Título: Vida santa até a volta de Cristo — Conselhos para uma vida vitoriosa
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 8: Trabalhando sem ansiedade
Data: 21 de Agosto de 2005
“E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado” (1Ts 4.11).
O preguiçoso está em pecado, pois está deixando de cumprir a determinação de Deus para o homem desde o Éden.
Segunda — 2Ts 3.11
Crentes ociosos
Terça — 1Pe 4.15
Quem se mete em negócios alheios
Quarta — At 20.35
Trabalhando para ajudar os outros
Quinta — Ef 4.28
Trabalhando para repartir
Sexta — 2Ts 3.8
Trabalhando dia e noite
Sábado — Pv 24.30-34
O preguiçoso retratado
84, 86 e 107 da Harpa Cristã
1 Tessalonicenses 4.11,12; 1 Tessalonicenses 3.10; 2 Tessalonicenses 3.11; Atos 20.35; Efésios 4.28.
1 Tessalonicenses 4
11 — E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado.
12 — Para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma.
1 Tessalonicenses 3
10 — Orando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto e supramos o que falta à vossa fé?
2 Tessalonicenses 3
11 — Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs.
Atos 20
35 — Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.
Efésios 4
28 — Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.
Professor, chegue cedo, receba cordialmente seus alunos e cumprimente-os com um bem-vindo caloroso. Antes de ministrar a lição, pergunte à turma o que entendem por “ansiedade” ou “estar ansioso”. Ouça cada uma das explicações e, a seguir, defina o termo segundo o dicionário. Redirecione as explicações para o contexto da lição. Ao final da aula, ore por cada um de seus alunos. Interceda em favor de seus projetos e preocupações sociais e emocionais. Partilhe com eles o texto de Salmos 18.32: “Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho”.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
O comentário desta lição está dividido em três seções principais: Uma Vida de Quietude, Cuidando da Própria Vida e Andando Honestamente.
O primeiro tópico faz uma síntese do ensino de Cristo a respeito da ansiedade em Mateus 6.25, subdividindo-a em três tipos: quanto à vida, ao comer e ao corpo. A base do ensino está no termo grego “merimna”, isto é, “preocupação ou ansiedade”. O conceito da palavra no original significa “preocupação que provoca ansiedade, estresse e pressão”.
A segunda seção trata de três temas inter-relacionados: o cuidado pessoal com a própria vida; o trabalho para a própria subsistência e a necessidade de se trabalhar para socorrer os cristãos desafortunados. Neste último, o trabalho é considerado uma ocasião para se exercer o amor fraternal.
O último tema, Andando Honestamente, refere-se ao comportamento ético do cristão na sociedade e na igreja.
Reproduza o gráfico abaixo no quadro-de-giz ou numa cartolina. Pergunte aos alunos como eles costumam lidar com a ansiedade. Em seguida, apresente as informações contidas abaixo. Conclua este período solicitando a todos que recitem o texto de Filipenses 4.6. Depois, rogue a Deus que retire toda ansiedade e peso dos corações para que desfrutemos a plenitude da bênção do evangelho de Cristo.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, você vai encontrar um resumo bíblico sobre a Teologia do Trabalho. Este assunto, embora escrito há cerca de dois mil anos, tem um valor especial para todos os cristãos. Vivemos num tempo onde existem inúmeras e sérias controvérsias e reivindicações sobre o valor do trabalho. Muitas são as questões que envolvem a relação capital-trabalho e patrão-empregado. Todo trabalho é lícito e honesto para um servo ou uma serva de Deus? Outra causa de litígio surge em decorrência da falta de oportunidade de trabalho nos grandes centros urbanos devido à informatização de muitos serviços.
I. UMA VIDA DE QUIETUDE
1. “E procureis viver quietos” (4.11). A paz de espírito é um fator indispensável para que tenhamos uma boa qualidade de vida. Neste tópico, teremos a oportunidade de refletir sobre o valor da tranquilidade na vida do cristão.
