Título: Vida santa até a volta de Cristo — Conselhos para uma vida vitoriosa
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 7: Exortação ao amor fraternal
Data: 14 de Agosto de 2005
“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros” (1Ts 4.9).
O amor entre os irmãos é o distintivo de uma vida transformada pelo poder de Deus.
Segunda — Mt 22.37,38
O grande mandamento
Terça — Mt 22.39
Amor ao próximo
Quarta — Ef 5.25
Amor à esposa
Quinta — 1Jo 4.11
Amar aos outros como Deus ama
Sexta — 1Jo 4.20
O falso amor
Sábado — Mt 5.44
Amar aos inimigos
247, 283 e 363 da Harpa Cristã
1 Tessalonicenses 4.9,10; João 13.34,35.
1 Tessalonicenses 4
9 — Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros;
10 — porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto continueis a progredir cada vez mais,
João 13
34 — Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
35 — Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
Professor, cada aluno é único e especial. Uma única informação que você transmite à classe pode ser compreendida de maneira distinta, conforme as especificidades individuais dos alunos. Cada aluno possui seu ritmo e estilo próprio de aprendizado. Alguns, que são mais analíticos, se comprazem na exposição minuciosa do texto bíblico ou da lição (aprendem quando observam e ouvem). Outros são mais dinâmicos, aprendem por meio de atividades que os desafiem a descobrir novos conceitos e possibilidades. Há os interativos, isto é, os que aprendem quando são estimulados diante de uma situação concreta (gostam de interagir com o grupo). Por fim, os pragmáticos são aqueles que aprendem ao executarem uma atividade relacionada a uma teoria (relacionam a teoria à prática). Por conseguinte, o professor deve ser um facilitador do aprendizado do aluno, possibilitando a este, por meio de métodos variados, oportunidades de aprender conforme suas características próprias.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
O amor fraternal da igreja dos tessalonicense era notório por toda a Macedônia. Acerca deste amor, Paulo salienta que não há necessidade de escrever aos cristãos em razão dos mesmos serem “instruídos por Deus”. Esta expressão dentro do contexto da epístola não significa que os crentes receberam, assim como Moisés, uma revelação direta da parte de Deus. Mas que aderiram a doutrina cristã do amor fraternal ensinado por Jesus e divulgado por meio de seus apóstolos (Jo 12.34; 15.12; 6.44-46).
O termo traduzido por “amor fraternal”, no original “philadelfia”, era usado nos escritos do tempo do Novo Testamento para se referir ao amor entre os irmãos dentro do núcleo familiar. No entanto, o apóstolo emprega a palavra a fim de descrever o amor entre os santos da família de Deus, isto é, os que professam a mesma fé em Cristo (Ef 2.19).
Para esta aula, você vai precisar de duas cartolinas, caneta hidrocor e durex. Prepare dois cartazes. Fixe os mesmos em um local visível. Mostre primeiro o cartaz com a palavra amor. Converse com a turma explicando que este termo é muito empregado dentro e fora do contexto cristão, portanto, algumas vezes este vocábulo serve para descrever o que é santo, outras vezes, o que é torpe. Todavia, em meio a tudo isso, a ordenança do Senhor permanece: “Amai-vos uns aos outros”. Enfatize que o amor cristão não é apenas um reflexo de nossas emoções. Ele só tem sentido quando praticado, ou seja, demonstrado através de atitudes. Apresente à turma o segundo cartaz e explique que fomos transportados das trevas para a luz mediante o sacrifício de Jesus na cruz. À medida que entramos na luz, aprendemos a amar os nossos irmãos assim como os tessalonicenses fizeram e tornaram-se, em pouco tempo, verdadeiros exemplos de cristãos amorosos para com os irmãos da Macedônia.
INTRODUÇÃO
Esta lição ocupa-se do importante e vital assunto do relacionamento humano partindo dos irmãos em Cristo. O amor de Deus em nós e operando através de nós é o centro gerador da atividade da vida cristã. “E não tivesse caridade, nada seria” (1Co 13.2b). O amor divino existindo e operando em nossas vidas é como um distintivo especial que indica se alguém de fato conhece a Deus, e se é servo do Senhor ou discípulo de Jesus (1Jo 4.8).
