LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

2º Trimestre de 2005

 

Título: Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 9: Cristo, a rocha inabalável

Data: 29 de Maio de 2005

 

TEXTO ÁUREO

 

Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam(Sl 127.1).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A obediência à Palavra de Deus é um sólido alicerce para o crente construir sua casa espiritual.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — 2Tm 2.19

O firme fundamento de Deus

 

 

Terça — Ef 2.20; Dt 32.3,4; 1Co 3.11

Jesus é a nossa rocha

 

 

Quarta — Is 28.16; 1Pe 2.4

Jesus é a pedra eleita e preciosa

 

 

Quinta — 1Pe 2.5-9

Os crentes são pedras vivas

 

 

Sexta — 1Sm 2.2

O Senhor é a única e verdadeira rocha

 

 

Sábado — Sl 27.5

Encontramos proteção na Rocha

 

HINOS SUGERIDOS

 

47, 107 e 581 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 7.21-27.

 

21 — Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

22 — Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?

23 — E, então, lhes direi abertamente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

24 — Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.

25 — E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.

26 — E aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.

27 — E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.

 

PONTO DE CONTATO

 

Nesse trimestre, estamos estudando o Reino dos Céus ilustrado pelas parábolas de Cristo no Evangelho de Mateus. A semente foi lançada em solo fértil! Assim como o grão de mostarda e o fermento, o Reino de Deus tem crescido maravilhosamente no coração de nossos alunos. E você, professor, é o instrumento que o Espírito Santo usa para enriquecer a vida espiritual de seus alunos. Que Deus continue abençoando seu ministério, dádiva do amor de Deus para com sua Igreja.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Sumariar as advertências que antecedem à parábola.
  • Estabelecer as diferenças entre os dois personagens principais da parábola.
  • Explicar as lições práticas da parábola.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Na Parábola dos Dois Alicerces, Jesus compara aqueles que ouvem os seus ensinos a dois tipos de homens: o sensato e o insensato. Os ouvintes sensatos são aqueles que, à semelhança do homem que constrói a sua casa sobre a rocha, escutam e praticam os ensinos de Cristo. Estes, mesmo nas adversidades, permanecem inabaláveis; assim como a casa alicerçada sob fundamento firme. Os insensatos são aqueles que escutam os ensinos de Cristo, porém não os praticam. Estes são comparados ao homem que constrói sua casa em solo arenoso. Assim como esta casa é arruinada ao enfrentar as variações das condições climáticas, aqueles que são apenas ouvintes da Palavra de Deus também não resistirão às adversidades da vida.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Reproduza o quadro abaixo numa cartolina ou no quadro de giz e trace um paralelo entre os dois construtores desta parábola. As casas enfrentaram os mesmos problemas, porém seus destinos foram diferentes em virtude do tipo de alicerce construído. Os homens ouviram a mesma mensagem, mas tomaram decisões completamente distintas. Enfatize a importância da escolha pessoal.

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Esta última parábola do Sermão do Monte foi precedida pelo ensino de um princípio vital: a obediência aos ensinos do Mestre. Jesus estava preocupado com aqueles que professam uma fé apenas verbal; são apenas ouvintes da Palavra de Deus; não a praticam.

Nesta lição, aprenderemos a importância do compromisso que devemos ter com o cristianismo verdadeiro e autêntico. Nesta parábola, os alicerces sobre os quais as casas são construídas (rocha e areia) representam o modo como procedemos diante da exposição da Palavra de Deus. A rocha simboliza a obediência e a areia, a desobediência.

 

I. AS ADVERTÊNCIAS DE JESUS

 

O capítulo sete de Mateus apresenta a conclusão do famoso sermão de Jesus — o Sermão do Monte. Naturalmente, para entendermos a finalidade da parábola dos dois alicerces, precisamos voltar ao contexto deste ensino de Jesus.

1. Jesus nos alerta (Mt 7.15-27). Somos advertidos quanto aos falsos profetas (vv.15-20), aos falsos mestres (vv.21-23) e aos falsos ouvintes (vv.26,27).

a) A primeira advertência. Jesus adverte acerca dos falsos profetas que apareceriam na igreja. Cremos no ministério profético e na manifestação do dom de profecia concedido para instrução, edificação e exortação da igreja de Cristo. Entretanto, a Bíblia recomenda que as mensagens proféticas sejam julgadas segundo a Palavra de Deus. Isto indica que a igreja precisa discernir toda e qualquer manifestação espiritual, a fim de que se evite distorções e heresias. Falsos profetas têm surgido na igreja causando danos ao Corpo de Cristo.

