Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2004

 

Título: Família Cristã — Eu e a minha casa serviremos ao Senhor

Comentarista: Eliezer de Lira e Silva

 

 

Lição 5: O princípio da autoridade paterna

Data: 2 de Maio de 2004

 

TEXTO ÁUREO

 

E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno hoje, para que bem te vá a ti e a teus filhos(Dt 4.40).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira autoridade no lar gera segurança e garante a sólida formação do caráter dos filhos.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Êx 20.12

O acatamento a autoridade dos pais prolonga a vida

 

 

Terça — 1Co 11.3

A amorosa autoridade do esposo sobre a esposa

 

 

Quarta — Pv 17.25

A insensatez do filho frustra os pais

 

 

Quinta — Dt 4.9

A obediência é um pré-requisito para quem ordena

 

 

Sexta — Jr 35.18,19

O Senhor abençoa o filho que obedece

 

 

Sábado — Pv 13.1

Ouvir a repreensão é sinal de sabedoria

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Efésios 6.1-4.

 

1 — Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.

2 — Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,

3 — para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.

4 — E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.

 

PONTO DE CONTATO

 

Quando os filhos aprendem a submeter-se à autoridade paterna, é mais fácil treiná-los para que se submetam à autoridade e disciplina de Deus, e eventualmente desenvolvam a autodisciplina necessária para uma vida de obediência ao Senhor. Daí a urgência e importância deste palpitante assunto. Os filhos precisam estar constantemente debaixo da orientação e autoridade do pai!

Inicie a aula fazendo os seguintes questionamentos: Até que ponto deve o pai manter os filhos sob seu controle? Com que frequência o pai deve fazer-se presente no processo de formação dos filhos? Você deixaria de atender a um pedido de seu filho, caso soubesse que esse atendimento acarretaria prejuízos na formação do caráter dele?

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Reconhecer que a legítima autoridade paterna, de acordo com os preceitos da Palavra de Deus, é imprescindível na formação dos filhos.
  • Destacar a importância de se impor limites na criação dos filhos a fim de que tenham um comportamento saudável e adequado.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Não é fácil equilibrar amor e disciplina na criação dos nossos filhos. Entretanto, ninguém pode negar que a disciplina é essencial à nossa existência. Sem ela jamais conseguiremos completar qualquer coisa na vida e, além disso, é a disciplina que nos mantém no caminho e na vontade de Deus. Se disciplinarmos nossos filhos corretamente, segundo o temor do Senhor e os ditames de sua Palavra, com certeza, criaremos um ambiente doméstico de amor e tranquilidade.

Quando os filhos são maiores, aprendem a autodisciplina; mas quando novos, precisam da autoridade do pai para desenvolver, no futuro, um caráter irrepreensível e santo.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

A figura paterna está cada vez mais ausente no processo de educação dos filhos. Há pelo menos duas razões que justificam esta afirmativa: a primeira, diz respeito às pressões sociais e econômicas que levam os pais, muitas vezes, a confiar a educação dos filhos aos avós, babás ou creches; a segunda, diz respeito ao medo de assumir a autoridade paterna e serem taxados de antiquados e ignorantes. Discuta amplamente esse tema com seus alunos.

Divida a turma em dois grupos (A e B). O grupo A deverá discutir o assunto por dez minutos, e o B observará e analisará a discussão anotando os pontos importantes. Terminada a primeira parte, os grupos deverão inverter suas funções. Ao cabo do tempo determinado para a participação de ambos os grupos, o professor deverá assumir o comando e conduzir as questões para um fechamento.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

De acordo com a Bíblia, a legítima autoridade exercida pelos pais é um ingrediente indispensável na formação dos filhos, desenvolvendo neles a capacidade de entender os limites estabelecidos dentro e fora do lar.

Mais adiante, estudaremos como e quando esses limites devem ser estabelecidos, visando sempre o aperfeiçoamento do caráter dos filhos. Tudo isso na perspectiva cristã. Veremos, também, que nem tudo está perdido quando se falhou em algo. Se os filhos ainda estiverem sob a responsabilidade dos pais, devem estes se mostrar dispostos a resgatar, com sabedoria e temor de Deus, a autoridade que Deus lhes confiou.

