Título: As promessas de Deus para a sua vida
Comentarista: Geremias do Couto
Lição 3: A promessa da salvação
Data: 21 de Outubro de 2007
“E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21).
A promessa da salvação abre as portas para o cumprimento de todas as demais promessas de Deus para nós.
Segunda - Gn 3.15
A salvação predita por Deus
Terça - Is 61.1-3
A salvação anunciada pelos profetas
Quarta - Lc 2.30-32
A salvação vista por Simeão
Quinta - Lc 4.14-21
A salvação presente entre os judeus
Sexta - Jo 19.16-30
A salvação consumada na cruz
Sábado - Rm 1.16,17
A salvação anunciada pela Igreja
Mateus 1.18-23.
18 - Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
19 - Então, José, seu marido, como era Justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
20 - E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.
21 - E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22 - Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz:
23 - Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco).
Professor, a lição desta semana trata da mais importante de todas as promessas divinas: A Promessa da Salvação. Essa bendita e gloriosa dádiva é a fonte mediante a qual todas as bênçãos espirituais são comunicadas ao crente (Ef 1.3). Antes de ministrar a lição, ore a Deus pela conversão e salvação de seus alunos. Preocupe-se com a vida espiritual de cada um deles, até que todos cheguem “à unidade da fé e à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13). Que Deus o abençoe!
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, existem muitas formas de se estudar a Bíblia. Podemos compreender o texto através do método crítico, sintético, biográfico, devocional, histórico, teológico, gramatical, entre outros. Nos métodos teológico e gramatical, o uso de marcadores ou palavras-chaves auxiliam na compreensão e sintetização dos assuntos pesquisados. Nesta lição, temos quatro palavras-chaves: predição, manifestação, consumação e anunciação (observe a Leitura Diária). A predição descreve a promessa no AT. A manifestação a encarnação do Verbo. A consumação o sacrifício vicário, e a anunciação, a missão integral da igreja. Use o gráfico abaixo para ilustrar o progresso da promessa salvífica na Bíblia.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Salvação: Conjunto das ações salvíficas de Cristo para redimir o homem de seus pecados.
A promessa da salvação é, para os crentes, a mais preciosa de todas as promessas das Escrituras. Ela é a maior prova da misericórdia de Deus e de seu infinito amor para com o homem ao providenciar-lhe o meio eficaz para que este fosse redimido dos seus pecados e obtivesse a certeza da vida eterna (Jo 5.24; 6.47; Ap 22.17). Essa é a sublime promessa que abre a porta para o cumprimento de todas as demais promessas de Deus em nossa vida.
I. A NECESSIDADE DA PROMESSA
1. A razão da promessa. A queda, como registrada em Gênesis, trouxe transtornos e males irreparáveis para a raça humana (Gn 3.17-19; Cl 3.21). Toda natureza passou a sofrer as consequências do pecado, que introduziu a morte no mundo e destituiu o homem de sua perfeita comunhão com o Criador (Gn 3.16-19). Entenda-se morte, aqui, não apenas como a separação física dos entes queridos, mas, sobretudo, a separação espiritual e eterna de Deus (Rm 5.12). Esse é o efeito mais dramático da desobediência de nossos primeiros pais, já que Deus não os criou para a morte, mas para a vida. É tanto que a luta pela sobrevivência é algo inato em qualquer ser humano. Sua expulsão do Jardim do Éden, todavia, é o símbolo perfeito dessa perda (Gn 3.22-24).
2. A origem da promessa. Deus, em seu infinito amor, presciência e soberania, como Senhor da história, proveu o Cordeiro para remir a humanidade perdida (Ap 13.8; 1 Pe 1.20). Seu primeiro ato após a entrada do pecado no mundo foi imolar um animal, derramar seu sangue e com a pele providenciar vestes para o primeiro casal (Gn 3.21). Sangue fala do meio para a redenção e vestes dos resultados, isto é, o usufruto da salvação (cf. Is 61.10; Jó 29.14; Ap 19.8; 3.18).
Com isso, estava inaugurada a era dos tipos, no Antigo Testamento (Cl 2.17; Hb 8.1-3), que apontaram ao longo das Escrituras para o grande momento da encarnação de Cristo, tal qual descrito por Mateus, na leitura bíblica em classe: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Deus é bom e justo (Sl 145.17). Ao mesmo tempo em que, no Éden aplicou sua justiça aos culpados, também demonstrou seu amor, como se vêem Gênesis 3.15-21. Por isso, o Cordeiro de Deus é exaltado na consumação dos séculos (Ap 5.6-14).
3. O propósito da promessa. A promessa divina da salvação compreende: a) a redenção do homem da escravidão do pecado b) a restauração da sua comunhão com Deus; e (c) a segurança da vida eterna com o Senhor na glória (Jo 5.24; 10.28,29; 6.37). Qualquer pecador pode ser salvo aqui e agora. Basta apenas arrepender-se de seus pecados e crer na suficiência da graça manifestada em Cristo Jesus (Rm 10.8-10).
