Título: A pessoa e a obra do Espírito Santo
Comentarista: Eurico Bergstén
Lição 9: O fruto do Espírito Santo
Data: 29 de Fevereiro de 2004
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22).
O fruto do Espírito é uma realidade na vida daquele que está em comunhão com o Espírito Santo e deve ser a identidade espiritual do crente neste mundo.
Segunda — Jo 15.16
Escolhido para dar fruto
Terça — Mt 7.17-20; Mt 12.33
Conhecido pelo fruto
Quarta — Lc 13.6-9
A punição do crente infrutífero
Quinta — Tg 2.17
A inutilidade da fé sem obras
Sexta — Fp 1.6,9-11; Cl 1.6-11
Progresso espiritual
Sábado — Gl 6.7-9
Ceifando a vida eterna
239, 408 e 437 da Harpa Cristã
João 15.1-6; Gálatas 5.22-23.
João 15
1 — Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
2 — Toda a vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.
3 — Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.
4 — Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
5 — Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.
6 — Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
Gálatas 5
22 — Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23 — Contra essas coisas não há lei.
Você sabe para que serve o caule de uma árvore? Para conduzir a seiva (líquido que contém vários nutrientes indispensáveis à sobrevivência da planta), sustentar as folhas e através do seu crescimento permitir que elas recebam luz e ventilação. O que acontece com um galho que não está na árvore? Morre de inanição. O mesmo sucede ao crente que não está na Videira Verdadeira. É imprescindível estar em comunhão com Cristo porque Ele é a fonte de vida, que transmite força e graça aos seus filhos, sustenta-os com sua mão poderosa e os ilumina. E como produziremos fruto se não estivermos nEle? Sem Jesus, nada podemos fazer (Jo 15.5b). Pense nisso.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
À medida que o crente permite o Espírito Santo controlar a sua vida, passa a produzir progressivamente o fruto do Espírito. São virtudes que ele precisa manifestar através de sua vida, porque pelos frutos somos conhecidos: fruto bom, árvore boa; fruto ruim, árvore ruim. O fruto indica como está o nosso relacionamento com o Pai. Se você o tem gerado, isso denota que tem andado no espírito, em caso contrário, demonstra que está vivendo de acordo com as suas concupiscências. O desenvolvimento do fruto do Espírito é bastante árduo; exige renúncia, consagração e oração. Para viver e gerar fruto, é preciso que a vara permaneça ligada à videira, ou seja, que o servo de Deus esteja em comunhão com Cristo. Nós dependemos da Videira Verdadeira; sem ela, nada podemos fazer. O batismo com o Espírito Santo é muito importante para a Igreja, contudo, o fruto é um imperativo porque é o que nos diferencia do mundo, onde as pessoas são controladas por sua natureza pecaminosa. Se preciso for, busque-o com lágrimas. É fundamental que reflitamos o caráter de Jesus, porque uma vida frutífera é mais convincente do que qualquer argumento e atrai as pessoas ao Evangelho.
Escreva em algumas tiras de papel as seguintes referências: Gn 50.19-21; Nm 12.3-7; Rt 3.10,11; 2Sm 9.1-7; At 13.52; Rm 5.5; Rm 8.6; Rm 15.30; Ef 3.17-21; Tg 3.17,18. Divida a turma em 10 grupos. Distribua os papéis entre os grupos. As referências correspondem às virtudes do fruto, que deverão ser enumeradas no quadro. Eles deverão identificá-las no texto. Reflita com sua turma sobre a seguinte questão: Que virtudes você encontra dificuldade de produzir? Fale sobre a importância da intervenção do Espírito Santo nas áreas onde residem nossas fraquezas.
INTRODUÇÃO
Deus emprega na sua Palavra, figuras extraídas da vida cotidiana para que possamos entender profundas verdades espirituais que, de outro modo, não conseguiríamos compreender. É um modo de dar um nome, um conceito, um símbolo, a uma realidade espiritual, tornando esta realidade compreensível para a mente humana; comparando coisas terrestres e coisas celestiais (Jo 3.12).
I. LIÇÕES ESPIRITUAIS DO CONCEITO DE FRUTO
1. A primeira citação bíblica do termo fruto está em Gn 1.11, onde vamos extrair uma lição para a nossa vida espiritual. “E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi”. Deus se preocupou com a perpetuação das espécies vegetais que ele criara, mas teve mais um propósito, como vemos adiante em Gênesis 1.29: “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento”.