 

I. O QUE LEVA À FALTA DE AUTORIDADE

 

1. Pouca ou nenhuma presença do pai no processo formativo dos filhos. O mundo ocidental vem observando uma acentuada omissão do pai na formação dos filhos. Os estudiosos têm se preocupado com este fenômeno, e comprovam que a ausência da figura do pai é a principal causa da crise de autoridade no lar. É urgente, por conseguinte, que o homem exerça seu papel na família, pois é incalculável o número de crianças que já não possuem o referencial paterno como fator de educação. Isto certamente provocará, num futuro próximo, a dissolução de milhões de famílias. Portanto, compete ao chefe da casa, sempre apoiado pela esposa, o estabelecimento de limites justos, necessários e cristãos na vida dos filhos.

2. Ausência de limites. A responsabilidade por um filho não se limita a mantê-lo alimentado, vestido e abrigado. Os pais, que estão cientes de suas obrigações, sabem que uma criança sem limites éticos, cabíveis e lógicos, não é realmente livre e, muito menos, feliz. Todavia, a que aprendeu a observar os limites impostos pelos genitores, sentir-se-á segura, visto que tais medidas proporcionam-lhe um comportamento mais saudável e produtivo (Pv 20.11).

Negar o pedido de um filho não é tarefa fácil. Entretanto, o “não” dito na hora certa, e de maneira correta, gera um fator positivo na formação do caráter da criança, levando-a a compreender qual o seu papel na vida. Com o passar dos anos, o filho aprenderá a caminhar por si só; o que lhe valerá, no futuro, não é a presença constante dos pais, nem tampouco os muitos presentes que deles recebeu, mas os valores que lhe transmitiram os genitores (Pv 6.20-24). Assim educada, a criança acaba por entender que, por não ser adulta, não tem condições de dirigir a si mesma e, muito menos, a seus pais.

 

II. A AUTORIDADE PATERNAL E A IGREJA

 

Em nossas igrejas, vê-se pais impotentes diante de seus filhos, principalmente nos cultos, quando se espera um comportamento adequado inclusive das crianças. Isto demonstra falta de autoridade dos pais.

Filhos procedentes de lares onde nãohá limites crescem desajustados. Muitos deles estão nas penitenciárias e outros não vivem mais (Dt 5.16). A fim de que os filhos honrem aos pais, assimilem os seus justos valores e aceitem os limites por eles estabelecidos, faz-se necessário que lhes sejamos referenciais exemplares (Dt 6.6,7; Tt 2.7a). Nossa missão é de primeira grandeza: repassar aos filhos os verdadeiros conceitos de uma vida feliz e espiritualmente próspera.

Ao procurar o pai, o Filho Pródigo pediu a sua parte na herança, para gozar da liberdade mundana. Depois de experimentá-la e desperdiçar o que recebera, caiu em si e sentiu-se compungido a voltar para o aconchego do lar, concluindo que, sob os limites do pai, gozava de segurança, carinho e conforto (Lc 15.11-25). Conclui-se, por conseguinte, que um lar, onde os limites são justa e biblicamente estabelecidos, conforme recomenda a Palavra de Deus, faz com que as crianças sintam-se realmente felizes.

 

III. RECUPERANDO A AUTORIDADE PERDIDA

 

1. Filhos sob autoridade de outras pessoas. Nenhum motivo, que não seja a morte, justifica os filhos estarem afastados da autoridade dos pais. Quando Deus confiou aos pais a educação e a formação de seus filhos, embutiu, nesta demanda, o exercício da autoridade como algo indispensável.

Quem tem de cuidar de nossos filhos somos nós. Por que impor sobre os outros uma responsabilidade que é prioritariamente nossa? Pouquíssimos são os avós em condições físicas e psicológicas para educar os netos. Portanto, os pais que se encontram fora dos padrões estabelecidos por Deus, devem retomar o seu papel de educadores de seus filhos enquanto é tempo. E Deus, certamente, os ajudará nesta sublime tarefa (Dt 4.40).

2. Filhos adolescentes. Quando duas ou mais pessoas se conhecem, conceitos, valores e informações são intercambiados. Daí o motivo de Jesus ter-nos considerado sal da terra (Mt 5.13ss). Quando aumenta o relacionamento dessas pessoas, este fenômeno é observado numa escala muito maior. É aí que entra a questão de nossos filhos adolescentes.

Eles são muito permeáveis à influência do grupo. Por isto, devem os pais estar bem atentos para, além de estar perto deles, conhecer o grupo do qual eles fazem parte. Aproxime-se, pois, desse grupo, a fim de poder administrar a amizade de seu filho, principalmente se os limites devidos não foram bem estabelecidos em sua primeira infância.

