Título: Vida santa até a volta de Cristo — Conselhos para uma vida vitoriosa
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 12: A vinda de Jesus e o juízo sobre os ímpios
Data: 18 de Setembro de 2005
“…Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam,… como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Ts 1.6,8).
Os justos terão o galardão de Deus. Todavia, os ímpios receberão o castigo do Supremo Juiz como retribuição por suas más obras.
Segunda — 1Sm 2.9
Os ímpios ficarão mudos
Terça — 1Sm 24.13
Dos ímpios procede a impiedade
Quarta — Jo 9.22
A casa dos ímpios desaparecerá
Quinta — Sl 9.5
Os ímpios serão destruídos
Sexta — Sl 9.17
Os ímpios irão para o inferno
Sábado — Pv 10.7
O nome dos ímpios apodrecerá
48, 70 e 94 da Harpa Cristã
2 Tessalonicenses 1.4-10.
4 — de maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais,
5 — prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis;
6 — se, de fato, é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam,
7 — e a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder,
8 — como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;
9 — os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder,
10 — quando vier para ser glorificado nos seus santos e para se fazer admirável, naquele Dia, em todos os que creem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós).
Professor, o avanço tecnológico e o advento da informática aplicados à educação têm possibilitado àqueles que usufruem desses recursos aulas mais dinâmicas e interativas. As exigências da atual conjuntura educacional, principalmente nos grandes centros industriais, têm requerido que o professor conheça e utilize as ferramentas multimídia e os meios de comunicação em geral. Atualmente, as Lições Bíblicas do Mestre (LBM) dispõem de um recurso multimídia (CD-ROM) para auxiliar o professor na preparação das aulas dominicais. Você o conhece? Já o utilizou em classe? Além do CD-ROM possibilitar o acesso integral ao texto bíblico, texto integral da LBM, imagens e ilustrações, plano de aulas, slides de cada uma das lições, hinos, ainda exibe um banco de dados que torna possível a gestão dos alunos em classe. Este último item permite a avaliação individual através de cinco critérios específicos. Aproveite este recurso e seja abençoado.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Na Leitura Bíblica em apreço o apóstolo Paulo agradece a Deus pela maturidade cristã da igreja tessalonicense (2Ts 1.3). As notícias alvissareiras levadas pelos evangelistas a Paulo testificam do extraordinário crescimento da fé e do amor dos santos de Tessalônica (Pv 25.13). Paulo estava radiante com o desenvolvimento da igreja a ponto de divulgar nas “igrejas de Deus” a constância na fé, e como os fiéis estavam resistindo as múltiplas tribulações (v.4). É possível imaginar o regozijo dos cristãos ao receberem a notícia de que seu pai na fé estava orgulhoso do progresso espiritual de seus filhos.
O apóstolo reconforta o ânimo dos irmãos ao expor a doutrina da justiça divina (vv.5-10). Na manifestação do Senhor Jesus Cristo, os ímpios serão castigados padecendo eterna perdição como pagamento pelos seus atos malévolos contra os filhos de Deus. Enquanto os santos em Cristo receberão as bem-aventuranças celestiais.
Para a exposição desta lição, sugerimos que você faça um debate com a turma. O método de discussão em grupo utiliza-se da experiência dos alunos para ajudá-los a desenvolver o conhecimento. A participação ativa da turma através da discussão estimula cada pessoa do grupo a pensar de modo criativo e construtivo acerca do tema a ser ensinado, facilitando a aprendizagem. Solicite aos alunos que se reúnam em grupos. Depois, escreva as questões relacionadas abaixo no quadro-de-giz. Estipule um tempo para a discussão das mesmas. Em seguida, forme um círculo onde as questões serão analisadas e discutidas por todos os alunos. Você deve intervir sempre que achar necessário fazer alguma consideração. Cada grupo poderá ficar com uma pergunta. Sugestões de questões para serem debatidas:
A Igreja tem aguardado a volta do Senhor com alegria?
Por que o Senhor está tardando a voltar?
