Título: As promessas de Deus para a sua vida
Comentarista: Geremias do Couto
Lição 2: As promessas de Deus e a sua soberania
Data: 14 de Outubro de 2007
“Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
As promessas de Deus não são amuletos para trazer sorte ao homem, mas um comprometimento da sua Palavra, segundo os seus soberanos propósitos para as nossas vidas.
Segunda - Gn 1.1-31
A soberania de Deus sobre a Criação
Terça - Gn 15.1-21
A soberania de Deus sobre Israel
Quarta - Fp 2.5-11
A soberania de Deus na redenção da raça humana
Quinta - Ef 1.17-23
A soberania de Deus sobre a Igreja
Sexta - Sl 139
A soberania de Deus em seus atributos
Sábado - Sl 47
A soberania de Deus através da história
Filipenses 2.5-13.
5 - De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 - que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
7 - Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 - e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.
9 - Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,
10 - para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
11 - e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
12 - De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
13 - porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Prezado professor, nesta lição nossos alunos estudarão a respeito das promessas do Senhor e a sua soberania. A soberania do nosso Deus é a prerrogativa pela qual Ele exerce autoridade e poder ilimitado sobre a criação, a fim de realizar aquilo que lhe apraz (Is 14.27; 2 Cr 20.6). Há uma relação indissociável entre á soberania do Senhor e as suas promessas. As promessas divinas são atos amorosos por meio dos quais o Senhor, soberanamente, estabelece um compromisso fiel e santo com os seus servos (Cl 3.16). Deus não é demovido de suas promessas (Nm 23.19; Ez 12.28).
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, na língua original do Novo Testamento, duas principais palavras são empregadas para descrever o termo “soberano” (ARA). Em Atos 4.24, 2 Pe 2.1 e Ap 6.10 usa-se o vocábulo “Déspota” (Dominador absoluto), enquanto em 1 Tm 6.15 encontramos “Dynastes” (Líder soberano). No tempo do Novo Testamento esses dois títulos eram usados juntamente com “Kyrios”, para se referirem ao imperador e aos governadores de vastas regiões. Contudo, os santos escritores do Novo Testamento, inspirados pelo Espírito Santo, serviram-se dessas palavras para afirmar que o Senhor é o único Soberano (monos dynastes - 1 Tm 6.15). Incremente a lição deste domingo com a tabela abaixo.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Soberania: A prerrogativa pela qual Deus exerce autoridade e poder ilimitado sobre a criação, a fim de realizar aquilo que Lhe apraz (Is 14.27).
As promessas de Deus são atos de sua suprema autoridade, para cumprir seus soberanos propósitos. Elas não são receitas mágicas que o homem, a seu bel-prazer, lança mão em situações particulares para exigir, decretar ou determinar que as coisas aconteçam a seu modo. Ao contrário, elas estão inseridas no amplo contexto dos propósitos de Deus para a vida humana. Isto significa que devemos compreendê-las sob a perspectiva do cumprimento desses propósitos em nossas vidas, e não para atender os desejos do nosso egoísmo. Daí porque, nesta lição, vamos estudá-las à luz da soberania de Deus.
I. ENTENDENDO A SOBERANIA DE DEUS
1. Deus é soberano em seus atributos. Os atributos de Deus são imprescindíveis para o conhecimento de seu caráter. Quando os estudamos, descobrimos que o Eterno é um ser Pessoal e Soberano, e que alguns de seus atributos como onipotência, onipresença, onisciência, eternidade, imutabilidade e perfeição são exclusivos e intransferíveis (Sl 139.1-24; Jr 23.23,24). Em relação aos atributos morais, como o amor, a verdade e a justiça, aprendemos que Ele amorosamente partilha conosco, sabendo-se que só nEle essas qualidades (e todas as demais) subsistem em plenitude.
A excelsa soberania de Deus é uma marca exclusiva de sua Pessoa como o Criador do Universo, que mantém todas as coisas sob o seu absoluto querer e controle, conduzindo a história para que o propósito final da criação do homem se cumpra na consumação dos séculos (Is 45.21; 46.10; Sl 33.11; 1 Co 15.28; Ap 22.3-5).
2. Deus é soberano em sua vontade. A despeito de haver da parte humana e do próprio Diabo tentativas de frustrar os planos de Deus, a vontade do Altíssimo é soberana e predisposta para que as coisas aconteçam do modo como Ele determinou. Nada é capaz de mudá-lo ou conduzi-lo ao fracasso, pois o Senhor é Todo-Poderoso em tudo o que em sua presciência diz e estabelece (Sl 33.11; Nm 23.19; Hb 13.8).
