Título: Vida santa até a volta de Cristo — Conselhos para uma vida vitoriosa
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 11: A vinda de Jesus e a conduta cristã
Data: 11 de Setembro de 2005
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A santificação do crente envolve todo o seu ser e todas as áreas da sua vida, para que seja irrepreensível na vinda de Jesus. Sem ela, ninguém verá o Senhor.
Segunda — Rm 6.22
Dando fruto para a santificação
Terça — 2Co 7.1
Aperfeiçoando a santificação
Quarta — 1Tm 2.15
Permanecendo na santificação
Quinta — Hb 12.14
Sem santificação ninguém verá a Deus
Sexta — Hb 12.10
Participantes da santidade
Sábado — Ef 1.4
Santos e irrepreensíveis
131, 143 e 161 da Harpa Cristã
1 Tessalonicenses 5.12,13,18-23.
12 — E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam;
13 — e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós.
18 — Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19 — Não extingais o Espírito.
20 — Não desprezeis as profecias.
21 — Examinai tudo. Retende o bem.
22 — Abstende-vos de toda aparência do mal.
23 — E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Professor, a elaboração das aulas deve seguir um plano ordenado que contemple os conteúdos a serem ministrados e as atividades extracurriculares que reforçam o aprendizado. É importante incluir em seu plano de aula estratégias que estimulem e intensifiquem o desejo de aprender do aluno. É preciso quebrar o bloqueio construído pelo aluno quando ele não se interessa por uma lição bíblica. Contudo, é importante saber que há alguns alunos dispostos a aprender e outros resistentes ao ensino. A presença desse último na sala de aula constitui um grande desafio e uma responsabilidade para cada professor. Portanto, dinamize suas aulas e seja criativo.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
A presente lição está dividida em cinco tópicos. O primeiro deles trata do respeito e da estima que o cristão deve ter em relação à pessoa e obra do pastor. Este, pelo trabalho que desenvolve, deve ser amado e considerado pela comunidade cristã (v.12). O segundo tópico diz respeito ao tratamento e paciência que devemos dispensar ao nosso irmão em Cristo, seja este desordeiro, desanimado ou fraco (vv.14,15). O terceiro contempla os nossos relacionamentos com os que nos prejudicam. Não devemos apenas rejeitar a vingança e a retribuição do mal recebido, mas sempre fazer o bem a todos (v.15). O quarto tópico considera cinco atitudes que devemos ter em nossa vida devocional diária: regozijar-se sempre, orar sem cessar, dar graças em tudo, não extinguir o Espírito e não desprezar as profecias (vv.16-20). Por fim, o último tópico recomenda a prudência, o exame e o discernimento das coisas, retendo aquilo que é bom e útil, e rejeitando tudo o que não condiz com a conduta cristã (v.21). O propósito de todos esses itens é capacitar o cristão para viver plenamente a santidade bíblica em seu espírito, alma e corpo (vv.22,23).
Para esta lição, sugerimos que você, professor, reproduza os esquemas abaixo no quadro-de-giz. A Palavra de Deus nos ensina que sem “santificação ninguém verá o Senhor”. Então, explique que todos os que foram purificados pelo sangue de Jesus, também foram santificados. Os santos têm uma conduta diferenciada, pautada nas Escrituras Sagradas. Em seu significado mais simples, santificação indica: purificação, dedicação, separação e abandono do pecado. Através da graça mediadora de Jesus, fomos justificados, purificados, regenerados e santificados, logo, devemos nos afastar de tudo que não agrada ao Senhor. Enfatize que, na vinda de Jesus, somente os crentes irrepreensíveis irão encontrá-lo.
INTRODUÇÃO
Nesta lição temos preceitos e recomendações do apóstolo Paulo acerca de diversos temas, tais como: a conduta cristã para com os pastores, o trato para com os desordeiros, a alegria, a oração, o cultivo do fogo do Espírito e outros assuntos da mais alta significação para os que desejam servir a Deus fielmente, tendo em vista a volta de Jesus.
