Título: As promessas de Deus para a sua vida
Comentarista: Geremias do Couto
Lição 9: A promessa de uma velhice feliz e frutífera
Data: 02 de Dezembro de 2007
“Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes” (Sl 92.14).
A terceira idade é um tempo especial da parte de Deus para que os idosos colham com alegria os frutos das sementes plantadas na juventude.
Segunda - Gn 21.1-7
O fruto da velhice de Sara e Abraão
Terça - 1 Cr 29.27,28
O fruto da velhice do rei Davi
Quarta - Sl 92.12-15
O fruto da velhice dos justos
Quinta - Is 46.4
A velhice abençoada por Deus
Sexta - Lc 2.25-30
Na velhice, Simeão vê o cumprimento da promessa
Sábado - Lc 2.36-38
Na velhice, Ana adora a Deus pela promessa
Salmos 92.12-15; Isaías 40.28-31.
Salmos 92
12 - O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano.
13 - Os que estão plantados na Casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus.
14 - Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes,
15 - para anunciarem que o SENHOR é reto; ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.
Isaías 40
28 - Não sabes, não ouvistes que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento.
29 - Dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.
30 - Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão.
31 - Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.
Professor, ao iniciar esta aula, comente com os alunos o significado bíblico do vocábulo “velhice”. Na cultura hebraica, o termo “velhice” é “zāqān” , cujo sentido literal é “barba”. O texto grego do Antigo Testamento traduziu “zāqān” por “presbyteros”, como aparece no Novo Testamento. Em função de os idosos usarem suas barbas crescidas é que a palavra passou a designar “velhice” ou “ancião”. Boa aula!
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, os métodos de ensino devem ser empregados de acordo com a faixa etária da classe e maturidade cognitiva dos alunos. É necessário manter-se informado a respeito das características gerais e individuais dos educandos. Ao lecionar à classe da melhor idade, por exemplo, é necessário empregar métodos que se adaptem às características cognitivas e psicomotoras desse grupo. Portanto, ao empregar os recursos audiovisuais considere que a percepção visual e auditiva dos idosos se processam mais lentamente. Em função disto, é necessário usar gravuras grandes e de traços firmes, manter a imagem exposta por um tempo mais longo e falar pausadamente. Na execução dos exercícios, considere que uma pessoa idosa é mais vagarosa em atividades psicomotoras. O professor cônscio dos limites e das potencialidades de seus alunos logrará êxito na suprema tarefa de ensinar-lhes a Palavra de Deus.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Velhice: Fase de maturidade e transformações psicológicas e físicas que acompanham o processo da vida humana.
A velhice, também chamada terceira idade, ainda é vista com bastante preconceito pela sociedade, como se fosse uma época somente de desalento, inatividade e frustração. Infelizmente, muitas pessoas nessa faixa etária sofrem abusos e desrespeito, enquanto outras de maneira equivocada assumem que já nada podem oferecer. Em razão disso sentem-se inadequadas e inferiorizadas socialmente. Mas a Bíblia, ao contrário do mundo, ensina que os justos na “velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes” (Sl 92.14).
I. A TERCEIRA IDADE - TEMPO DE FRUTIFICAÇÃO
1. Tempo da maturidade. A primeira grande bênção do período da velhice é a maturidade, sobretudo quando se floresce plantado na Casa do Senhor (Sl 92.13,14). Duas figuras de linguagem dão a dimensão exata do que isso representa: a palmeira e o cedro. Em ambas vemos a lição de utilidade, perenidade, firmeza e robustez. São assim os que envelhecem seguindo os princípios ditados por Deus: têm raízes profundas, que suportam os ventos da tempestade, são longevos, robustos e de presença acolhedora.
É verdade que, como exceção à regra, alguns idosos não amadurecem, por não saberem aplicar os princípios de vida tão claros nas Escrituras. Os princípios de vida ensinados na Bíblia levam à maturidade, à prudência, à sabedoria para o ser humano viver acertando e errar o mínimo. Como diz a Bíblia, a maturidade com o seu modo de ser e de agir não cabe na infância, mas na vida daqueles que já são experimentados nos embates da vida material e espiritual (1 Co 13.11; Hb 5.13,14).
2. Tempo da colheita. A terceira idade é, também, um tempo de colheita. Esse fato, decorrente de semeadura no passado, implica que a semente plantada cumpra, pelo menos, três fases distintas: brotar, crescer e frutificar. Esta última só ocorre quando a planta chega à fase adulta. A terceira idade é a época em que os frutos são colhidos como resultado daquilo que se plantou na infância, na juventude e nos primeiros ciclos da vida adulta (Ec 12.1).
