Título: Jesus Cristo — Verdadeiro homem, verdadeiro Deus
Comentarista: Esequias Soares
Lição 11: A morte vicária de Jesus
Data: 16 de Março de 2008
“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15.3).
Jesus morreu por nossas culpas, libertando-nos do castigo do pecado, que é a morte.
Segunda — At 13.26-29
A morte de Jesus anunciada pelos profetas do Antigo Testamento
Terça — Jo 8.20-24
Jesus falou de sua morte vicária
Quarta — Jo 19.1-3,17
O martírio de Jesus
Quinta — Hb 2.9
Jesus morreu por todos os homens
Sexta — Hb 9.15
A morte de Jesus foi para remissão dos nossos pecados
Sábado — Mt 27.45-53
O brado da cruz
Lucas 23.33,44-53.
33 — E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram e aos malfeitores, um, à direita, e outro, à esquerda.
44 — E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona,
45 — escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo.
46 — E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.
47 — E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.
48 — E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos.
49 — E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galiléia estavam de longe vendo essas coisas.
50 — E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo
51 — (que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros), natural de Arimatéia, cidade dos judeus, e que também esperava o Reino de Deus,
52 — este, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus.
53 — E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto.
Professor, esta lição trata da morte expiatória e vicária de nosso Senhor Jesus Cristo. Ore a Deus a fim de que seus alunos sejam profundamente sensibilizados com a ministração dessa aula. Não se esqueça de estudar as profecias dispostas na Orientação Pedagógica. Boa aula!
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, a respeito da morte de Jesus há uma teoria muito discutida: a teoria da fatalidade. De acordo com essa heresia, Jesus foi bem-sucedido no início de seu ministério terreno, porém, foi vítima de uma fatalidade: a morte na cruz. Entretanto, diversos fatos e textos comprovam que a morte de Jesus não fora uma fatalidade. Ela foi profetizada em suas minúcias, vejamos: a) sua entrada triunfal (Sl 118.26; Mt 21.9; Zc 9.9; Mt 21.7); b) a purificação do templo (Is 56.7; Jr 7.11; Mt 21.13); c) sua rejeição (Sl 118.22,23; Mt 21.42); d) suas dores (Is 53.4; Mt 8.17); e) seu abandono pelos discípulos (Zc 13.7; Mt 26.31); f) a repartição de suas vestes (Sl 22.18; Mt 35); g) seu brado (Sl 22.1; Mt 27.46). Ao fiel cumprimento dessas profecias acrescentam-se às declarações de Jesus a respeito de sua morte (Mt 26.18,24,31,32; Jo 3.14). Portanto, a morte de Jesus não foi uma fatalidade, mas uma entrega ou doação voluntária de si mesmo a favor da humanidade (Jo 10.18; At 2.23).
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Vicário: Aquele que se coloca no lugar do outro; substituto. O termo descreve a morte substituta de Jesus.
A morte vicária de Jesus não foi um mero incidente histórico, pois já havia sido predita no jardim do Éden (Gn 3.15). Portanto, não se tratava apenas da morte de um justo, mas de um sacrifício vivo e perfeito, como oblação pelos nossos pecados, recebido por Deus como propiciação pelas nossas ofensas (Rm 3.25).
I. A MORTE DE JESUS FOI PREDITA NO ANTIGO TESTAMENTO
1. A promessa do sacrifício de Jesus. A primeira referência ao anúncio da vinda do Messias já estava vinculada à sua morte: “esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Com o passar dos tempos, Deus escolheu o patriarca Abraão e prometeu-lhe suscitar, dentre os seus descendentes, o Redentor (Gn 12.1-7; Gl 3.16). Dentre os filhos de Jacó, Deus escolheu Judá para ser um dos progenitores legais do Messias (Gn 49.10).
2. “Segundo as Escrituras”. A morte física de Jesus aconteceu “segundo as Escrituras” (1Co 15.3). Ela já estava prevista no Antigo Testamento. Salmos 22 e Isaías 53 descrevem os pormenores dessa morte. Jesus afirmou que a Lei de Moisés e os Profetas se convergem nEle, sendo sua paixão e morte o cumprimento das Escrituras Sagradas (Lc 24.26, 27; 44-46). Os quatro Evangelhos apontam essa morte como cumprimento dos profetas (Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.24,36,37). O sacrifício de Jesus é a conclusão dos ensinamentos do Antigo Testamento.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A morte vicária de Jesus foi amplamente profetizada no Antigo Testamento. O AT descreve minúcias do sofrimento e morte de Jesus.
