Título: Família Cristã — Eu e a minha casa serviremos ao Senhor
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 2: A Família e a Igreja
Data: 11 de Abril de 2004
“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42).
É possível existir família sem igreja, isso precariamente e com graves prejuízos, mas igreja sem família, não.
Segunda — Sl 122.1
A alegria de estar na casa do Senhor
Terça — Cl 4.15
A Igreja e a família
Quarta — Quarta - Sl 27.4
Aprendendo na casa do Senhor
Quinta — Hb 10.25
Não deixando a nossa congregação
Sexta — At 12.12
Uma congregação em casa
Sábado — Lc 2.41
Uma família na casa do Senhor
Atos 2.41-47.
41 — De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas.
42 — E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 — Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 — Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45 — Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 — E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47 — louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Reproduza o gráfico abaixo no quadro de giz ou numa cartolina e pergunte aos alunos o que a família pode fazer pela igreja e o que eles gostariam que a igreja fizesse por eles.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Não há como apartar igreja e família porque esta constitui o Corpo de Cristo que é essencial para ela estar alicerçada nas Sagradas Escrituras, servir a Deus e desfrutar de todas as bênçãos divinas. É possível uma família viver sem a igreja, todavia ela será vencida por muitas dificuldades e fracassará inúmeras vezes pois não contará com o apoio daquela que é a “família de Deus”. Uma não consegue sobreviver sem a outra. A família deve cooperar para o crescimento saudável da Noiva de Cristo através do seu bom testemunho cristão, das suas contribuições e de sua frequência regular aos cultos, a outras atividades da igreja e principalmente a Escola Dominical. A Igreja pode ajudar a família por meio da oração, de palestras e eventos que abordem assuntos relacionados a esta instituição, de visitas periódicas e de aconselhamentos. Agindo desta maneira, estaremos colaborando em favor do grande projeto de Deus para a humanidade: a salvação.
Durante este trimestre, você poderá aproveitar este assunto e fazer uma grande campanha da família em sua Igreja. Confeccione convites e distribua para todos os alunos a fim de que eles tragam todos os seus familiares para a Escola Dominical, principalmente os que ainda não servem a Deus. Se possível, peça-lhes que toda a família procure se sentar junto na igreja. Converse com o pastor da Igreja para que ele esteja intercedendo especialmente pelas famílias todos os domingos no encerramento da Escola.
INTRODUÇÃO
Conforme vimos na primeira lição deste trimestre, a família é a obra-prima de Deus. Ele a instituiu, visando a plena execução de seu plano redentor. Todas as instituições humanas foram criadas a partir da família que, historicamente, é definida como célula-mãe da sociedade. Aliás, até mesmo o povo de Deus, quer do Antigo, quer do Novo Testamento, foi estabelecido e formado a partir da família. A Igreja existiu primeiro no eterno plano e propósito de Deus (Ef 1.4), mas na história surgiu no Dia de Pentecostes. A Igreja aqui na terra é chamada na Bíblia de “família de Deus” (Ef 2.19). Nesta lição, estaremos vendo a relação entre a família e a igreja, como esta poderá auxiliar aquela e vice-versa. Constataremos que ambas, como projetos de Deus, requerem plenamente nossa atenção.
I. JESUS E A FAMÍLIA
Muitas cenas do ministério de Cristo (pregação, ensino, milagres, refeições, descanso) ocorreram em lares, envolvendo a família inteira, isto é, seus membros em geral. Isto pode ser facilmente visto nos Evangelhos. Quando Ele, da destra do Pai, enviou o Espírito Santo para formar a Igreja no Dia de Pentecostes, seus discípulos estavam reunidos e assentados numa casa de família (At 1.13; 2.2).
1. A família cristã. Na célebre e instrutiva passagem doutrinária sobre a família (Ef 5.22-33), vemos que num lar verdadeiramente cristão, o marido e a mulher, no seu modo de viver e de agir, figuram para a própria família, para a igreja e para o mundo, a união mística, perene e profunda entre Cristo e sua Igreja. A clássica passagem trata da família cristã, entretanto, o nome Igreja é mencionado seis vezes. Isto revela que a família e a igreja são entidades não apenas associadas, mas entretecidas e interdependentes.
2. A importância da família nos planos divinos. Deus deu origem à raça humana mediante uma família: Adão e Eva. Ele fundou a nação escolhida utilizando uma família: Abraão e Sara. Trouxe o Salvador Jesus ao mundo através de uma família: José e Maria. O primeiro ato de Deus após criar a família foi abençoá-la: “E Deus os abençoou” (Gn 1.28). Deus continuou dispensando esta bênção à família, como é patente em Gênesis 5.2; 12.3; 28.14, e através de toda a Bíblia.
