Título: Colossenses — A perseverança da Igreja na Palavra nestes dias difíceis e trabalhosos
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 13: Instruções e bênçãos nas saudações
Data: 26 de Setembro de 2004
“Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia, e a Ninfa, e à igreja que está em sua casa” (Cl 4.15).
O lar cristão deve ser um ponto luminoso em meio a uma comunidade em trevas.
Segunda — At 1.4
Esperando a promessa do Pai
Terça — At 1.13,14
Reunidos no cenáculo de uma casa
Quarta — At 2.46
Partindo o pão em casa
Quinta — At 5.42
No templo e nas casas
Sexta — Cl 4.15
Uma igreja no lar
Sábado — Cl 4.17
A seriedade e o valor do ministério
4, 241 e 411 da Harpa Cristã
Colossenses 4.15-18.
15 — Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia, e a Ninfa, e à igreja que está em sua casa.
16 — E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses; e a que veio de Laodiceia, lede-a vós também.
17 — E dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras.
18 — Saudação de minha mão, de Paulo. Lembrai-vos das minhas prisões. A graça seja convosco. Amém!
Um motivo do sucesso da expansão do movimento pentecostal no Brasil, foi, sem dúvida, a disposição de muitos crentes em oferecer seus lares para a propagação do evangelho. A proximidade da vizinhança, a facilidade de comunicação e a possibilidade de conhecer melhor as dificuldades que afligem as pessoas a seu redor facilitam o ato de levar um conhecido a Cristo. Não negligencie oportunidades como festas familiares e cultos domésticos para apresentar Jesus ao próximo. Pense nisso.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
A igreja que cresce é aquela que motiva seus congregados a saírem do templo para testemunhar. Isto confronta a experiência de seus membros tornando-a real. Aqueles que preferem ficar sentados em casa olhando televisão, decerto não têm convicção da validez ou do valor da sua experiência […].
Devemos romper as paredes que prendem o cristão dentro do santuário da igreja enquanto um mundo necessitado passa pelas ruas. Devemos romper as paredes do negativismo e das divisões que destroem a iniciativa e o entusiasmo. E, finalmente, devemos romper as paredes sociopsicológicas que nos impedem de estender as mãos para formar aqueles relacionamentos positivos que fazem a aceitação da nossa mensagem tanto agradável quanto desejável. (Crescimento Contagioso da Igreja. CPAD).
Escreva em tiras de papel os seguintes temas: Por que Cristo é superior aos anjos?; Explique o significado de liberdade cristã; Novo nascimento implica em quê?; De que maneira a oração devocional e a intercessão influenciam na vida cristã; e, Como você vê a amizade entre os servos de Deus na igreja atual? Dobre-as. Divida sua turma em cinco grupos. Cada grupo deve escolher uma tira. Dê cinco minutos para discutirem cada tema entre si. Eleja um secretário que anotará as ideias dispersas do grupo e, depois, as relatará para toda a classe. Reserve dois minutos para cada grupo apresentar sua opinião. Controle o tempo para que todos possam participar.
INTRODUÇÃO
Os últimos capítulos da Epístola aos Colossenses dão a ideia de alguns aspectos característicos da comunidade cristã nos primeiros séculos e suas lições para nós hoje. Era comum saudarem-se fraternalmente uns aos outros. Por não terem edifícios em que se reunir, com prazer cediam seus lares para reuniões, ensino e propagação do evangelho.
I. IGREJAS INICIALMENTE NOS LARES (4.15)
1. Não havia templos. Só no terceiro século, começaram a ser construídos os primeiros lugares de culto. Paulo, em sua carta, pede que os colossenses saúdem os irmãos de Laodiceia e, de modo particular, refere-se a Ninfa “e à igreja que está em sua casa”. Só por milagre de Deus, a Igreja do Senhor Jesus Cristo pôde crescer em meio às perseguições ferrenhas e desenvolver-se tanto, a ponto de se espalhar por todos os continentes. A princípio, tentaram ajuntar-se no templo, em Jerusalém, e no cenáculo (At 1.13); depois, passaram para o “alpendre de Salomão” (At 3.11), mas partiam o pão nas casas (At 2.46). Em Jerusalém, com o contínuo crescimento da igreja (At 2.47), e a perseguição (At 4.1-3), tornou-se difícil o abrigo nas dependências do templo.