II. O DIA DA CRUCIFICAÇÃO
1. O dia se tornou em trevas (v.44). Até a natureza foi afetada com a morte do Filho de Deus. O Sol negou a sua luz em pleno dia. Houve trevas em toda a Terra desde o meio-dia até às três horas da tarde. Isso aconteceu em todo o planeta e não foi um eclipse solar; tratava-se de uma escuridão sobrenatural.
2. O véu rasgado (v.45). Quando Jesus morreu, o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo. O “véu do templo” era a cortina que separava o lugar Santo do lugar Santíssimo, onde somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no dia da expiação (Êx 26.33; 30.10; Lv 16.15). O véu rasgado revela que a morte de Jesus abriu a todos os seres humanos o caminho para Deus (Hb 6.19,20; 10.19,20). O significado espiritual desse acontecimento se afirma claramente em Hebreus 9.1-14; 10.19-22.
3. O brado de Jesus (v.46). Lucas foi o único escritor que registrou as últimas palavras de Jesus citadas antes de entregar o espírito ao Pai. O relato de Lucas mostra de maneira inconfundível que Jesus entregou-se por nós. Ele deu sua vida pelos pecadores, como havia prometido. A minha vida, disse, “ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou” (Jo 10.18). Jesus entregou o espírito com “grande brado” (Mc 15.37) ou com “grande voz” (Lc 23.46; Mt 27.50). O termo “está consumado” (Jo 19.30), tanto em grego como em aramaico, é uma só palavra. O brado de Jesus na cruz, declarando haver concluído a obra da redenção e entregando ao Pai o espírito, indica triunfo. Ele foi crucificado, mas vitorioso, cumpriu a sua missão gloriosamente.
4. A reação do centurião e da multidão (vv.47,48). A morte de Jesus foi um acontecimento ímpar. O centurião reconheceu haver crucificado um homem justo, e a multidão “voltava batendo nos peitos” (v.48) como gesto de aturdimento. Estavam ali participando de um espetáculo de zombaria, mas de repente, as palavras de Jesus e os miraculosos sinais da natureza, que acompanharam a morte de nosso Senhor na cruz, despertaram as consciências daquelas pessoas, levando-as a uma profunda lamentação por aquele crime sem precedentes na História. Era uma manifestação coletiva de culpa e vergonha; a reação foi um preparativo para o povo receber a mensagem de Pedro no dia de Pentecostes (At 2.23).
5. Evidências externas. Historiadores judeus e romanos atestaram o sacrifício de Jesus. O fato foi registrado por Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século da Era Cristã. A literatura judaica antiga também menciona a morte de Jesus.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Imediatamente após a morte de Jesus, vários eventos atestaram a inocência, a filiação divina e o sacerdócio perfeito de nosso Senhor Jesus Cristo.
III. O SACRIFÍCIO VICÁRIO
1. A morte vicária. O termo “vicário” significa “o que faz as vezes de outro; substituto”. A morte vicária significa morte substitutiva, pois Jesus morreu, derramando o seu sangue, em nosso lugar. Os apóstolos entenderam o significado teológico da morte de Jesus. O apóstolo Paulo ensinava que Cristo morreu em nosso lugar (1Co 15.3; Cl 2.20), e, que Deus propôs o sangue de seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (Rm 3.25). Esse era também o ensino dos demais apóstolos (1Pe 3.18; 1Jo 2.1,2).
2. A reconciliação pelo sangue. O Antigo Testamento anunciava a vinda de Jesus, sua paixão e morte, apresentando também a importância do sangue, no sacrifício do Calvário: “… é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). Isso é confirmado no Novo Testamento: “… sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). Expiação significa “remir a culpa”, e, por extensão, “reconciliação”. É a restauração de uma relação quebrada. Na cruz fomos reconciliados com Deus (2Co 5.19; Ef 2.11-19).
3. A provisão de Deus para a salvação. A Bíblia ensina que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e que o homem é incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela sua própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a justiça se encontrassem (Sl 85.10). O sacrifício de Jesus satisfez toda a justiça da Lei e dos profetas.
