Título: Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 5: Cristo, o tesouro incomparável
Data: 1 de Maio de 2005
“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21).
Tendo a Cristo como o nosso inigualável tesouro, tudo mais em nossa vida é secundário.
Segunda — Ef 1.18-23
Conhecendo as riquezas da glória
Terça — Jo 3.3
O único modo de conhecer o Reino
Quarta — Pv 2.4,5
O conhecimento de Deus é como o tesouro escondido
Quinta — 2Co 4.7
Tesouro em vasos de barro
Sexta — Fp 3.7,8
Nosso tesouro supremo é Cristo
Sábado — 2Co 8.9
Cristo se fez pobre para nos tornar ricos
164, 306 e 445 da Harpa Cristã
Mateus 13.44; 6.19-21; Filipenses 3.7,8.
Mateus 13
44 — Também o Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo.
Mateus 6
19 — Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.
20 — Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
21 — Porque onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração.
Filipenses 3
7 — Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
8 — E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo.
Professor, após quatro lições, é conveniente refletirmos sobre a motivação dos alunos. Sua classe continua entusiasmada com os assuntos ministrados? Seus alunos participam ativamente das atividades em classe? É necessário que você propicie a eles boas razões para continuarem assistindo às aulas. São assíduos? Monitore a frequência de seus alunos. Visite os ausentes ou envie cartas para eles, a fim de que se sintam importantes para você.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
A Parábola do Tesouro Escondido é a quinta dentre as sete parábolas mencionadas em Mateus 13.1-58. O principal propósito desta narrativa alegórica é ensinar sobre o supremo valor do Reino dos céus. Quando falou sobre o crescimento do Reino, Jesus o comparou ao grão de mostarda e ao fermento (Mt 13.31-33), mas para demonstrar sua importância, igualou-o a um “tesouro escondido” (v.44).
Os judeus, quando estavam ameaçados de invasão estrangeira, costumavam esconder parte de sua riqueza a fim de protegê-la dos salteadores. Em muitos casos, o proprietário era levado cativo ou morto, e seus valores permaneciam escondidos na terra. Portanto, havia a possibilidade de alguém encontrá-los algum tempo depois.
O impacto da mensagem de Cristo é percebido quando consideramos que a sua audiência era constituída principalmente de pobres, lavradores e pequenos comerciantes envolvidos com o cultivo e a administração dos campos. Segundo Jesus, a alegria de encontrá-lo assemelha-se ao deleite daquele que acha um tesouro no campo. Cristo é o tesouro incomparável, que uma vez encontrado, enche-nos de completa satisfação.
Professor, para esta lição, consiga figuras de bens materiais de vários tipos: casa, carro, iate, avião, dinheiro, etc. Antes de iniciar a aula, fixe-as debaixo dos assentos e, em seguida, arrume as cadeiras em círculo.
Quando os alunos chegarem, avise que o lugar está repleto de “tesouros” e que deverão procurá-los. Antes de iniciarem a busca, leia e medite com eles em Salmos 39.6. Depois, conceda-lhes alguns minutos para procurarem as “riquezas”. Quando todos encontrarem as figuras em seus assentos, solicite que cada um fale sobre seu achado e como se sentiria se, em vez da figura, achasse realmente algo de valor. Permita-lhes falar sobre seus sentimentos ao procurar e encontrar as supostas riquezas. É provável que tenham experimentado sentimentos de curiosidade, expectativa, surpresa, alegria, etc.
Aproveite a oportunidade para introduzir a lição.
INTRODUÇÃO
A parábola que vamos estudar hoje se encontra apenas no Evangelho de Mateus. Esta curta narrativa certamente prendeu a atenção dos ouvintes, porquanto tratava de um assunto do interesse de todos — a descoberta de um tesouro. Trata-se de um homem que descobriu casualmente um tesouro escondido num campo e, com grande alegria, tomou todas as providências a fim de adquirido. Isto diz respeito ao zelo, interesse e empenho com que se deve buscar o Reino dos Céus.
I. O TESOURO ESCONDIDO
1. O sentido de “tesouro” na Bíblia. Um tesouro consiste em volumosa riqueza que pode ser em dinheiro, joia, ouro, prata, e inúmeros outros bens que uma pessoa possua (Pv 15.16).
