Título: Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 4: A expansão do Reino dos Céus
Data: 24 de Abril de 2005
“O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo” (Mt 13.31).
A Igreja é o Reino de Deus em franca expansão sobre a terra, conforme o Senhor Jesus nos revela na parábola do grão de mostarda.
Segunda — Mt 28.19,80
Crescimento da igreja segundo a Grande Comissão
Terça — At 1.8,15
O ponto de partida para o crescimento
Quarta — At 2.41-44
O crescimento corporativo da igreja
Quinta — At 2.41,47; 4.4; 5.14; 9.31; 12.24
O crescimento numérico da igreja
Sexta — At 1.14; 2.1-4; 4.20,24,31; 13.52; 15.5
O crescimento qualitativo da igreja
Sábado — Mc 16.15-20; Ef 4.13,14
Evangelização, nutrimento e serviço fazem parte do crescimento da igreja
225, 253 e 268 da Harpa Cristã
Mateus 13.31,32; Atos 2.44-47.
Mateus 13
31 — Outra parábola lhes propôs, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo;
32 — o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu e se aninham nos seus ramos.
Atos 2
44 — Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45 — Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 — E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47 — louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Professor, as lições deste trimestre contêm belíssimas histórias repletas de figuras e ilustrações que representam o cotidiano da sociedade dos tempos de Jesus. Ao narrar essas histórias, o Mestre tinha por objetivo cativar a atenção de seus ouvintes e ensinar-lhes as verdades do Reino dos Céus. Jesus era um exímio contador de histórias. A Pedagogia moderna reascendeu nos educadores a paixão de contar histórias.
Dinamize a Leitura Bíblica na sala de aula! Leia o texto em voz alta! Tente representá-lo com o auxílio dos alunos. Ajude-os a criar em suas mentes um cenário imaginário com todos os personagens da história. Uma leitura monótona desencoraja a classe já no início da aula.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Os judeus aguardavam a manifestação visível e poderosa do Reino de Deus (Dn 2.44). A grandeza do Templo do Milênio, descrito na visão de Ezequiel (Ez 41—44), representa claramente o potencial do reino profético que seria estabelecido. Segundo Daniel, por ocasião da inauguração do Reino do Altíssimo na Terra, as nações serão esmiuçadas, e somente os fiéis reinarão eternamente (Dn 7.27). Entretanto, o Reino dos Céus, exposto por Cristo através das parábolas do Reino (Mc 4.11), opera interna, silenciosa e secretamente entre os homens. Sua acanhada manifestação disfarça toda a magnitude.
O pequeno grão de mostarda encobre seu potencial de crescimento, da mesma forma que o modesto movimento iniciado por Jesus, disfarçou o magnífico desenvolvimento do Reino de Deus.
Para esta lição, utilizaremos como recurso didático o Quadro de Pregas. Este auxílio é versátil e possui várias vantagens, dentre as quais podemos destacar duas: expor apenas os tópicos principais da lição e criar nos alunos expectativa pelo desenvolvimento da aula.
Veja como preparar o quadro: Escreva os tópicos e subtópicos da lição em tiras de papel ou cartolina. Depois, encaixe as tiras referentes aos tópicos na primeira coluna do quadro. As tiras referentes aos subtópicos deverão ser encaixadas na segunda coluna à medida que a aula transcorrer.
INTRODUÇÃO
Tendo como base a Parábola do Grão de Mostarda, mostraremos neste domingo a franca expansão do Reino de Deus sobre a terra através da Igreja. A fim de melhor compreendermos as lições reveladas pelo Mestre, dividiremos o nosso estudo em três pontos principais: a semente, a hortaliça e as aves do céu.
Roguemos ao Senhor, pois, que nos ajude a colocar em prática cada uma das lições encontradas nessa parábola.
I. A SEMENTE DE MOSTARDA (Mt 13.31)
1. O grão de mostarda (v.31). A palavra mostarda é de origem egípcia ( sinapis ) e aparece por cinco vezes nos três primeiros Evangelhos (Mt 13.31; 17.20; Mc 4.31; Lc 13.19; 17.6). Nos dias de Jesus, a mostarda negra ( sinapis nigra ) era a mais conhecida. Suas sementes, depois de trituradas, serviam de tempero para os alimentos.