Quanto tempo teremos para nos preparar até que Jesus volte?
Os juízos de Deus virão sobre todas as pessoas?
Deus, que é amor, permitirá que os ímpios sofram o castigo eterno?
Estas são apenas algumas questões que poderão ser utilizadas, a fim de que seus alunos sejam motivados a estudar sobre o tema.
INTRODUÇÃO
A segunda carta aos tessalonicenses trata de três assuntos que dizem respeito à vida cristã. O apóstolo refere-se às perseguições que os crentes sofriam; aborda com pertinácia o tema da vinda de Jesus, e, por fim encoraja os crentes a esperarem o Senhor com fé, amor e trabalho honesto. São temas que caberiam em qualquer epístola nos dias presentes.
I. ENCORAJAMENTO NA PERSEGUIÇÃO
1. Gratidão aos filhos na fé (1.1,2). No primeiro tópico, Paulo e seus amigos saúdam mais uma vez a igreja em Tessalônica.
a) Saudação â igreja local (v.1). Paulo acrescenta que a “igreja dos tessalonicenses” existe “em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo”. Ele tinha a consciência de que a igreja, mesmo no sentido local, precisa ser fundada, ou alicerçada em Deus, e no Senhor Jesus. Há igrejas que são edificadas sobre seus pastores, ou sobre um programa de atividades, ou, ainda, numa visão mercantilista, baseada no dinheiro e na riqueza patrimonial. Esse tipo de igreja tende a fracassar, ou ser motivo de escândalos, pois não se fundamenta “em Deus” e “no Senhor Jesus Cristo”.
b) “Graça e paz” (v.2). Era uma saudação muito usual naqueles dias (Rm 1.7; 1Co 1.3; 2Co 1.2). Pedro e João também usaram essa fórmula (1 e 2Pe 1.2; 2Jo v.3; Ap 1.4). Nesse sentido, “graça” quer dizer “favor” ou “bondade” divina, donde provém todas as bênçãos de que os crentes careciam, e carecem hoje. Mas a graça, que é proveniente de Deus, requer, também, que os cristãos vivam em paz. E essa paz, no sentido genuíno, também provém de Deus e de Cristo. Paz (gr. eirene) é uma palavra que ocorre 91 vezes no Novo Testamento, sendo 43 vezes nas Epístolas Paulinas. É aquela “paz” de que falou Jesus (Jo 14.27).
II. FÉ E CARIDADE CRESCENTES
1. A fé que cresce (1.3). O bom relacionamento que Paulo cultivava com os irmãos, através de suas cartas, ou em suas visitas pastorais, é exemplo para os líderes cristãos nos dias presentes. Ele sempre procurava estimular a fé dos irmãos. O seu ensino sobre ação de graças é cheio de fé. Ele exorta a que se dê graças a Deus “por tudo” (Ef 5.20) e “em tudo” (1Ts 5.18). E escreveu, dizendo que ele e seus companheiros missionários “sempre” deviam dar “graças a Deus”, com razão, pois a fé dos tessalonicenses crescia “muitíssimo”. A fé admite gradação. Ela pode ser “pequena” (Mt 6.30); ou “grande” (Mt 15.28); pode ser aumentada (Lc 17.5).
2. A caridade que aumenta. Como já foi visto no capítulo 7, a palavra “caridade” não é muito encontrada nos textos bíblicos do Novo Testamento. O termo mais comum é ágape , que se traduz por amor. O apóstolo acentuou, em sua segunda carta, que tinha conhecimento de quanto os tessalonicenses cresciam em amor, ou em caridade, que pode ser traduzida como o amor na prática. Assim como a fé, o amor pode estagnar, diminuir, esfriar (Mt 24.12), ou aumentar, como ocorria entre os crentes de Tessalônica.