2. O costume oriental de ocultar tesouros. Era costume dos povos dos tempos bíblicos esconder tesouros em suas terras a fim de protegê-los de ladrões e de vizinhos avarentos, ou pela simples falta de meios para preservação de suas riquezas. Não havia bancos como em nossos dias (Jó 3.21; Pv 2.4). Jesus usou esse fato para enfatizar o supremo valor do Reino dos Céus.
3. A possibilidade de ser o dono do tesouro descoberto. Muitas vezes acontecia de um camponês achar um desses tesouros enquanto cavava os campos. Entretanto, o fato de alguém encontrar um tesouro em terreno alheio, não lhe dava o direito de possuí-lo. Caso o afortunado estivesse realmente interessado naquela riqueza, teria de adquirir a propriedade na qual o tesouro fora encontrado (Mt 13.44).
II. INTERPRETANDO OS ELEMENTOS DA PARÁBOLA
Em linhas gerais, o Reino dos céus é comparado a um tesouro inestimável, e o interesse de encontrá-lo deve estar acima de qualquer outra coisa. Vejamos o que representa cada elemento desta parábola:
1. O “campo” (v.44). “O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo”. O “campo” certamente trata-se do mundo habitado ao qual Jesus veio: “Porque Deus amou o mundo [grifo meu] de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Ler também Lucas 2.1 e Marcos 16.15.
2. O “homem” (v.44). “Um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu”. Na parábola do semeador, Jesus é o “homem” que “semeia a semente”. Na do tesouro escondido, “o homem” representa o pecador que encontra Cristo, o maior tesouro que alguém pode descobrir. “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.7,8; Mc 10.28-30).
3. O “tesouro” (v.44). Como já vimos anteriormente, o tesouro é Cristo. No capítulo 3 de Filipenses, verificamos que o apóstolo Paulo reconhece que todos os valores terrenos desaparecem diante da alegria de conhecer a Jesus. O profeta Jeremias já nos alertava: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra...” (Jr 9.23,24). O crente não deve se gloriar em seu conhecimento secular, talentos ou bens, pelo contrário, deve exultar por haver conhecido o mais valioso de todos os tesouros — Jesus.
III. CRISTO, O TESOURO SUPREMO
Todos os legítimos tesouros desta vida e deste mundo, sejam riquezas materiais, fama, prestígio ou sabedoria humana, não podem ser comparados à magnificência do reino e sua glória de que seremos participantes (Cl 2.2,3; Rm 8.18).
1. Descobrindo as riquezas de Deus em Cristo Jesus. Somente Cristo pode satisfazer os anseios da alma humana: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...” (Sl 42.1,2). Quando o pecador vem a Cristo, aceitando-o como seu Salvador, recebe como herança toda a riqueza do Reino de Deus (Ef 1.3,17,18). Cristo é, portanto, o tesouro de valor incalculável que deve ser sempre buscado acima de tudo.
2. Cristo é nosso tesouro permanente. As riquezas deste mundo são transitórias e perecíveis e não nos acompanham por toda a vida. A Bíblia nos aconselha: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6.19). Jesus não é semelhante ao ouro nem à prata (At 17.29). Nossa verdadeira e multiforme riqueza permanecerá conosco por toda a eternidade: Jesus Cristo, o Pai da Eternidade (Is 9.6), “o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8).
IV. A ESCOLHA DO MAGNÍFICO TESOURO
A Bíblia nos afirma que Jesus não é precioso somente aos olhos de Deus, mas também aos olhos daqueles que creem em seu nome: “Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido” (1Pe 2.6). Todavia, esta “Pedra Preciosa” pode receber distintas respostas humanas, como veremos a seguir.
1. Pessoas que escolheram o magnífico tesouro de Deus. Pedro e André trabalhando no mar da Galileia ouviram o convite de Jesus para segui-lo. Imediatamente deixaram tudo e seguiram-no (Mt 4.18-20). Tiago e João procederam da mesma maneira ao serem convocados pelo Mestre: “Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no” (Mt 4.22). O apóstolo Paulo também declarou a sua escolha por Cristo: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Fp 3.7). O eunuco etíope não conseguiu resistir à exposição do plano de salvação executado por Jesus. Diante da pergunta de Filipe, confirmou sua fé, foi batizado e prosseguiu sua caminhada regozijando-se por ter encontrado o Tesouro Incomparável (At 8.35-39).
