Título: Vem o fim, o fim vem — A doutrina das últimas coisas
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Lição 1: A Doutrina das Últimas Coisas — Um ensino necessário e confortador
Data: 3 de Outubro de 2004
“Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade” (2 Pe 1.16).
A Doutrina das Últimas Coisas tem de ser encarada com amor e santa reverência. Através dela, somos alertados quanto à urgência da volta de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Segunda - 1 Ts 2.19
A Doutrina das Últimas Coisas é consoladora
Terça - 1 Ts 3.13
A Doutrina das Últimas Coisas nos leva à santificação
Quarta - 1 Ts 5.23
A Doutrina das Últimas Coisas nos preserva do mal
Quinta - 2 Ts 2.1-2
A Doutrina das Últimas Coisas firma-nos doutrinariamente
Sexta - 2 Tm 4.1,2
A Doutrina das Últimas Coisas leva-nos a proclamar a Palavra
Sábado - 2 Pe 1.16
A Doutrina das Últimas Coisas é consistente
2 Pedro 3.1-14.
1 - Amados, escrevo-vos, agora, esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero,
2 - para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos,
3 - sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências
4 - e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5 - Eles voluntariamente ignoram isto: que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste;
6 - pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio.
7 - Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios.
8 - Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia.
9 - O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
10 - Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão.
11 - Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade,
12 - aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 - Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.
14 - Pelo que, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.
Enfim chegamos ao último trimestre de 2004! Ao fazermos uma retrospectiva dos trimestres anteriores, constataremos o quanto crescemos! Não apenas no conhecimento, mas também na graça de nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste trimestre, estudaremos a Escatologia Bíblica. O estudo deste tema se justifica por três razões: é uma doutrina bíblica, acumula evidências históricas que a confirmam, e consola o cristão (1 Ts 4.17). Essa tríade, doutrina, evidência e consolo, resume os objetivos das treze lições. Portanto, caríssimo mestre, sua responsabilidade perante os alunos consiste em ensinar-lhes a escatologia, apresentar-lhes os sinais, e encorajá-los à perseverança.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
A Segunda Epístola de Pedro foi escrita no início dos anos 60 d.C. para uma comunidade cristã dispersa em cinco províncias romanas (1 Pe 1.1). O texto da Leitura Bíblica em Classe apresenta dois propósitos pelos quais o Apóstolo escreveu a referida carta: exortá-los a permanecerem firmes na esperança vindoura (vv.1-2; 8-14); e adverti-los contra os zombadores que escarneciam da promessa da vinda de Cristo (vv.3-6). A fim de autenticar sua admoestação, Pedro usa dois fortes argumentos: o seu apostolado (2 Pe 1.16; 3.2b), e a mensagem dos profetas (2 Pe 3.2a; 1.21). No primeiro, ele fala acerca do que viu, e no segundo, do que ouviu. A doutrina da vinda de Cristo, aqui ensinada por Pedro, contraria os falsos mestres que fundamentam seus ensinos em fábulas (2 Pe 1.16). O termo grego para fábulas é mytos que tem o sentido de “ideia falsa ou fantasiosa”. A diferença entre o ensino falso e o verdadeiro é que, o primeiro, é desnecessário e conturba o coração dos fiéis. E, o último, necessário e confortador.
Professor, que tal fazermos, nessa primeira lição, um organograma das lições que estudaremos durante o trimestre? Trata-se de um quadro que relaciona conceitos e valores que indicam as inter-relações de suas unidades constitutivas. O objetivo é apresentar uma síntese de todo o conteúdo do trimestre e recapitular os pontos fundamentais das lições. Complemente o gráfico abaixo preenchendo as colunas conforme o modelo. Faça treze linhas, uma para cada lição. Use materiais variados e coloridos de acordo com os recursos disponíveis. Exponha-o em sua classe.
introdução
Ao contrário do que muita gente pensa, a Doutrina das Últimas Coisas não constitui um emaranhado de enigmas, ou um quebra-cabeças. Ela é um conjunto de verdades cristalinas e bem estabelecidas a respeito do que Deus está para fazer nestes últimos dias.
Tendo em vista a urgência desta hora, passaremos a estudar, a partir de hoje, os fatos que compõem a Escatologia Bíblica. Desde já, em profundo espírito de oração, preparemo-nos para as verdades que, aceitas com amor e humildade, nos proporcionarão inexprimível conforto e grande alegria no Espírito Santo. Aleluia!
