Título: E agora, como viveremos? — A resposta cristã para os tempos de crise e calamidade moral
Comentarista: Geremias do Couto
Lição 2: O mundo sem Deus vai de mal a pior
Data: 09 de outubro de 2005
“A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti” (Sl 73.25).
O crente, como sal da terra e luz do mundo, deve demonstrar à sociedade pós-moderna, através de seu testemunho, a maravilhosa transformação efetuada por Cristo em sua vida.
Segunda — Sl 73
Deus é justo para com o homem
Terça — Jo 3.16
Deus se interessa pelo homem
Quarta — Jó 31.1-4
Deus acompanha os passos do homem
Quinta — 2Sm 22.1-51
Deus fortalece o homem que nEle confia
Sexta — Mt 1.18-21
Deus se identifica com o homem
Sábado — Lc 15.1-32
Deus está em busca do homem
131, 260 e 400 da Harpa Cristã
Salmos 53.1-4.
1 — Disse o néscio no seu coração: Não há DEUS. Têm-se corrompido e têm cometido abominável iniquidade; não há ninguém que faça o bem.
2 — Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.
3 — Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
4 — Acaso não têm conhecimento estes obreiros da iniquidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocam a Deus.
Professor, como foi a primeira aula? Como os alunos reagiram ao novo tema? Estranharam os termos técnicos? Como você sabe, a linguagem específica de uma disciplina é um dos maiores desafios para compreendê-la. Entretanto, você pode elaborar com a classe um “glossário humorado”. Sugira ideias e ilustrações alegres que exemplifiquem o sentido dos termos relativismo, cosmovisão, multiculturalismo etc. Embora esta não seja uma atividade fácil, envolve uma compreensão adequada do sentido dos termos (abstração), a reformulação dos conceitos (reelaboração) e a materialização do resultado (concretização). Considere, por exemplo, a caricatura de um homem no centro do globo para exemplificar o “antropocentrismo” ou uma balança com dois pêndulos para ilustrar o relativismo.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Esta lição apresenta o materialismo, a incredulidade e a rebeldia humana como sendo as raízes do pós-modernismo. O pensamento predominante na pós-modernidade é outro tópico abordado. Constitui-se principalmente em negar a Deus, suas leis absolutas e a existência dos conceitos de certo e errado, afinal tudo é uma questão de perspectiva, e em valorizar o paganismo.
Outro aspecto analisado na lição é o estilo de vida pós-moderno. Por “estilo” entende-se a maneira ou modo de se tratar, comportar e ser de uma pessoa ou geração. A pós-modernidade, diferente de outras eras, não possui um estilo uniforme e coerente seja na filosofia, na moral, na religião, na arte ou na arquitetura. Ao contrário, é plural, compraz-se na diversidade e multiplicidade. Une o antigo ao novo, o racional ao sobrenatural, o cientismo às religiões animistas e assim sucessivamente.
Além disso, as duas características marcantes do estilo de vida pós-moderno são o egocentrismo (amantes de si mesmo) e o hedonismo (come, bebe e folga). Essas duas particularidades sempre existiram nas épocas anteriores, no entanto, agora são conceituadas e evidenciadas de maneiras distintas.
Professor, usaremos mais uma vez o Quadro Antitético como recurso didático para esta lição. Entretanto, em vez de contrastar apenas a modernidade com a pós-modernidade, incluiremos a Idade Média. O objetivo principal é apresentar as características ou estilos peculiares de cada época, a fim de que haja uma compreensão adequada do tema abordado. Reproduza o gráfico abaixo conforme os recursos de que você dispõe. Se possível, selecione imagens em livros de história, internet, revistas ou jornais que ilustrem alguns elementos específicos de cada época. Depois, faça a comparação diante da classe.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, estudamos sobre os principais desafios dos tempos pós-modernos no tocante às Santas Escrituras, a fé em Cristo e a vida cristã. Vimos que a cosmovisão humana à parte de Deus determina o modo como o povo em geral vê o mundo. Partindo dessa visão geral deformada e deturpada, o homem estrutura suas crenças e formula sua conduta de vida, deixando Deus fora do seu contexto, como se Ele não existisse.
