Título: Tempos Trabalhosos - Como enfrentar os desafios deste século
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 12: A falta de amor
Data: 24 de Junho de 2007
“E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12).
É impossível o Cristianismo subsistir sem amor, porque Deus é amor.
Segunda - Gn 4.8
Contrário ao amor
Terça - Fp 4.8
Pensar no que é amável
Quarta - Lc 10.30-37
O sentido de amar o próximo
Quinta - Ef 5.25
Amor à esposa
Sexta - Tt 2.4
Amor ao marido
Sábado - Jo 13.35
Amor, a marca distintiva do cristão
Mateus 22.34-40; 24.10,12.
Mateus 22
34 - E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar.
35 - E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:
36 - Mestre, qual é o grande mandamento da lei?
37 - E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
38 - Este é o primeiro e grande mandamento.
39 - E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
40 - Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
Mateus 24
10 - Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.
12 - E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará.
Professor, em função da multiplicação da iniqüidade no mundo, Jesus falou de um esfriamento do amor em escala mundial (Mt 24.12). Muito embora este assunto esteja vinculado aos acontecimentos dos últimos tempos, podemos afirmar que a crescente onda do mal, que se desenvolve desde a queda, tem distorcido a visão das pessoas de tal forma que aquilo que é malévolo parece banal. Isso está ocasionando a insensibilidade e o esfriamento do amor, infelizmente, até mesmo entre os cristãos.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, a fim de estimular os alunos a participarem da aula é importante iniciar a lição inquirindo-os sobre o assunto. Para evitar a dispersão e tornar esse momento mais didático, proponha um Exercício de Reflexão. Reúna-os de dois em dois, distribua folhas de papel ofício e em seguida proponha uma discussão acerca do tema: “As causas da escassez de amor entre os cristãos”. Esse exercício não deve durar mais que três minutos. Para concluir o debate, solicite que cada dupla leia as causas apontadas. Anote na lousa as observações dos alunos e, na seqüência, discuta com eles o que cada um, enquanto membro do Corpo de Cristo, deve fazer para mudar esse estado. Ao finalizar o exercício, ore a Deus para que cumpram as três dimensões do amor cristão: Amar a Deus - sobre todas as coisas -, a si mesmo e ao próximo (Mt 22.37-39).
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Amor: Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem.
O adversário, ao longo da História, tem atacado a Igreja do Senhor em várias frentes. Ele tem semeado dissensões entre os santos, gerando o esfriamento do amor, trazendo indiferença e apatia. No entanto, quando o amor divino passa a operar em nossas vidas, demonstramos por atos e palavras que conhecemos a Deus e que somos discípulos de Cristo (1 Jo 4.8). O amor tudo suporta, crê e espera (1 Co 13). Uma igreja onde os crentes demonstram o amor divino, os intentos do Diabo serão sempre frustrados.
I. O MAIOR DOS MANDAMENTOS
1. Amar a Deus de todo o coração. “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?” (Mt 22.36). Respondendo a um fariseu, Jesus disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração...” (Mt 22.37a). Amar a Deus de todo o coração é um grande desafio para o ser humano, porquanto este foi gerado em pecado (Sl 51.5). Jesus não aceita que o amemos parcialmente; Ele requer que o amemos de todo o nosso coração: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30).
O amor a Deus deve ser prioritário no coração de quem procura servi-Lo (Mt 10.37).
2. Amar a Deus de toda a alma e pensamento. A alma é a sede dos pensamentos, das emoções. Na resposta ao fariseu, Jesus enfatizou que o primeiro e grande mandamento é amar a Deus incondicionalmente. Se alguém ama o mundo é porque não tem o amor de Deus (1 Jo 2.15-17). Assim, amar a Deus de toda alma e de todo o coração, é um desafio para todos os que querem viver de modo digno e santo (1 Pe 1.15), não só obedecendo aos mandamentos de Deus, mas também agradando-o em tudo (1 Jo 3.22; Cl 1.10).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O amor a Deus de toda a alma e de todo o coração é o maior de todos os mandamentos.