4. Os opositores da cruz de Cristo. Os muçulmanos negam terminantemente a morte de Jesus. O Corão ensina que Jesus não morreu. Essa é a mais grotesca negação do cristianismo. Rechaçar a História, afirmando que Jesus não morreu, é um disparate. A confirmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato incontestável. A verdade é que a cruz de Cristo sempre foi escândalo para os que perecem (1Co 1.23).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A morte vicária de Jesus proporciona ao crente reconciliação com Deus. Jesus é a única provisão de Deus para a salvação do homem.
CONCLUSÃO
Jesus morreu por toda a humanidade, a fim de expiar, diante de Deus, todos os nossos pecados. O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus foram os acontecimentos mais importantes da história da humanidade. Então, curvemo-nos diante da cruz para recebermos o perdão de Cristo e adoremos aquEle que morreu e ressuscitou para dar-nos a vida eterna.
Aturdir: Espantar, surpreender, assombrar.
Convergir: Dirigir ou afluir para o mesmo ponto.
Oblação: Oferenda gratuita ou oferta votiva feita a
Deus.
Propiciação: Tornar propício, favorável.
Suscitar: Fazer nascer; fazer aparecer; levantar.
LUCADO, M. Graça para o momento. RJ: CPAD, 2004.
WIERSBE, W. W.
O que as palavras da cruz significam para nós. RJ:
CPAD, 2001.
1. Escreva a primeira alusão à morte do Messias na Bíblia.
R. “Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).
2. Cite três referências bíblicas que provam que a morte de Cristo não foi acidental.
R. 1Co 15.3; Mt 27.35; Mc 15.24.
3. Mencione três fatos que confirmam a morte inocente e inculpável de Jesus.
R. O véu rasgado; o brado de Jesus; a reação do centurião e da multidão.
4. Qual o significado teológico da morte de Cristo?
R. A morte de Jesus foi vicária e, o seu sangue justifica o crente.
5. O que Jesus satisfez com sua morte vicária?
R. O sacrifício de Jesus satisfez toda a justiça da Lei e dos profetas.
Subsídio Teológico
“O Sacrifício Expiatório
O sacrifício expiatório do Messias foi ensinado nas profecias e símbolos do Antigo Testamento, e Jesus compreendia perfeitamente as Escrituras judaicas. Todo o sistema sacrificial mosaico e o sacerdócio que o mantinha eram símbolos e sombras das Boas Novas vindouras. Jesus tinha conhecimento de que os demais judeus sabiam que o núcleo desse sistema era Levítico 17.11: ‘Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida’.
Ao ‘anunciar o seu nascimento’, Jesus declarou que a sua encarnação lhe deu um corpo que Ele ofereceria como sacrifício pelos pecados do mundo. Portanto, quando veio ao mundo, Ele disse: ‘Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade’ (Hb 10.5-7).
Jesus se entregaria como oferta queimada, em submissão total a Deus, assim como oferta pelo pecado para pagar o preço das nossas ofensas contra Deus”.
(WIERSBE, W. W. O que as palavras da cruz significam para nós. RJ: CPAD, 2001, pp.12,13).
“Você é Especial (Rm 8.39)
Desejamos saber até onde o amor de Deus resistirá… Não apenas no domingo de Santa Ceia, quando estamos com os sapatos brilhando e os cabelos arrumados… Não quando estou animado e confiante, e pronto para resolver o problema da fome no mundo. Não. Sei como Ele se sente a meu respeito nestes momentos. Até eu gosto de mim nestas horas.
Quero saber o que Ele sente por mim quando disparo contra qualquer coisa que se move, quando os meus pensamentos estão ao nível da sarjeta, quando minha língua está afiada o suficiente para fatiar uma rocha. Como Ele se sente a meu respeito então?…
Pode alguma coisa separar-nos do amor que Cristo tem por nós?
Deus respondeu nossa pergunta antes que a formulássemos. Para que enxergássemos a sua resposta, Ele iluminou o céu com uma estrela. Para que a ouvíssemos, Ele encheu a noite com um coral; e para que crêssemos nela, Ele fez que o homem algum jamais sonhara. Ele se fez carne e habitou entre nós, morreu e ressuscitou ao terceiro dia”.
(LUCADO, M. Graça para o momento. RJ: CPAD, 2004, p.27).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)