2. O ensino de Jesus. O Salvador disse no Sermão do Monte: “Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida...” (Mt 6.25a). Neste versículo, o Mestre ensina que não devemos viver “ansiosos”. Ele ressaltou o fato de que não podemos estar receosos por motivo algum:
a) “Quanto à vida”. Jesus não estava fazendo referência à vida biológica, mas ao nosso cotidiano. Como cristãos somos exortados a descansar no Senhor. Não podemos ficar aflitos diante das lutas e provações, pois Ele é o nosso “Jeová-Jiré”. O Senhor provê todas as coisas para que tenhamos uma vida digna, de acordo com a sua vontade.
b) “Pelo que haveis de comer, ou haveis de beber”. Sem alimento não podemos sobreviver. Mas, no ensino de Jesus, os crentes são exortados a não se preocuparem, de modo excessivo, com o que comer ou com o que beber, visto que o Pai alimenta as aves dos céus, que não semeiam nem segam (Mt 6.26). O ensino de 1Ts 4.11 é semelhante, pois os crentes são exortados a terem uma vida quieta, trabalhando com fé em Deus. No texto de 2Ts 3.10, o ensino é enfático: “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”.
c) “Quanto a vosso corpo, pelo que haveis de vestir”. Jesus percebia o quanto algumas pessoas preocupavam-se com o corpo, a vestimenta, e o alimento. Então, ensinou que essa preocupação não tinha razão de ser para seus seguidores, pois o Pai veste muito bem os lírios do campo, “que não trabalham nem fiam” (Mt 6.28-30). E concluiu, dizendo que devemos buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, pois assim teremos o que necessitamos (Mt 6.31-34).
3. Ensino idêntico nas epístolas. Não somente nos Evangelhos, mas nas epístolas encontramos o mesmo padrão de ensino quanto à preocupação excessiva com as nossas necessidades. Não devemos estar inquietos “por coisa alguma”. É preciso orar a Deus (Fp 4.6). E o resultado desse exercício de fé, através de uma vida de oração, será: “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7).
II. CUIDANDO DA PRÓPRIA VIDA (4.11)
1. Tratando dos seus negócios. O cristão não deve intrometer-se na vida dos outros fazendo mexericos. Deve cuidar da sua própria vida. É preciso preocupar-se com o próximo, mas com o intuito de ajudá-lo (cf. 1Co 10.33; Rm 15.2).
2. Trabalhando com as próprias mãos (v.11). Como servos de Deus, não podemos viver à custa do trabalho dos outros. Pois seria vergonhoso e abusivo. Já no Éden, Deus predeterminou que o homem haveria de trabalhar (Gn 2.15; ver Jó 5.7). Na segunda carta, encontramos: “Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs” (2Ts 3.11). Os crentes preguiçosos vivem explorando os outros, alegando que vivem “pela fé”. O Salmo 128 declara: “Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem” (v.2). Nada justifica o viver sem trabalhar, exceto se alguém está doente, inválido, deficiente ou temporariamente desempregado. Nesse caso, a igreja local tem o dever de auxiliá-los (At 20.35; ver Sl 37.25).
III. ANDANDO HONESTAMENTE
1. “Para que andeis honestamente” (4.12). Andar honestamente é viver de modo digno e exemplar. Certamente, tais pessoas tinham um comportamento não digno de ser chamado crente em Jesus. Ser cristão é ser conclamado a fazer a diferença no meio de uma sociedade sem Deus. É ser “sal da terra” e “luz do mundo” (cf. Mt 5.13-16).
2. “Para com os que estão de fora” (4.12). Paulo estava fazendo uma referência aos que não pertenciam à comunidade cristã, aos ímpios. Ser “sal” e “luz” do mundo é dar um bom testemunho. É ser irrepreensível diante de Deus e dos homens. É fácil ser membro de uma igreja evangélica, ter o seu nome no rol de membros de alguma denominação. Mas ser cristão autêntico é dar testemunho, com a sua vida, de que é filho de Deus.