III. VITÓRIA EM MEIO ÀS LUTAS
1. Vitoriosos nas perseguições (1.4). Os crentes de Tessalônica, mesmo enfrentando tantas tribulações (1Ts 1.6; 2.14) eram um exemplo de como a “boa semente” caíra em “boa terra” (Mt 13.8), e não “entre pedregais”, que são corações que não suportam a perseguição (Mt 13.20,21). A atitude dos tessalonicenses foi considerada por Paulo como “prova clara do justo juízo de Deus, para que” eles fossem “havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também” padeciam (1.5), e que Deus haveria de recompensar com tribulação àqueles que os atribulavam (1.6). Não poderia ser diferente, pois “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
2. Descanso na Vinda de Jesus. Disse o apóstolo: “E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder” (1.7). No item anterior, vimos que Deus retribui ao homem segundo suas obras. Aos ímpios, que atribulam, dará tribulação. Mas, aos crentes, que sofrem tribulação, na sua vinda, dará o merecido “descanso”, quando vier buscar a sua Igreja “com os anjos do seu poder”. Esse descanso é o “repouso para o povo de Deus”, a que se refere o autor aos Hebreus (3.11; 4.9,11). É o “descanso” que o crente fiel terá, não nesta vida, ou neste mundo, onde sempre haverá aflições, conforme Jesus previu (Jo 16.33); mas o terá na vinda de Jesus, quando a Igreja subir a encontrar o Senhor nos ares (lTs 4.17; Mq 2.10), principalmente os que estiverem vivos, os quais serão transformados, recebendo corpos gloriosos, semelhantes ao de Jesus ressuscitado (Fp 3.21).
IV. O JUÍZO DE DEUS SOBRE OS ÍMPIOS (1.8-12)
1. A vingança de Deus (v.8). Deus é o único ser, no universo, que tem o direito legítimo de vingar-se de seus inimigos. Queiram ou não os homens, ninguém escapará da justiça do Todo Poderoso. Diz Deus: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13). O Senhor trará juízo sobre dois tipos de pessoas: (1) Os “que não conhecem a Deus”. Sem dúvida, a expressão aplica-se aos gentios (Rm 1.21-32) em todos os lugares do mundo, que, por razões diversas, não conhecem ao Pai. Talvez a melhor tradução seja “não reconhecem a Deus”, isto é, ouvem falar a respeito dEle, mas não lhe dão valor. (2) “Os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo”, referindo-se, certamente, aos judeus, ou aos gentios, que ouviram a mensagem de Cristo, mas não creram e não obedeceram à sua doutrina (1Ts 2.14-16). Nos salmos, lemos acerca de dois tipos de pessoas que serão condenadas: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17 — grifo nosso).
2. Eterna Perdição (v.9). Será o castigo de “eterna perdição” aos ímpios, que só ocorrerá após o Juízo Final. Aqui, não se trata de forma alguma da ideia herética, segundo a qual os ímpios serão aniquilados, ou destruídos para sempre, conforme ensinam certos movimentos ou seitas. O próprio texto diz que os condenados sofrerão “ante a face do Senhor e a glória do seu poder”. Isso dá a entender a permanência do sofrimento dos ímpios, que poderão contemplar a face de Deus e sua glória, sem, no entanto, dEle aproximar-se, por haver um abismo entre os que são castigados e os que são salvos (Lc 16.26). Os salvos, nessa “existência”, são galardoados com a “coroa da vida” (Tg 1.12; Ap 2.10); os ímpios, no entanto, terão a “eterna perdição” (Fp 3.19; 2Pe 3.7), que é a eterna separação de Deus, e equivale ao “fogo que nunca se apaga” (Mc 9.43-46,48). Jesus falou sobre esse estado de sofrimento (Mt 5.29,30; 12.32).
V. A GLORIFICAÇÃO NOS SANTOS (1.10-12)
Paulo completa sua palavra de conforto aos irmãos quanto à recompensa que dará aos que forem fiéis, assegurando que Jesus será “glorificado nos seus santos”, e se fará “admirável, naquele Dia” na vida de todos os que creem, segundo o testemunho que receberam dele e dos outros missionários. E conclui, dizendo que roga para que Deus os faça “dignos da sua vocação” e seu propósito para com todos eles, mediante sua bondade, obra da fé com poder, a fim de que o nome do Senhor seja glorificado neles. Na vinda de Jesus, Ele espera, assim, que os crentes sejam glorificados nEle (Rm 8.17), e Ele e seu nome sejam glorificados “nos seus santos” (1.10,12).