Nesta lição, enfocamos principalmente o pós-modernismo como uma filosofia e um estilo de vida. Sua ênfase principal, repita-se, é a exclusão de Deus da história, expressada pelo salmista na leitura bíblica em classe. Como vemos nesse salmo e em numerosos outros passos bíblicos, os adeptos da antibíblica cosmo-visão naturalista, embora se declarem sábios, são de mente entenebrecida. Ver cuidadosamente: Pv 3.7; 9.10; 14.15; Is 5.21; 47.10; Jr 4.22; Rm 1.22; 1Co 3.19,20; Mt 11.25.
I. AS RAÍZES DO PÓS-MODERNISMO
A Bíblia declara em Ec 1.9 que nada há de novo debaixo do sol. O que aparece de novidade são roupagens da realidade que se repete desde que Satanás introduziu o pecado no mundo. A iniquidade é tão antiga quanto a existência do homem. Mudam os atores, mas o enredo é o mesmo, apenas com alguns toques sutis de “modernidade”.
1. As raízes ancestrais. Assim, o pós-modernismo tem suas raízes no Éden, quando o homem rebelou-se contra Deus a fim de fazer a sua própria vontade. As marcas da incredulidade e do materialismo aparecem nos primeiros eventos da história humana, como, por exemplo, na rivalidade de Caim contra Abel (Gn 4.1-16), bem como nos tempos de Ninrode, com a construção da torre de Babel (Gn 11.1-6).
Estão presentes também na sucessão dos grandes impérios mundiais vistos por Nabucodonosor como uma grande e esplendorosa estátua em seu sonho (Dn 2.31-45); entretanto, são mostrados por Deus, na visão de Daniel (Dn 7.1-14), como grandes e terríveis monstros por representarem toda a oposição humana contra os desígnios do Altíssimo. As evidências da rebeldia humana contra Deus, da infância à velhice, de modo velado ou ostensivo, estão por toda a parte desde os primórdios da criação.
2. As raízes modernas. Na atualidade, as raízes do pensamento pós-moderno vêm da denominada Era Moderna. Com o avanço do conhecimento humano à parte de Deus, avolumou-se a visão materialista, profana e incrédula da vida com todas as nuances que prevalecem no mundo atual. Em resumo, é o homem querendo assentar-se no trono em lugar de Deus. Até mesmo no terreno teológico e eclesiástico, como veremos na lição de número seis, o pós-modernismo encontra guarida.
Enquanto houve na Era Moderna, no âmbito secular, aqueles que prezavam os fundamentos justos, corretos, legítimos, inabaláveis e de inspiração bíblica da cosmovisão judaico-cristã como norma de vida, inclusive alguns famosos cientistas e outros tantos intelectuais; outros procuravam rechaçar esses alicerces cristãos em nome de uma falsa razão que não admitia lugar para a fé em Deus segundo as Escrituras. Na mente de tais indivíduos, o espírito satânico de soberba, presunção, engano e rebeldia tem um campo para atuar (Is 14.12-15), resultando no quadro que hoje aí está na sociedade em geral, sem Deus, sem salvação.
II. A FILOSOFIA PREDOMINANTE NO PÓS-MODERNISMO
Qual é a falsa filosofia predominante do pós-modernismo? Quais os conceitos, bem como as consequências desse vírus maldito na sociedade? Que tipo de religiosidade caracteriza a época presente? Quais são os fundamentos?
1. Uma filosofia que nega Deus e suas leis absolutas. A essência do pensamento pós-modernista é a negação de Deus e de seus desígnios (v.1). Embora alguns homens da ciência admitam que, dada a precisão com que funciona o Universo, seja impossível negar a existência de uma mente superior, os teóricos da astuta cosmovisão naturalista insistem em continuar afirmando: “não há Deus”. Eles não cessam de declarar que o homem por si mesmo está sempre melhorando, progredindo.
