Título: Colossenses — A perseverança da Igreja na Palavra nestes dias difíceis e trabalhosos
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 2: O perfil dos cristãos colossenses
Data: 11 de Julho de 2004
“Aos santos e irmãos fiéis em Cristo que estão em Colossos: graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo” (Cl 1.2).
A igreja local, constituída segundo a Bíblia, precisa de oração, conhecimento e comunhão com Deus e da doutrina de sua Palavra para vencer os ataques das heresias.
Segunda — 1Pe 1.15,16
Santidade é indispensável ao crente
Terça — 2Co 5.17
As coisas velhas são passadas
Quarta — Sl 133.1
As bênçãos da união entre os irmãos
Quinta — Pv 8.13
Temer a Deus é apartar-se do mal
Sexta — Ef 2.10
As boas obras dos salvos
Sábado — 2Pe 3.18
O crescimento na graça e no conhecimento
126, 131 e 147 da Harpa Cristã
Colossenses 1.1-10.
1 — Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo,
2 — aos santos e irmãos fiéis em Cristo que estão em Colossos: graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.
3 — Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós,
4 — porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e da caridade que tendes para com todos os santos;
5 — por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,
6 — que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade;
7 — como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo,
8 — o qual nos declarou também a vossa caridade no Espírito.
9 — Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;
10 — para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus;
Professor, nesta lição, aprendemos algo muito importante: o valor da intercessão. Paulo não se cansava de orar pelos cristãos da igreja de Colossos. Preocupava-se com eles, apesar de não conhecê-los. Sua atitude nos aponta o valor da intercessão. Você tem orado por seus alunos? Você tem orado pelos missionários que não conhece, mas sabe que estão falando sobre o amor de Deus em alguma parte deste vasto mundo?
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Paulo era um apóstolo enviado da parte de Jesus Cristo, convicto de sua chamada pelo próprio Deus. Nesta lição, observamos a preocupação de um pastor com suas ovelhas. Embora fosse Epafras o pastor local das mesmas, Paulo sentia-se responsável por elas, pois sempre as incluía em suas orações. Não obstante os cristãos de Colossos serem santos, fraternos e fiéis, ele rogava ao Senhor para que fossem cheios do conhecimento da vontade de Deus, obtendo, então, sabedoria e inteligência espirituais a fim de terem uma vida santa, agradarem ao Pai, praticarem boas obras, serem fortalecidos no poder de Deus, pacientes, longânimes e gratos ao Senhor. Sendo assim, estariam mais resistentes aos ataques das heresias e aptos para combatê-las.
Divida a turma em 3 grupos. Cada um deverá ter o seu representante que escolherá um tema a ser debatido por todos os integrantes. Os temas são: santidade, fraternidade, fidelidade — os três aspectos que compõe o perfil moral e espiritual dos cristãos colossenses. Dê cinco minutos para eles discutirem entre si. Após esse período, cada grupo deve escolher alguém para representá-lo e expor a opinião concordada sobre o tema escolhido. No final, conclua os assuntos à luz da Bíblia.
INTRODUÇÃO
Na saudação do apóstolo Paulo aos crentes de Colossos, temos um perfil de cristão bem definido e significativo. Oremos a Deus para que durante este estudo possamos apropriar-nos de qualidades e características que nos sejam úteis à vida cristã e ao trabalho do Senhor nos dias de hoje, que não são menos perigosos que os vividos por aqueles irmãos da igreja primitiva.
I. A SAUDAÇÃO DE PAULO
1. “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo” (1.1a). Paulo dirigia-se a uma igreja ameaçada pela heresia gnóstica que considerava Cristo apenas mais um dentre muitos seres angelicais (aeons). Assim, ele fez questão de afirmar que não era apenas mais um entre muitos mensageiros de doutrinas quaisquer, mas apóstolo (enviado) da parte de Jesus Cristo. E acrescenta: “pela vontade de Deus”. Vivemos num tempo em que homens e mulheres, ostentando títulos de pregadores, mestres, pastores, escritores, profetas, cantores, etc. semeiam livremente o maldito joio dos falsos ensinos através de seus eventos, preleções, escritos, “canções”, “encontros”, emissoras de rádio e televisão, “igrejas livres”, etc.