Jesus percebeu que os chefes religiosos, conforme seus antecessores (Jr 28), conduziam o povo à ruína espiritual. O Mestre se preocupou em alertar seus seguidores quanto a ameaças futuras, pois muitos entrariam no meio do povo de Deus “vestidos de ovelhas”, com aparência de santidade e piedade. No entanto, seriam, na verdade, “lobos devoradores” que arrebatariam as ovelhas do aprisco do Senhor.

O fruto seria a principal evidência do caráter desses profetas (Mt 7.16-20). Uma vez que não é fácil distinguir o falso do verdadeiro, resta-nos tão somente perceber essa diferença “por seus frutos”.

b) A segunda advertência (vv.21-23). Nos versículos 21 e 22, Jesus adverte sobre os que proclamam o seu nome com os lábios, porém, não cumprem a vontade do Pai. O simples ato de professar o nome do Senhor não demonstra qualquer compromisso com Ele. Quando alguém apenas pronuncia sua crença em Jesus e não lhe obedece, na realidade, está negando sua fé. Muitos que profetizam, pregam ou realizam milagres em nome de Jesus, pensando serem seus servos, tentarão justificar-se diante dEle. Eles ouvirão do próprio Deus: “Nunca vos conheci”. Na verdade, Jesus ensina que devemos, sim, confessar a nossa fé de modo verbal, contudo, esse ato deve ser acompanhado de obediência a seus mandamentos. Não basta dizer: “Senhor, Senhor”. É necessário sermos autênticos e verdadeiros em nossa confissão, e esta deve estar seguida de profunda obediência ao Senhor Jesus (Rm 10.9,10). A Bíblia nos adverte quanto a sermos cumpridores da palavra e não somente ouvintes (Tg 1.22).

 

II. A TERCEIRA ADVERTÊNCIA (Mt 7.24-87)

 

Jesus continua seu sermão focalizando aspectos relacionados ao “ouvir e praticar”. Jesus determinou que se aceitássemos suas doutrinas e as praticássemos, certamente ganharíamos o céu. Contudo, se não obedecêssemos a seus estatutos, teríamos um destino trágico. Para tornar mais claro este ensino, o Mestre relatou a parábola dos dois alicerces: a rocha e a areia.

1. O homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha (v.24). Como identificar “o homem prudente?”. Não se trata simplesmente de uma característica pessoal, antes, de um comportamento equilibrado de alguém que sabe exatamente o que está fazendo, pois reflete antes de agir. Trata-se de uma pessoa que vive com equilíbrio racional. Seu procedimento não está baseado em meras emoções, mas nas coisas sensatas. Um homem prudente é moderado e cauteloso. Ele é considerado sábio porque constrói sua vida sobre fundamentos firmes. O ato de “edificar sobre a rocha” significa “escutar as palavras de Jesus e praticá-las” (v.24).

A vida cotidiana é um aprendizado constante, portanto, é fundamental não somente ouvir a palavra de Deus, mas também obedecê-la. Assim sendo, construiremos uma vida estabilizada sobre a rocha que é Jesus (Is 28.16; 1Co 3.11; 1Tm 1.1; At 4.11,12).

2. A estabilidade da casa edificada sobre a rocha (v.25). A nossa casa espiritual precisa estar bem construída para não cair diante das intempéries da vida, tais como “chuvas torrenciais, ventos fortes e correntezas caudalosas”. A palavra “combater” (v.25) é, literalmente, “cair sobre” ou “cair contra”, ou seja, essas variações do tempo representam um tipo de força ou peso que repentinamente se lançam sobre determinado lugar. Entretanto, Jesus afirmou que uma casa poderá resistir ao mau tempo se tiver sido edificada sobre um fundamento firme (Pv 12.7; Is 28.16). Isso significa que embora estejamos sujeitos a experimentar adversidades, seremos capazes de superá-las se estivermos alicerçados na Rocha Eterna. Nossa firmeza na fé está diretamente relacionada ao tipo de alicerce sobre o qual estamos edificados.