I. O RESPEITO AOS PASTORES
1. Reconhecendo o seu trabalho (5.12,13). O ministério pastoral é da maior relevância para a vida da igreja local. Sem ele, o rebanho fica sem liderança, sem saber o rumo a seguir no meio da sociedade sem Deus. São os pastores que “presidem… no Senhor” a igreja local e admoestam os crentes quanto à sua vida e conduta (1Ts 1.3; 1Co 15.10; Gl 4.11). Os pastores são dados por Deus (Ef 4.11), para o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.12a); o preparo para o ministério (Ef 4.12b); e a “edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12c). Paulo diz que somos “edifício de Deus” (1Co 3.9b,10-13). Nessa edificação da igreja local, os pastores têm um papel importantíssimo.
2. Tendo-os em grande estima e amor (5.13). Um jogador de futebol é estimado pelos torcedores; um artista de televisão, embora exercendo um papel fictício, e muitas vezes pernicioso, é estimado pelos seus fãs. Mas o pastor de uma igreja local nem sempre é estimado pelos membros da comunidade. Porém, Paulo exorta a que os tessalonicenses tenham seus pastores “em grande estima”.
II. COMO TRATAR DIVERSOS IRMÃOS
1. Admoestando os desordeiros (5.14). Admoestar (gr. parakaleo) tem o sentido de “consolar”, “encorajar”, ou de “exortar”, como no presente caso. Ocorre 109 vezes no Novo Testamento. Paulo ensinou que se admoestassem “os desordeiros” (2Ts 3.11). Eles eram ociosos, desocupados, preguiçosos (2Ts 3.7,8,11,12). Em muitas igrejas, há esse tipo de pessoas. Mas isso não é coerente com o caráter cristão. Os necessitados de verdade devem ser objeto do amor e da assistência da igreja local. Mas os desordeiros devem ser afastados. Eles eram rebeldes. Estes devem ser aconselhados, e advertidos. Se não se corrigirem, devem ser afastados da congregação e da comunhão (2Ts 3.6,14).
2. Consolando e sustentando os fracos. Os de pouco ânimo são desanimados e tristes. Precisam de apoio espiritual e emocional na igreja. Nem todos os que aceitam a Cristo têm a mesma estrutura espiritual. Uns são mais fortes. Outros são mais fracos na fé. O obreiro não deve cuidar só das ovelhas mais fortes (Ez 34.1-4; Rm 14.1,2). Os crentes mais fracos perdem o ânimo com facilidade.
3. Pacientes para com todos. Paciência (gr. makrothymia) , é sinônimo de longanimidade, que é um dos aspectos mais importantes do “fruto do Espírito” (Gl 5.22). Os tessalonicenses foram ensinados por Paulo a serem pacientes para “com todos”, tanto para com os bons quanto para com os que andam errados. Isso não quer dizer que devemos apoiar os que pecam, ou traem a Igreja de Jesus.
III. SEGUINDO SEMPRE O BEM
1. Não dar mal por mal (5.15). É não vingar-se de alguém. A chamada “lei de talião” (lat. lex talionis) foi admitida no Antigo Testamento com o “olho por olho”, “dente por dente”, “pé por pé” (Êx 21.24). Vingar-se ou retaliar é descumprir a “lei áurea” que diz: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhe também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12). Além disso, Jesus mandou amar até mesmo os inimigos (Mt 5.44). Só existe um tipo de vingança que é legal e legítima, de acordo com a Bíblia. É a vingança de Deus (Rm 12.19-21; 1Pe 3.9).
2. Sempre fazendo o bem. A natureza do crente em Jesus é sempre benigna. Não pode ser ao contrário. Na comunhão com Cristo, aprendemos que Ele sempre fez o bem a todos, operando sinais e prodígios (At 2.22). Comunhão é ter tudo em comum. Assim, unidos a Cristo, só podemos fazer o bem. É a prática do “fruto” da “benignidade” (Gl 5.22; Rm 12.17; 1Pe 3.9).