Temos, aqui, duas importantes lições: a) saber plantar, isto é, fazer boas escolhas sob a direção de Deus nos verdes anos da juventude é condição essencial para que se faça uma boa colheita no período da terceira idade; e b) aquilo que colhemos na terceira idade, inclusive certas doenças, é o resultado direto das escolhas que fizemos no tempo da semeadura (Gl 6.7-9). A Bíblia é o livro de Deus que nos ensina como andar diante de Deus em santidade, e diante dos homens em justiça e retidão.
3. Tempo de compartilhar. Mas não fica só por aí a frutificação na terceira idade. Esta é também uma época de compartilhamento. Não é bom reter somente para nós, em nossos celeiros, aquilo que Deus amorosamente nos concedeu durante toda a nossa vida. A menção aos frutos, no Pentateuco, sempre traz implícita essa idéia (Dt 26.1-11 cf. 16.11). O que Deus pôs em nossas mãos, como fruto da nossa colheita, é para também abençoar àqueles que nos cercam e, sobretudo, contribuir com a expansão do seu Reino na Terra. Alguém que chegou à terceira idade após uma boa semeadura ainda tem muito a contribuir nos átrios da casa de Deus e a compartilhar com os que o cercam.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A terceira idade é um período de maturidade, colheita e compartilhamento da graça e bondade de Deus.
II. A TERCEIRA IDADE - TEMPO DE RENOVAÇÃO ESPIRITUAL
1. Renovação pela comunhão com Deus. Mas a terceira idade é, ainda, um tempo de renovação espiritual pela comunhão íntima com Deus. O texto de Isaías, na Leitura Bíblica em Classe, fala que até os jovens se cansam (v.30). Isso acontece por ser a juventude uma época de bastante ativismo, nem sempre com bons resultados. No entanto, aos que esperam firmemente no Senhor há uma promessa de renovação espiritual e de alçar vôos como os da águia, mesmo na terceira idade, sem cansaço, nem fadiga (v.31).
Conquanto nossa comunhão com Deus seja algo para ser buscado e mantido em toda a dimensão do nosso tempo e circunstâncias, a Bíblia deixa claro que devemos em todos os momentos aprofundar esse relacionamento, com a provisão do Espírito Santo, fundamentados na fé em Cristo e na Palavra de Deus. A velhice enseja essa oportunidade, pois nessa faixa etária as pessoas geralmente dispõem de mais tempo diário para a oração e à leitura da Bíblia. Vale lembrar, inclusive, que a nossa boa saúde espiritual contribui diretamente para a saúde física.
2. Renovação pelo senso do serviço cristão. Outra área que traz renovação espiritual no tempo da velhice é a do serviço cristão. Existem muitas áreas de trabalho nas igrejas apropriadas para as pessoas da terceira idade. É óbvio que elas não correrão como as pessoas mais jovens, não terão o mesmo ativismo, mas poderão ter o conhecimento e experiência necessárias para realizarem certas atividades que requerem a maturidade que só os idosos possuem. O povo de Deus necessita da energia dos crentes mais jovens, mas não pode jamais abrir mão da experiência dos santos mais idosos.
Lembremo-nos de que devemos cumprir todo o propósito dado por Deus à nossa existência até que ele nos chame ao lar celestial (Ec 9.10; Is 46.4; At 20.24).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A comunhão com Deus e o senso do serviço cristão possibilitam a renovação espiritual na terceira idade.
III. A TERCEIRA IDADE - TEMPO DE CUIDAR DA HERANÇA
1. A herança do exemplo. A terceira idade, queiramos ou não, traz também a perspectiva sobre que tipo de herança espiritual e ética será deixada para as próximas gerações. Acima de qualquer bem material, uma de nossas grandes heranças será o exemplo de fé, serviço e testemunho legados aos que nos sucederem (Sl 71.5-9; Pv 13.22). Ainda hoje muitos personagens da história cristã são referenciais como modelo de vida temente a Deus, honesta, altruísta, patriótica, por serem compromissados com Deus e sua Palavra.
2. A herança da fé. Cuidar da herança da fé é também outra grande responsabilidade da terceira idade. Que contribuição estaremos deixando nessa área vital de nossas relações com Deus? Que perspectivas nossos filhos e netos terão da fé ao olharem a nossa história? Eles nos verão como pessoas que sempre souberam confiar em Deus e viverem inteiramente para Ele, ou como incrédulos, sem nenhum legado espiritual, cristão e humano?