E importante frisar esse ponto porque, infelizmente, há em alguns segmentos evangélicos uma mentalidade herética de que é preciso o pecador cumprir algum tipo de ritual para alcançar os benefícios da graça de Deus. Alguns desses rituais são: listar todos os pecados conhecidos, confessá-los nome por nome a algum preposto sacerdotal, “queimar” esses pecados em fogueiras, quebrar as chamadas maldições hereditárias e passar por um processo de catarse emocional, como se este, sim, fosse o grande segredo guardado a sete chaves para a obtenção da salvação. Ora, a obra completa da salvação já foi consumada na cruz! É perfeita e não precisa de nenhum adendo! (1 Pe 2.24; Cl 1.20; Is 53.4,5,12).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A origem da promessa salvífica é o próprio Deus que, em função da Queda, propôs em Cristo um plano para redimir o homem da escravidão do pecado.
II. O CAMINHO DA PROMESSA
1. A promessa através da Bíblia. A promessa da salvação pontilha as Escrituras desde Gênesis, seja através dos tipos do Pentateuco, seja através dos personagens típicos que apontavam para a salvação, ou através dos conteúdos proféticos que apontavam para o dia em que Cristo nasceria de uma virgem, concebido pelo poder do Espírito Santo (v.18; Mt 1.21-23).
Em determinados episódios bíblicos, como, por exemplo, o milagroso livramento de Raabe da destruição das muralhas de Jericó (Js 2.1-24: 6.17-25), a saga do casamento de Rute com Boaz (Rt 4.1-22), o ato destemido de Maria, viajando nos dias finais da sua gravidez de Nazaré para Belém, em cumprimento do vaticínio do profeta Miquéias (Mq 5.2), a promessa da salvação é reafirmada na história humana como um ato soberano da parte de Deus em favor do homem. É maravilhoso perceber isso em cada parte do Antigo Testamento. É reconfortante para a nossa fé!
2. A promessa concretizada. Antes de descrever o cenário da promessa da salvação com o nascimento de Cristo, Mateus faz questão de destacar a sua genealogia, no capítulo primeiro do seu livro, para deixar claro que esse acontecimento era o fiel cumprimento do que fora várias vezes reiterado nas profecias do Antigo Testamento. Veja que o próprio Deus cuidou para que José compreendesse a singularidade daquele evento de tal maneira que ele soube portar-se com zelo em seu cuidado para com Maria e em seu amor paternal (v.20).
Cristo, portanto, veio cumprir, na plenitude dos tempos, a promessa da salvação prefigurada no primeiro sacrifício realizado no Jardim do Éden e anunciada no primeiro pacto entre Deus e o homem registrado na Bíblia (Gl 4.4,5). Vale ressaltar, inclusive, que essa promessa fica explícita na própria anunciação, quando o anjo declara a José: “E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (v.21). Este é o sentido do vocábulo Jesus. Ele é a nossa salvação prometida!
SINOPSE DO TÓPICO (II)
No Antigo Testamento a promessa salvífica é apenas uma expectativa, mas em o Novo é um fato concreto através da encarnação, morte e ressurreição de Cristo Jesus.
III. O ALCANCE DA PROMESSA
1. O caráter peculiar da promessa. A divina promessa da salvação não é um complexo conceito teológico que mais afasta o homem de Deus do que dEle o aproxima. Essa promessa tem a ver com o recomeço do relacionamento com Deus desfeito pelo pecado e o recebimento de todas as bênçãos inerentes a ela nesta vida e no porvir.
A salvação implica, portanto, viver continuamente na presença de Deus, experimentar a sua graça aqui e agora e permanecer desfrutando de comunhão perfeita quando chegarmos ao céu. Desse modo, o contínuo e crescente relacionamento com Deus é o ponto culminante da promessa da salvação.
Este relacionamento começa a partir do momento em que livremente reconhecemos a promessa e aceitamos a Cristo como o meio de nossa reconciliação com Deus (Os 6.3; Rm 5.8-11; 2 Co 5.18,19). É o instante em que somos justificados (Rm 5.1; 16-19), regenerados (Tt 3.5) e nos tornamos santos segundo Deus (1 Co 1.2; Fp 1.1) e, ao mesmo tempo, buscamos, segundo a Palavra, a santificação diária pelo poder da graça de Deus (Rm 6.1-22; 2 Co 6.14-18; 7.1; 1 Tm 5.22). Fujamos, portanto, de todo e qualquer movimento que retira a eficácia da maravilhosa promessa da salvação em Cristo para pô-la em ritos que nada mais são do que fruto de corações vaidosos e arrogantes.
