LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

3º Trimestre de 2004

 

Título: Colossenses — A perseverança da Igreja na Palavra nestes dias difíceis e trabalhosos

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 

 

Lição 11: A oração e o testemunho do crente

Data: 12 de Setembro de 2004

 

TEXTO ÁUREO

 

Perseverai em oração, velando nela com ação de graças(Cl 4.2).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O estudo da Palavra e a vida de oração, em constante ação de graças, são a base do verdadeiro testemunho cristão.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Sl 55.17

Orando continuamente

 

 

Terça — Mt 26.44

O exemplo de Jesus orando

 

 

Quarta — 1Ts 5.17

Orando sem cessar

 

 

Quinta — At 2.42

Perseverando nas orações

 

 

Sexta — Sl 128.1-3

A família nos caminhos do Senhor

 

 

Sábado — Sl 101.3

Bom testemunho no lar

 

HINOS SUGERIDOS

 

296, 502 e 577 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Colossenses 4.2-6.

 

2 — Perseverai em oração, velando nela com ação de graças;

3 — orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;

4 — para que o manifeste, como me convém falar.

5 — Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo.

6 — A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.

 

PONTO DE CONTATO

 

Para que haja comunicação, alguns elementos são essenciais: emissor, receptor, canal. Emissor é quem envia a mensagem, receptor é quem recebe, e canal é o veículo transmissor. A oração é um meio poderoso de comunicação entre o homem (emissor) e Deus (receptor). Depois da morte de Cristo, o véu se rasgou. Agora temos acesso direto ao trono da graça. Podemos falar com Deus a qualquer momento. Não despreze este privilégio!

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Praticar uma vida de oração.
  • Aplicar a linguagem apropriada à pregação do Evangelho.
  • Demonstrar o verdadeiro testemunho cristão.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Quando o homem reconhece Jesus como seu único e suficiente Salvador, passa a ter um novo pensar, sentir e agir. Agora, deseja estar mais perto de Deus, sua alma anseia por buscar a presença do Todo-Poderoso. E não somente isto, mas também almeja que o seu próximo desfrute do mesmo amor que ele. Para que isso ocorra, é necessário orar, proclamar o poder do Evangelho e, principalmente, vivê-lo. A oração é uma ferramenta essencial para o crescimento da Igreja, pois é o canal de comunicação entre Deus e os homens. A palavra, em toda sua forma de expressão, é um instrumento poderoso que pode ser usado para abençoar ou amaldiçoar. O testemunho do crente é uma pregação diária, a favor ou contra o Reino de Deus, dependendo do seu procedimento. Se cada um de nós cumprirmos os três aspectos relacionados acima, teremos uma Igreja santa, próspera e resistente aos ataques malignos.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Leve folhas de papel, lápis ou canetas para a sala de aula. Distribua uma para cada aluno. Diga-lhes para enviar uma carta a Deus. Peça-lhes que sejam sinceros e digam tudo o que desejarem. Dê cinco minutos para que realizem essa atividade. Conclua falando a respeito da sinceridade e intimidade que devemos ter com Deus em nossos momentos de oração. Leia o Salmo 51.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

A Bíblia inteira exorta o crente à oração. Sem esse recurso valioso e indispensável à vitória contra o mal, é impossível o crente e a igreja resistirem às investidas das heresias. Há lugares em que igrejas se dividem perdendo membros para seitas e movimentos estranhos que se apresentam com feição de cristã, de avivalismo e de aparente santidade. Só com muita oração intercessória, sabedoria divina e estudo da Palavra de Deus é que o erro pode ser exposto e repelido.