Cristo, ao tomar a forma humana, humilhou-se, abrindo mão de sua glória para expiar nossas culpas (Fp 2.5-11). Ao restringir-se da glória divina na sua encarnação, Cristo deu forma ao Cordeiro, previsto pela soberana vontade de Deus (Ap 13.8), cumprindo-se assim a primeira promessa feita aos pais da raça humana (Gn 3.15). Ler também 1 Pe 1.19,20; 2 Tm 1.9; Jo 1.14; 17.5.
3. Deus é soberano em sua ação. Filipenses 2.13 afirma que o Senhor opera em nós o seu querer, isto é, a sua vontade. Esta é uma obra de sua bendita graça sobre as nossas vidas. Ela nos alcança e faz com que, voluntariamente, nos submetamos ao seu senhorio em todas as coisas. A palavra “operar”, no original, traz a idéia de uma ação continuada, permanente, produzida pela presença e ação do Espírito Santo em nós, que nos move e atrai para o centro da soberana vontade de Deus.
O mesmo texto diz que Deus também opera em nós o efetuar, ou seja, Ele é soberano em determinar que nossas ações reflitam o seu querer e resultem em glória para o seu nome de modo que tudo quanto fazemos sempre seja sob essa perspectiva (1 Co 10.31).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Deus é soberano em seus atributos, vontade e ações. Toda ação do Senhor está em conformidade com sua soberania e em harmonia com seus atributos e vontade.
II. A SOBERANIA DE DEUS E A RESPONSABILIDADE HUMANA
1. Deus em sua soberania dotou o homem de livre-arbítrio. A soberania de Deus não exclui o livre-arbítrio do homem, dotado com a capacidade de fazer escolhas morais segundo a própria razão. Deus não poderia criá-lo como um ser autômato, para que, de modo fatalista, seguisse uma trajetória alienada sem o poder de decisão. Essa liberdade de escolha aparece já nos primórdios de Gênesis, na aurora da raça humana, quando o primeiro casal dá ouvidos à serpente e comete por sua livre vontade a primeira transgressão contra Deus (Gn 3.1-13). Todavia, isso não significa que Deus ficou tolhido, limitado e escravo do homem para levar avante o seu plano. Nunca, na história bíblica, a desobediência humana, decorrente de escolhas erradas ou de atitudes contrárias, impediu que o plano de Deus se concretizasse, como se vê, por exemplo, na história da salvação (comp. Gn 38.6-26; 2 Sm 7.16-19,25; 11.1-27; Mt 2.1-6). Deus, pelo seu infinito e soberano poder, à luz de sua presciência, é capaz de prevalecer em todas essas situações, sem que um milímetro do seu propósito seja alterado (Is 48.9-15; 1 Co 11.28-31).
2. O homem em seu livre-arbítrio coopera com a soberania de Deus. O Senhor, em sua soberania, permite que o homem coopere na realização de seus propósitos sobre a terra pela sua livre decisão de levar o seu pensamento cativo aos pés de Cristo, mediante o poder da graça aplicado em sua vida pelo Espírito Santo (2 Co 10.5). No texto da leitura bíblica em classe, está escrito: “... operai a vossa salvação com tremor e temor” (v.12). O verbo, aqui, denota a idéia de pôr em ação, exercitar, demonstrar a nossa salvação. Em outras palavras, a partir do momento em que fomos salvos, por Cristo, cabe-nos vivenciar perante todos a salvação e demonstrar os seus resultados na nossa vida a fim de que, em tudo, estejam implícitos tanto o querer quanto o efetuar de Deus em nós (v.13). É o que também se vê em Romanos 8.28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Deus em sua sabedoria dotou o homem de livre-arbítrio. Porém, é dever do crente submeter-se à soberania do Senhor.
III. AS PROMESSAS DE DEUS E A SUA SOBERANIA
1. As promessas de Deus são um ato de sua soberania. As promessas de Deus registradas nas Escrituras funcionam, em qualquer situação, particular ou geral, como um parâmetro para medir se aquilo que estamos buscando é coerente com o que Deus de antemão prometeu em sua Palavra. O que não couber neste princípio é fruto do egoísmo humano; é para o deleite exclusivo da carne e não para a glória de Deus (Tg 4.1-3).