A mostarda era uma planta que, em terra fértil, crescia rapidamente até três ou quatro metros. Em seus ramos, aninhavam-se as aves do céu.
2. A lição dos contrastes. Ao propor esta parábola, Jesus usa um artifício literário a fim de ressaltar o contraste apresentado por esta hortaliça. O grão de mostarda é a menor das sementes; ao crescer, é a maior das hortaliças (v.32). Considerando tal fato, Jesus queria que seus discípulos entendessem que mesmo uma semente tão pequena é capaz de produzir um grande resultado. A operação divina é o elemento que promove o crescimento do Reino de Deus.
À semelhança do grão de mostarda, o Reino de Deus surge do nada para demonstrar a plenitude do poder divino. Isto equivale dizer que a Igreja, como grão de mostarda, surpreendeu o mundo com a sua mensagem e com o seu poder irresistível no Espírito Santo.
No começo, seu desenvolvimento foi vagaroso por causa das dificuldades a serem vencidas, tanto em relação aos inimigos do reino, quanto à negligência dos lavradores. Mas, como nos diz a Palavra, o grão de mostarda “é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore” (Mt 13.32).
3. O poder misterioso da fé. Em outro evento, Jesus usou a figura do “grão de mostarda” para ilustrar o poder misterioso e qualitativo da fé. Ler Mt 17.20.
A dificuldade dos discípulos em curar um menino (Mt 17.14-19) deu a Jesus a oportunidade não só de expulsar o demônio que oprimia a criança, como também de mostrar-lhes que a fé é produtiva quando procede de Cristo. Esta é posta em ação, como confiança absoluta em Deus, segundo a sua Palavra. Voltando ao “grão de mostarda”, vejamos as suas características.
4. O campo de semeadura (v.31). O “campo” desta parábola pode ser interpretado como o mundo, onde foi semeado o evangelho. No dia de Pentecostes, o grupo de quase cento e vinte pessoas (At 1.15,16), mediante a ação do Espírito Santo, imediatamente cresceu e multiplicou-se para quase três mil almas (At 2.14,37-41).
5. A lição do crescimento. Jesus não estava apenas empenhado em crescimento numérico de discípulos, mas também em mostrar outro elemento fundamental para se avaliar o desenvolvimento do Reino de Deus: o qualitativo.
Em Mateus 28.19,20, há uma relação do discipulado com o crescimento da Igreja. No cumprimento da Grande Comissão, os discípulos, já revestidos do poder do alto, mostraram haver aprendido as lições da parábola do grão de mostarda.
II. A GRANDE ÁRVORE (Mt 13.82)
1. A forma de crescimento. O crescimento de uma árvore é lento e progressivo; o de uma hortaliça, como a mostarda, é rápido e passageiro, porque esta vive apenas o suficiente para produzir flores e sementes.
Quando Jesus assemelhou o Reino de Deus a um grão de mostarda, sugeriu que, assim como a semente desta hortaliça desenvolve-se com muito vigor e misteriosamente, o Reino de Deus, através da Igreja, expandir-se-ia e surpreenderia o mundo apesar de seu início pequeno e humilde.
Todavia, precisamos levar em conta um contraste sugerido pela comparação: o crescimento da hortaliça é temporário e limitado; o do Reino de Deus é ilimitado.
2. As ameaças ao crescimento. Nas parábolas anteriores, aparece o campo de plantio com os seus problemas típicos: recepção, absorção e crescimento da semente lançada. Cada problema devia ser encarado com diligência pelo agricultor, pois, conforme diz a Bíblia, “o que planta e que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho” (1Co 3.8). Em sentido geral, a Igreja é o grão de mostarda semeado que se desenvolveu e tornou-se uma grande árvore.
Nesta parábola, o campo é um sistema de ação demoníaca comandado pelo Diabo, pois “sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1Jo 5.19).
Como Igreja, deparamo-nos com muitos oponentes neste mundo, como a carne, o mundo, o Diabo e o pecado, os quais incumbem-se de criar todas as dificuldades possíveis ao desenvolvimento do Reino de Deus. Ver 1Jo 2.16,17.
Não podemos esquecer-nos de que, no campo de boas sementes, vem o inimigo e semeia o joio.