3. A igreja do lar. Em termos humanos e terrenos, a igreja depende do lar, assim como o lar é dependente da igreja. Uma igreja não pode ser forte, viva e santa com famílias fracas na fé, amortecidas espiritualmente e sem santificação, por adotar o modo de viver do mundo.
4. Cada lar cristão uma igreja. “Lar” vem do latim “lare” que significa parte da cozinha onde se acendia fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente; daí vem o termo “lareira”. O lar, pois, é o ambiente onde vive a família; ele deve ser aquecido não só pelo “amor do Espírito”, mas também do coração humano — o “calor humano”, hoje tão raro, e que tanto ameaça a família. Cada lar cristão deve ser aqui e agora uma igreja do Senhor em miniatura, onde Deus seja conhecido, refletido, visto, obedecido e amado, a piedade seja cultivada e o cristianismo bíblico, praticado.
II. A FAMÍLIA NA IGREJA PRIMITIVA
1. A Igreja nasceu em um lar. A igreja na sua expressão visível e local nasceu em um lar, como já vimos em Atos 1.13; 2.2 (o cenáculo era um compartimento amplo, acolhedor, mobiliado e arrumado para a ceia). Nos três primeiros séculos da era cristã, provavelmente por razões financeiras, já que era difícil comunidades pequenas e pobres — que normalmente compunham as igrejas locais — construírem templos, os irmãos reuniam-se nas casas particulares para partir o pão e comê-lo com alegria e singeleza de coração (At 2.46). Um exemplo disso era a Igreja em Roma: os crentes romanos congregavam-se em casas espalhadas pela cidade, por isso a expressão “a igreja que está em sua casa” (Rm 16.5; 1Co 16.19; Cl 4.15; Fm v.2).
2. A família no Novo Testamento: quase sinônimo de Igreja. Havia uma perfeita integração entre a família e a igreja. Tão perfeita, que era difícil saber onde terminava a igreja e começava a família. Ambas achavam-se engajadas na expansão do Reino de Deus. E, assim, a igreja caía na graça do povo e crescia diariamente (At 2.47). Não fosse tal integração, a Igreja não teria chegado tão cedo à capital do Império Romano. Além do livro de Cantares de Salomão, que aborda o relacionamento conjugal, a Bíblia não contém mais livros completos sobre a família porque, como já vimos no Novo Testamento, tal instituição é quase sinônimo de igreja, e nos primeiros séculos, as igrejas não tinham templos; congregavam-se em casas de famílias abastadas. A doutrina da família não era apenas ouvida; era vista ao vivo, no lar.
Que este exemplo possa ser seguido rigorosamente! Só pode haver uma igreja forte espiritualmente se as famílias também estiverem fortes, e entre ambas houver perfeita harmonia. Se é verdade que a igreja local e visível procede do lar, logo, o que ocorre diuturnamente na família refletirá na igreja.
III. A FAMÍLIA COOPERANDO COM A IGREJA
1. A família coopera eficazmente com a igreja: através do seu bom testemunho perante o mundo, de uma vida no santo temor de Deus, da obediência às doutrinas bíblicas e observância das normas da igreja local através do seu pastor, uma vez que tudo esteja “conforme a sã doutrina”.
2. A frequência normal e regular da família aos cultos e a outras atividades da igreja. A família deve apoiar os projetos e trabalhos da igreja não só orando e jejuando, mas também de várias outras formas, de acordo com o que for estabelecido pelo pastor.
3. A família contribuindo para a igreja. Os dízimos e ofertas da família devem ser entregues à igreja como expressão da sua adoração, do seu amor e gratidão a Deus.
4. A frequência normal e regular à Escola Bíblica Dominical. A principal agência de ensino da igreja é fundamental para toda a família: da criança ao idoso.
IV. A IGREJA COOPERANDO COM A FAMÍLIA
No capítulo 16 de sua Epístola aos Romanos, Paulo cita diversas famílias que muito o ajudaram em seu ministério. O apóstolo deixa bem patente que sem elas o seu trabalho seria infrutífero. Aliás, a mesma preocupação é manifestada em suas outras epístolas. Por isto, deve a igreja ter um cuidado especial com as famílias, porque se estas forem bem constituídas, aquela também o será; se as segundas forem avivadas, a primeira haverá de experimentar um grande crescimento.
A igreja, por conseguinte, pode ajudar:
1. Orando pelas famílias. A família sofre os mais impiedosos ataques de Satanás. Por isto devem as igrejas estabelecer cultos de oração e intercessão pelos lares, a fim de que estes sejam fortes e espiritualmente sadios.
2. Aconselhando as famílias. É urgente que as igrejas, através de seu ministério, se dediquem ao aconselhamento das famílias. Desta forma, estaremos evitando conflitos e separações entre os cônjuges.