I. O QUE É A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
Afirmou o apóstolo Paulo: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19). Mas como esperaremos em Cristo também na outra vida, se ignorarmos o plano de Deus para o final dos tempos? Daí a necessidade e a urgência de se compreender a Doutrina das Últimas Coisas.
1. Definição. A Doutrina das Últimas Coisas, por conseguinte, são as verdades da Bíblia Sagrada referentes aos derradeiros dias da história humana. Em Teologia Sistemática, recebe ela o nome de Escatologia que, em grego, significa, literalmente, estudo das últimas coisas.
2. No Antigo Testamento. A Escatologia do Antigo Testamento tem como pilares os seguintes pontos: a) A salvação e a restauração completa do remanescente fiel do povo judeu (Ez 36.17-38; Sf 3.13); b) O aparecimento glorioso e visível do Messias, que levará Israel à conversão nacional (Zc 12.10); c) O Dia do Senhor e o julgamento das nações (Jr 46.10; Ez 30.3; Ob v.15); d) O estabelecimento do Reino de Deus na terra (Is 11.1-16); e) A ressurreição e o Juízo Final (Dn 12.2); f) e: O aparecimento dos novos céus e da nova terra (Is 65.17).
3. No Novo Testamento. A Escatologia do Novo Testamento trata, basicamente, dos seguintes assuntos: a) O arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.13-17); b) O aparecimento do Anticristo (2 Ts 2.1-12); c) A grande tribulação (Mt 24.15-28); d) O reino milenial de Cristo (Ap 20.1-6); e) O julgamento final (Ap 20.11-15); f) e: A inauguração do perfeito e eterno estado, tendo a Nova e Celeste Jerusalém como capital (Ap 21.1-27).
II. O OBJETIVO DA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
Sumamente necessária e confortadora, a Doutrina das Últimas Coisas tem como objetivos:
1. Mostrar o que está prestes a acontecer. Assim o evangelista João encerra o Apocalipse: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer” (Ap 22.6).
2. Preparar o crente para encontrar-se com Deus. “E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3.3).
3. Tranquilizar o povo de Deus quanto aos últimos acontecimentos. “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu pai há muitas moradas: se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar” (Jo 14.1,2).
4. Alertar a todos que o noivo está chegando. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.17,20).
III. AS FONTES DA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
Eis as principais fontes da Doutrina das Últimas Coisas:
1. A Bíblia Sagrada. Como a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de Deus, é a Bíblia Sagrada a principal fonte da Escatologia Bíblica. É o tribunal supremo onde são julgados todos os enunciados teológicos (Is 8.20; 46.10; Ap 22.18,19). Sua autoridade é inquestionável.
2. Os credos e as declarações doutrinárias da igreja. Serão estes aceitos desde que estejam em conformidade absoluta com a Bíblia Sagrada. Caso contrário: que sejam enérgica e vigorosamente rejeitados.
3. A teologia. Se bíblica, conservadora e ortodoxa, haverá de ser acatada como fonte auxiliar da Doutrina das Últimas Coisas. Mas, se especulativa, humanista e liberal, que seja rechaçada; nada tem a dizer-nos.
4. A história. Comandada por Deus, mostra-nos a história, de forma clara e concludente, que Deus encaminha todas as coisas, visando o estabelecimento pleno de seu Reino. Deus está no controle de todos os fatos históricos e cotidianos.
5. O testemunho do Espírito Santo. O Espírito Santo atesta-nos que o Senhor Jesus está prestes a vir buscar a sua Igreja: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida” (Ap 22.17). Estejamos vigilantes para não ficarmos envergonhados naquele grande dia (1 Jo 2.28).
IV. COMO ESTUDAR A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
A fim de estudarmos com proveito a Doutrina das Últimas Coisas, observemos alguns procedimentos importantíssimos:
1. Recorrendo primeiro à Bíblia. Em perseverante oração a Deus, busque prioritariamente as respostas de que você necessita nas Sagradas Escrituras. Que a sua preocupação não seja um mero exercício de futurologia; que seja a de preparar-se melhor para a vinda do Senhor Jesus (Am 4.12).
2. Orando constantemente em profunda reverência. Enquanto estiver estudando a Doutrina das Últimas Coisas, permaneça em atitude de oração e de profunda humildade diante do Senhor. Somente assim, mostrar-lhe-á o Senhor as maravilhas da sua Palavra (Dn 9.20-27).
