Título: E agora, como viveremos? — A resposta cristã para os tempos de crise e calamidade moral
Comentarista: Geremias do Couto
Lição 9: A permissividade pessoal e social
Data: 27 de novembro de 2005
“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.15,16).
Se os fundamentos de nossa santíssima fé cristã estiverem bem firmes e consolidados, os ventos da permissividade não terão meios para estragar e destruir a nossa vida pessoal e social.
Segunda — Rm 6.19
Santificação: as vestes contra a permissividade
Terça — 2Co 7.1
Santificação: o meio para o seu aperfeiçoamento
Quarta — 1Ts 4.3-8
Santificação: uma forma de honrar a Deus
Quinta — Hb 12.14
Santificação: o caminho para vermos a Deus
Sexta — 1Pe 1.2
Santificação: dela procede a obediência
Sábado — 1Pe 1.15,16
Santificação: um mandamento divino
131, 422 e 432 da Harpa Cristã
Hebreus 3.12-19; 13.4.
Hebreus 3
12 — Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
13 — Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.
14 — Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.
15 — Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação.
16 — Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés.
17 — Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi, porventura, com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?
18 — E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?
19 — E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.
Hebreus 13
4 — Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros. Deus os julgará.
Você já parou para pensar como a falta de princípios bíblicos tem levado a sociedade a um afrouxo moral de grandes proporções? Basta abrir os jornais pela manhã para nos depararmos com as manchetes sobre corrupção, desigualdade social, sequestros, mortes... Sabemos que a causa de tudo isso é o pecado, visto pelo sujeito pós-moderno como algo comum. Nesta lição, estudaremos acerca da permissividade moral pessoal e social que assola a humanidade.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Todo o crente compromissado com o Senhor deseja viver em santidade. A santificação é um processo, logo, é realizada paulatinamente por meio do Espírito Santo naqueles que a buscam com um coração sincero e puro. Não podemos ser complacentes com o pecado, pois fomos chamados para a santidade (Hb 12.10). Todavia, muitos estão sendo influenciados pelos veículos de comunicação, em especial pela televisão. Criada com o objetivo de entreter as pessoas, rapidamente tornou-se um instrumento disseminador de ideologias, costumes, moda e, sobretudo, de valores contrários às Escrituras.
A consequência da permissividade é o caos moral da sociedade. O mundo está mergulhado no pecado, por isso, ser “sal” e “luz” não é tarefa fácil, mas é nossa obrigação. É imprescindível a pregação do evangelho santo e o ensino da doutrina ortodoxa cristã na igreja, a fim de que a família seja preservada dessa devassidão.
Já foi comprovado, através de pesquisas, que o excesso de exposição à televisão causa graves e adversas consequências.
Amplie em uma cartolina o quadro abaixo e discuta com a classe tal fato. Em seguida, pergunte: “Como podemos viver como ‘sal’ e ‘luz’ neste mundo”? Após discutir com a turma, mostre o gráfico abaixo.
CONSEQUÊNCIAS NOCIVAS AO EXCESSO DE EXPOSIÇÃO À MÍDIA
— Aumento do comportamento violento, agressividade;
— Diminuição de atividades físicas;
— Lesões por esforços repetitivos (vídeos, jogos de computador);
— Insônia;
— Convulsões óticas em indivíduos vulneráveis;
— Desempenho escolar prejudicado;
— Aumento da atividade sexual precoce e fora do casamento;
— Diminuição do diálogo familiar;
— Consumismo (resultando em inveja, ambição, etc.).
INTRODUÇÃO
A permissividade pessoal e social é outra característica dos tempos pós-modernos. O padrão de comportamento justo e correto, com seus limites, à luz dos ensinos bíblicos, tem sido removido, nestes dias que antecedem a volta de Jesus, resultando na falência moral da sociedade e comprometendo seriamente a vida de muitos crentes. Termos como liberdade, direitos, tolerância, prazer, autossuficiência, consumismo, entre outros, destacados nos meios de comunicação, têm esgarçado o tecido social e estimulado os cidadãos a concluírem que podem em todo tempo proceder e fazer como bem quiserem.
Para a sociedade secular não há mais limites quanto a comportamento, procedimento, traje, vida relacional, etc. As consequências disso revelam-se nas atitudes e fatos dos mais absurdos, ilícitos e pecaminosos que se possa imaginar, quando vistos à luz da Palavra de Deus. Este é o quadro descrito na Bíblia, em Efésios 4.17-19. A devassidão toma conta do mundo, em todas as camadas da sociedade e, infelizmente, tem afetado a Igreja. Este é o tema de nossa lição.