2. Como Paulo via os irmãos de Colossos (1.2a). Duas qualidades são ressaltadas. Nelas, destacamos três aspectos:
a) “Aos santos”. O apóstolo coloca essa qualidade como primordial. Ele via os crentes daquela igreja como pessoas santas. E não poderia ser diferente. Não faz sentido uma igreja cristã local que não seja formada de santos e santas, uma vez que para início de assunto, o significado do termo igreja, abrange da parte de Deus, chamamento para salvação, distinção, propósito, grupamento, separação. Ou o cristão é santo, ou não é salvo. Se é salvo, tem que ser santo (1Pe 1.15,16).
b) “e irmãos”. Na família de Deus, as pessoas devem ser realmente irmãos e irmãs e, entre elas, a vivência deve ser baseada na união espiritual, conforme diz o Salmo 133. É um contrassenso e uma contradição haver contenda, desunião e intriga numa família espiritual que tem Deus como pai (Ef 2.19). Geralmente trata-se de hipocrisia e mera associação; hipocrisia individual e associação do grupo (e não família de Deus como diz a Bíblia).
c) “fiéis em Cristo”. Sendo santos e irmãos em Cristo, eles eram ao mesmo tempo fiéis. Os três aspectos compõem o perfil espiritual e moral dos cristãos colossenses: santidade, fraternidade e fidelidade. Sem essas características, a rigor, não há cristianismo, não há igreja cristã, não há povo de Deus.
II. AÇÃO DE GRAÇAS PELOS COLOSSENSES (1.3-8)
1. “Orando sempre por vós” (1.3b). O apóstolo cientificou os irmãos de que orava sempre por eles, dando graças “a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Um dos segredos do sucesso de um obreiro é sua vida de constante oração. Na oração do crente, Deus se compraz (Pv 15.8); o Espírito Santo a origina (Ef 6.18); o Senhor Jesus nos assiste e encoraja (Mt 26.40,41). Diz um conhecido provérbio: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.
2. A fé, a esperança e a caridade dos colossenses (1.4,5). Na carta, o apóstolo diz ter ouvido acerca “da fé em Cristo Jesus”, e da caridade que eles tinham “para com todos os santos”, bem como da “esperança”, reservada para eles nos céus. Essas virtudes cristãs eram patrimônio espiritual daqueles crentes. Os cristãos daqueles tempos podem não ter tido muitos bens terrenos, mas eram ricos espiritualmente (1.27; Rm 5.1-5; 1Co 13.13; Tg 2.5).
III. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA DE PAULO
1. Pelo conhecimento da vontade de Deus (1.9). Se os colossenses estavam sendo atacados pelas heresias, que são distorções da verdade divina como temo-la na Bíblia, eles precisavam do conhecimento da vontade de Deus para com a igreja. Sem o conhecimento de Deus e da sua vontade, é impossível discernir entre a verdade e o erro.
2. Para que esse conhecimento fosse “em toda a sabedoria”. Não se trata aqui primeiramente do saber teológico formal (que é muito útil), e muito menos filosófico, mas antes “espiritual” (v.9).
3. Para que esse conhecimento fosse “em inteligência espiritual”. “Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento” (Pv 2.6). Há aqueles entre nós que são inteligentes e criativos, mas por se deixarem corromper, tornam-se carnais e usam sua genialidade para o mal (Jr 4.22) e, até saírem de circulação, enganam a muitos, sendo também enganados (2Tm 3.13).
IV. RESULTADOS DO CONHECIMENTO DE DEUS
1. “Andar dignamente” (1.10). A igreja em Colossos estava assediada pelos falsos ensinadores. Se os crentes não andassem com dignidade, seriam alvo de críticas e escárnios por parte dos hereges que sempre buscam ver, na vida dos homens e mulheres de Deus, alguma coisa para acusá-los. Infelizmente, muitos hoje têm dado motivo para escândalos que atingem o evangelho. Mas Jesus disse: “Porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mt 18.7).