3. Evitando as especulações e as vãs sutilezas da falsa hermenêutica. Cuidado com as especulações e as sutilezas da falsa hermenêutica! Lembre-se! Há um severíssimo castigo àqueles que, desprezando a Palavra de Deus, torcem-na e entregam-se às apostasias (Ap 22.18,19). Atente também para a observação em Tg 3.1.
A regra de ouro da verdadeira interpretação bíblica é: a Palavra de Deus interpreta-se a si mesma.
4. Esperando com alegria a manifestação do Senhor da glória. Acima de tudo, atenhamo-nos à Doutrina das Últimas Coisas com indizível alegria, aguardando a chegada do Noivo Amado. O Senhor acha-se às portas! Aleluia! Aleluia! Aleluia!
CONCLUSÃO
A partir de agora, portanto, dedique-se à Escatologia Bíblica, não para satisfazer a sua curiosidade acerca do porvir; mas a fim de preparar-se melhor para a chegada do Rei. Você está preparado? Já nasceu de novo? Não perca esta oportunidade. “...Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3).
Senhor Jesus, ajuda-nos a estudar, com santa reverência, os fatos concernentes à tua vinda. Ó Cristo Amado, não tardes em vir buscar a tua Igreja. Maranata! Ora vem, Senhor Jesus!
Credo: Conjunto de doutrinas confessado pelas igrejas
cristãs.
Emaranhado: Embaraçado; confuso.
Enigma: De difícil explicação ou compreensão.
Hermenêutica: Ciência bíblica que ensina as regras de
interpretação das Escrituras.
Inerrante: Propriedade pela qual a Bíblia é isenta de erro e
infalível.
Inexprimível: Que não se pode expressar; indizível.
Ortodoxa: Conforme a verdade bíblica.
GILBERTO, A. O calendário da profecia. CPAD, 2003.
1. O que é a doutrina das últimas coisas?
R. A Doutrina das Últimas Coisas são as verdades da Bíblia Sagrada referentes aos derradeiros dias da história humana.
2. Qual o conteúdo da Escatologia do Novo Testamento?
R. O arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.13-17); o aparecimento do Anticristo (2 Ts 2.1-12); a grande tribulação (Mt 24.15-28); o reino milenial de Cristo (Ap 20.1-6); o julgamento final (Ap 20.11-15); a inauguração do perfeito e eterno estado, tendo a Nova Jerusalém como capital (Ap 21.1-27).
3. Quais as fontes da Doutrina das Últimas Coisas?
R. A Bíblia Sagrada, os credos e as declarações doutrinárias da igreja, a teologia, a história e o testemunho do Espírito Santo.
4. Qual a principal fonte da Doutrina das Últimas Coisas?
R. A Bíblia Sagrada.
5. Como devemos estudar a Doutrina das Últimas Coisas?
R. Recorrer primeiro à Bíblia, orar constantemente em profunda reverência, evitar as especulações e as vãs sutilezas da falsa hermenêutica e esperar com alegria a manifestação do Senhor da glória.
Subsídio Teológico
“1. Dúvidas e confusão em escatologia. Por quê? Pelo fato de muitas pessoas não saberem distinguir os eventos bíblicos que ocorrerão no fim da presente era bíblica, que se iniciará com a vinda de Jesus, resultam muitas dúvidas, confusões e interpretações absurdas do texto bíblico. Algumas causas desses caos, são:
a. Falta de afinidade do crente com o Espírito Santo. Daí a falta de introspecção espiritual. (Ler agora 1 Coríntios 2.10,14).
b. Falsa aplicação do texto bíblico nos seus variados aspectos. Falsa aplicação quanto a povos bíblicos, quanto a tempo; quanto a lugar, quanto aos sentidos do texto; quanto à mensagem do texto; e quanto à procedência da mensagem do texto.
c. Conhecimento bíblico desordenado. Há crentes, em nossas igrejas, portadores de um admirável saber bíblico, mas infelizmente, por falta de um estudo sistemático desses assuntos, o conhecimento deles é avulso, solto, sem sequência, desordenado.
d. Conhecimento especulativo. Este conhecimento é apenas especulação do intelecto humano. (Ler 1 Coríntios 2.14). Especular é querer saber apenas por saber, mas sem qualquer intenção de glorificar a Deus, de consagrar a vida a Ele, e muito menos de obedecer à sua vontade” (GILBERTO, A. O calendário da profecia. 16.ed., RJ: CPAD, 2003, pp.8,9).