Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Lição 14: A importância da leitura na vida do cristão
Data: 31 de Dezembro de 2006
“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1 Tm 4.13).
Se quisermos, de fato, estudar as doutrinas bíblicas, temos de persistir em ler, estudar e pesquisar as Sagradas Escrituras, a fim de compreendermos toda a mensagem de Deus aos seus filhos amados.
Segunda - Sl 119.24
A Palavra de Deus é conselho.
Terça - Sl 119.47
A Palavra de Deus produz alegria.
Quarta - Sl 119.105
A Palavra de Deus é luz.
Quinta - Sl 119.137
A Palavra de Deus é justa.
Sexta - Sl 119.199
A Palavra de Deus é a verdade.
Sábado - Sl 119.99
A Palavra de Deus é eterna.
1 Timóteo 4.12-15.
12 - Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza.
13 - Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.
14 - Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério.
15 - Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.
Professor, quantos livros você lê por ano? E seus alunos? É de responsabilidade daquele que exerce a docência cristã ler as Escrituras, comentários bíblicos, além de periódicos cristãos em geral.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Ler é chegar à compreensão de um texto escrito. Há muitos tipos de leitura, das quais iremos citar apenas três: leitura devocional — aquela que o leitor realiza a fim de se aperfeiçoar espiritual, moral e pessoalmente (o leitor é introspectivo); leitura exegética — é a leitura técnica de um texto; aquela que o leitor realiza a fim de entender a estrutura do texto, seus objetivos, sua mensagem (o leitor é analítico); leitura didática — também chamada de catequética, pois o objetivo primário é conhecer os fundamentos doutrinários da Bíblia (o leitor é receptivo).
Professor, o conto, a história e a crônica sempre estiveram presentes no imaginário da humanidade. Os primeiros registros foram crônicas ou histórias orais passadas de uma geração a outra. Com o surgimento da escrita, os contos tomaram formas, assumiram padrões, mas continuaram sendo narrados. Observe que as Escrituras compõem-se de histórias. Portanto, para esta aula, escolha uma historieta, treine a leitura e a respectiva representação, e reviva a história com seus alunos.
INTRODUÇÃO
Até esta lição, vimos estudando as verdades centrais de nossa fé como as encontramos na Bíblia Sagrada. É um estudo que, apesar do espaço de que dispomos, procurou ser ordenado, lógico e sistemático.
Nesta lição, buscaremos apresentar as razões pelas quais devemos nos aprofundar nos estudos. Em primeiro lugar, vejamos como se deve estudar a Bíblia.
I. ATITUDE ESPIRITUAL AO LER A BÍBLIA
A leitura da Bíblia não é um ato mecânico. Ela exige de quem dela se aproxima uma atitude de amor e dedicação a Deus. Por esse motivo, devemos procurá-la com:
1. Sede de conhecer o seu autor. No Salmo 42.1,2 Davi expressa todo o seu amor e sede para com Deus e a sua Palavra. Tem você sede de Deus? Busca a sua Palavra todos os dias? Ou já se acostumou a uma vida espiritual seca e sem vida?
2. Amor à Palavra de Deus. Por que tinha Davi tantos êxitos em sua vida? Ele não somente buscava a Palavra, como demonstrava por ela um grande e aprofundado amor: “Quanto amo a tua lei!” (Sl 119.97a).
3. Dedicação à Palavra de Deus. “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1 Tm 4.13). Tem você persistido na leitura?
II. COMO ESTUDAR A PALAVRA DE DEUS
Já que sabemos da importância da leitura da Bíblia Sagrada e de que forma devemos aproximar-nos dela, vejamos neste tópico como devemos estudá-la.
1. Ler a Bíblia todos os dias. “É a minha meditação, em todo o dia!” (Sl 119.97b). Seja disciplinado na leitura da Palavra de Deus. Leia-a todos os dias. Se você ler o equivalente a três capítulos por dia, conseguirá ler a Bíblia uma vez por ano.
Adquira Bíblias de Estudo que sejam realmente conservadoras e ortodoxas. Além disso, tenha sempre em mãos as principais versões da Bíblia em português, tendo o cuidado, é claro, de averiguar a procedência das traduções.
2. Ler a Bíblia, conhecendo o seu real significado. Esta é a regra áurea de interpretação das Sagradas Escrituras: A Bíblia interpreta-se a si mesma. Procure adquirir livros de autores comprometidos com a sã doutrina, e que sejam mestres na interpretação da Bíblia. Uma das preocupações de Esdras, conforme já vimos, era explicar o real significado do Santo Livro. Ler Neemias 8.8.