A fé é o maior patrimônio que podemos passar às gerações seguintes. Veja que o apóstolo Paulo, ao final da carreira, fez menção dela como algo zelosamente guardado no coração. Era a sua preciosa herança para os que viriam depois (2 Tm 4.7).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A terceira idade é um tempo de cuidar da herança da fé e do exemplo.
CONCLUSÃO
Para concluir, Abraão e Sara cumpriram o propósito de Deus na sua velhice (Gn 22.1,2), Moisés começou a liderar o povo de Israel com a idade de 80 anos (Dt 29.5; At 7.23,30,36) e Davi, o grande rei de Israel, morreu em boa velhice, “tendo desfrutado vida longa, riqueza e glória” (1 Cr 29.27,28 - NVI). De igual modo, você e eu, se nos submetermos e permanecermos nos princípios da Palavra de Deus, podemos desfrutar de uma velhice feliz e igualmente viver em segurança em mundo inseguro, como veremos na próxima lição.
Altruísmo: Amor ao próximo; filantropia.
Exceção: Desvio da regra geral; aquilo que se exclui
da regra.
Vital: De importância capital; essencial.
BEVERE, J. Assim diz o Senhor? RJ: CPAD, 2006
COUTO, G. A transparência da vida cristã. RJ: CPAD,
2001.
PFEIFFER, C. F. (et al)
Dicionário bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006.
1. Descreva três características da terceira idade.
R. A terceira idade é um período de maturidade, colheita e compartilhamento da graça e bondade de Deus.
2. Qual a primeira grande bênção da velhice?
R. É a maturidade, sobretudo quando se floresce plantado na Casa do Senhor (Sl 92.13,14).
3. Quais os elementos que possibilitam a renovação espiritual na terceira idade?
R. A comunhão com Deus e o senso do serviço cristão.
4. Quais os elementos que distinguem o trabalho na terceira idade?
R. Conhecimento, experiência e maturidade.
5. Quais são as duas heranças que a terceira idade deve deixar para as próximas gerações?
R. A herança da fé e do exemplo.
Subsídio Teológico
“Ancião
Entre os israelitas havia dois tipos de anciãos: os ‘anciãos de Israel’ que eram os chefes de famílias ou clãs nas várias tribos, e os ‘anciãos’ das cidades construídas e habitadas depois da Conquista.
O termo hebraico zāqem, não significa necessariamente um homem velho, mas implica alguma pessoa com maturidade e experiência que tenha assumido a liderança entre seus compatriotas e na sua cidade ou tribo (Nm 11.16). Embora os anciãos não fossem eleitos, durante a maior parte dos períodos de Moisés até Esdras, e também na era intertestamentária, eles eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Eles agiam como representantes das nações (Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos políticos e resolviam disputas entre as tribos (por exemplo, Finéias e os dez chefes tribais ou anciãos, Js 22.13-33).
Os anciãos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juízes com a finalidade de mandar prender assassinos (Dt 19.12), conduzir as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolver conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7). Os ‘anciãos de Israel’, conhecidos primeiramente em Êxodo 3.16-18, foram reunidos por Moisés para receber o anúncio de Deus sobre a libertação do Egito. O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14; cf.19.7)”.
(PFEIFFER, C. F. (et al) Dicionário bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, p. 100-1.)
“Então, morreu Jó, velho e farto de dias” (Jó 42.1). Muitos desejam esta longevidade, mas poucos a obtém. O patriarca Jó experimentou muitas agruras. Por diversas vezes questionou a dádiva da vida. Aquilo que muitos temem em pesadelos, Jó enfrentou em sua frágil vida. Terribilíssimos tormentos atordoaram a vida do insigne líder. Contudo, nada abalava a fé impoluta do patriarca. Ele permaneceu fiel. A Bíblia sintetiza a vida do patriarca com as memoráveis palavras: “morreu velho e farto de dias”. O sentido não se limita apenas à longevidade, mas também descreve a qualidade da vida que se viveu (ver Gn 25.8; Sl 92.14; 103.5). Se almejas uma vida longa e feliz você deve amar a Deus acima de todas as coisas. Sejamos fiéis ao Senhor Jesus Cristo e o Eterno abençoará nossas vidas com longevidade e felicidade.
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)