I. “QUE VOS AMEIS UNS AOS OUTROS”
1. A caridade fraternal. “Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros” (1Ts 4.9). “Amor fraternal” é uma tradução mais precisa e direta de “caridade fraternal” no v.9. Esse amor é a principal característica do caráter cristão. É prova de que alguém é discípulo ou seguidor de Jesus. Este é também um mandamento do Senhor (Jo 13.34,35). Este amor não é um dom espiritual que um crente possa receber e outro não. É um fruto produzido pelo Espírito Santo no crente. Na árvore saudável, o fruto é algo normal, regular, aguardado. É um princípio agrário (Mt 3.10). Quem se diz crente e vive sempre com ódio, raiva, ira, revolta, vingança, rebeldia ou amargura não é filho de Deus, pois Deus é amor. O amor fraternal é, pois, distintivo fundamental manifesto no relacionamento do crente com Jesus.
2. Bem instruídos no amor (4.9). O apóstolo declarou que os crentes daquela igreja já estavam “instruídos por Deus” a respeito de amarem uns aos outros, visto que ele antes estivera ali doutrinando. Em seguida, Timóteo também. Paulo tinha tanta certeza que a mensagem transmitida vinha do Senhor, que declarou: “vós mesmos estais instruídos por Deus” (v.9). Tem você esta convicção ao ministrar através da Palavra? O amor de Deus é um tema sempre atual e necessário. Foi um dos temas desses obreiros em Tessalônica.
II. DIVERSOS TIPOS DE AMOR
Além do vocábulo referente ao amor notadamente de Deus, o Novo Testamento menciona outros tipos de amor. É muito instrutivo mencioná-los e compará-los. Encontramos no grego, quatro palavras que têm o significado amor. São as seguintes:
1. O amor chamado ágape . É o tipo de amor mais sublime, e o mais encontrado na Bíblia. Este amor sempre se refere ao relacionamento entre Deus e o homem (Jo 3.16; 13.1,23; 15.9), e também do homem para com Deus (Mt 22.37; Lc 11.42; Jo 5.42; Rm 5.5). Este amor, no entanto, é tão elevado que “Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). É o amor capaz de amar o próprio inimigo: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mt 5.44).
2. O amor chamado phileo . É o amor fraternal. Altruísta, comunitário, interessado no bem-estar dos outros, contrário ao egoísmo. Tem o significado de “terno afeto de coração”; “afetividade”; “gostar de verdade”. Há muitas menções dele no Novo Testamento. Desse termo vêm palavras nossas como filantropia (amor ao próximo); filosofia (apreço ao conhecimento), etc.
3. O amor chamado storge . É o amor mais relacionado à família (Rm 12.10). 0 desaparecimento desse amor é mencionado em Rm 1.31 e 2Tm 3.3.
4. O amor chamado eros . (Origem dos termos erógeno, erotismo, eromania). Não é mencionado na Bíblia, a não ser seus exemplos. É o “amor” tipo paixão, erótico, sensual, sexual. Hoje, o erotismo vem avassalando a mente de muitas pessoas no mundo. A indústria pornográfica obtém, através do cinema, do vídeo e da mídia em geral, lucro fabuloso à custa da exploração do sexo. Até mesmo muitos cristãos perderam sua fé e santidade, sendo agora escravos do pecado, por se deixarem avassalar pelo deus Eros.
III. O AMOR NA PRÁTICA
1. Amor e obras. “Exortamos-vos, porém, a que ainda nisto continueis a progredir cada vez mais” (4.10). O amor fraternal não é primeiramente expresso por palavras bonitas, impressionáveis e aplausos, mas por obras, atos, ações. “Meus filhinhos, não amemos de palavras, nem de línguas, mas por obra e em verdade” (1Jo 3.18). O amor só tem sentido quando praticado. Demonstrado com ações, gestos e atitudes. É semelhante à fé. Esta, sem as obras, está morta (Tg 2.14-17). Podemos dizer que o amor, sem as obras, é morto, impotente. Amor e obras devem andar juntos, um justificando o outro na vida cristã. Somos discípulos de Jesus se amamos uns aos outros (Jo 13.34). Não somos salvos pelas obras (Ef 2.8,9), entretanto temos o dever de praticar boas obras, “as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).
2. Amor para com todos (4.10). “Porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia”. Como aqueles crentes conseguiram isso com limitados recursos e sem os modernos meios de comunicação e transporte? Eles tornaram-se, em pouco tempo, verdadeiros exemplos de cristãos amorosos e laboriosos para com os irmãos da Macedônia. Isso incluía Filipos, onde Paulo e seu companheiro foram perseguidos e maltratados. O amor ágape é o que faz a diferença. Esse amor para com todos é tão sublime que ultrapassa as fronteiras do relacionamento entre os próprios irmãos em Cristo. Amar a quem nos ama não é tão difícil. Dificultoso, na realidade, é amar os outros, quando estes são, com referência a nós, arredios, queixosos, reclamantes, prevenidos, mal informados, ofendidos e mesmo inimigos. Mas é o que nos manda o Senhor Jesus: “… Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mt 5.44-46).