 

I. UMA VIDA EM ORAÇÃO

 

1. Orando com perseverança (4.2a). “Perseverar tem o sentido de dedicar-se, apegar-se, continuar firme; o que subentende desvelada persistência, fervor e apego à oração” (BEP). A oração faz parte da vida devocional do crente em Jesus, ao lado da leitura da Bíblia e do louvor sincero. Ela deve ocupar um lugar especial em nossa vida diária com Deus. A experiência demonstra que orar, no sentido estrito e pleno desta palavra, não é fácil. O adversário do crente e da Igreja sempre engendra um meio para impedir a oração. Ele sabe que, na vida diária de oração, está o segredo do sucesso pessoal, e também da igreja no sentido coletivo. Davi era homem de oração como vemos em Sl 55.17; 5.2,3; 119.62,147,164. A questão não é apenas orar, mas orar constantemente. Orar não somente muda as coisas, mas também muda o crente. Se você não apenas precisa, mas quer mudar, ore mais e jejue também, se puder. Jesus orou com agonia de alma, vezes seguidas no Getsêmani, diante da extremamente dolorosa missão que deveria cumprir (Mt 26.44a). Diz a Bíblia: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17). Uma das razões para o extraordinário crescimento da igreja em quantidade e qualidade, em seus primórdios, foi a vida de oração dos crentes. Eles “perseveravam […] nas orações” (At 2.42).

2. Velando na oração (4.2b). No texto bíblico em estudo, temos o imperativo divino: “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças”. O termo velar, no original, significa “estar vigilante”, “estar alerta”. Como faz a sentinela no seu posto. “Velando nela” quer dizer estar alerta durante o período de oração, por causa dos ardis do Inimigo contra a oração. Também significa estar alerta na vida de oração. Em diversas referências, a Bíblia chama a atenção para o valor da vigilância e da oração, como em 1 Pedro 4.7, “vigiai em oração”. É preciso vigiar para que o Diabo não nos trague (1Pe 5.8). Em Efésios, está escrito “orando em todo tempo […] e vigiando nisso com toda perseverança” (Ef 6.18).

3. Orando com ação de graças (4.2b). Um terceiro elemento importante na oração, além da perseverança e vigilância, é a ação de graças. De fato, nós temos muito mais a agradecer a Deus do que a lhe pedir. E Deus nos dá muito mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20). Na prática, porém, o que ocorre é o inverso. Sempre há alguém pedindo mais do que agradecendo a Deus. Na epístola de Paulo aos Colossenses, há sete referências a “ação de graças” (1.3,12; 2.7; 3.15-17) e cada uma delas contém uma lição.

 

II. QUE DEUS NOS ABRA A PORTA DA PALAVRA (4.3)

 

1. Deus abre a porta. Paulo pede orações por ele e por seus amigos: “orando também juntamente por nós”. Para que o evangelho seja pregado, é necessário que “a porta da Palavra” esteja aberta. Em muitos lugares, no mundo, as portas para a evangelização estão terrivelmente fechadas. Às vezes, surge muita oposição diante das “portas” que se abrem (1Co 16.9; 2Co 2.12). A oração é necessária para que a Palavra de Deus tenha “livre curso” (2Ts 3.1). E só Deus pode abrir as portas da evangelização.

2. Falando do mistério de Cristo. Esse mistério já houvera sido revelado por Paulo em textos anteriores da carta: “o mistério que esteve oculto”, mas que “foi manifesto aos santos” (1.26), que é “Cristo em vós, esperança da glória” (1.27). O apóstolo sabia quanto era difícil tentar levar a mensagem aos perdidos. As razões porque é difícil pregar o evangelho são várias. Paulo distingue duas muito sérias: 1) O “homem natural” se opõe a Deus (1Co 2.14; Rm 8.7); 2) O Diabo persegue de muitas maneiras, inclusive cegando os entendimentos (Ef 2.2; 2Co 4.4). Diante disso, só o Espírito Santo para convencer o pecador, cego, surdo e morto (Jo 16.8-11).