II. O SEGUNDO GRANDE MANDAMENTO
1. Amar o próximo como a si mesmo. Jesus complementou a resposta ao fariseu, afirmando que o segundo mandamento, semelhante ao primeiro, é amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.39). O individualismo e o egoísmo têm dificultado, e até impedido, gestos de amor ao próximo, até mesmo entre cristãos. Quem é o nosso próximo? É aquele a quem podemos ajudar como fez o samaritano que cuidou do viajante semimorto à beira do caminho (Lc 10.30-37).
a) O próximo é nosso familiar. Às vezes, parece mais cômodo fazer o bem a quem está longe do que aos que se encontram sob o nosso teto. Mas a Bíblia manda que amemos e cuidemos de nossos entes queridos. O cuidado com a família é prioritário (1 Tm 5.8). É preciso amar os filhos e que estes amem aos seus pais. Jesus quer salvar toda a família (At 16.31). O esposo deve amar a esposa (Ef 5.25); a esposa deve amar o marido (Tt 2.4).
b) O próximo é nosso irmão em Cristo. Na igreja local, temos uma oportunidade grande de exercitar o amor mútuo (Jo 13.34). “Amar” de forma fingida e parcial não é amar como Cristo nos ama. É preciso amar de todo o coração (1 Pe 1.22), pois o amor é a principal característica do cristão. É a maior prova de que somos discípulos de Jesus.
c) O próximo é nosso vizinho. Há cristãos que estão dispostos a serem missionários na Europa, na China e no Japão. Mas nunca se esforçaram para evangelizar os vizinhos. Eles estão ali, bem próximos. Se não ouvirem falar do amor de Deus, irão para o inferno. A Palavra de Deus exorta: “Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar” (Pv 24.11). Leia também Ez 3.16-19; 1 Co 9.22.
d) O próximo é o colega da escola ou professor. Muitos acham difícil falar do Evangelho de Cristo aos colegas de escola. No entanto, cada estudante cristão deve ser uma testemunha viva de Cristo. Ele tem por obrigação ser luz do mundo e sal da terra, pois somente assim conseguirá neutralizar o sistema educacional materialista no qual está inserido. Enfim, ele precisa do poder do alto para demonstrar o amor de Deus aos colegas (Mc 16.15; At 1.8).
e) O próximo é o colega de trabalho. Hoje, graças a Deus, há cristãos trabalhando em todos os setores da economia, onde podem, de maneira prudente e sábia, sem atrapalhar o seu desempenho profissional, testemunhar de Cristo aos colegas. A maioria destes jamais adentraria, por si mesmos, pelas portas de uma igreja evangélica. Por isto, carecem de nossa ajuda. Se em nosso coração o amor de Deus for abundante, levaremos muitos deles a aceitar a Cristo como seu salvador e senhor.
f) O próximo é o carente ou excluído social. No mundo, há muitos pobres e miseráveis. Eles estão por aí, nas periferias das cidades e metrópoles. Para os excluídos, não adianta pregar apenas com palavras. É necessário demonstrar-lhes amor através de palavras e obras, prestando-lhes o socorro imediato e, mais adiante, levando-os a se inserirem no meio social como membros produtivos deste. Tiago diz que a fé sem obras é morta (Tg 2.14-17). Não estamos falando de um evangelho meramente social, mas do evangelho que transforma e reabilita o ser humano por completo. Este é um dos maiores desafios do amor.
2. Amar as almas perdidas. Será que amamos realmente as almas perdidas assim como Deus nos amou (Rm 5.8)? O amor só tem sentido quando demonstrado por ações, gestos e atitudes (1 Jo 3.18). Evangelizemos, pois, enquanto é dia. Apoiemos a evangelização nacional e as missões transculturais. Se não pudermos ir ao campo missionário, temos por obrigação orar, contribuir e apoiar os que falam de Cristo aos que vão suspirando sem ter esperança de ver a Deus. Isto é amor. Os campos estão brancos para a ceifa.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Amar o próximo como a si mesmo é o segundo grande mandamento.
III. A MARCA DO CRISTÃO
O amor fraternal é, pois, o distintivo fundamental no relacionamento do crente com Jesus.