IV. PROGREDINDO EM AMOR
1. O crescimento do crente em amor. “Exortamos-vos, porém, a que ainda nisto continueis a progredir cada vez mais” (4.10). O apóstolo, no seu cuidado com o desenvolvimento espiritual dos crentes, exortou-os a que continuassem a progredir no amor, o qual, como já vimos, manifesta-se através de obras; “do trabalho da caridade” (1.4). O crente deve crescer “em tudo”, a partir do amor (Ef 4.15). Esse crescimento deve ser equilibrado: “antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18). Em princípio, pode-se ter a ideia de que amar conforme o ensino bíblico é algo muito fácil. Para isso, é necessário um exercício constante do amor, pois são muitos os fatores que contribuem para o seu esfriamento, como ocorreu com os crentes efésios (Ap 2.1,4). Jesus predisse que um dos sinais de sua vinda seria o esfriamento do amor, por causa da multiplicação da iniquidade (Mt 24.12). No progresso do amor, os crentes podem desenvolver-se em vários níveis: (1) No amor a Deus (Mt 22.37); (2) No amor ao próximo (Mt 22.39); (3) No amor ao cônjuge (Ef 5.28; Tt 2.4); (4) No amor aos filhos e familiares (Jo 13.34; 1Tm 5.8); (5) No amor aos irmãos de fé (Rm 12.10; Jo 13.34,35; 1Jo 3,11; 4.21); (6) No amor aos inimigos (Mt 5.44).
CONCLUSÃO
O amor cristão precisa ser demonstrado no dia-a-dia por todos os crentes, para que possamos alcançar os perdidos para Deus. Sem amor, não se evangeliza, não se discipula. O amor leva-nos a realizar a obra missionária e a evangelizar. Através dele, podemos louvar e adorar a Deus em “espírito e em verdade”.
Subsídio Teológico
“Paulo diz não haver necessidade de escrever aos tessalonicenses sobre a importância do amor fraterno e está confiante de que pode manter a discussão em um nível mínimo. Um pequeno lembrete é tudo de que precisavam nesse estágio, pois já foram bem instruídos por ele (4.1-2), e acima de tudo, foram ‘instruídos por Deus’. Esse conceito de ser ensinado dessa maneira, relata o cumprimento da profecia e os benefícios da promessa da nova aliança. No versículo 8, Paulo já mencionou o dom do Espírito Santo, que nos ajuda a buscar a santificação.
A respeito da nova aliança, Jeremias registra que o Senhor diz: ‘porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração’ (Jr 31.33). Semelhantemente, Isaías escreve: ‘E todo os teus filhos serão discípulos do Senhor’ (Is 54.13). E Jesus afirma que essas profecias são aplicáveis à nova aliança, dizendo: ‘E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim’ (Jo 6.45). Paulo reconhece seu papel nesse novo tempo: Ele é o agente da instrução de Deus — à medida que o Senhor o unge, o povo de Deus ouvirá os seus ensinos. O apóstolo pode se sentir seguro de que, contanto que seja um despenseiro fiel (1Ts 2.4), Deus nutrirá e completará a obra iniciada nos convertidos” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (eds.). Comentário bíblico pentecostal: Novo Testamento. CPAD, 2003, p.1391).
Altruísta: Que pratica o amor ao próximo; filantropia.
Arredio: Afastado, separado, apartado.
Avassalar: Cativar, seduzir; dominar.
Laborioso: Amigo do trabalho: trabalhador.
Queixoso: Que tem ou denota queixa; sentido, magoado.
LEFEVER, Marlene D. Estilos de aprendizagem. CPAD, 2002.
LUCADO, Max. Um amor que vale a pena. CPAD, 2003.
BRUNELLI, Walter. Conhecidos pelo amor. CPAD, 1995.
1. Que significa “caridade fraternal”?
R. O amor entre os irmãos.
2. Qual o distintivo fundamental manifesto no relacionamento do crente com Jesus?
R. O amor fraternal.
3. Como Deus provou seu amor para conosco?
R. Enviando Jesus para morrer por nós, sendo nós ainda pecadores.
4. Qual o significado do amor phileo?
R. E o amor altruísta, comunitário, interessado no bem-estar dos outros.
5. Qual o significado do amor eros?
R. E o “amor” tipo paixão, erótico, sensual.