I. AS CAUSAS DA PERMISSIVIDADE
1. A desobediência aos princípios bíblicos. A principal causa da permissividade moral é a inobservância dos princípios bíblicos. A travessia do povo de Israel pelo deserto, referida no texto da leitura bíblica em classe e as normas comunicadas por Deus a Moisés, no Sinai, não eram caprichos de um ser absolutista. Tinham como propósito preservar de problemas e males a nação, durante a longa viagem e torná-la um povo santo e forte, sob todos os aspectos. Mas aquele povo tornou-se rebelde, desobediente e de coração duro (vv.12-15). Não cumpriram os mandamentos de Deus. O Salmo 106 descreve isso. Para tentar destruir o povo de Deus, o Inimigo ataca em três frentes: mina a fé em Deus; induz as pessoas à carnalidade e ao desvirtuamento moral; perverte a sã doutrina, mediante inovações e ensinos anti-bíblicos na igreja. Foi assim que Balaão levou os filhos de Israel a prevaricarem contra o Senhor, caindo nas ciladas do sincretismo religioso e da prostituição (Nm 25.1; 31.9,15,16; 2Pe 2.9-15; Ap 2.14). Por trás da imoralidade vêm a perda do temor a Deus, a incredulidade, a permissividade e a apostasia. Abrir mão dos padrões morais estabelecidos na Bíblia é ferir de modo letal a vida de fé em Cristo (vv.16-19). Ora, “o justo viverá da fé” (Rm 1.17).
2. A extinção da moral na sociedade. Estamos vendo isto acontecer por toda parte, em público e em particular. Caso surja uma reclamação, protesto, ou medida inibitória, logo apelam para o relativismo. É a síndrome de Sodoma e Gomorra a nortear o comportamento da massa (Gn 18.17-33; Gn 19.1-11; Jd v.7). Entre os crentes, a frouxidão moral estende os seus tentáculos através de mestres segundo a própria concupiscência (1Tm 6.3-5; 2Tm 3.6-9). Para esses pecados, similares aos descritos em 1Co 6.10, a degradação moral é tida como algo normal. Anormal, para eles é alguém viver segundo a reta justiça, pregada na Bíblia.
II. OS INSTRUMENTOS DA PERMISSIVIDADE
1. A má formação familiar. A constituição da família vem divergindo muito do padrão bíblico que compreende — em seu núcleo básico — marido, mulher e filhos (Gn 2.24; Sl 127.3). Nesse núcleo, aumenta sem trégua o jugo desigual, a falta de companheirismo, a infidelidade entre os cônjuges, o desleixo na prioridade dos valores espirituais, a falta de autoridade no lar e o comprometimento pecaminoso dos filhos. Tudo isso significa brechas abertas para a permissividade. Ver Dt 7.26; 22.5.
2. A má formação bíblica. A má formação do lar é o resultado da falta de um dinâmico, competente e amoroso discipulado cristão. Por que os israelitas rebeldes morreram durante a travessia do deserto e não entraram na Terra Prometida (vv.18,19)? Porque foram rebeldes aos princípios que Deus estabeleceu. Não quiseram dar valor aos ensinos transmitidos através de Moisés. A falta da Palavra de Deus leva a remoção dos marcos antigos, dando lugar a conceitos deturpados que conduzem ao desregramento (Sl 119.11; Pv 3.13; 29.18).
3. O mau uso da mídia secular. A mídia secular, por sua vez, exalta e promove os valores que levam a permissividade, ao materialismo e ao ocultismo. Satanás e seus agentes estão por trás desse tipo de mídia. Enquanto dispomos de poucas horas semanais para a devoção e o estudo da Bíblia, tanto em casa quanto na igreja (Dt 6.6-9). os meios de comunicação bombardeiam nossos lares com mensagens repulsivas e pecaminosas. E estas são adotadas como modelo pela geração atual.
4. O caráter dos formadores de opinião. Outra área de forte influência é a dos formadores de opinião em virtude da posição que ocupam. O exemplo, negativo ou positivo, dessas pessoas, pode motivar decisivamente os outros a repetirem o seu comportamento (1Jo 5.19). É óbvio que há ainda formadores de opinião semelhantes a Paulo, santificados e plenamente comprometidos com Deus, os quais podem afirmar: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo” (1Co 11.1).
Infelizmente, entre os formadores de opinião, a libertinagem prevalece; são mestres em enganar os que neles se espelham.
III. O COMBATE A PERMISSIVIDADE
1. Pela disseminação incessante do conteúdo bíblico. O conteúdo bíblico pode ser disseminado por meio dos seguintes métodos: evangelização pessoal e coletiva; pregação expositiva e ungida da Palavra de Deus; distribuição de Bíblias, Novos Testamentos, folhetos evangelísticos; visitação pastoral e aconselhamentos por pessoas espirituais maduras e sábias. Todos esses recursos têm como resultado: a conversão de pecadores a Deus; o fortalecimento de crentes; o retorno de desviados; a operação de milagres genuínos.