3. Visitando as famílias. As famílias devem ser visitadas regularmente por seus pastores, para que elas se sintam inseridas e engajadas no Reino de Deus. Receber o anjo da igreja, em casa, é sempre uma bênção.
4. Marcando reuniões específicas para as famílias. Nessas reuniões, o pastor da igreja terá oportunidade de dispensar um tratamento especial às famílias, ajudando-as a superar dificuldades e a solucionar problemas. Os temas serão específicos: conflitos conjugais, criação de filhos, finanças, etc.
CONCLUSÃO
Portanto, não podemos separar a igreja da família, nem esta daquela; ambas fazem parte do grande projeto de Deus para a humanidade. Estava tão consciente disso o apóstolo Paulo que, em sua Epístola aos Efésios, explica ele o mistério da Igreja, fazendo uma belíssima alegoria com o casamento (Ef 5.22-32).
Esforcemo-nos, pois, a fim de que o nosso lar seja realmente uma perfeita simbologia da Igreja. Somente assim, haveremos de glorificar a Deus através de nossa piedosa atitude.
Abastado: Rico, endinheirado, opulento.
Alegoria: Exposição de um pensamento sob forma de uma sequência
de metáforas.
Célebre: Notável, famoso, insigne, muito distinto.
Célula-mãe: Célula de origem.
Engajar: Empenhar-se em dada atividade ou empreendimento.
Entidade: Sociedade ou grupo que dirige as atividades de uma
classe.
Entretecido: Entrelaçado, entrançado.
Integração: Harmonia, adaptação.
Interdependentes: Que depende um do outro.
Místico: Relativo à vida espiritual.
Singeleza: simplicidade, pureza, sinceridade.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
1. Que relação podemos estabelecer entre a igreja e a família?
R. O relacionamento entre o homem e a mulher simboliza a união entre Cristo e a Igreja.
2. Qual a importância da família nos projetos divinos?
R. Através dela, Deus originou a raça humana, fundou a nação de Israel e trouxe o Salvador Jesus ao mundo.
3. Como era a igreja primitiva?
R. Era composta normalmente de comunidades pequenas e pobres que se reuniam nas casas particulares para comer o pão com alegria e singeleza de coração.
4. O que a igreja pode fazer pela família?
R. Orar, aconselhar, visitar e marcar reuniões específicas para as famílias.
5. O que a família pode fazer pela igreja?
R. Dar um bom testemunho diante da sociedade, frequentar regularmente os cultos e a Escola Dominical e contribuir com os dízimos e as ofertas.
Subsídio Bibliológico
“Alguns casais sabem como tirar maior proveito da vida. Complementam um ao outro, fortalecem-se e tiram proveito dos pontos fortes de cada um, formando uma dupla imbatível. Seus esforços unidos afetam aqueles que estão ao seu redor. Áquila e Priscila eram um casal assim. Eles nunca foram mencionados separadamente na Bíblia. No casamento e no ministério cristão, trabalharam como uma só pessoa.
Priscila e Áquila conheceram Paulo em Corinto durante a segunda viagem missionária do apóstolo. Tinham acabado de ser expulsos de Roma por um decreto do imperador Cláudio contra os judeus. A casa em que viviam era tão móvel quanto as tendas que faziam para se sustentar. Abriram-na para Paulo, e este se uniu a eles na fabricação de tendas, para obter o sustento. Paulo compartilhou com o casal sua rica sabedoria espiritual.
Priscila e Áquila tiraram o maior proveito possível de sua educação espiritual. Ouviram cuidadosamente os sermões de Paulo e avaliaram o que ouviram. O resultado foi que, quando Apolo falou, Priscila e Áquila ficaram impressionados com a habilidade dele, mas perceberam que suas informações não estavam completas. Em vez de confronto aberto, o casal levou Apolo para sua casa e compartilhou com ele o que era necessário conhecer. Até então, Apolo conhecia apenas a mensagem de João Batista a respeito de Cristo. Priscila e Áquila lhe falaram sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus, e também da realidade de que o Espírito de Deus habita o interior de cada um de nós. Apolo continuou a pregar poderosamente, mas agora conhecia a história completa.
Quanto a Priscila e Áquila, continuaram usando sua casa como um lugar terno para o ensino dos cristãos e para a adoração a Deus. De volta a Roma, anos mais tarde, foram os anfitriões de uma das igrejas que se desenvolveu em casa.
Em uma época em que o foco estava principalmente no que acontece entre o marido e a esposa, Áquila e Priscila são um exemplo do que pode acontecer por intermédio de um marido e sua esposa. A efetividade que apresentaram para trabalharem juntos é o resultado de um bom relacionamento conjugal. A hospitalidade deles abriu a porta da salvação para muitas pessoas. O lar cristão ainda é uma das melhores ferramentas para a divulgação do evangelho. Seus convidados encontram Cristo em sua casa?”(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD, p.1525).