2. A rejeição do Bom Tesouro (Lc 18.18-30). O jovem rico desta passagem bíblica colocou suas riquezas acima do Mestre. Seu coração estava tão apegado aos bens materiais que, apesar da sua tristeza, rejeitou o convite de Jesus. É também o caso dos ouvintes mencionados em Jo 5.40. Por causa de suas prioridades, o jovem rico é desafiado a vender suas riquezas e doá-las aos pobres. Contudo, seu apego às riquezas é tão grande que torna-se um obstáculo intransponível entre ele e o Salvador. Este homem preferiu desfrutar das riquezas desta terra a ter um tesouro no céu. Diante desta escolha, Jesus conforta seus abnegados discípulos (que haviam deixado tudo para segui-lo): “Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos pelo Reino de Deus e não haja de receber muito mais neste mundo e, na idade vindoura, a vida eterna” (Lc 18.29,30).
CONCLUSÃO
A busca por tesouros sempre exerceu um fascínio sobre a humanidade. Ao narrar esta parábola, o Mestre enfatiza a alegria daquele homem ao descobrir um tesouro. O mesmo ocorre com o pecador que se encontra com Jesus, pois o Senhor é tão precioso que o pensamento e a linguagem humanos são incapazes de expressar o seu valor. Quando temos Cristo, possuímos absolutamente tudo o que precisamos para viver realmente felizes aqui na terra, tendo dEle a certeza da vida eterna.
Subsídio Teológico
“No Oriente antigo, a insegurança da situação levava os ricos a adotarem um expediente: dividiam seus bens em três partes. Uma parte era empregada no comércio; outra, convertida em joias que podiam ser facilmente transportadas ou vendidas; e a terceira, enterrada. O segredo do esconderijo não era revelado a ninguém: o tesouro estaria perdido se o dono não voltasse. Talvez o dono do campo, mencionado nesta parábola, tivesse escondido o tesouro diante do avanço de algum exército invasor e, aprisionado por ele, morrido no cativeiro sem revelar o seu segredo. Muitas vezes acontecia de um camponês afortunado achar um desses tesouros enquanto cavava os campos (Jó 28.15-19; Pv 3.13,15; 8.1).
1. O pensamento central. Adquirir um objeto de valor supremo. Ponto-chave: a descoberta de um tesouro valioso, a alegria por descobri-lo e o prazer em vender tudo para obtê-lo.
2. A lição prática. Pode ser: O Reino dos Céus, com as bênçãos que lhe são inerentes é tão precioso que se justifica qualquer sacrifício para obtê-lo.
A parábola do tesouro representa as pessoas que se deparam subitamente com o tesouro do Evangelho: o grupo de evangelização na esquina, o folheto entregue por um evangélico ou a conversa casual com um crente; a parábola da pérola, aqueles que, durante anos, têm procurado o valor supremo que dá completa satisfação à alma” (PEARLMAN, Myer. Mateus: O Evangelho do Grande Rei. Coleção Myer Pearlman. RJ: CPAD, 1995, pp.102-3).
Intransponível: Que não se pode ultrapassar.
Magnificência: Grandiosidade; esplendor; grandeza.
Multiforme: Que se apresenta de muitas maneiras.
Perecível: Que desaparece ou se extingue.
Transitório: De pouca duração; passageiro.
PEARLMAN, Myer. Mateus: O Evangelho do Grande Rei. Coleção Myer Pearlman. CPAD, 1995.
1. Porque havia o costume oriental de esconder tesouros em suas terras?
R. Para protegê-los de ladrões e de vizinhos avarentos e, pela falta de meios para preservação da riqueza.
2. Quem é o Tesouro Supremo?
R. Cristo.
3. O que o campo e o homem representam?
R. O “campo” certamente trata-se do mundo habitado e o “homem” representa o pecador que encontra Cristo.
4. Mencione exemplos de personagens bíblicos que escolheram o Bom Tesouro.
R. Pedro, André, Tiago, João, Paulo e o eunuco etíope.
5. Cite um personagem bíblico que rejeitou o Bom Tesouro.
R. O jovem rico.