Os princípios bíblicos são a fonte dos bons hábitos que mantêm a pureza de coração. É certo que o Inimigo se oporá e resistirá de muitas maneiras, inclusive disfarçadamente, mas a vitória é da Igreja por intermédio do Senhor Jesus. Sabemos que “o mundo jaz no maligno” (Jo 5.19). Cuidemos para que não haja enfraquecimento em nossas fileiras com desertores como o mencionado no v.12. Tal desvio começou no coração (“um coração mau”); a seguir perdeu a fé (“infiel”), e abandonou a Deus (“se apartar do Deus vivo”). A Bíblia continua sendo e sempre será o recurso exato para o combate aos males e pecados da permissividade. Ela é útil para a formação de bons hábitos e bons costumes; mantém-nos o coração puro.
2. Pela boa formação bíblica e familiar. A doutrina bíblica devidamente ensinada e aplicada produz a formação familiar cristã ideal. Se os fundamentos da fé estão bem consolidados e o Espírito Santo tem plena liberdade de ação e controle total do crente — espírito, alma e corpo — a permissividade moral não encontrará lugar em sua vida moral.
No que tange à vida sexual, a Bíblia faz referência ao matrimônio em Hebreus 13.4. O vocábulo leito, no original, não se refere apenas ao leito como mobília, mas principalmente ao ato conjugal que tem lugar ali. Portanto, sexo é para ser desfrutado nos limites do casamento, entre marido e mulher — macho e fêmea — e não da forma como a sociedade pratica e ensina a praticar.
3. Pela ocupação e uso com sabedoria dos espaços estratégicos. É preciso pensar também na ocupação, com prudência, dos lugares estratégicos da sociedade. A área educacional, por exemplo, é hoje um campo fértil para atuação de pedagogos cristãos, comprometidos com os princípios bíblicos, os quais, com graça e sabedoria, serão como uma barreira para conter os avanços da permissividade.
A vida cristã não deve jamais se limitar às quatro paredes do lar ou do templo. As figuras bíblicas do sal e da luz, empregadas por Cristo no Sermão do Monte (Mt 5.13-16), demonstram com clareza que a ação do crente se caracteriza pela relevância e afeta toda a sociedade.
CONCLUSÃO
Enquanto estamos no mundo, Deus espera que nosso comportamento não seja semelhante ao do povo de Israel no deserto, com um coração endurecido, carnal e propenso ao pecado e à permissividade. Ao contrário, Ele quer que em tudo nos submetamos ao senhorio de Cristo e possamos ser referência e exemplo para aqueles que estão à nossa volta (2Rs 4.9).
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“Mesmo dentro de nossa casa, verificamos que as devoções familiares são suplantadas pelos deuses domésticos eletrônicos. A televisão pode funcionar como santuário privado ao deus das imagens — um deus do lar grego ou olímpico da ESPM, um Buda pessoal da Televisão Pública ou um deus Dionísio da TV a cabo. Cada um oferece sua própria visão da vida boa. E frequentemente jazemos prostrados diante de nosso deus, ficando até preguiçosos e indolentes.
A transformação de uma cultura oral, centrada na palavra, para uma cultura eletrônica, centrada na imagem, apresenta desafio especial para estudiosos e estudantes cristãos, sobretudo levando-se em conta o poder hoje reconhecido das imagens. Os valores promovidos na cultura popular da televisão e do cinema raramente são os da fé cristã. O egoísmo, o hedonismo, a cobiça, a vingança, a luxúria, o orgulho e uma legião de outros vícios são muito bem-sucedidos em competir com o fruto do Espírito Santo de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança (Gl 5.22,23).
Para os cristãos, todas as coisas, inclusive interagir com a mídia de entretenimento, são licitas, mas nem tudo e necessariamente proveitoso ou edificante (1Co 10.23; 16.12). Assim, enquanto Deus dá permissão para o espiritualmente maduro explorar e desfrutar nosso mundo, a sabedoria prescreve que exerçamos prudência e discriminação” (PALMER. Michael D. (ed.) Panorama do pensamento cristão. RJ: CPAD, 2001, pp.394,398,399.)
Antibíblico: Que se opõe ou é contrário a Bíblia.
Permissividade: Qualidade de permissivo, ou seja, que dá permissão: tolerante: indulgente.
PALMER. Michael D. (ed.) Panorama do pensamento cristão. RJ: CPAD, 2001.
HOLLOMAN, Henry. O poder da santificação. CPAD, 2003.
1. Quais são as causas da permissividade?
R. A desobediência aos princípios bíblicos e a extinção da moral na sociedade.
2. Cite dois instrumentos da permissividade.
R. A má formação familiar e bíblica e o mau uso da mídia secular.
3. Como os formadores de opinião influenciam a sociedade?
R. Em virtude da posição que ocupam, podem motivar decisivamente os outros a repetiremo seu comportamento.
4. De que maneira podemos combater a permissividade?
R. Pela disseminação do conteúdo bíblico; boa formação bíblica e familiar; ocupação e uso sábio dos espaços estratégicos.
5. Como deve ser o nosso comportamento diante de Deus?
R. Submetido ao senhorio de Cristo e diferente do comportamento de Israel no deserto.