Só há uma explicação para tamanha insensatez: a negação da existência de Deus é uma forma de escapismo para aqueles que rejeitam as leis morais divinas como referenciais para a vida e pensam estar livres da prestação de contas de seus atos, naquele Dia, diante do Grande Tribunal do soberano Deus. É uma tentativa de aliviar suas consciências perturbadas. Preferem o estado da imundícia a terem de honrar o Criador (vv.2,3).
2. Uma filosofia que nega os conceitos de “certo” e “errado”. A consequência disso é a privação do discernimento do que é certo e do que é errado. A exatidão desses conceitos deve ter como ponto de partida, não primeiramente a inteligência, o raciocínio e o julgamento humanos, mas o conteúdo das Sagradas Escrituras, quando corretamente compreendidas e interpretadas. Não é o que cada um entende como certo ou errado para si mesmo, ou seja, o que é errado para um pode ser certo para outro e vice-versa. No movimento filosófico do pós-modernismo, o conceito de “certo” e “errado” é uma questão de escolha pessoal. Não custa repetirmos: ignoram os absolutos morais de Deus como referência para a vida.
Assim, a ideia de família desses tais alienados de Deus não é o mesmo das Escrituras. O conceito de união conjugal viola os padrões bíblicos, que a delimitam como algo restrito ao homem e à sua mulher. A noção de respeito à vida exclui as pessoas gravemente doentes, bem como os nascituros. E o corpo humano é tratado meramente como uma questão técnica. Tudo é reduzido pura e simplesmente a verdades relativas.
3. Uma filosofia que valoriza o paganismo. O pós-modernismo tem um tipo de religiosidade adequado às suas crenças. É o velho paganismo transvestido de nova roupagem para enganar e dar a ideia de algo novo, uma vez que o povo em geral anda sempre em busca de novidades, da mesma forma que os gregos incrédulos citados em At 17.21. Na tentativa de apaziguar o ser humano em sua necessidade espiritual, o panteão pós-modernista tem espaço para deuses de todos os tipos, preponderando, hoje, a adoração do que se denominou equivocadamente de “mãe natureza”; atividade comum ao movimento religioso-filosófico Nova Era, que é ocultista.
A palavra de ordem para esse tipo de convivência é a chamada tolerância religiosa. Só que essa expressão, ao invés de ser usada para referir-se apenas ao livre-arbítrio de cada um em questões de fé, é empregada, de forma unilateral e equivocada, contra os crentes em Cristo a fim de negar-lhes o direito de propagarem as suas convicções (At 16.16-40).
III. O PÓS-MODERNISMO COMO UM ESTILO DE VIDA
Por último, no enganado e também enganoso pós-modernismo, a forma de pensar determina o estilo de vida de cada pessoa. Assim, o pós-modernismo não é só uma filosofia. Ele impõe também uma maneira de viver compatível com os seus maléficos princípios filosóficos.
1. Um estilo egocêntrico. Trata-se, sobretudo, de uma forma que privilegia o egocentrismo. É evidente, à luz da Bíblia, que todo ser humano tem inerente em si a sua individualidade. Entretanto, esta não exclui ninguém da vida em comunidade, dos justos e benéficos interesses coletivos, nem da certeza de que um dia cada um há de prestar contas a Deus de todos os seus atos (1Co 10.24; Fp 2.4; Rm 14.12).
Portanto, há enorme diferença entre a individualidade em si mesma e o estilo egocêntrico que se propaga qual epidemia na sociedade pós-moderna. Nela o homem é o centro, o fim de tudo, o topo de todas as coisas. O “eu” ocupa todo espaço em todos os lugares.
2. Um estilo hedonista. Como um abismo conduz a outro abismo, o egocentrismo leva ao hedonismo, que é “uma doutrina filosófica, segundo a qual, o prazer individual e imediato é o supremo bem da vida humana”. O melhor símbolo para o hedonismo pós-modernista é o consumismo, que envolve quatro atitudes básicas como finalidade última da vida: ter, comer, beber e folgar.