2. O caráter universal da promessa. A promessa da salvação foi feita indistintamente a todos. Esta é a razão pela qual o evangelho precisa ser pregado a todos os povos (Mt 28.16-20). A universalidade da promessa não significa, todavia, que todos serão salvos ao acaso. A vontade de Deus é que todos obtenham a salvação e cheguem ao conhecimento da Verdade (1 Tm 2.3,4).
O importante é que tudo já está pronto e preparado por Deus, mediante a encarnação do Verbo Divino e seu perfeito sacrifício expiador, que não exige de nós nada em troca a não ser a nossa convicta fé nEle, para a salvação, e como resultado desse ato, vivermos em novidade de vida (2 Co 5.17; Rm 6.4).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A salvação não é conceito para a mente, mas um relacionamento íntimo com Deus através de Cristo. O convite à salvação é universal, sendo Cristo o centro da mensagem.
CONCLUSÃO
A promessa da salvação é, portanto, a porta de entrada para uma vida cristã frutífera consoante o propósito de Deus para o homem. Ela é parte essencial daquilo que Ele planejou para a raça humana até o tempo da restauração de todas as coisas (At 3.21). Ela também descortina ao crente a gloriosa promessa do batismo no Espírito Santo, que será o tema da nossa próxima lição.
Catarse: Purgação, purificação, limpeza.
Imolar: Oferecer em sacrifício; sacrificar.
Usufruto: Ato ou efeito de usufruir; fruição; Aquilo
que se usufrui.
Vaticinar: Profetizar, predizer; prenunciar,
adivinhar.
ANDRADE, C. As verdades centrais da fé cristã. RJ:
CPAD, 2006.
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.
1. Descreva algumas consequências da Queda.
R. A morte no mundo e a destituição do homem de sua perfeita comunhão com o Criador.
2. Além de criar o homem, o que Deus lhe providenciou?
R. O Cordeiro para remir a humanidade perdida.
3. Descreva os elementos da Antiga Aliança que apontavam para a salvação em Cristo.
R. Os tipos bíblicos e conteúdos proféticos que apontavam para o dia em que Cristo nasceria.
4. O que Cristo veio cumprir na plenitude dos tempos?
R. A promessa da salvação prefigurada no primeiro sacrifício realizado no Jardim do Éden e anunciada no primeiro pacto entre Deus e o homem registrado na Bíblia.
5. O que implica a salvação?
R. Viver continuamente na presença de Deus, experimentar a sua graça aqui e agora e permanecer desfrutando de comunhão perfeita quando chegarmos ao céu.
Subsídio Teológico
“As bênçãos que acompanham a salvação
Muitas coisas acontecem na vida do homem que recebe a Jesus como seu Salvador. Vejamos:
1. Ele é salvo dos seus pecados (Mt 1.21; Lc 7.50), que lhe são perdoados (Lc 7.48; Tg 5.20). A salvação também livra da culpa (Ef 1.7; Cl 1.14) e do poder do pecado (Rm 7.17,20,23,25).
2. Ele é salvo do juízo (1 Tm 5.24; Rm 8.1), isto é, recebeu uma nova posição em relação ao mundo (Fp 2.15)
3. Ele entra em comunhão com Deus (Ef 2.13,18; Lc 1.74,75). Recebe entrada na sua graça (Rm 5.2) e torna-se cidadão do céu (Ef 2.19).
4. Ele é salvo desta geração perversa (At 2.40). Recebeu uma nova posição em relação ao mundo (Fp 2.15).
5. Ele é salvo do poder de Satanás (At 26.18; Cl 1.13-15; Hb 2.14).
6. Por ser salvo, ele tem no coração um lugar para o Espírito Santo agir em sua vida (Ef 1.13; 2.16-18).
7. A salvação lhe dá viva esperança (1 Pe 1.3) e direito à glória eterna (2 Tm 2.10; 4.18), e, assim, é salvo da ira de Deus (1 Ts 1.10; 5.9; 2 Pe 2.9)”.
(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, p. 163.)
A Queda não foi o fim, mas o início do plano salvífico de Deus. O grande amor do Senhor foi inicialmente demonstrado quando o homem pecou. É fácil amar àqueles que são justos e santos. O vulgar é apreciar os que praticam a justiça; o raro é amar o transgressor. Ironicamente, Adão e Eva só compreenderam o sacrossanto e imensurável amor do Eterno quando, pela primeira vez, desobedeceram. O amor do Senhor superou o pecado deles. A bondade do Altíssimo foi mais altissonante do que suas desculpas vazias. Adão e Eva foram corrigidos como filhos amados, mas não ficaram sem a promessa salvífica (Hb 12.6-11). Deus os amou ao corrigi-los e ao prover meios pelos quais poderiam desfrutar da comunhão com Ele.
Ainda hoje, o teu pecado não é maior do que o nosso Deus. As tuas desculpas não calam a justiça e o incomensurável amor do Eterno. Ele o ama incondicionalmente (Jo 3.16).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)