CONCLUSÃO
Muitas pessoas não entendem porque Deus permite aos ímpios fazerem todos os tipos de males, crueldade, atrocidade, violência e tudo o que é pernicioso e desumano. Mas, pela Bíblia, entendemos que é só uma forma de Deus trabalhar, e de tempo para que seu plano seja estabelecido no universo. Os ímpios serão punidos com a justiça divina no tempo de Deus.
Subsídio Teológico
“Os profetas do Antigo Testamento esperavam que o Dia do Senhor não representasse somente a libertação para os justos, mas também o julgamento final dos ímpios (Ml 4.1,2). No emprego de seu amor pela tríade (1Ts 2.10), Paulo descreve detalhadamente as circunstâncias dessa revelação com imagens que retratam uma autoridade absoluta:
1) No topo de sua lista declara que Jesus aparecerá ‘desde o céu’. Virá do trono da autoridade definitiva e majestosa, da própria esfera da habitação de Deus (At 7.56; Hb 1.3,4; 8.1;12.2; Ap 3.21). Jesus retornará para finalmente estabelecer a sujeição de ‘todas as coisas’ que Deus lhe concedeu (Hb 2.7,8). Em sua encarnação, Cristo se apresentou como um cordeiro a ser sacrificado, sem oferecer qualquer resistência; um dia, Ele retornará como o Leão da tribo de Judá, e ninguém poderá resistir à sua autoridade.
2) O próximo aspecto da revelação é que será ‘com labareda de fogo’. O fogo pode ser símbolo do Espírito Santo (1Ts 5.19), de Deus (Dt 4.24), e mais especificamente do juízo do Senhor (Is 66.15,16; Jr 21.12; 2Pe 3.10,12), e da punição dos ímpios (Mt 7.19; 25.41; Ap 20.15). O que se segue nos versículos 8 e 9 torna clara a imagem do julgamento de Deus, e a consequente punição dos ímpios.
3) A imagem do esplendor e da onipotência do advento de Cristo, retratada por Paulo, traz consigo um terceiro detalhe: Jesus virá acompanhado ‘com anjos do seu poder’ (1Ts 3.13). O pagamento mencionado por Paulo no versículo 6 é detalhado nos versos 8 e 9 com a explicação de quem merece a punição, e em que esta consiste […]” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (eds.). Comentário bíblico pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, p.1415).
Atrocidade: Crueldade, barbaridade.
Estagnar: Ficar imóvel; não progredir; paralisar(-se).
Legítimo: Conforme a lei; fundado no direito, na razão ou na justiça; que tem origem na lei, ou está protegido por ela.
Mercantilista: Relativo à tendência para subordinar tudo ao comércio, ao interesse, ao lucro, ao ganho; Predominância do interesse ou do espírito comercial.
Pertinácia: dualidade de muito tenaz, obstinado ou persistente.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (eds.). Comentário bíblico pentecostal: Novo Testamento. CPAD, 2003.
1. O que acontecerá com a igreja que não estiver alicerçada em Deus e no Senhor Jesus?
R. Ela tende a fracassar ou ser motivo de escândalo.
2. Como Paulo via a fé dos tessalonicenses?
R. Como uma fé que crescia “muitíssimo”.
3. Como Deus retribuirá o ímpio?
R. Será lançado no inferno.
4. O que será a eterna perdição?
R. Um sofrimento permanente enfrentado pelo ímpio que poderá contemplar a face de Deus e sua glória, sem, no entanto, dEle aproximar-se.
5. O que o Senhor dará, na sua segunda vinda, aos crentes fiéis que sofrem tribulação?
R. Ele dará o merecido “descanso”.