Título: Vem o fim, o fim vem — A doutrina das últimas coisas
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Lição 6: O renascimento do Império Romano
Data: 7 de Novembro de 2004
“Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas” (Dn 7.7).
O Novo Império Romano já é uma realidade. É através dele que o espírito do Anticristo está implantando a sua plataforma de governo.
Segunda - Dt 28.49,50
Uma antiga profecia do opressor
Terça - Dn 2.33
Ferro — O metal símbolo de guerra
Quarta - Dn 7.7
Roma — O animal feroz com dentes de ferro
Quinta - Dn 2.33,42,43
A fraqueza de Roma
Sexta - Dn 7.8
Roma — O instrumento do Anticristo
Sábado - Dn 2.34,45
A destruição de Roma
Daniel 7.7-14.
7 - Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas.
8 - Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente.
9 - Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente.
10 - Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.
11 - Então, estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que provinha da ponta; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo.
12 - E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida até certo espaço de tempo.
13 - Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.
14 - E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.
Nesta lição, estudaremos um tema interessante e de grande profundidade, cujo desdobramento exige do professor instrução nos campos de estudo profético, histórico e contemporâneo. Você se sente apto para ministrar um assunto dessa envergadura? Não ensine despreparado! Estude com bastante antecedência.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Os versículos 33-35 do capítulo 2 do livro de Daniel referem-se ao final do período dos gentios, no vale do Armagedom, onde os dez reinos escatológicos (que são uma extensão do Império Romano), serão destruídos pela pedra, que é Cristo, surgindo um novo reino.
No capítulo 7 de Daniel, temos a visão dos quatro animais que representam a história moral e religiosa desses quatro reinos: o leão — Babilônia (4); o urso — Média e Pérsia (5); o leopardo — Grécia (6); o animal terrível — Roma (7). Os dez dedos da estátua correspondem aos dez chifres do animal e aos dez da besta (Dn 2.41; 7.24; Ap 13.1; 17.12), que representam dez regiões administrativas que abrangerão um território maior do que o Antigo Império Romano. O Novo Império Romano dará apoio ao Anticristo (Dn 7.25), mas será um governo instável (Dn 2.41-43), marcado por guerras (Dn 7.24) e por sistemas políticos distintos — ferro e barro (Dn 2.33).
Professor, nesta lição, usaremos uma Correspondência Lógica entre as profecias. Este recurso apresenta a relação entre duas profecias que se completam (Dn 2.31-45 7.3-28). Preencha o quadro diante dos alunos. Solicite a participação de todos.
introdução
O renascimento do Império Romano não é uma hipótese. Se ao término da Segunda Guerra Mundial, parecia ele utopia numa Europa humilhada e destruída, hoje mostra-se mais real do que nunca. Não importa o nome que se lhe dê: União Europeia ou Novo Império Romano. O terrível animal, visto por Daniel, acha-se prestes a pisar e a despedaçar a quantos se lhe opuserem. Esse reino, que não terá paralelo na história dos grandes impérios, devido a sua maldade, dará todo o suporte político, econômico e religioso ao Anticristo, a fim de que este venha a dominar o mundo todo.
O Senhor Jesus, porém, o abaterá, reduzindo-o a um monturo. O Rei dos reis e Senhor dos senhores não tolerará a soberba do inimigo.
A Europa reunificada, por conseguinte, não é um mero fenômeno político, mas o cumprimento da profecia bíblica. É o que veremos nesta lição.
I. A ORIGEM DO IMPÉRIO ROMANO
Fundada em 753 a.C, foi a cidade de Roma estendendo-se até assenhorear-se dos mais distantes e desconhecidos reinos. Seus domínios iam da Europa à Babilônia, englobando o Norte da África e o Oriente Médio.
Em 66 a.C, as forças romanas chegaram à Terra Santa. Comandadas pelo general Pompeu, conquistaram o território israelita e subjugaram Jerusalém. Mostrando nenhum respeito ao vencido, Pompeu invade a Casa de Deus, escarnece dos ministros do altar e profana o Santo dos santos.
O terrível animal começava a exibir suas garras.
II. O IMPÉRIO ROMANO NA BÍBLIA
1. A profecia de Moisés. A Europa era praticamente desabitada, quando Moisés profetizou a ascensão de Roma como a grande opressora dos filhos de Israel: “O SENHOR levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás; nação feroz de rosto, que não atentará para o rosto do velho, nem se apiedará do moço” (Dt 28.49,50).
Foi exatamente isso o que aconteceu no ano 70 de nossa era, quando os exércitos romanos, comandados por Tito, destruíram Jerusalém, derribaram o Santo Templo e dispersaram os poucos judeus que sobreviveram à ira romana.
2. A profecia de Daniel. Em duas ocasiões distintas, o profeta Daniel refere-se tipologicamente ao Império Romano. No capítulo dois, descreve ele a aparência exterior deste; ao passo que, no capítulo sete, revela sua índole e caráter.
a) Sua aparência exterior. “E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará” (Dn 2.40).
b) Seu caráter. “Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas” (Dn 7.7).
No capítulo 13 de Apocalipse, o Império Romano é mostrado como a base para os dois representantes de Satanás: a Besta e o Falso Profeta. Veja como as profecias de Daniel acham-se em perfeita harmonia com as de João.
III. TENTATIVAS DE SE ERGUER O IMPÉRIO ROMANO
Não foram poucas as tentativas de se ressuscitar o Império Romano. O que dizer do Sacro Império Romano Germânico? Ou das tentativas da Igreja Católica em ocupar o espaço deixado pelos imperadores de Roma?