 

III. COMO NOS CONVÉM FALAR (4.4)

 

Paulo estava preso naquela ocasião, mas cônscio do dever de continuar a pregar a Palavra de Deus. O pedido que fizera aos efésios (6.20), repetia-o aos colossenses, para que Deus lhe manifestasse a forma conveniente de transmitir a mensagem da salvação. “Manifeste” (v.4) é no original tornar claro, compreensível, notório, patente, público. E isso era o que o apóstolo queria. Mesmo estando encarcerado, não se conformava em guardar a mensagem para si. Desejava que, a partir da prisão, o evangelho fosse pregado na sua clareza, simplicidade e poder. Sem dúvida, era uma lição de coragem e fé inabaláveis do grande homem de Deus que foi Paulo (Sl 125.1).

 

IV. O TESTEMUNHO QUE FAZ DIFERENÇA (4.5-6)

 

1. Andando com sabedoria (4.5). Se os colossenses não tivessem a sabedoria concedida por Deus, facilmente seriam levados pelos enganos e engodos dos falsos ensinos. É Deus quem dá sabedoria (Pv 2.6); é bem-aventurado quem acha a sabedoria (Pv 3.13); o sábio diz que a sabedoria é a coisa principal (Pv 4.7). Quando o apóstolo se refere aos “que são de fora”, deixa claro que os crentes são “os que são de dentro”. Aí se vê a diferença. De fato, os seguidores de Cristo são, na verdade, neste mundo, peregrinos e forasteiros (Hb 11.13; 1Pe 2.11). Estão no mundo, mas não são do mundo (Jo 15.19).

2. Remindo o tempo (Cl 4.5). Dentro das igrejas locais, há muitos crentes perdendo tempo. Quantos há que, aos domingos, ou em outros dias da semana, deixam de ir à igreja para assistirem a programas de televisão, que nada têm de edificantes para a vida cristã; ao contrário, a envenenam e sufocam. Quantos não têm tempo para ler sequer um capítulo da Bíblia ou para orar durante meia hora por dia, mas têm tempo para ler jornais, revistas e outros tipos de literatura; quantos que, enquanto a igreja está reunida, vão aos clubes e outros locais de duvidoso lazer. Não queremos dizer que o lazer justo e necessário, no momento oportuno, seja pecado.

Mas a perda de tempo é flagrante na vida de muitos que se dizem cristãos.

 

V. A PALAVRA DO CRENTE (4.8)

 

1. Palavra agradável. Aqui, Paulo dá uma grande lição de relações humanas entre os crentes, e entre “os que estão de fora”. O crente em Jesus deve expressar-se com palavras, de tal forma que os ouvintes sintam-se bem ao ouvi-lo. A palavra agradável é sinônima de “graciosa”, que vem de charis , “graça”. É a palavra que atrai os que a ouvem, com gentileza, amabilidade e respeito, fundada no amor com que devemos nos amar uns aos outros (Jo 13.34).

2. Temperada com sal. A palavra agradável e temperada com sal é a palavra que mantém o ouvinte atento à fala ou à mensagem transmitida. É a palavra com unção de Deus.

Ha pessoas que querem pregar e ensinar. Mas, como são exageradas em sua maneira de ser, não são ouvidas, são rejeitadas; têm “sal de mais”; há outras, que não têm o que dizer acerca de sua fé; é porque têm sal de menos, ou já são “insípidas” em seu viver. Deve-se ressaltar, no entanto, que a palavra “agradável” e “temperada com sal” não impede uma palavra enérgica e necessária, quando se confronta os inimigos do evangelho (ver o que Paulo disse a um “filho do Diabo” em At 13.10,11).

3. Palavra conveniente (4.6). O apóstolo ressalta a conveniência no falar “a cada um”. Certamente, ele tinha em mente que cada pessoa com quem se fala tem uma maneira diferente de reagir ao que se lhe transmite. Mesmo entre os crentes, há diferenças de percepções. Uma repreensão a um crente antigo, maduro na fé, pode ter um efeito positivo e edificante. A mesma repreensão, dada a um novo convertido, pode traumatizá-lo espiritualmente. Uma palavra de exortação, dada a uma irmã antiga na fé, pode resultar em crescimento espiritual para ela; a mesma palavra, para uma adolescente pode causar-lhe tanta tristeza a ponto de levá-la a deixar a igreja.