3. Ler a Bíblia, conhecendo suas doutrinas. Precisamos conhecer as doutrinas fundamentais da fé cristã. Caso contrário, jamais nos firmaremos nos caminhos do Senhor. O Evangelho de Lucas foi escrito e dedicado a um nobre, a fim de que este se inteirasse das revelações concernentes ao Cristo de Deus (Lc 1.1-4).
III. MONTANDO UMA BIBLIOTECA
Em 2 Tm 4.13, demonstra o apóstolo que o obreiro, além de se dedicar à leitura da Palavra de Deus, que tem de ser a nossa prioridade máxima, deve cultivar os seus conhecimentos nas diversas áreas do saber humano.
1. O aprendizado da língua materna. Você consegue falar e escrever corretamente o seu idioma. O salmista era um profundo conhecedor do idioma pátrio (Sl 45.1).
2. O aprendizado de outros idiomas. O aprendizado de outros idiomas nos abre novos horizontes culturais e ministeriais conforme demonstra a biografia de Paulo, que dominava tanto o grego como o hebraico (At 21.37-40). Certamente, ele conhecia também o latim, tendo em vista o seu ministério em Roma.
3. A importância da cultura geral. A cultura geral ajuda-nos a entender o mundo e principalmente a sociedade na qual vivemos. Por isso, é imprescindível que tenhamos sólidas noções de diversas disciplinas (At 7.22).
CONCLUSÃO
Há os que alegam que não podemos dedicar-nos ao estudo, porque a letra mata (2 Co 3.6). Ora, o apóstolo, nesta passagem, não se refere ao estudo e, sim, à letra da Lei de Moisés que, em relação ao pecador, agia de forma rigorosa.
Dediquemo-nos, pois, à leitura. Formemos a nossa biblioteca. Afinal, como disse Salomão, não há limites para se fazer livros.
SEM OCORRÊNCIAS
BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. RJ: CPAD, 2005.
1. Qual deve ser a nossa atitude diante da Bíblia?
R. Sede de conhecer o seu autor; amor e dedicação à Palavra de Deus.
2. Como se deve ler a Bíblia?
R. Todos os dias, conhecendo o seu significado e suas doutrinas.
3. Qual a regra áurea na interpretação da Bíblia?
R. Ler a Bíblia conhecendo o seu real significado.
4. Como podemos ler a Bíblia toda em um ano?
R. Lendo três capítulos por dia.
5. Por que é importante possuir cultura geral?
R. Pois ajuda-nos a entender o mundo e principalmente a sociedade na qual vivemos.
Subsídio Teológico
“Hermenêutica Material.
A hermenêutica como disciplina teológica continua árdua e espinhosa. Todos os docentes e alunos que se prestam a essa íngreme e escarpa trilha precisam a todo tempo de auxílios exegéticos dos mais substanciais, e que perfilem sobre a moderna e clássica literatura auxiliar à interpretação bíblica. Na falta de saber qual é o caminho, percorrer por trilhas seguras ainda continua sendo a melhor forma de se seguir à frente. Portanto, a biblioteca do ensinador cristão deve conter:
1. Chaves e Concordâncias Bíblicas — Chama-se concordância porque as passagens bíblicas que contém a mesma palavra ou idéia são ‘concordantes entre si’, e porque a concordância ajuda a encontrá-las, e mesmo já as aduz reunidas [.,.] Os principais objetivos das concordâncias bíblicas são: localizar passagens e auxiliar o leitor da Bíblia no estudo de assuntos ou tópicos bíblicos [...] Há dois tipos de concordâncias: as verbais — relacionam palavras ( verbum ), são chamadas também de Chaves Bíblicas; e as concordâncias reais — estas ao contrário de apenas palavras arrolam também idéias, são em sentido estrito, listas de idéias ou assuntos que remetem aos textos bíblicos.
2. Dicionários e Enciclopédias - Não devemos confundir dicionários com concordâncias, e estas com enciclopédias ou vice-versa [...] Os dicionários bíblicos não se propõem, como as concordâncias, a reproduzir os textos, e sim, oferecer a cada assunto uma exposição mais ampla. As enciclopédias bíblicas, não se propõem a verificar o significado dos termos, ainda que muitos se achem nela, mas abranger todos os ramos do conhecimento bíblico e teológico.
3. Versões Bíblicas - São diversas traduções da Bíblia existentes no Brasil — muitas baseadas na tradução de João Ferreira de Almeida [...].
4. Comentários Bíblicos – São classificados de acordo com o seu planejamento: sermonário; exegéticos; devocionais.
5. Títulos Históricos-culturais — São livros que auxiliam o estudante no conhecimento da cultura, história, antropologia e sociologia do mundo bíblico [...]” (BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. 3.ed., RJ: CPAD, 2005, p.93-121.)