2. No templo e nas casas (At 5.42). O templo não era cristão, era judaico. A princípio continuaram a realizar trabalhos naquele local. À medida que se espalhavam, iam pregando o evangelho, e ensinando nos lares. Esse costume passou para as demais cidades, além de Jerusalém. Atualmente, os lares cristãos têm sido alvo de intenso ataque das trevas, por causa da mídia e da falta do culto doméstico. A igreja de Colossos funcionava nos lares por não existirem templos em que pudessem cultuar a Deus. Sabemos que não é o prédio do templo que faz a igreja, mas sim a reunião dos cristãos em nome de Jesus (Mt 18.20).
3. Um exemplo para hoje. Seria de grande proveito se os lares cristãos, hoje, fossem utilizados, de modo ordenado, como “pontos luminosos” em prol da evangelização e do discipulado. A igreja na Coreia do Sul tem tido um crescimento extraordinário a partir dos cultos nos lares. Em alguns lugares, no Brasil, há experiências bem-sucedidas dessa estratégia ou método de evangelização e crescimento da igreja. Aproveitar as casas dos crentes para propagar o evangelho de Cristo, em harmonia, e sob a orientação e supervisão da igreja local, tendo sempre à frente um obreiro idôneo que presta contas ao pastor da igreja, é um método que tem fundamento bíblico no exemplo dos cristãos primitivos, mas, sem inovações e práticas descabidas e alheias ao evangelho de Cristo.
II. COMPARTILHANDO O ENSINO CRISTÃO (4.16)
1. Cartas valiosas. Em colossenses, Paulo demonstra que as epístolas do Novo Testamento, contendo o ensino apostólico, eram lidas entre os irmãos, durante a reunião costumeira. Diz o apóstolo: “E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós…” Não havia sistema de reprodução de documentos. E se fossem copiados, teriam que ser feitos à mão de forma mui onerosa. Sem dúvida alguma, quanto valor os crentes davam às cartas do pastor Paulo! Elas eram uma preciosidade para a segurança espiritual.
2. O intercâmbio entre os irmãos. Outro ponto importante, que revela um pouco do intercâmbio entre os cristãos primitivos, é o fato de Paulo determinar que outra carta, procedente da igreja vizinha, fosse lida entre os colossenses: “e a que veio de Laodiceia, lede-a vós também”. Nada se sabe acerca do destino da Epístola de Paulo aos laodicenses. O que podemos dizer é que, por determinação divina, esta epístola não foi inclusa no cânon do Novo Testamento.
III. A CONTINUIDADE DO MINISTÉRIO PESSOAL (4.17)
1. O valor da diaconia. O apóstolo Paulo, como já foi visto, tinha um seleto grupo de fiéis e abnegados cooperadores. A lista menciona Arquipo, um obreiro da igreja em Colossos. Provavelmente, ele era um diácono, pois o termo ministério (diakonia) dá a entender o trabalho de diácono. Mas pode ter sido um obreiro com outra função, até mesmo de pregador, ou ensinador, encarregado do socorro aos necessitados, pois, nos primórdios da igreja, não havia uma distinção precisa desse ofício, exceto quando de sua origem em At 6.
2. O cuidado com o ministério. A recomendação de Paulo à igreja em Colossos, com relação a Arquipo deve ter sido muito importante, pois a carta seria lida em voz alta, diante dos crentes, reunidos para ouvir a mensagem do apóstolo. Arquipo era admoestado para que atentasse para o ministério que recebera no Senhor, e para que o cumprisse, ou seja, para que continuasse e terminasse as tarefas ministeriais que lhe foram confiadas. Isso indica que Arquipo estava descuidado e omisso no trabalho a seu cargo. Ver o ensino de Jesus quanto a isso em Lucas 9.62.
IV. PALAVRAS FINAIS (4.18)
1. Autenticando a carta (4.18a). Normalmente, as cartas de Paulo eram escritas por um cooperador que fazia o papel de secretário ou escriba. Ele as ditava e o secretário, ou amanuense, escrevia. Um desses ajudantes era Tércio (Rm 16.22). No entanto, na carta aos colossenses, o apóstolo fez questão de dar um toque pessoal dizendo: “Saudação de minha mão, de Paulo”. Em outras cartas, há esse mesmo recurso (Gl 6.11; 1Co 16.21). Certamente, Paulo queria evitar possíveis falsificações de suas epístolas, afixando sua própria assinatura como sinal de autenticidade (2Ts 3.17).