Nenhuma erva ou árvore frutífera se alimenta de seu próprio fruto. Produzir frutos garante a perpetuação da própria espécie, isto é, a germinação das sementes faz brotar outros exemplares de plantas daquela mesma espécie. Servem os frutos também para fornecer alimento para as espécies animais. O crente produz fruto para que as pessoas vejam as características divinas manifestadas em sua vida, e se convertam ao Deus vivo, garantindo a “perpetuação da espécie”. Igualmente, o fruto do Espírito que se manifesta na vida do crente, quando visto pelo não crente, faz com que a pessoa seja atraída para Deus.
No reino vegetal, o aparecimento do fruto é resultado de um longo processo de crescimento e desenvolvimento da árvore. Também na vida espiritual, o Espírito de Deus opera de modo progressivo, aperfeiçoando gradativamente a obra iniciada no momento da conversão (Fp 1.6). “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).
2. Nós somos destinados a produzir fruto (Jo 15.16). Produzir fruto não está reservado somente para alguns crentes especialmente dotados, mas é para todos uma questão de sobrevivência, e a condição necessária para permanecer na vida espiritual (Jo 15.2).
II. CONCEITO DE FRUTO DO ESPÍRITO
O fruto do Espírito é a manifestação das virtudes de Deus na vida do crente, conforme o grau de entrega desse crente como servo ao Senhor. É uma obra do Espírito Santo, transmitindo ao homem toda a plenitude de Deus (Ef 3.16-19).
Ele nada mais é que a expressão do amor de Deus na vida do crente produzida pelo Espírito Santo. Como cada virtude é a expressão de um só e único amor, a Bíblia fala de fruto do Espírito, e não de frutos do Espírito. O fruto é o amor de Deus, mas cada uma das virtudes mencionadas em Gálatas 5.22 são expressões desse amor.
1. A manifestação da natureza de Cristo. Essa manifestação se dá através do fruto do Espírito produzido no crente.
a. O alvo da salvação é restaurar o homem à imagem de Cristo (Rm 8.29; Cl 3.10). Por causa do pecado, o homem perdeu a glória da imagem de Deus (Rm 3.23) e ficou escravizado debaixo do poder da natureza carnal, a qual se manifesta pelas obras da carne (Gl 5.19-21). A carne afasta o homem da vontade de Deus (Rm 8.5-8), e o faz obedecer ao inimigo (Ef 2.3). A salvação faz o homem participante da natureza divina (2Pe 1.4).
b. O fruto do Espírito faz aparecer na vida do crente com progressiva nitidez a imagem de Cristo. Quando há abundância da operação do Espírito, os frutos infalivelmente aparecem (Jr 17.8; Sl 1.3). Que se cumpra em nós, o que Jesus disse, em Jo 15.5: “Quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto” (Jo 15.5).
2. O fruto do Espírito produz santificação. O Espírito Santo ajuda o crente a entregar-se inteiramente ao Senhor para, assim, dominar sua velha natureza (Gl 5.16,17). Então, o fruto do Espírito se manifesta livremente para que todo o espírito, alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis […] (1Ts 5.23). “Não são as boas obras que fazem o homem ser bom, mas o homem bom faz boas obras” (Martinho Lutero). O Senhor espera ver fruto em nossa vida! Gálatas 5.18 mostra que isto só é possível se formos guiados pelo Espírito.
III. COMO PRODUZIR O FRUTO DO ESPÍRITO (Gl 5.16-22)
1. Se andarmos no Espírito, daremos o fruto do Espírito. Devemos observar que o texto diz: “Andai em Espírito”, isto é, andar continuamente; uma ação que se repete sempre. Produzir o fruto do Espírito não é, portanto, uma experiência singular, única, momentânea, mas é algo contínuo, que deve ter regularidade e estabilidade.
2. O batismo com o Espírito Santo e o andar no Espírito.
a. Os primeiros cristãos experimentaram esta bênção. Atos 8.29: “E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro”. O Espírito habitava em Filipe, e orientou-o naquela missão evangelística. Ainda, Atos 13.2 diz: “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo […]”. E no versículo 4 completa: “E assim estes, enviados pelo Espírito Santo […]”. Atos 16.6,7 fala de um impedimento pelo Espírito Santo. Uma direção segura, consciente, sensata, é possível quando andamos no Espírito.
b. “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). A grande pergunta não é se alguma vez tivemos uma experiência espiritual profunda; se já tivemos algum dia uma gloriosa experiência de batismo com o Espírito Santo; mas, se o Espírito Santo continua no controle das nossas vidas. Nós é que decidimos se o Espírito vai nos reger plenamente e nos dirigir (e isto significa andar em Espírito); ou se a nossa carne, a nossa velha natureza, vai estar no controle dos nossos atos, e somente vamos recorrer ao Espírito quando estivermos em aflição por causa das nossas escolhas erradas. “Andai em Espírito e não cumprireis as concupiscências da carne” (Gl 5.16).