3. O homem imprudente que construiu sua casa sobre a areia (v.26). Esse homem foi chamado por Jesus de “insensato” que significa “falto de senso ou razão”, “demente”, “que não tem bom senso”. Não é difícil perceber a insensatez de alguém que constrói sua casa sobre a areia. Esta pessoa não tem juízo, nem demonstra a menor perspicácia. Se houvesse bom senso nesse construtor, jamais construiria sua casa sobre a areia. No momento em que as tempestades e ventos da vida vieram sobre esta casa, ela não resistiu devido à fragilidade de seu fundamento. O “homem insensato” representa os que desobedecem aos ensinos de Jesus. A imprudência desse homem não consiste em deixar de ouvir as palavras do Mestre, mas em ouvi-las e não se preocupar em praticá-las. Trata-se de alguém que possui uma vida vulnerável, sujeita a tropeços fatais, porquanto não está alicerçado na obediência à Palavra de Deus.

 

III. AS LIÇÕES DA PARÁBOLA

 

Em primeiro lugar, Jesus utilizou a linguagem figurada do construtor que edificou sua casa sobre a rocha com o objetivo de ensinar a respeito “daquele que escuta suas palavras e as pratica”. Este homem sensato estará seguro; protegido de toda e qualquer tempestade que acaso venha tentar destruí-lo. Todos os ataques malignos contra o crente serão frustrados se ele estiver escondido na rocha, Cristo.

Em segundo lugar, urge que cada um de nós pergunte a si mesmo: Estou obedecendo aos mandamentos ordenados pelo Senhor? Ou sou um mero ouvinte da Palavra de Deus? Tenho prazer em não somente ouvir, mas também em praticar as Sagradas Escrituras? Estou firme em Cristo o suficiente para resistir às adversidades? Faça uma introspecção e avalie sua vida quanto a essas questões.

 

CONCLUSÃO

 

Não obstante ouvirmos a Palavra do Senhor, professarmos nossa fé em Cristo e tornarmo-nos membros de uma igreja, é imprescindível demonstrarmos, através de nossas atitudes, evidências de nossa sincera devoção. Portanto, a obediência é um aspecto fundamental da nossa fé (Tg 1.22-25; 2.14-20).

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Devocional

 

“[...] O Senhor mostrou as consequências que acompanham aqueles que desprezam o Reino de Deus. Talvez por se esquecerem de que a vivência dos seus princípios é fruto da presença de Cristo no coração, preferem a porta espaçosa das facilidades, da falta de compromisso, da prevalência da carne sobre as necessidades do espírito, onde viver o momento presente com todo prazer mundano intrínseco é mais importante do que pensar em coisas eternas. Estes são os que, ao invés de ouvir e praticar as palavras do Senhor, constroem sobre o movediço alicerce de areia, de modo que, ao primeiro sinal da tempestade, a casa desmorona e joga por terra todas as esperanças. O conceito, aqui, é o de justificar-se pelos próprios esforços através da autoconfiança, à semelhança dos fariseus, que se estribavam em si próprios como os grandes guardiões da lei mosaica, mas estavam cheios de peçonha mortal. Infelizmente, para os que assim prosseguem, sem mudar de rota e firmar os seus passos em Cristo, o fim deles é a perdição.

Eis a razão pela qual o Senhor também comparou os que ouvem a sua palavra ‘e as pratica’ a quem constrói sobre o sólido alicerce da rocha. À luz da Bíblia, é coerente a interpretação de que esta rocha refere-se ao próprio Senhor [...]” (COUTO, Geremias do. A transparência da vida cristã: Comentário devocional do Sermão do Monte. RJ: CPAD, 2001, pp.266,267).

 

GLOSSÁRIO

 

Aprisco: Curral que se destina às ovelhas.

Cotidiano: De todos os dias; diário.

Perspicácia: Qualidade de observar atentamente; prudência.

Trágico: Relativo à tragédia ou desgraça.

Urgir: Ser urgente; sem demora.

Vital: De importância capital; essencial.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

COUTO, Geremias do. A transparência da vida cristã: Comentário devocional do Sermão do Monte. CPAD, 2001.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Quais são os dois tipos de alicerces da parábola?

R. Rocha e areia.

 

2. O que significa ser prudente no contexto da parábola?

R. Viver com equilíbrio racional, ser moderado e cauteloso.

 

3. Por que a escolha do tipo de alicerce é importante na construção de uma casa?

R. Para que possa resistir as intempéries climáticas.

 

4. Quem o construtor imprudente representa?

R. Os que desobedecem aos ensinos de Jesus.

 

5. Quem o construtor prudente representa?

R. Os que escutam as palavras de Jesus e as praticam.