2. “Agradando-lhe em tudo” (1.10). Diante de um mundo sedutor, que sempre procura atrair os cristãos para as práticas pecaminosas, de modo sutil e enganador, há muitos que desprezam os princípios bíblicos e procuram agradar o mundo. Muitas dessas vítimas são jovens incautos e descuidados. Mas a Palavra do Senhor adverte: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2.15).
3. “Frutificando em toda a boa obra” (1.10). A fé deve produzir boas obras (Tg 2.22,26). Tais obras devem corresponder à fé, pois é ativa e se manifesta através de seus atos ou obras e, estas, à fé (Tg 2.14). O cristão não deve praticar boas obras para ser salvo, mas deve praticá-las porque é salvo; a salvação não é por obras (Ef 2.8), “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Se o crente não frutificar, acaba murchando, secando espiritualmente e pode até morrer.
4. “Crescendo no conhecimento de Deus” (1.10). O conhecimento daqueles hereges procedia do seu pensamento filosófico, meticuloso e sofisticado, e das discussões e elucubrações dos famosos mestres seculares da época e também mentores religiosos cuja sabedoria afastava o povo de Deus. Ver 1Co 11.19-24; Tg 3.15-17. Mas o conhecimento de Deus, necessário à igreja, é fundamentado na doutrina do evangelho de Cristo, tão bem explicitada pelos santos apóstolos do Senhor na Bíblia Sagrada. Diz Pedro: “antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18).
5. “Corroborados com toda a fortaleza” (1.11). O termo “corroborado” exprime a força de que necessitavam para a guerra espiritual, o qual dá uma ideia de reforço para os recursos espirituais de que eles já dispunham. Mas não seria um reforço limitado, e sim, “com toda a fortaleza” espiritual. A fonte dessa energia e desse poder é Deus. “Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus” (Sl 62.11). Busquemos continuamente esse poder celestial! Ver 1.29.
6. “Com toda a paciência e longanimidade com gozo” (1.11b). Na guerra espiritual que os colossenses tinham que enfrentar, além do reforço nas armas espirituais, precisavam saber agir com toda a paciência e longanimidade. Esta longanimidade é a capacidade espiritual pela qual a pessoa tem pleno domínio próprio. Aí, vê-se que, na guerra contra as heresias, a igreja não deve agir de modo agressivo e precipitado carnalmente. É preciso agir com paciência e inteligência da parte de Deus. Ver 2Co 10.4,5.
7. “Dando graças ao Pai” (1.12). Em sua oração, Paulo não se esqueceu de lembrar aos colossenses que deveriam ser gratos a Deus. Sua oração, nesse ponto, equivale a um hino de ação de graças. Ele sabia que, quando os crentes estão tristes, abatidos, desanimados, tornam-se presas fáceis dos mensageiros do inimigo. Mas, quando estão alegres no Senhor, eles têm força, têm poder para enfrentar os combates espirituais. Ver Ne 8.10.
CONCLUSÃO
Paulo, o doutrinador, teólogo e ministro do evangelho, supriu a necessidade dos colossenses, orando por eles, e lhes enviando mensagens de reforço espiritual. Hoje, só o ensino fundamentado na ortodoxia bíblica é que pode afastar das igrejas o vírus das heresias. As seitas têm prejudicado a vida espiritual dos crentes. E, sem o conhecimento bíblico, muitos são desviados da sã doutrina.
Subsídio Devocional
“A intercessão ocorre quando pedimos alguma coisa em favor de uma pessoa ou de um grupo, de uma nação ou do mundo inteiro. É uma oração muito importante e, talvez seja a oração mais importante que existe. Graças à prática da intercessão, muitos homens se destacaram na obra de Deus. Abraão, por exemplo, intercedeu por Ló e a família que estava em Sodoma, Daniel intercedeu pelo povo de Israel. Moisés, inúmeras vezes, intercedeu pelo povo israelita no deserto. E, o maior dos intercessores — o Senhor Jesus — intercedeu na terra e continua a interceder por nós nos céus.
Como intercessores, destacaram-se de uma maneira formidável os profetas Moisés e Samuel: ‘Disse-me, porém, o Senhor: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com este povo…’ (Jr 15.1).