2. Um apelo necessário (4.18b). Em sua penúltima frase, Paulo pede aos colossenses que se lembrem de suas prisões ou algemas. Certamente, ele não estava dominado por um sentimento de comiseração, ou de melancolia e tristeza, como se fosse um homem vencido. Ele estava, na verdade, lembrando aos irmãos que se encontrava preso por causa do evangelho e não por qualquer outra razão. O apelo para que se lembrassem de sua situação era um incentivo aos seus discípulos, para que continuassem firmes nos caminhos do Senhor e orassem por ele.
3. A graça seja convosco. Amém! (4.18c). É uma saudação comum a diversas cartas (1Tm 6.21 e 2Tm 4.22). Da mesma forma que iniciou a carta (1.2), Paulo a termina, desejando que a graça de Deus seja com seus discípulos colossenses. A palavra graça tem várias conotações.
Pode significar favor que se obtém da parte de Deus. Favor imerecido concedido por Deus à humanidade, segundo o Dicionário Teológico (CPAD). Certamente, é nesse aspecto que Paulo emprega a palavra graça em sua carta. Na salvação, “graça é o perdão pelo juiz divino que atribui ao pecador a justiça de Cristo”.
CONCLUSÃO
Paulo termina sua carta aos colossenses enviando saudações a todos os crentes e, de modo especial, a alguns irmãos, demonstrando o seu amor e cuidado por eles. Esta é uma característica do obreiro zeloso que sente o valor das almas que lhe são confiadas.
Subsídio Bibliológico
“As instruções finais dão um testemunho adicional sobre o íntimo relacionamento entre as igrejas vizinhas no vale de Lico, neste caso a igreja de Colossos e a de Laodiceia (observe a preocupação de Epafras, no verso 13, com as igrejas em Laodiceia e Hierápolis). Paulo pede aos colossenses que saúdem os ‘irmãos’ (e irmãs; veja comentário em 1.2) em Laodiceia, como também que troquem as cartas que lhes foram enviadas (lamentavelmente, sua carta endereçada àqueles que viviam em Laodiceia se perdeu). Isto não ocorreu, porém, com a carta de João para o mesmo grupo de crentes em uma geração posterior (Ap 3.14-22). O fato de o apóstolo desejar que os de Laodiceia lessem a sua carta aos irmãos que viviam em Colossos, sugere que os problemas confrontados nesta carta não eram exclusivos da igreja de Colossos, mas provavelmente tenham afetado todas as igrejas no vale de Lico.
A seguir, Paulo tem uma saudação especial para dois indivíduos: Ninfa, juntamente com a ‘igreja que está em sua casa’, e Arquipo.
Não está claro, a partir da gramática da sentença, se Ninfa e a igreja que estava em sua casa faziam parte dos ‘irmãos (e irmãs)’ a quem o apóstolo se referiu na primeira frase, ou se foram acrescidos a estes. O que está claro, contudo, é que Paulo desejou reconhecer Ninfa de um modo especial, talvez para recomendá-la por sua liderança. Para Arquipo, que pode ter feito parte daqueles que eram da casa de Filemom (Fm 2), o apóstolo tem uma mensagem mais solene: ‘Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras’” (Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD, pp.1360,1361).
Abnegação: Sacrifício voluntário do que há de egoístico nos desejos e tendências naturais do homem, em proveito de uma pessoa, causa ou ideia.
Alpendre: Cobertura saliente, de uma só água, de ordinário à entrada de um prédio, apoiada, de um lado, na parede deste, e de outro, em esteios, pilares ou colunas.
1. Quando começaram a ser construídos os primeiros lugares de culto?
R. No terceiro século.
2. Onde funcionava a igreja de Colossos?
R. Nos lares.
3. O que deveriam fazer os colossenses após a leitura da carta?
R. Enviá-la para a igreja dos laodicenses para que a lessem também.
4. O que se sabe sobre a carta à igreja de Laodiceia?
R. Que existiu e extraviou-se.
5. Como Paulo autenticou a carta aos colossenses?
R. Com a frase: “Saudação de minha mão, de Paulo”.