Título: A pessoa e a obra do Espírito Santo
Comentarista: Eurico Bergstén
Lição 11: O batismo com o Espírito Santo e a obra missionária
Data: 14 de Marco de 2004
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).
Para que o servo de Deus possa obter êxito na obra missionária ante as perseguições e tribulações, é fundamental estar cheio do Espírito Santo.
Segunda — At 2.37-41; 4.31,33
O efeito do Pentecostes
Terça — At 6.8-10,55
O mártir Estêvão
Quarta — At 8.14-17
O evangelho em Samaria
Quinta — At 11.22-24
O evangelho em Antioquia
Sexta — At 16.6-10
O Espírito Santo e a obra missionária
Sábado — At 20.20-27; 1Ts 1.5
O Espírito Santo na vida do apóstolo Paulo
155, 391 e 453 da Harpa Cristã
Atos 1.6-8; Romanos 1.14-17.
Atos 1
6 — Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
7 — E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.
8 — Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
Romanos 1
14 — Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.
15 — E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma.
16 — Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.
17 — Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
As nações estão enfermas, com fome e sede de Deus. E você sabe quem pode sanar essas necessidades? A Igreja de Jesus Cristo. Nós temos o remédio para curar a enfermidade dos povos que ainda não conhecem Deus. Você já parou para pensar que existem milhões de pessoas que nunca ouviram o nome de Jesus? Não conhecem a sua linda história de amor e jamais tiveram a oportunidade de ler sequer um versículo da Bíblia Sagrada? Isso não lhe traz um pesar? Você não se entristece pelo fato de que hoje, uma alma foi para o inferno sem saber que o Filho de Deus morreu por ela? Deus nos confiou uma grande missão. Todavia, o Senhor enviou o Espírito Santo para que estivesse conosco. Ele nos capacita e nos reveste para cumprirmos o ide de Cristo. Pense nisso.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
O batismo com o Espírito Santo possui outro propósito além da edificação da Igreja; trata-se de um revestimento de poder para testemunhar e servir na obra de Deus. No início da Era Cristã foi necessário conceder aos discípulos uma capacitação sobrenatural para que pudessem expandir o Evangelho. Cada capítulo de Atos sobre o crescimento da Igreja primitiva, os milagres feitos pelos apóstolos e a autoridade com que anunciavam o Evangelho, pressupõe a presença poderosa do Espírito Santo em suas vidas. Homens que outrora negavam a Cristo, após o Pentecostes, pregavam com intrepidez a Palavra de Deus mesmo sob forte perseguição. A convicção da salvação e do ide de Jesus, a compaixão diante da necessidade dos povos que desconhecem a Deus e a responsabilidade pessoal com o seu Reino, nos constrangem a levar adiante a obra missionária. Para cumprir tão árdua missão é indispensável estar cheio do Espírito Santo.
Leve um mapa-múndi e alguns alfinetes coloridos para a sala de aula. Você poderá realizar uma grande pesquisa com sua turma, a fim de que eles possam conhecer a real necessidade de pregar o evangelho aos povos não alcançados. Procure em bibliotecas ou na internet, dados e estatísticas sobre esses povos. Separe a turma em grupos e distribua o material, cada grupo pesquisará sobre um país distinto. Os alunos devem identificar no mapa o país que estão representando e marcar com um alfinete, sintetizar as principais informações num papel e apresentá-las diante da turma. Solicite que um componente escreva no quadro-de-giz o que está sendo dito. Parabenize o grupo que melhor se apresentar. Se for possível, deixe os trabalhos e o mapa no mural da classe durante algum tempo. Recomende seus alunos para orarem durante a semana pelo país que representaram.
INTRODUÇÃO
O Senhor da seara continua chamando trabalhadores ainda na undécima hora (Mt 20.6). A vinda de Jesus se aproxima com rapidez, e estamos diante da última oportunidade missionária. O Espírito Santo continua incentivando: “Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas” (Is 54.2). Jesus vinculou a sua ordem missionária à operação do Espírito Santo (Lc 24.47,49; At 1.4,5,8). A maior necessidade da obra missionária continua sendo pessoas cheias do Espírito Santo.
