estranhas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo
Data: 08 de Fevereiro de 2004
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).
O falar em outras línguas é um sinal da parte de Deus aos homens para evidenciar o batismo com o Espírito Santo.
Segunda — At 2.4
As línguas estranhas são concedidas pelo Espírito Santo
Terça — At 2.6,11
As línguas estranhas são uma manifestação sobrenatural
Quarta — At 2.7-13
O falar em línguas estranhas causou admiração e zombaria
Quinta — 1Co 14.22
Um sinal para os infiéis
Sexta — At 10.45,46; 19.6
A evidência do batismo com o Espírito Santo
Sábado — 1Co 14.5
Paulo almejava que os irmãos de Corinto falassem em línguas estranhas
100, 101 e 122 da Harpa Cristã
Atos 10.38-48; 11.15.
Atos 10
38 — Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.
39 — E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judeia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o no madeiro.
40 — A este ressuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que se manifestasse,
41 — Não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos.
42 — E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos.
43 — A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome.
44 — E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
45 — E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.
46 — Porque os ouviam falar em línguas, e magnificar a Deus.
47 — Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?
48 — E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.
Atos 11
15 — E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio.
Converse com seus alunos sobre Efésios 5.18. Quais as razões por que devemos estar cheios do Espírito?
Por que é uma ordem? Ela aplica-se a quem? Ao corpo de Cristo como um todo? Como esta ordem é executada? Através de uma obediência tal que nada possa impedir que o Espírito nos encha? Quando isto deve acontecer? Continuamente?
O corpo de Cristo precisa de uma constante renovação que se torna possível somente pela atuação diária do Espírito Santo. Ser cheio do Espírito é mais do que um privilégio; é um dever. “Enchei-vos do Espírito”.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Falar em outras línguas não foi um fato isolado no histórico dia de Pentecostes. Continua sendo evidência do poder de Deus, ainda hoje, como diz Sua Palavra.
Pessoas, de vários lugares do mundo de então, testemunharam os discípulos falando no idioma de cada uma delas, comprovando o resultado da operação do Espírito Santo em suas vidas. Estas línguas não eram resultado de esforço intelectual. Eram o milagre que lhes serviu de sinal de que haviam recebido a promessa. A evidente comprovação de recebimento do batismo no Espírito Santo é, sem dúvida, falar em outras línguas. Nada, nem mesmo o zelo, a alegria e a dedicação com que servimos ao Senhor, pode comprovar este milagre. Todos os casos registrados na Bíblia falam de pessoas salvas, convictas e cheias de alegria, mas que não haviam experimentado, ainda, a plenitude do Espírito Santo. Foi assim em Samaria, em Éfeso, na casa de Cornélio e com Saulo logo após seu encontro com Cristo. Orar em outras línguas é expressar-se com palavras que o Espírito concede que sejam faladas. É ele quem nos ajuda a orar como convém.
Divida a turma em pequenos grupos. Escreva em tiras de papel frases em diferentes idiomas (inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, japonês, dialetos tribais, grego, hebraico) e entregue a cada grupo. Consiga o maior número de frases possíveis. Cada grupo deve pronunciar uma frase em um idioma distinto. Dê dois minutos para os alunos ensaiarem. Ao seu sinal todos deverão falar simultaneamente suas frases. Não se preocupe com a pronúncia correta. O objetivo é que seus alunos tenham uma sensação semelhante a da multidão que estava em Jerusalém no dia de Pentecostes.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que o falar em línguas estranhas não foi somente um milagre isolado que aconteceu naquele dia histórico, mas que continua sendo a evidência do recebimento desta dádiva de Deus, conforme mostra a sua Palavra.
I. FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS É SEMPRE A EVIDÊNCIA INICIAL DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Há quem afirme que a evidência do batismo com o Espírito Santo não precisa ser as línguas estranhas, mas pode ser alegria, amor, maior compreensão da Palavra de Deus, maior zelo para ganhar almas para Jesus, etc. É evidente que nenhuma das outras “evidências” acima mencionadas teria dado aos discípulos plena certeza de que haviam recebido o batismo com o Espírito Santo. Vejamos:
1. Alegria. Não teria sido uma evidência convincente, pois muitas vezes antes já haviam sentido grande alegria (Lc 10.17). Certa ocasião a alegria que sentiam fê-los louvar a Deus em alta voz (Lc 19.37). Depois que Jesus retornou ao céu, os discípulos retornaram com grande júbilo para Jerusalém (Lc 24.52). Alegria não teria sido, portanto, uma evidência especial do batismo com o Espírito Santo, embora depois do Pentecostes a alegria tivesse redobrado.
2. Amor. Também não teria sido uma evidência muito convincente, pois antes do Pentecostes haviam experimentado e demonstrado amor. Jesus sempre lhes havia mostrado o seu grande amor, e todos os discípulos amavam a Jesus a ponto de dizerem que queriam dar a sua vida por Ele (Mt 26.35). Precisavam de uma outra evidência, embora o Espírito Santo opere amor no coração dos salvos (Rm 5.5).
3. Maior compreensão da Palavra de Deus. Haviam por três anos recebido o ensinamento de Jesus, e em uma das últimas vezes que Jesus esteve com eles, “abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 24.45).
4. Zelo para ganhar almas para Jesus. Não teria sido uma novidade, porque eles vinham se dedicando a ganhar almas, pregando e batizando (Jo 4.2). Com o batismo com o Espírito Santo passaram a trabalhar com maior inspiração e capacidade renovadas (At 4.33), mas zelo não poderia ter sido a evidência.