O divino Mestre não só no Sermão da Montanha, mas também quando proferiu a parábola do rico insensato (Lc 12.13-21), expressou o comportamento desta sociedade materialista que estamos abordando. Veja que o Senhor esclarece, de início, que a vida do ser humano não consiste na abundância de seus bens, para, em seguida, apresentar o personagem que é o retrato do hedonismo, em cujas atitudes aparecem os elementos há pouco descritos: ter, comer, beber e folgar.
CONCLUSÃO
Cabe reiterar que tudo isso decorre da ausência de algo bastante simples, mas ao mesmo tempo absolutamente essencial na vida do homem: a sua fé em Deus e a certeza de que Ele é o seu bem maior, que o criou com propósitos claramente definidos, entre eles o de adorá-lO e servi-lO como o Criador e Sustentador do Universo.
Subsídio Teológico
“Cristianismo em um mundo Pós-Moderno
A cultura de hoje não é só pós-cristã, mas está também se tornando rapidamente pós-moderna, o que significa que é resistente não somente às reivindicações das verdades cristãs, mas a qualquer reivindicação da verdade. O pós-modernismo rejeita qualquer noção de verdade universal, abrange e reduz todas as idéias a construções sociais formadas por classe, gênero e etnia [...].
A filosofia do existencialismo, um precursor do pós-modernismo, varreu as universidades, proclamando que a vida é absurda, sem significado, e que cada indivíduo deve criar o seu próprio sentido por meio das próprias escolhas. A ‘escolha’ foi elevada à posição de valor último como a única justificativa para qualquer ação. A América se tornou o que um teólogo apropriadamente descreveu como a ‘república imperial do ego autônomo’.
Um pequeno passo foi a distância do existencialismo para o pós-modernismo, no qual até o ego é dissolvido na interação das forças de raça, classe e gênero. O multiculturalismo não é a apreciação das culturas folclóricas; é a dissolução do individual dentro do grupo tribal. No pós-modernismo, não há objetivo ou verdade universal. Há somente a perspectiva do grupo, não importa qual seja: afro-americanos, mulheres, homossexuais; hispânicos, e a lista prossegue. No pós-modernismo, todos os pontos de vista, todos os estilos de vida, todas as crenças e todos os comportamentos são considerados igualmente válidos. Instituições de ensino superior abraçaram essa filosofia tão agressivamente que têm adotado códigos no campus preferindo o politicamente correto. A tolerância tem se tornado tão importante que nenhuma intolerância é tolerada” (COLSON, Charles & PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2000, p.41-2).
Egocentrismo: Exclusivismo que faz o indivíduo referir tudo a si próprio; egoísmo; amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios.
Epidemia: Doença que ataca ao mesmo tempo muitas pessoas; uso generalizado.
Nova Era: Movimento filosófico, religioso, místico e panteísta que propõe uma ligação direta do ser humano com o seu deus interior, usando o autoconhecimento e dispensando a religião enquanto instituição organizada.
Panteão: Templo dedicado a vários deuses; politeísmo.
Tolerância Religiosa: É o ato de respeitar confissões de fé distintas sem implicar em qualquer discriminação, rejeição e proselitismo.
COLSON, Charles & PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? CPAD, 2000.
1. Quais as raízes modernas do pós-modernismo?
R. O avanço do conhecimento humano à parte de Deus; o crescimento da visão materialista, profana e incrédula da vida com todas as nuances que prevalecem no mundo atual.
2. Qual é a essência do pensamento pós-modernista?
R. A negação de Deus e de seus desígnios.
3. O que é o conceito de “certo” e “errado” para o movimento filosófico do pós-modernismo?
R. Não existe certo ou errado. Tudo é uma questão de escolha pessoal.
4. Qual é o estilo de vida da pós-modernidade?
R. Egocêntrico e hedonista.
5. Defina egocentrismo e hedonismo.
R. Egocentrismo é o homem como o centro, o fim e o topo de todas as coisas. É o que a Bíblia chama de “amantes de si mesmos”. Hedonismo é uma doutrina filosófica, segundo a qual, o prazer individual e imediato é o supremo bem da vida humana. O consumismo hoje é o maior exemplo disso.