I. MOTIVOS QUE LEVARAM PAULO A REALIZAR A OBRA MISSIONÁRIA
1. A convicção de que Jesus é o único meio de salvação (Jo 14.6; At 4.12). A Bíblia diz que a graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11), e esta universalidade da salvação em Jesus Cristo foi um dos ensinos mais destacados no ministério de Paulo. Escrevendo a Timóteo, Paulo disse: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1Tm 2.5).
2. O impacto da realidade de que os gentios não conhecem a Deus. Paulo tinha o coração quebrantado para com a necessidade dos povos sem salvação (Rm 3.17; Ef 2.12).
Os que não conhecem a Deus, servem aos que por natureza não são deuses (Gl 4.8). Servem a deuses feitos por mãos de homens (Sl 115.4-8).
Há os que defendem que os gentios devam continuar professando suas religiões pagãs, porque a religião faz parte de suas culturas, e as culturas devem ser preservadas. O apóstolo Paulo jamais compartilhou desta ideia. Jesus nunca mandou pregar cultura, e sim, o evangelho. Um dos mais terríveis aspectos do paganismo é que as coisas que os gentios sacrificam, sacrificam-nas aos demônios e não a Deus (1Co 10.20).
“Passa à Macedônia e ajuda-nos!”. Este clamor dos perdidos é um forte motivo para realizarmos a obra missionária.
3. A certeza de que Jesus ordenou: “Ide por todo o mundo”. O terceiro e mais forte argumento que constrangia o apóstolo Paulo para a obra missionária, era que o próprio Jesus havia ordenado “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). O próprio Paulo exclamou: “Ai de mim se não anunciar o evangelho” (1Co 9.16). Os seguidores de Jesus deveriam ir a todas as nações (Mt 28.19) a pregar o arrependimento e a remissão dos pecados no nome de Jesus (Lc 24.47). O novo cântico de salvação deve ser entoado por todos os povos (Sl 96.1-3). Jesus, pela sua cruz, derribou a parede que separava judeus de gentios, os quais agora podem reconciliar-se com Deus em um só corpo.
4. A convicção da responsabilidade pessoal de anunciar o evangelho. Esta era a quarta causa de a chama missionária manter-se acesa durante toda a vida de Paulo. Ele era dominado por esta responsabilidade: “[…] me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16).
II. PAULO, O GRANDE MISSIONÁRIO
A história da vida de Paulo como missionário é um exemplo excepcional. Nele vemos uma pessoa que pela operação do Espírito Santo dedicou-se inteiramente à causa do Senhor. Veremos as manifestações do Espírito Santo na vida de Paulo como missionário enviado pelo Senhor.
1. O Espírito Santo encheu Paulo do amor de Deus. O Espírito Santo é Espírito de amor (2Tm 1.7). O amor de Deus é a expressão da vida de Jesus em nós (Cl 3.4). Este amor torna o crente disposto a entregar a própria vida pelas almas perdidas (1Jo 3.16), pois o verdadeiro amor se expressa não somente em palavras, mas em obras (1Jo 3.18). O amor sente compaixão pelos perdidos (Mt 9.36), e procura fazer de tudo para ganhá-los (1Co 9.22). Paulo era dominado por esta visão, paixão e sentimento (2Co 12.15). Ele estava sempre disposto a, de boa vontade, deixar-se gastar para ganhar as almas.
2. O Espírito Santo capacitou Paulo para dar sua vida em sacrifício vivo a Deus. Ele chegou à situação de poder dizer “e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Para Paulo, a sua vida era Cristo, e seu intenso desejo era que Cristo fosse engrandecido no seu corpo, fosse pela vida, fosse pela morte (Fp 1.20-21). Ele pôde testificar aos companheiros de naufrágio: “O anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo […]” (At 27.23). Que testemunho maravilhoso! Ver também Atos 20.24: a suma da sua vida missionária, feita por ele.