1. Cristãos que odeiam? Infelizmente, há cristãos que aborrecem e odeiam uns aos outros. Tal comportamento é inaceitável aos olhos de Deus. A “síndrome de Caim”, que é o ódio homicida contra o irmão, tem dominado o coração de muitos que se dizem nascidos de novo. Jesus previu isso: “Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-seão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão” (Mt 24.10).
2. Quem aborrece seu irmão é homicida! É uma terrível e assustadora advertência de João, o apóstolo do amor: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1 Jo 3.15). Quem se diz crente, mas se deixa dominar pelo ódio ou amargura contra o seu irmão, não é filho de Deus, pois Deus é amor.
3. O distintivo do verdadeiro cristão. Foi Jesus quem definiu a marca do verdadeiro cristão: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.34,35 - grifo nosso).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O amor é o que nos distingue como filhos de Deus. Quem não ama ainda não “nasceu de novo”.
CONCLUSÃO
A iniquidade destes últimos tempos caracteriza-se pelo esfriamento do amor entre os que se dizem cristãos, ocasionando-lhes muitos prejuízos espirituais. Além disso, quem aborrece o seu irmão está em trevas (1 Jo 2.9); é mentiroso (1 Jo 4.20); homicida, e jamais chegará ao céu (1 Jo 3.15). O amor cristão precisa ser demonstrado, no dia-a-dia, para que possamos levar muitas almas ao Senhor Jesus. Sem amor, não se evangeliza, não se faz discípulos e não se realiza a obra missionária. Portanto, lembre-se: O amor entre irmãos é o distintivo de uma vida transformada pelo poder de Deus.
Concessão: Ação de conceder; permissão, consentimento.
Equidade: Igualdade, retidão.
Evangeliquês: Clichês ou palavras comuns aos evangélicos.
MACARTHUR, J. O poder do sofrimento. RJ: CPAD, 1996.
1. Qual o maior dos mandamentos?
R. A Amar a Deus de todo o coração.
2. Qual o segundo mandamento, semelhante o primeiro?
R. Amar o próximo como a si mesmo.
3. Quem é o nosso próximo?
R. Nosso familiar, irmão em Cristo, vizinho, colega da escola ou trabalho, uma pessoa carente.
4. O que é a “síndrome de Caim”?
R. Ódio homicida contra o irmão.
5. Qual o distintivo do verdadeiro cristão?
R. O amor fraternal.
Subsídio Devocional
“Uma convocação à cortesia
Ao definir as características do amor em 1 Coríntios 13.5, Paulo mostra que o amor não é rude: ‘O amor... não se porta com indecência’, ou ‘O amor não se conduz inconvenientemente’, ou ainda ‘Quem ama não é grosseiro’.
A palavra grega rude significa comportamento vergonhoso ou infame. Um exemplo de grosseria foi observado perante uma corte judicial. Um homem caiu de sua canoa e perdeu a calma. Embora o rio estivesse repleto de famílias em férias, ele poluiu o ar com obscenidades. Algumas das famílias o processaram. Ele alegou: ‘Tenho os meus direitos’.
Deus nos chama a um assunto mais elevado. Não para perguntar ‘Quais são os meios direitos?’, mas o que é amor?”.
(LUCADO, Max. Um amor que vale a pena. RJ: CPAD, 2003, p.66.)
Conforme profetizado pelo Senhor Jesus (Mt 24.12), o esfriamento progressivo do amor não se dá somente por causa da guerra, luta, disputa ou coisas afins. Ele vem também da inércia, apatia e banalização de coisas que deveriam nos indignar. Isso não só no contexto político-social, mas também na igreja. Situações e atos piores do que aqueles pelos quais os reformadores se indignaram - venda de indulgências, justificação pelas obras, venda de terrenos no céu, ocorrem no contexto evangélico. Contudo, a maioria dos cristãos simplesmente encolhe os ombros e diz: “É assim mesmo, Jesus disse que haveria essas coisas”. Essa irresponsável “justificativa” escusa nossa consciência já acostumada pela omissão, mas não acoberta a nossa inércia perante o Senhor.