II. REGISTROS NO LIVRO DE ATOS
1. Em Samaria. Quando os crentes receberam o batismo com o Espírito Santo, (At 8.17), aconteceu algo concreto que fez com que Simão visse que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo (At 8.18). O que ele viu? Alegria? Não, porque já antes “havia grande alegria naquela cidade” (At 8.8). Certamente observou que começaram a falar noutras línguas.
2. Saulo. Logo após a sua conversão na estrada de Damasco, Saulo recebeu a visita de Ananias, que orou por ele para que ele recebesse o Espírito Santo (At 9.17). Paulo afirmou mais tarde que falava mais línguas que os demais (1Co 14.18). Quando falou línguas estranhas pela primeira vez? Certamente quando foi batizado com o Espírito Santo naquela ocasião.
3. Na casa de Cornélio. Depois que Deus purificou os corações daqueles que haviam se reunido na casa de Cornélio, caiu sobre todos o Espírito Santo, e começaram a falar em línguas estranhas (At 10.44-46). Pedro disse mais tarde que “caiu sobre eles o Espírito Santo como também sobre nós ao princípio” (At 11.15). Como foi isso? Ver o modelo em At 2.4. “E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas, e magnificar a Deus” (At 10.45).
4. Em Éfeso. Os crentes foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas e a profetizar (At 19.6).
Esse padrão bíblico continua sendo o mesmo em nossos dias.
III. QUAL A FINALIDADE DAS LÍNGUAS ESTRANHAS?
1. A língua estranha é uma fala dirigida a Deus. A língua estranha tem uma finalidade muito além daquela que é ser um sinal do recebimento do batismo com o Espírito Santo. Conforme 1 Coríntios 14.2 o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus, e em espírito fala de mistérios. Assim, embora aquele que fala não entenda o que está falando, o seu espírito está falando de mistérios com Deus, isto é, a língua estranha torna-se um modo de comunicação com Deus.
Orando em línguas, o crente expressa a Deus palavras que o Espírito concede que ele fale. O Espírito ajuda nas nossas fraquezas porque não sabemos o que havemos de pedir como convém (Rm 8.26)
2. O que fala em língua estranha edifica-se a si mesmo (1Co 14.4). Em línguas, o crente batizado com o Espírito Santo adora a Deus em mistérios e é edificado. Que riqueza gloriosa Deus coloca à disposição de seus filhos!
O Espírito Santo é derramado sobre vidas verdadeiramente regeneradas, purificadas pelo sangue de Jesus, e é unicamente Jesus quem concede o batismo com o Espírito Santo, acompanhado de línguas estranhas, àqueles que com coração sincero e quebrantado (Sl 51.17) buscam a promessa com fé e paciência (Hb 6.12).
CONCLUSÃO
O grande objetivo do batismo com o Espírito Santo é suprir os crentes de poder do alto para serem testemunhas do Senhor. O objetivo do batismo não é em primeiro lugar o falar em línguas. As línguas são um sinal, mas um sinal cheio de bênção.
Subsídio Teológico
“Pode-se indagar se o falar em línguas serve apenas como evidência do batismo no Espírito Santo. A resposta é não, pois o fenômeno das línguas tem pelo menos duas outras importantes funções.
As línguas pessoais, ou seja, o dom de falar em línguas desconhecidas, têm, nas devoções particulares, o valor de edificar quem estiver ocupado na oração. Orar em uma língua desconhecida é forma exaltada de adoração (1Co 14.4). Orar em línguas é uma prática útil, e deveria ser cultivada na vida diária do crente, pois assim a pessoa é edificada em sua fé e na vida espiritual. Paulo parece tomar como automático em suas epístolas o fato de que os crentes eram normalmente batizados no Espírito e que as línguas eram parte comum de sua experiência diária. Ele mesmo falava em línguas mais do que os crentes coríntios, embora o fizesse em particular (1Co 14.18,19).
Há também outro uso para as línguas. Embora seja o mesmo em essência, o dom de línguas empregado nos cultos públicos visa um propósito distinto. As línguas mencionadas no livro de Atos são evidenciais e privadas; as mencionadas nas epístolas são públicas e visam a edificação geral. As línguas particulares não precisam ser interpretadas, visto que o indivíduo é edificado mesmo à parte de seu entendimento. Não obstante, as disciplinas acerca do emprego das línguas em reuniões públicas enfatizam a necessidade de interpretação, para que o culto seja abençoado (1Co 14.2-20)” (Doutrinas Bíblicas — Uma perspectiva Pentecostal. CPAD, pp.145,146).
Apostatar: Abandonar de forma premeditada e consciente a fé cristã.
Circuncisão: Remoção da pele que cobre a glande peniana. Através da circuncisão o indivíduo habilitava-se a fazer parte do povo eleito.
Contradizer: Contrariar, desmentir.
Gentio: Todo aquele nascido fora da comunidade de Israel, e estranho às alianças que o Senhor Deus estabeleceu a com o seu povo.
Ungir: Dar posse a, investir de autoridade por meio de unção ou consagração.
1. Qual o padrão bíblico para a evidência do batismo no Espírito Santo?
R. Falar em outras línguas.
2. O que representaram as línguas estranhas para os discípulos?
R. Foi um milagre que serviu de sinal de que haviam recebido a promessa.
3. Cite as outras ocorrências do batismo com a evidência do falar em outras línguas?
R. Em Samaria, Saulo logo após sua conversão. Na casa de Cornélio, em Éfeso.
4. Como deve ser visto o batismo com o Espírito santo em nossos dias?
R. O padrão continua sendo o mesmo: falar em outras línguas.
5. Quais as finalidades da língua estranha?
R. Glorificar a Deus e edificar-se a si mesmo.