3. O Espírito Santo, Espírito de poder, operou poderosamente na vida de Paulo. Além do poder que Paulo recebeu ao ser batizado com o Espírito Santo, vários dons do Espírito operavam nele: dons de sabedoria e ciência, de discernimento, fé, operação de maravilhas, dons de curar. O poder de Deus operava por meio do ministério de Paulo como um arado, abrindo profundos sulcos no coração do povo, preparando os corações para receberem a semeadura da Palavra.
4. O Espírito Santo operou na vida de Paulo uma total dependência de Deus. Paulo entendia que tudo o que havia sido feito através de seu ministério era uma operação da graça divina (1Co 15.10). Ele conhecia a sua grande limitação a ponto de dizer “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes der ser ministros […]” (2Co 3.5,6).
5. O Espírito Santo deu a Paulo a visão da vitória que sempre acompanha o evangelho. Ele pregava com muita ousadia o evangelho de Cristo, que é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Apesar de dizer que para ele o viver é Cristo e o morrer é ganho (Fp 1.21), ele preferia ficar neste mundo, para que disto resultasse algum fruto na sua obra (Fp 1.21-25). Esta sede de ganhar almas para o Senhor o impelia sempre.
III. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO DÁ VISÃO E CAPACITAÇÃO MISSIONÁRIA
1. A despedida de Jesus e seu assunto central. O assunto que ocupou a despedida de Jesus ao retornar ao céu, foi a expansão mundial ao evangelho. Jesus disse aos seus discípulos que eles receberiam poder para serem suas testemunhas até os confins da terra, e enquanto dizia isto foi elevado às alturas (At 1.9). Assim, as últimas palavras de Jesus aqui na terra foi “[…] até aos confins da terra”. A profecia de Jesus continua a ter seu cumprimento, porque o evangelho de poder continua a se expandir para locais onde ainda não foi pregado (Rm 15.21; 2Co 10.16). E assim continuará até o fim.
2. O Espírito Santo conferiu aos discípulos a visão missionária. Gradativamente o Espírito Santo foi revelando aos discípulos o plano de Deus, e a expansão do evangelho prosseguiu na sequência predita por Jesus. O livro de Atos conta como foi o início desta expansão. Os sete primeiros capítulos relatam como o evangelho penetrou em Jerusalém. Os capítulos 8 e 9, contam como o evangelho chegou a toda a Judeia e Samaria, e a partir do capítulo 10, vemos o evangelho pregado aos gentios até os confins da terra. Importa ouvir e receber a visão missionária.
IV. O ESPÍRITO SANTO CONTINUA CHAMANDO CRENTES PARA A OBRA MISSIONÁRIA
1. Quando a igreja orava, o Espírito falava (At 13.1-4). O Espírito Santo ordenou que Paulo e Barnabé fossem separados para a obra. O Espírito ainda fala! Quem há de ir por nós? (Is 6.8) Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 2.7).
2. O Espírito Santo move o crente a entregar-se inteiramente na mão do Senhor para fazer a Sua obra. Coloque sua vida no altar de Deus (Rm 12.1). O amor de Cristo, que o Espírito derrama no coração do crente, constrange-o a entregar a sua vida pela salvação dos perdidos (2Co 5.14). O crente passa a sentir-se um devedor (Rm 1.14), e seja para a vida, seja para a morte, esse crente quer que Cristo seja engrandecido (Fp 1.20). Passa a sentir que só deste modo a vida tem valor (At 20.24).
V. O ESPÍRITO SANTO CONFIRMA O TRABALHO DE SEUS SERVOS
O Espírito Santo comunica poder à palavra pregada (1Ts 1.5). Ele se manifesta pelos dons espirituais e esta manifestação dos dons tem aberto as portas do evangelho em muitos lugares. Hebreus 2.4 diz que Deus testificou com eles por sinais e milagres e várias maravilhas e dons do Espírito, distribuídos por sua vontade.