No início do século XIX, o imperador francês, Napoleão Bonaparte, à frente de um formidável exército, saiu a unificar uma Europa retalhada por ódios e nacionalismos irreconciliáveis. Ele, porém, fracassou como haveria de fracassar Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Se por um lado, ostenta a Europa a dureza do ferro; por outro, mostra ser tão frágil quanto o barro. Além do mais, como pode o ferro unir-se ao barro?
IV. O IMPÉRIO ROMANO NA ERA ESCATOLÓGICA
Que ninguém se engane! A era escatológica já chegou. E uma de suas maiores evidências é o ressurgimento do Império Romano que, desta feita, terá as seguintes características:
1. Apesar das aparências, estará cronicamente dividido. “E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro” (Dn 2.42,43).
Houve um tempo na Europa que, não obstante o parentesco de seus monarcas, estavam estes sempre em guerra. Foram-se quase todos os reis, e veio a União Europeia; a situação, porém, em nada foi alterada. Os ingleses continuam a não aturar os franceses, que desconfiam dos alemães, que não se dão com os italianos, que não aturam os espanhóis...
É justamente sobre bases tão frágeis que está sendo construído o Novo Império Romano.
2. A formação administrativa do Novo Império Romano. Tanto Daniel como João mostram o Novo Império Romano constituído a partir de dez unidades (Dn 2.41,42; Ap 13.1). Pensava-se, de início, que seria ele formado por apenas dez nações. Hoje, porém, já são 25 os países que formam a União Europeia. Como entender esta aparente contradição?
Na verdade, não são dez países; e, sim, dez regiões administrativas que abrangerão um território maior do que o Antigo Império Romano. Logo, o Novo Império Romano ocupará não somente a Europa, mas também o Norte da África e o Oriente Médio. Por conseguinte, cada região administrativa será composta por mais de um país.
3. O objetivo do Novo Império Romano. Terá o Novo Império Romano, por objetivo, sustentar o governo que Satanás, através da Besta e do Falso Profeta, implantará no mundo logo após o arrebatamento da Igreja. De acordo com Apocalipse 13, o domínio do Anticristo abrangerá tanto a economia e a política como a religião. Todavia, este reino não subsistirá; Cristo fará dele um monturo.
4. A destruição do Novo Império Romano. Ainda que o Império Romano se reerga, Cristo o destruirá. Nosso Senhor é aquela pedra que, sem esforço humano, abateu-se sobre a estátua vista por Nabucodonosor (Dn 2.34,35,44).
Daniel continua a descrever a ruína do Novo Império Romano, agora mostrado como aquele animal terrível: “Estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo” (Dn 7.11). Por quem foi o animal morto? Pelo Filho de Deus! E. assim, recebe o Senhor Jesus o poder, a glória e a majestade.
CONCLUSÃO
Por mais poderosos que se mostrem os reinos deste mundo, não subsistirão ante a soberania divina. Roma dominou nações e reinos; pisou os mais aguerridos povos e humilhou os mais altivos soberanos. Mas nada poderá fazer contra o Senhor Jesus. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.
Não tarda o dia em que o Império Romano, base do governo do Anticristo, haverá de prestar contas a Deus por todos os seus pecados e iniquidades. Ainda que renascido, não subsistirá.
Senhor Jesus, quem poderá subsistir ante o teu poder? Que a honra, a força e a glória sejam-te tributadas para todo o sempre.
Cronicamente: Permanentemente.
Falso Profeta: Líder espiritual que dominará as religiões após
o Arrebatamento, dando-lhes um caráter ecumenista, secular e
essencialmente demoníaco.
Hipótese: Suposição; conjetura; opinião incerta.
Irreconciliável: Que não se pode conciliar; desacordo;
divergente.
Monturo: Monte de lixo; entulho.
Utopia: Que não pode ser realizado; sonho; fantasia.
ALMEIDA, A. Israel, Gogue e o Anticristo. CPAD, 1999.
1. Quando foi fundado o Império Romano?
R. Em 753 a.C.
2. Quem foi o primeiro profeta a citá-lo?
R. Moisés (Dt 28.49,50).
3. De que forma o Império Romano é descrito em Daniel?
R. Animal terrível, espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro (Dn 7.7).
4. Que general destruiu Jerusalém no ano 70?
R. Tito.
5. Como será destruído o Novo Império Romano?
R. Será destruído pelo Senhor Jesus, a pedra que, sem esforço humano, abateu-se sobre a estátua vista por Nabucodonozor.
Subsidio Teológico
“[...] Consideração das principais escolas escatológicas:
Preterista. Interpreta as profecias de Daniel e do Apocalipse como já cumpridas, com exceção de umas poucas....
Nessa visão das profecias, quase todo o livro de Daniel se cumpriu no período interbíblico (antes de Cristo) e o Apocalipse, na sua quase totalidade, foi cumprido nos primeiros três séculos da Era Cristã....
Progressista. Como o próprio nome já indica, interpreta Daniel e o Apocalipse como o desenvolvimento histórico do mundo. [...] Ela procura os cumprimentos proféticos nos grandes eventos, como o papado, a Reforma, a Revolução Francesa etc, e seus adeptos chegaram a marcar diversas datas para a volta de Cristo, sendo a principal delas a de 22 de outubro de 1844....
Futurista. Segundo essa escola, quase todas as profecias de Daniel e do Apocalipse se cumprirão durante os sete anos que se seguirão ao arrebatamento da Igreja, que, por sua vez, ocorrerá repentinamente.” (ALMEIDA, A. Israel, Gogue e o Anticristo. 11.ed., RJ: CPAD, 1999, pp.122-3).