Título: Tempos Trabalhosos - Como enfrentar os desafios deste século
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 8: A integridade no mundo relativista
Data: 27 de Maio de 2007
“Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens” (Mt 5.13).
Que o cristão testemunhe firmemente que a Bíblia é a inspirada e inerrante Palavra de Deus e a única norma de fé e prática num século relativista e que jaz no maligno.
Segunda - Mt 7.12
O mandamento áureo
Terça - Rm 8.37
Mais que vencedores
Quarta - Mt 12.30
Quem com Cristo não ajunta espalha
Quinta - 1Co 8.9-13
Não escandalizar o fraco
Sexta - Jr 17.9
O coração é enganoso mais do que todas as coisas
Sábado - Mq 2.10
A corrupção destrói grandemente
Romanos 12.2; Gálatas 1.10; 1 Pedro 1.14-16.
Romanos 12
2 - E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Gálatas 1
10 - Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
1 Pedro 1
14 - Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância;
15 - mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,
16 - porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.
Professor, o momento em que vivemos exige um sério posicionamento da igreja frente à mentalidade mundana, relativista, hedonista e profana. A Escola Dominical ainda é o maior instrumento da igreja para formar em seus membros a mente de Cristo e desenvolver a espiritualidade cristã. A Verdade do evangelho, agora mais do que nunca, deve ser ensinada e proclamada, a fim de que esta geração de crentes possa não somente resistir ao relativismo, mas também estar preparada para responder com mansidão e convicção a razão de sua fé. Tenha cuidado, porém, em restringir-se à Verdade de Cristo, para que suas opiniões não se misturem a única Verdade, pela qual devemos batalhar.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, reproduza o gráfico abaixo de acordo com os recursos disponíveis em sua igreja. Apresente aos alunos a distinção entre o cristão e o ímpio. Este recurso poderá ser utilizado no tópico: “Os Princípios da Integridade Cristã”.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Integridade: Retidão, imparcialidade, qualidade daquele que não sacrifica a sua opinião à própria conveniência, nem às de outrem.
Num mundo relativista e pragmático, ser fiel e santificado a Deus, conforme exige a Bíblia Sagrada, é um grande desafio para o seguidor de Cristo. Nesta lição, estudaremos sobre a necessidade de o cristão manter-se íntegro diante de uma sociedade indiferente às reivindicações divinas.
I. OS DESAFIOS DO RELATIVISMO MORAL E DO PRAGMATISMO
1. O Relativismo Moral. No mundo pós-moderno, os conceitos morais não se baseiam nos valores absolutos das Sagradas Escrituras. Para a sociedade relativista, as verdades e valores da Bíblia são relativos e parciais. Ou seja, a prática da moral e da ética depende da experiência de cada pessoa.
Ensina-se que não existem leis e verdades absolutas e universais. A fim de enfrentar este terrível mal, o cristão tem de tomar algumas atitudes extremamente importantes. Vejamos:
a) Não se conformar com o mundanismo (Rm 12.2). Há muitos cristãos que estão acomodados ao mundanismo, cujo mentor é o Diabo. Essa conformação é ruinosa para a moral cristã. Temos de amar o pecador, mas combater energicamente o pecado e suas estruturas, pois levam o ser humano à perdição.
b) Ser transformado pela renovação do entendimento. A “visão de mundo” do cristão, cujo entendimento é renovado pelo Espírito Santo, tem de ser contrária aos conceitos materialistas e relativistas (1 Jo 5.19). A maneira de o crente ver o mundo deve passar pela ótica da revelação de Deus. Somente assim, poderá experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1,2).
2. O Pragmatismo. Para o pragmatismo, tudo que resulta em satisfação imediata é verdade. Mas para o crente, a verdade é a expressão absoluta e universal da vontade divina conforme a encontramos na Bíblia Sagrada. Os israelitas, por exemplo, foram pragmáticos quando tentaram levar a Arca do Senhor num carro de bois, ao invés de conduzi-la sobre os ombros dos levitas, conforme determinava a lei (Nm 4.15; Js 3.3; 1 Cr 15.2,15). Deus não aceitou tão descabido e profano pragmatismo. O resultado foi uma severa punição divina (2 Sm 6.6-9). Hoje, o pragmatismo é apresentado de maneira sutil e enganosa.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O relativismo e o pragmatismo apresentam-se como os dois grandes desafios a serem superados pela Igreja de Cristo nos últimos tempos.