CONCLUSÃO
A maior necessidade do trabalho missionário atual é que os que trabalham nesta obra sejam revestidos de poder do alto. É por isto que a Bíblia orienta que oremos pelos servos do Senhor (Cl 4.3,4; 2Ts 3.1; Ef 6.18-20; Rm 15.28-31).
Subsídio Missiológico
“Se a salvação e seu consequente compromisso com uma vida de discipulado radical formam o alicerce do serviço cristão, o batismo no Espírito Santo provê o poder para esse serviço. A maioria dos cristãos concordaria que uma infusão do poder do Espírito é fundamental para uma vida de serviço. A contribuição pentecostal é a ênfase em que essa capacitação é subsequente à salvação, que o crente é batizado com o Espírito Santo depois de ter sido salvo. A ordem de Cristo em Atos 1.4,5 é compreendida como normativa para toda a Igreja até a sua volta […].
[…] Essa concessão de poder é uma capacitação de poder sobrenatural para cumprir a comissão de Cristo de discipular as nações. Essa tem de ser a agenda da Igreja até a volta de Cristo. Isso é mostrado pelo desenvolvimento do pensamento de revestimento/ nações/ retorno, que está em Atos 1.8-10 […].
[…] Em termos práticos, isso significa que o missionário pentecostal realiza a tarefa confiante de que o poder (do grego dúnamis) do Espírito Santo, recebido quando alguém é batizado com o Espírito Santo, será adequado para cada desafio. Não existe a necessidade de hesitar no testemunho pessoal, na pregação pública, no exercício dos dons espirituais, ou na confrontação direta com os poderes das trevas.
A confiança do missionário pentecostal descansa primeiramente sobre o poder concedido no momento de ser batizado com o Espírito Santo. Neste sentido, tem caráter fundamental a declaração de Jesus relacionando o poder pentecostal com o exercício do testemunho mundial (At 1.8). Junto com as habilidades naturais e os dons que foram descobertos no curso do ministério, o missionário pentecostal também deseja ‘os melhores dons’ (1Co 12.31), sabendo que existe capacitação divina abundante para aqueles que buscam em obediência a vontade de Deus (1Co 12.11; Ef 4.7). ‘Naturalmente, segue-se que o missionário pentecostal espera operar no campo do sobrenatural’” (Missões na Era do Espírito Santo. CPAD, pp.191,193,194).
Arado: Instrumento para lavrar a terra.
Compaixão: Piedade, pena, dó, condolência.
Expandir: Tornar amplo; estender, alargar, dilatar; abrir, ampliar.
Sulco: Valão aberto pelo arado ou pela charrua; ruga, prega, dobra.
Universalidade: Qualidade do que envolve toda a Terra ou do que é comum a todos os homens; mundial.
Comentário Bíblico — Efésios. Elienai Cabral, CPAD.
Missões na Era do Espírito Santo. John V. York, CPAD.
… E Samaria. Severino Pedro da Silva, CPAD.
O Que Você Pode Fazer na Plenitude do Espírito. Walter Brunelli, CPAD.
1. Cite dois motivos que levaram Paulo a realizar a obra missionária.
R. A convicção de que Jesus é o único meio de salvação e o impacto da realidade de que os gentios não conhecem a Deus.
2. Qual a ordem enfática dada por Jesus aos discípulos em Marcos 16.15?
R. Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura.
3. Mencione três manifestações do Espírito Santo na vida de Paulo como missionário.
R. O Espírito Santo encheu Paulo do amor de Deus, operou na sua vida uma total dependência de Deus e capacitou-o para dar sua vida em sacrifício vivo a Deus.
4. O que faltava aos discípulos para que pregassem o evangelho, que foi conferido pelo Espírito Santo?
R. A visão missionária.
5. Como o Espírito Santo confirma o trabalho de seus servos?
R. O Espírito Santo comunica poder à palavra pregada.