3. “E não necessiteis de coisa alguma” (v.l2). Paulo estava exortando os irmãos a que trabalhassem para se sustentar de modo digno e exemplar. Pois o crente deve, com discernimento, fazer o possível para não dever coisa alguma a não ser o amor. E, assim, sob a bênção de Deus, não só obtém o que necessita para si e para sua família, como tem o suficiente para repartir com aquele que precisa de ajuda, principalmente os domésticos na fé.
O justo, como diz o Salmo 128, come do trabalho das próprias mãos. Ele não vive de jogos de azar nem de atividades ilícitas. A prosperidade realmente cristã envolve os bens materiais e espirituais. Afinal, Deus promete abrir “as janelas do céu” e derramar bênçãos em abundância sobre aqueles que são fiéis nos dízimos e ofertas (Ml 3.10,11). O Altíssimo não aceita a preguiça, pois é fruto do pecado (Ler Pv 6.6,9; 21.25).
CONCLUSÃO
Deus determinou que o homem deve trabalhar para se manter. Após a queda, no Éden, o trabalho passou a ser desgastante mental e fisicamente. Todavia, o mesmo não deixou de ser uma bênção. O cristão deve ser um exemplo no labor diário, honesto e dedicado, para que, sendo “sal da terra” e “luz do mundo”, glorifique a Deus com o seu serviço.
Subsídio Teológico
“Por que o trabalho árduo é tão importante? A que propósito ele serve, uma vez que Deus prometeu prover todas as nossas necessidades?
Certamente as pessoas que depositam toda a sua fé em seu trabalho podem ser tristemente desapontadas […]. As Escrituras Sagradas trazem muitos ensinamentos sobre a importância do trabalho. Em primeiro lugar, nosso esforço no labor é capaz de glorificar a Deus. Estamos aqui para começar por esta parte. Em segundo lugar — e relacionado ao primeiro ponto — seja o que for que façamos nesta Terra, incluindo o nosso comportamento no trabalho, será um testemunho para as outras pessoas. Por essa razão. Deus espera que sejamos diferentes, que nos salientemos no contexto do mundo em que vivemos e que façamos nosso trabalho sem murmurações.
O terceiro ponto é complexo. A Bíblia deixa claro que o nosso trabalho é um dos veículos que Deus utiliza para suprir as nossas necessidades. O seu intento é que a nossa produtividade nos traga recompensas significativas, tanto tangíveis, como intangíveis. Em seu plano, a preguiça e a falta de produtividade resultam naturalmente em necessidades. Deus quer que estejamos em uma posição tal, que possamos desfrutar do resultado de nossas atividades” (SALE JR. Frederick. Você & Deus no trabalho: a ética profissional do cristâo. RJ: CPAD, 2001, pp.30,31).
Abusivo: Em que há abuso, uso errado, excessivo ou injusto.
Controvérsia: Contestação, polêmica.
Decorrência: Decurso, derivação, consequência.
Enfático: Que tem, ou em que há ênfase ou destaque.
Litígio: Questão judicial; pleito, demanda, pendência.
Reivindicação: Ato de reclamar, exigir, requerer.
SALE JR. Frederick. Você & Deus no trabalho: a ética profissional do cristão. CPAD, 2001.
BRUNELLI, Walter. A vontade de Deus e você. CPAD, 1987.
1. Que ensinou Jesus quanto à ansiedade?
R. Que não devemos andar ansiosos quanto à vida.
2. Qual o ensino de 2 Tessalonicenses 3.10 sobre o trabalho?
R. “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”.
3. O que Paulo ensinou acerca do trabalho?
R. Que os tessalonicenses deveriam trabalhar para se sustentar de modo digno e exemplar.
4. Qual o ensino do Salmo 128 a respeito do trabalho do justo?
R. O justo come do trabalho das próprias mãos. Ele não vive de jogos de azar nem de atividades ilícitas.
5. Por que o Altíssimo não aceita a preguiça?
R. Porque ela é fruto de pecado (Pv 6.6).