 

CONCLUSÃO

 

Os crentes em Jesus são “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” para anunciar as virtudes daquele que “vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9); são “um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Com oração constante na presença de Deus, o testemunho cristão pode ser agradável e temperado com o “sal” da graça do Senhor.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Devocional

 

“A necessidade de buscar a Deus é atual e de todos. É grande, mas não é sentida e nem compreendida na sua extensão. Infelizmente, os homens falam de paz, desejam conservá-la, mas rejeitam o Senhor Jesus, que é o Príncipe da Paz. Falam de paz e estabelecem a guerra, que é o resultado direto do egoísmo, da falta de renúncia, e é a personificação da crueldade. Tudo isto revela que ‘é tempo de buscar ao Senhor’, pois as motivações que conduzem às desavenças são frequentemente menores que os prejuízos causados.

Tudo isto revela que ‘é tempo de buscar ao Senhor’, pois nisto vemos os brotos da ‘figueira’, ou o anúncio da volta do Senhor. Vemos o cumprimento da predição de Jesus […].

É tempo de buscar ao Senhor pela salvação de tua alma, que é de valor incomparável, e só em Jesus você poderá obtê-la. Agora, pois, é o tempo oportuno; na eternidade somente se ceifa o que foi semeado nesta vida, quando temos de assumir a responsabilidade diante de Deus pelos atos que praticamos. ‘Eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação’, diz o Espírito Santo.

É tempo de buscar ao Senhor pela paz do mundo, pela nossa segurança e de nosso país […].

É tempo de buscar ao Senhor pela salvação de sua casa, pelo equilíbrio espiritual de sua família, de seus filhos […].

Há muita conformação indevida, entretanto, tudo e todas as coisas demonstram que é tempo de buscar ao Senhor […].

A vinda do Senhor Jesus está próxima e os sinais o demonstram. É tempo, portanto, de buscar ao Senhor por um avivamento poderoso que resulte na salvação dos milhares e dos milhões; para que, como nos tempos primitivos, em todos haja abundante graça, pois Jesus veio não só para que no meio de uma geração corrompida e perversa possamos resplandecer como luz no mundo.

É tempo de buscar ao Senhor para que vivamos a vida de poder sobre o mal, e para a realização das obras de Deus em favor dos perdidos, para que vivamos sempre num ambiente de vitória nas regiões celestiais em Cristo, onde a nossa alma possa respirar uma atmosfera plena e puramente espiritual e possa alegrar na contemplação das belezas incomparáveis da glória de Deus” (Guia Básico de Oração. CPAD, pp.255-258).

 

GLOSSÁRIO

 

Ardil: Astúcia, artimanha, artifício; estratagema, ardileza.

Desvelado: Cheio de desvelo; zeloso, cuidadoso, vigilante.

Estrito: Rigoroso, exato.

Engendrar: Dar origem a; gerar, produzir; inventar, imaginar, engenhar.

Cônscio: Que sabe bem o que faz ou o que deve fazer; ciente, consciente.

Patente: Claro, evidente, manifesto.

Flagrante: Evidente, manifesto, patente.

Insípido: Que não tem sabor, que não é sápido.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Guia Básico de Oração. Estevam Ângelo de Souza, CPAD.

A Oração de Jesus. Hank Hanegraaff, CPAD.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Que lugar ocupa a oração na vida do crente?

R. A oração faz parte da vida devocional, ao lado da leitura da Bíblia, e do louvor sincero.

 

2. Que significa velar na oração?

R. É estar alerta durante o período de oração.

 

3. Que significa a palavra “agradável”?

R. É a palavra que atrai os que a ouvem, com gentileza, amabilidade e respeito.

 

4. Que significa a palavra “temperada com sal”?

R. É a palavra que mantém o ouvinte atento à fala ou à mensagem transmitida.

 

5. Qual o papel da oração no sucesso da Igreja em seus primórdios?

R. Foi um dos fatores decisivos.