II. O DESAFIO DO SECULARISMO
1. Conceito. O termo secularismo origina-se de uma palavra que significa “profano”, “mundano”, “humanista”, “deste século”. Secular é o oposto do sagrado, religioso, espiritual. Sob a ótica cristã, é a corrupção doutrinária que ignora os princípios espirituais para a igreja, tornando o sagrado fútil e comum. O secularismo tenta destronar a Deus e exaltar o homem, pois, segundo esta filosofia, o homem é a medida de todas as coisas.
2. O desafio para a igreja de Jesus. Muitas igrejas, infelizmente, têm sido influenciadas pelo secularismo, especialmente em seu aspecto organizacional e litúrgico. Como reconhecer uma igreja presa pelos tentáculos da secularização?
a) Profanação do sagrado. Quando uma igreja se torna secular, tende a desprezar os valores espirituais e a exaltar os humanos, materiais. Há igrejas, cujos santuários e púlpitos transformaram-se em locais de entretenimentos e demonstrações de cultura popular. A Bíblia, porém, afirma: “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, SENHOR, para sempre” (Sl 93.5).
b) Perda da identidade bíblica e cristã. Ser cristão é identificar-se com Cristo e não com o mundo (At 11.26). Nos dias atuais, há situações em que um visitante não sabe mais se está numa igreja ou num clube. Não é exagero! O crente precisa consagrar-se a Deus, a fim de não se conformar com as coisas da carne (1 Pe 1.14; Jd v.23). É urgente viver em santidade (1 Pe 1.15,16).
c) Perda da ética cristã. Sem zelo pela ética cristã é impossível manter-se em comunhão com Jesus Cristo. Ser cristão não é apenas pertencer a uma igreja local ou denominação. É ser cidadão dos céus; é viver a ética do reino de Deus, conforme estabelece a Bíblia.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O secularismo ignora os princípios espirituais para o homem, pois considera-o “a medida de todas as coisas”.
III. OS PRINCÍPIOS DA INTEGRIDADE CRISTÃ
Vejamos alguns princípios que norteiam a integridade na vida cristã, de acordo com os ensinos da Palavra de Deus.
1. Lealdade incondicional a Cristo. Jesus disse: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). Não se pode atender aos apelos do mundo e, ao mesmo tempo, fazer a vontade de Deus. É impossível! Ou se é totalmente de Cristo, ou contra Ele (Jo 15.14; Mt 12.30; 6.24).
2. Fé. A Bíblia afirma que “... tudo o que não é de fé é pecado” (Rm 14.22,23). O crente não precisa recorrer a padrões humanos para posicionar-se quanto aos seus atos e palavras. Se tem dúvida, não deve fazer. E se não tem dúvida, pode fazer tudo o que aprova? Depende. É preciso que sua atitude ou pensamento esteja de acordo com a Palavra de Deus (1 Co 6.1 2). A Bíblia é o nosso padrão ético.
3. Licitude, conveniência e edificação. Nem tudo o que é lícito convém (1 Co 6.12; 10.23). Esse critério orienta o cristão a não praticar as coisas apenas porque são lícitas; além de lícitas, têm de estar em absoluta conformidade com o referencial ético da Palavra de Deus.
O cristão precisa lembrar-se de que nem tudo o que é lícito é edificante (1 Co 10.23b). A ênfase, aqui, é a edificação espiritual de quem se posiciona ante o que fazer ou não. Neste contexto, se enquadram os sites de relacionamento na internet e outros casos similares. É fundamental que cada um avalie diante de Deus se o conteúdo que está diante de si é edificante, alienante ou pecaminoso. Se é pecado, evite.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A lealdade incondicional a Cristo, a fé e a licitude são princípios pelos quais os cristãos podem manter a integridade espiritual e moral.