3. O significado de “grande árvore” (v.32). Todos sabemos que a mostarda é uma hortaliça que pode crescer até uma altura de três a quatro metros, dependendo de condições ideais do meio ambiente, como é o caso do vale do Jordão. Em síntese, uma árvore chama a atenção porque se torna visível aos olhos humanos. Cada salvo, em Cristo, faz parte da igreja invisível. Porém, é a igreja visível que é observada.
III. AS AVES DO CÉU (Mt 13.32)
O texto sagrado diz: “Mas crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu e se aninham nos seus ramos” (v.32). À luz do contexto das sete parábolas de Mateus 13 sobre a esfera atual do Reino dos Céus, bem como a analogia geral das Escrituras, as “aves do céu” simbolizam Satanás e seus demônios contra a Igreja. Herbert Lockyer, respeitado erudito bíblico, em seu livro sobre Parábolas, declarou: “as aves do céu não representam homens e nações, e sim o mal, isto é, Satanás, o príncipe da potestade do ar”.
A lição básica que o Mestre desejava ensinar era sobre o “crescimento da igreja no mundo”.
CONCLUSÃO
A Igreja, muito embora tenha tido um início humilde e até mesmo insignificante em relação as grandes religiões não-cristãs existentes no mundo, cresceu e frutificou abrigando milhões de seres humanos em sua sombra e copa.
Subsídio Teológico
“O cristianismo cresceu por sua própria natureza. Neil ressalta: ‘O que é claro é que cada cristão era uma testemunha. Onde houvesse cristãos, haveria uma febre viva e ardente, e antes de tudo uma crescente comunidade cristã’. Deveria ser reconhecido, no entanto, que havia também trabalhadores em tempo integral, como Paulo e seus auxiliares, e que as igrejas mantinham esses obreiros financeiramente. Essa abordagem básica de uma equipe missionária organizada foi assimilada dos fariseus (mas veja Mt 23.15). A natureza missionária inerente à Igreja combinada aos avanços estratégicos de obreiros em tempo integral conduziu ao crescimento de seus três primeiros séculos.
A igreja dessa era esperava que Cristo retornasse ainda enquanto seus membros estivessem vivos; enfatizava também a religião prática e proclamava agressivamente a Cristo. Junto com a validação dos milagres, essa proclamação foi validada pelo amor e pela santidade pessoal de seus componentes. Aqueles que estavam cansados da fraqueza moral eram atraídos pelo elevados padrões morais dos cristãos.
Tanto fontes simpáticas quanto adversas ao Cristianismo atestam esse sucesso da Igreja no período imediatamente subsequente aos apóstolos” (JOHN V. YORK. Missões na Era do Espírito Santo. RJ: CPAD, 2002, pp.115,116).
Artifício: Recurso.
Diligência: Cuidado ativo; zelo, aplicação.
Franca: Desimpedida, desembaraçada, livre.
Hortaliça: Designação vulgar de plantas leguminosas ou de plantas herbáceas, comestíveis sob a forma de saladas, ensopados, guisados, condimentos, etc., e que geralmente se cultivam nas hortas; verdura, erva.
Negligência: Desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência.
Plenitude: Qualidade ou estado de pleno. Em plena ou máxima extensão, brilho, glória, etc.
JOHN V. YORK. Missões na Era do Espírito Santo. CPAD, 2002.
1. Qual a origem da palavra mostarda?
R. É de origem egípcia ( sinapis).
2. O que os discípulos deveriam entender por meio do exemplo dessa hortaliça?
R. Que mesmo uma semente tão pequena é capaz de produzir um grande resultado.
3. O que Jesus sugere ao assemelhar o Reino de Deus a um grão de mostarda?
R. Que assim como a semente de hortaliça desenvolve-se com muito vigor e misteriosamente, o Reino de Deus, através da igreja, expandir-se-ia e surpreenderia o mundo apesar de seu início pequeno e humilde.
4. Quais são os oponentes que a Igreja enfrenta neste mundo?
R. A carne, o mundo, o Diabo e o pecado.
5. Quais os dois elementos fundamentais para se avaliar o desenvolvimento do Reino de Deus?
R. Crescimento quantitativo e qualitativo de discípulos.