3. Resgatando a autoridade. Considerando que a autoridade paterna é um instrumento divino a nós confiado para garantir a qualidade da formação de nossos filhos, é imprescindível que todo o pai tenha consciência desta verdade explicitada em Gênesis 18.19, quando Deus fala a respeito de Abraão: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele… para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado”. De Abraão se esperava que governasse de modo tal seus filhos que estes e os filhos destes pusessem em prática a vontade revelada de Deus.

Quando o pai se conscientiza de que a autoridade é necessária para que os seus deveres sejam cumpridos, deve:

a) Quando errar, reconhecer e assumir seu erro (Pv 28.13);

b) Orar muito a Deus especificamente sobre o assunto (Mc 11.24);

c) Aconselhar-se com líderes sábios, conhecedores do assunto (Pv 11.14);

d) Reunir a família, tratar dos assuntos domésticos à luz da Bíblia, e pôr “ordem na casa” (Mt 12.25).

 

CONCLUSÃO

 

A falta de autoridade por parte dos pais não só traz desordem ao lar e vexame no convívio social, como gera indivíduos irresponsáveis, contraventores e despreparados para enfrentar a realidade da vida.

Recomendamos tanto aos pais quanto aos filhos a leitura reflexiva de Efésios 6.1-4. Neste texto, encontramos tanto o princípio da obediência que os filhos devem ter em relação aos pais, como a autoridade que deve ser exercida com sabedoria e discernimento pelos pais em relação aos filhos.

 

VOCABULÁRIO

 

Aconchego: Comodidade, conforto, proteção, amparo.
Contraventor: Aquele que transgride a lei.
Discernimento: Faculdade de julgar as coisas clara e sensatamente; critério.
Imprescindível: Algo de que não se pode abrir mão; indispensável.
Intercambiar: Permuta, troca.
Permeável: Que pode ser transpassado.
Vexame: Vergonha, afronta, ultraje.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Criando os Filhos no Caminho de Deus. Kathi Hudson, CPAD.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Cite duas causas da falta de autoridade paterna.

R. Pouca ou nenhuma presença do pai no processo formativo dos filhos e ausência de limites.

 

2. A quem compete estabelecer limites na vida dos filhos?

R. Aos pais.

 

3. Cite um exemplo bíblico de um filho que descobriu em tempo a segurança dos limites paternos.

R. O filho pródigo.

 

4. Que motivo justificaria filhos sob autoridade de outra pessoa que não os pais?

R. A morte dos pais.

 

5. Em que faixa etária o homem é mais influenciado pelo grupo com quem convive?

R. Na adolescência.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Bibliológico

 

“Todos nós lutamos com o dilema de estabelecer firmes limites e ainda tememos conduzir nossos filhos à rebeldia. Como podemos caminhar nesta tênue linha?

Acho que meus pais fizeram um excelente trabalho nesta área. Eles nunca foram muito severos (na verdade, tive mais liberdade que muitos de meus amigos); as expectativas eram expostas tão claramente, que disciplinei a mim mesma para não ultrapassar o limite. Ao fazer más escolhas, sentia-me triste por ter falhado para com meus pais. Eles não costumavam dizer qualquer palavra; apenas me olhavam, eu percebia e me desculpava com eles. É difícil dizer com exatidão como podemos andar nesta linha entre a autoridade e a severidade. Isto varia de lar para lar e depende muito da personalidade da criança. Alguns filhos necessitam de mais limites que outros. Porém, um princípio básico é comum a todos: ao treinar seus filhos para autodisciplina, é necessário afrouxar as rédeas e permitir que sejam responsáveis por seu próprio comportamento. Este processo é mais conhecido como ‘tornar-se independente’.

A ‘liberação’ paternal acontece gradativamente, de acordo com a idade e o nível de maturidade da criança. Para ser eficiente, a autodisciplina da criança necessita ser desenvolvida corretamente. A medida que a criança torna-se mais responsável, recebe menos restrições.

A chave que possibilita esta transição é um relacionamento paternal aberto, que permite exemplo, ensinamento e correção. A criança precisa desenvolver um limite interior que seja repleto de amor” (Criando os Filhos no Caminho de Deus. CPAD, pp.273,274).