IV. CINCO ATITUDES NA VIDA DEVOCIONAL
1. Regozijando-se sempre (5.16). Os ímpios alegram-se nas coisas vãs deste mundo e deste tempo. Mas a alegria ou o regozijo do cristão é diferente. Em primeiro lugar, o servo de Deus tem a alegria do Espírito Santo, que é um dos aspectos extraordinários do “fruto do Espírito” (Gl 5.22); em segundo lugar, o crente fiel vive na presença do Senhor, onde “há abundância de alegrias” (Sl 16.11; Sl 100).
2. Orando sem cessar (5.17). Sabemos que tal recomendação não significa orar sem interrupção. O que o apóstolo quer dizer é que o crente precisa viver em constante estado de oração, na comunhão diária com Deus, ou seja, sem desligar-se do Senhor. Estando assim, o Espírito Santo “intercede por nós” (Rm 8.26,27). O servo ou serva de Deus, ao levantar-se, ora; no trabalho ou na escola, ora; na igreja ou em outro lugar, ora; nos meios de transporte, pedindo a bênção de Deus sobre seu deslocamento e suas atividades.
3. Dando graças em tudo (5.18). Aos efésios, Paulo diz que devemos dar graças a Deus “por tudo” (Ef 5.20). Deverá o crente em Jesus dar graças porque pecou? Mentiu? Adulterou? É preciso entender o texto. Ele manda dar graças a Deus “em tudo, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus”, ou seja, na comunhão com Cristo. Desse modo, o crente deve dar graças a Deus, mesmo em circunstâncias adversas, e não pelo pecado, pois não seria correto dar graças a Deus por algo que ele odeia, ou abomina (1Pe 3.11-17).
4. Não extinguindo o Espírito (5.19). Quando um crente perde o fervor espiritual, torna-se frio, ou, pior ainda, morno, e é “vomitado” por Deus (Ap 3.16). Em muitas igrejas que têm na fachada uma placa com o nome de “pentecostal”, não se vê mais o fogo do Espírito. O batismo com o Espírito Santo é tão raro que os novos convertidos espantam-se quando alguém “consegue” receber essa bênção; os dons espirituais (1Co 12) são abafados.
5. Não desprezando as profecias (5.20). O dom de profecia é considerado o mais necessário para a edificação dos crentes: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1Co 14.3). Deve-se ter cuidado para que esse dom não seja objeto de manipulação de pessoas com interesses secundários, tais como obter prestígio, induzir casamentos, ou incentivar pessoas a serem candidatas a cargos políticos, numa mistificação perigosa (Dt 18.20).
V. COMO ESPERAR A VINDA DE JESUS
1. Examinando tudo, retendo o bem (v.21). No texto, o apóstolo exortou os crentes a fim de que examinassem tudo o que lhes fosse apresentado de modo crítico, à luz da palavra que lhes fora ensinada. Diante do exame acurado das coisas, deveriam aproveitar somente “o bem”, ou seja, aquilo que fosse bom para suas vidas renovadas, como libertos por Cristo. Numa versão bem popular, poder-se-ia dizer que Paulo aconselhou a “comer o peixe mas deixar as espinhas”.
2. Santificados para a vinda de Jesus (vv.22,23). O cristão deve afastar-se até da aparência do mal. Isso faz parte da “qualidade da vida espiritual”. O crente prudente, que deseja ter uma vida santificada, sempre terá o cuidado de se afastar do mal, ou seja, do pecado, em todas as suas manifestações, seja na forma ou na aparência. Do crente fiel, nada poderá ficar aqui, na Terra, e muito menos no túmulo (1Co 15.54). Tudo no crente tem que ser irrepreensível para a vinda de Jesus: “espírito, e alma, e corpo”. Se uma só parte não for santificada, as outras não poderão ficar irrepreensíveis. Completando o texto da primeira carta, o apóstolo fez várias saudações finais, recomendando de modo veemente que a epístola fosse lida “a todos os santos irmãos”.