Vemos o estado deplorável dos israelitas nos dias de Jeremias. A idolatria, a prostituição e a apostasia chegaram naqueles dias a um nível sem precedente. Ainda que Moisés e Samuel, que sempre foram atendidos pelo Senhor, intercedessem pelos israelitas, o Senhor não os ouviria…
… Nos dias atuais, o homem se encontra em um estado mais decadente do que o dos israelitas nos dias de Jeremias. A idolatria, a prostituição e a apostasia chegaram a uma situação alarmante, a ponto de o homem blasfemar contra Deus. Mas a grande vantagem do homem deste século é que ele possui um intercessor maior que Jeremias, Moisés e Samuel — o nosso Senhor Jesus Cristo. ‘A este, Deus sempre atenderá’” (Oração — Um Ministério Fundamental. CPAD, pp. 58-60).
“A celestial intercessão de Jesus a nosso favor centra-se em estarmos guardados do maligno, Satanás. O Diabo é o príncipe deste mundo e o deus deste século. Satanás é forte demais para nós, porém ele já está vencido por Cristo. Se nos mantivermos ligados com Cristo, Ele nos guardará e o Diabo não nos tocará (1Jo 5.18). A ilustração desta verdade é encontrada em Êxodo 17.8-13. Os amalequitas atacaram Israel; então Moisés enviou Josué com o exército enquanto ia até o alto da montanha com a vara de Deus na mão. Quando Moisés levantava sua mão, Israel começava a vencer a batalha, mas quando deixava sua mão cair, Israel começava a perder. Então Arão e Hur seguraram no alto as mãos de Moisés, e Israel arrasou o inimigo. Jesus intercede por nós no céu, e suas mãos jamais ficarão cansadas. Se olharmos para Ele pela fé, Ele nos dará a vitória enquanto batalhamos contra o mundo.
O propósito de Deus em sua celestial intercessão é que Ele pode nos aperfeiçoar ‘em toda boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em nós o que perante ele é agradável…’ (Hb 13.21). Ele trabalha em nós, do mesmo modo que poderia trabalhar através de nós.
Ao invés de estarmos adaptados a este mundo, estamos transformados pela renovação de nossa mente (Rm 12.2). Isto é o que nos dá sabedoria e discernimento para encararmos as decisões a tomar na vida diária.
A alegria de Cristo, sua Palavra, nossa identificação com Ele e sua celestial intercessão por nós são recursos divinos que temos para vencer o mundo. Será que os estamos usando?” (A Oração Intercessória de Jesus. CPAD, pp. 102,103).
Elucubração: Meditação grave; cogitação profunda.
Escárnio: Zombaria; menosprezo, desprezo, desdém.
Filosófico: Relativo à filosofia, ou a filósofos; racional, lógico.
Hipocrisia: Impostura, fingimento, simulação, falsidade; falsa devoção.
Incauto: Não acautelado; imprudente; crédulo, ingênuo.
Mentor: Pessoa que guia, ensina ou aconselha outra; guia, mestre, conselheiro.
Meticuloso: Que se preocupa com pormenores; minucioso, cuidadoso, cauteloso.
Oração — Um Ministério Fundamental. CPAD, Ubiratan Oliveira da Silva.
A Oração Intercessória de Jesus. CPAD, Warren W. Wiersbe.
1. Como Paulo via os irmãos de Colossos?
R. Como “santos e irmãos fiéis em Cristo”.
2. De que precisavam os colossenses, ante os ataques heréticos?
R. Eles precisavam do conhecimento da vontade de Deus para com a igreja.
3. Qual o tríplice conjunto de virtudes que era patrimônio espiritual dos colossenses?
R. A “fé em Cristo Jesus”; a caridade “para com todos os santos” e a “esperança”, reservada para eles nos céus.
4. Como os colossenses deveriam ter conhecimento da vontade de Deus?
R. “Em toda a sabedoria e inteligência espiritual”.
5. Como os resultados do conhecimento de Deus podem ser desfrutados segundo Paulo?
R. Andando dignamente; “agradando em tudo”; “frutificando em toda a boa obra”; “crescendo no conhecimento de Deus”; “corroborados com toda a fortaleza”: “Com toda a paciência” e “longanimidade com gozo”; “dando graças a Deus Pai”.