CONCLUSÃO
Com o intuito de vencer o relativismo e o materialismo, precisamos, antes de tudo, dedicar-nos à oração, a fim de sabermos usar as armas que Deus tem colocado à nossa disposição (Ef 6.10-18). Devemos, portanto, continuar a proclamar as verdades absolutas e universais de Deus.
Licitude: O que é lícito, justo ou permitido;
admissível, permissível.
Pragmatismo: Teoria que afirma que a verdade de uma
proposição consiste no fato de que ela seja útil, tenha alguma espécie
de êxito ou de satisfação.
PEARCEY, N. Verdade absoluta. RJ: CPAD, 2006.
COLSON, C.; PEARCEY, N.
O cristão na cultura de hoje. RJ: CPAD, 2006.
1. Como a sociedade relativista considera os valores absolutos das Escrituras?
R. São considerados relativos, subjetivos e parciais.
2. Quais as atitudes que o cristão precisa para vencer o relativismo?
R. Não se conformar ao mundanismo (Rm 12.2); e ser transformado pela renovação de seu entendimento (Rm 12.1,2).
3. Defina o secularismo de acordo com a ótica cristã.
R. A corrupção doutrinária que ignora os princípios espirituais para a igreja, tornando o sagrado fútil e comum.
4. Como o cristão pode reconhecer uma igreja secularizada?
R. Na profanação do sagrado; na perda da identidade bíblica e cristã; e na perda da ética cristã.
5. Cite três princípios que norteiam a integridade cristã.
R. Os princípios da lealdade incondicional a Cristo, da fé; da licitude, conveniência e edificação, e da glorificação a Deus.
Subsídio Teológico
“Integridade
Integridade procede do verbo ‘integrar’, que significa ‘tornar unido para formar um todo completo ou perfeito’. As Escrituras nos ensinam que o espírito, a mente e o corpo todos vêm da mão de Deus e, portanto, devem estar unidos, funcionando juntos, como um todo. Os nossos atos devem ser coerentes com os nossos pensamentos. Precisamos ser a mesma pessoa, pública e privadamente. Apenas a visão de mundo cristã pode nos dar a base para este tipo de integridade.
Além disso, o cristianismo nos dá uma lei moral absoluta que nos permite julgar entre o certo e o errado. Tente perguntar aos seus amigos seculares como decidem o que devem fazer, quais princípios éticos seguir. Como sabem que esses princípios são corretos? Em que autoridade eles confiam? Sem uma moral absoluta, não existe uma base real para a ética.
Um lei moral absoluta não confina as pessoas em uma camisa de força de puritanismo vitoriano. As pessoas sempre irão debater as fronteiras da lei moral e as suas variadas aplicações. Mas a própria idéia do certo e do errado só faz sentido se houver um padrão final, uma medida de referência, pela qual poderemos fazer julgamentos morais”.
(COLSON, C.; PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. RJ: CPAD, 2006, p.161-2.)
Só conseguiremos resistir ao espírito mundano que predomina em nossa sociedade, se conhecermos suas raízes, seus ensinos, fundamentos e atuação. Caso contrário, estaremos propensos a assimilá-los ainda que de modo inconsciente. A igreja possui duas opções: ignorar que seus membros estão a todo momento sendo bombardeados por ensinos relativos, profanos e hedonistas, ou confrontá-los com a Verdade de Deus, a fim de esclarecer e fortalecer a convicção de cada crente.
A sociedade atual convive com a falsidade, a mentira, a bajulação, as informações distorcidas, e com a imoralidade. Portanto, há um clamor desesperado por autenticidade, integridade e verdade. Nós, como Igreja, portadora e defensora desses valores e princípios cristãos, devemos exibir o caráter de Deus em nossas relações internas e externas, tendo o amor como principal fundamento. Como pregaremos a Verdade, se ela não puder ser percebida em nossas relações? Nossa sociedade carece de uma igreja autêntica, verdadeira e fidedigna.