2. As promessas de Deus cumprem o propósito de sua soberania. Quando Deus, por exemplo, disse a Israel: “Eu sou o Senhor que te sara” (Êx 15.26), houve antes algumas condições a serem observadas. Ele teve como propósito imediato manter o povo em perfeita saúde durante a vulnerável travessia do deserto. De igual modo, a promessa de cura divina para os dias de hoje não é um fim em si mesmo, mas cumpre o propósito de servir como sinal da manifestação de Deus, produzir saúde para que o seu propósito se cumpra na vida de cada um e trazer glória ao seu nome, para que todos confessem ainda hoje que Jesus é o Senhor (vv.11,12; Mc 16.1 7,1 8; Jo 9.1-7).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As promessas de Deus aos homens são atos da soberania divina. Elas cumprem os propósitos soberanos do Senhor.
CONCLUSÃO
As promessas de Deus, portanto, não são meios para a promoção do homem, não encerram nenhum vislumbre de sensacionalismo, não são recursos para serem tomados aqui e ali ao gosto da vontade humana, mas estão soberanamente inseridas no contexto da história da salvação. Elas cumprem aquilo que Deus de antemão já designou em favor de seu povo, como é o caso da promessa de salvação, o nosso próximo assunto.
Autômato: Pessoa que age como máquina, sem raciocínio
e sem vontade própria.
Bel-prazer: Vontade própria; arbítrio.
Vulnerável: O ponto pelo qual alguém pode ser atacado
ou ferido.
HORTON, S. (ed.)
Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal.
RJ: CPAD, 1996.
LUCADO, M. Promessas inspiradoras de Deus. RJ: CPAD,
2005.
1. Cite as três características da soberania divina.
R. Deus é soberano em seus atributos, vontade e ações.
2. O que descobrimos quando estudamos os atributos divinos?
R. Que o Eterno é um ser Pessoal e Soberano, e que alguns de seus atributos são exclusivos e intransferíveis.
3. Comente a relação entre soberania divina e livre-arbítrio.
R. (Livre) A soberania de Deus não exclui o livre-arbítrio do homem, dotado com a capacidade de fazer escolhas morais segundo a própria razão.
4. Como funcionam as promessas de Deus nas Escrituras?
R. Funcionam como um parâmetro para medir se aquilo que estamos buscando é coerente com o que Deus de antemão prometeu em sua Palavra.
5. Explique com suas palavras a relação entre as promessas de Deus e o propósito de sua soberania.
R. (Livre) As promessas de Deus cumprem o propósito de sua soberania.
Subsídio Teológico
“Fidelidade e Soberania divinas.
O Senhor comprova a sua fidelidade e soberania ao cumprir as suas promessas: ‘Saberás, pois que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos’ (Dt 7.9). Josué, já no fim de sua vida, declarou ao povo de Israel que o SENHOR nunca lhe faltara, nem sequer numa única promessa (Js 23.14). O salmista confessou: ‘tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus’ (Sl 89.2).
Deus se revela constante no seu desejo de ter comunhão conosco, de guiar e proteger-nos. Se lhe estivermos submissos, nem mesmo o pecado e a iniqüidade terão poder sobre nossas vidas: ‘As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade’ (Lm 3.22,23).
Pelo fato de Deus ser soberano e fiel, seria impossível pensar que Ele pudesse abandonar os seus filhos, quando estes estiverem passando por tentações ou provações (1 Co 10.13): ‘Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?’ (Nm 23.19). Deus permanece estável quanto à sua natureza, ao passo que se mostra flexível nas suas ações”.
(HORTON, S. (ed.) Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.135.)
O SENHOR com seu poder criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Ele trouxe à existência o Universo com todos os seu mistérios. O nosso Deus criou os mais altos montes e o mais profundo abismo. Nada escapa à sua soberania. Nada existe por si mesmo ou por acaso. Tudo procede de sua vontade. Da poeira cósmica à pedra incrustada de lodo à beira do riacho, tudo Ele cuida. Se o SENHOR cuida das aves dos céus e dos lírios nos vales, zela com muito mais apreço pelos filhos que lhe são fiéis (Mt 6.26-34). Se o Senhor é diligente para com a ínfima criação quanto mais com àqueles que são criados à sua imagem e semelhança. Porque temes o amanhã? Porque estás preocupado com o futuro? Se “Deus veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?” (Mt 6.30).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)