CONCLUSÃO
Na vinda de Jesus, só os crentes irrepreensíveis irão ao seu encontro. A santificação é o único meio pelo qual essa vida irrepreensível pode ser alcançada. É necessária a vigilância, a oração, a leitura da Bíblia, e a obediência incondicional aos princípios sagrados, que são a base da conduta cristã.
Subsídio Devocional
“Disciplina da Devoção — Meditação
1. Ouvir. A meditação é seguida pelo exercício de devoção do ouvir a Palavra. Eugene Peterson nos mostra que o Salmo 40.6 conta uma brilhante metáfora no original, em hebraico, que graficamente ensina a necessidade de ouvir. Ele diz literalmente: ‘Ouvidos que cavaste para mim’. Para nossa infelicidade, nenhuma tradução em português preserva a metáfora do original. Preferindo, em lugar disto, parafrasear com expressões como ‘tu me deste um ouvido bem aberto’ ou ‘abriste meus ouvidos’. No entanto, o verbo em hebraico retém a preciosidade metafórica cavar, que sugere, além da obra de Deus, uma cabeça humana sem orelhas — ‘um bloco: olhos, nariz e boca, mas sem orelhas’. […] A importância de ter ouvidos cavados vem dos lábios de Jesus: ‘Quem tem ouvidos, ouça…’ (Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22). Precisamos ler a Palavra de Deus, mas também orar para que Ele faça explodir nossas ‘cabeças de granito’, para que ouçamos verdadeiramente sua Palavra.
2. Murmurar. Quando o salmista fala em meditar na Lei, dia e noite (Sl 1.2), usa o termo que significa ‘murmurar’. Esta palavra foi usada para descrever os murmúrios do rei em Salmos 2.1, e o gemido das pombas em Isaías 59.11. Na realidade, Agostinho traduziu Salmos 1.2 como ‘Em sua lei falam dia e noite’. A meditação é intrinsecamente verbal. Isto significa que o salmista memorizou a Palavra de Deus, pois ninguém é capaz de murmurar as Escrituras sem memorizá-las, e vice-versa. Na prática, isto nos diz que, junto com a leitura sistemática da Bíblia, temos de selecionar os segmentos especialmente significativos, para murmurar reverentemente […]” (HUGHES, R. Kent. Disciplinas do homem cristão. 3ª Edição, RJ: CPAD, 2004, pp.75,76).
Acurado: Feito ou tratado com muito cuidado, desvelo ou apuro.
Fictício: Imaginário, ilusório, fabuloso.
Irrepreensível: Que não merece repreensão; perfeito, correto.
Mistificação: Ato ou efeito de abusar da credulidade de; engano.
Ocioso: Improdutivo, estéril; que não trabalha; desocupado.
Pernicioso: Mau, nocivo, ruinoso; perigoso.
Relevância: Grande valor, conveniência ou interesse; importância.
Retaliar: Revidar com dano igual ao dano recebido; vingar.
HUGHES, R. Kent. Disciplinas do homem cristão. CPAD, 2004.
1. Segundo Efésios 4.11, qual a finalidade dos pastores?
R. Eles são levantados pelo Senhor para o aperfeiçoamento dos santos, preparo para o ministério e edificação do corpo.
2. Como os desordeiros incorrigíveis devem ser tratados?
R. Eles devem ser exortados e se não se corrigirem, afastados da congregação e da comunhão.
3. De que maneira devemos tratar os fracos e de pouco ânimo?
R. Com todo o apoio espiritual e emocional que necessitam.
4. O que deve ser conservado irrepreensível na vida do crente para a vinda do Senhor?
R. “Espírito, e alma, e corpo”.
5. O que significa “não dar mal por mal”?
R. Significa não se vingar de alguém.