CONCLUSÃO
Que todos estejamos tão intimamente ligados à Videira, e que o fruto do Espírito se manifeste abundantemente em nossas vidas, até chegarmos a ser varões perfeitos, à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4.13).
Subsídio Teológico
“Andar no Espírito e ser guiado pelo Espírito significa, portanto, algo mais do que milagres. Significa vitória sobre os desejos e os impulsos carnais. Significa cultivar o fruto do Espírito, o melhor antídoto às concupiscências carnais.
A bússola, portanto, acha-se em Gálatas 5.16,18. Mas Paulo nunca deixou seus leitores apenas com princípios gerais. Declarou exatamente o que queria dizer sobre as obras da carne que provém dos impulsos, desejos, ou das concupiscências da carne. Identificou com clareza o fruto que brotaria na vida dos que fossem guiados pelo Espírito. Paulo não pretendia que essa relação (Gálatas 5.19-23) fosse exaustiva. (Note a expressão tais coisas nos vv.21,23). Mas é suficientemente completa para esclarecer o que ele desejava ensinar.
Observemos o fruto do Espírito relacionado com as concupiscências da carne, para verificarmos se estamos no Espírito ou não. Para Paulo, não existe terreno neutro nesse assunto. As obras da carne não se manifestam se somos dirigidos pelo Espírito. Se aparecerem tais manifestações, significa que deixamos de viver pelo Espírito, e nos afastamos de sua orientação. Isso não significa que o Espírito nos deixou, mas que estamos dando oportunidade à carne, ao invés de dar oportunidade a Ele. ‘Aqueles, porém, que praticam (continuam fazendo) tais coisas, não herdará o reino de Deus (Gálatas 5.21)’” (A Doutrina do Espírito Santo. CPAD, p.191).
“Os dons e os frutos estão cuidadosamente intercalados entre si. Quando os dons são enfatizados ao custo do abandono do fruto, a perda é grande demais! O caráter cristão, o viver santo e os relacionamentos com os irmãos na fé são deixados de lado com a fraca desculpa de que Deus nos abençoa com poder. Assim, dilui-se a obra do Espírito Santo. Não devemos nos desvencilhar do poder da santidade. Deus nos purifica para nos transformar em vasos de bênçãos. Os cristãos cuja vida é consistente e livre dos grilhões da carnalidade ficarão livres da condenação. Terão uma boa reputação. Serão poderosos” (Teologia Sistemática — Stanley M. Horton, CPAD, pp.492,493).
Germinação: Início de desenvolvimento, a partir do embrião da semente (na planta) ou de um esporo (célula reprodutora).
Leviandade: Imprudência; que procede sem seriedade ou precipitadamente.
Perpetuação: Tornar perpétuo; fazer durar para sempre, ou por muito tempo, um esporo (célula reprodutora).
Singular: Único, particular, individual.
Videira: Cultivada no mundo inteiro por seus deliciosos frutos, as uvas, frutos carnosos ricos em açúcares, razão por que fermentam com facilidade, dando o vinho.
Virtude: Disposição firme e constante para a prática do bem; força moral; valor.
Comentário Bíblico — Efésios. Elienai Cabral, CPAD.
As Grandes Doutrinas da Bíblia. Raimundo de Oliveira, CPAD.
A Caminho da Maturidade. Ismael dos Santos, CPAD.
De Volta Para a Palavra. Thomas E. Trask e Waide I. Goodall. CPAD.
1. Que lição espiritual aprendemos em Gênesis 1.11?
R. O crente produz fruto para que as pessoas vejam as características divinas manifestadas em sua vida, e, se convertam ao Deus vivo, garantindo a “perpetuação da espécie”.
2. Que é o fruto do Espírito?
R. O fruto do Espírito é a manifestação das virtudes de Deus na vida do crente, conforme o grau de entrega desse crente como servo ao Senhor.
3. Quais são as virtudes do fruto do Espírito?
R. Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança.
4. O que o fruto do Espírito produz em nós?
R. O fruto do Espírito produz santificação.
5. Como produzir o fruto do Espírito?
R. Se andarmos no Espírito, daremos o fruto do Espírito.