Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2008

 

Título: As Disciplinas da Vida Cristã — Trabalhando em busca de perfeição

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 3: Oração — O diálogo da alma com Deus

Data: 20 de Abril de 2008

 

TEXTO ÁUREO

 

Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos(Ef 6.18).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A oração move o coração de Deus de tal forma, que O leva a operar o impossível na vida do crente.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Sl 27.8

Buscando a face de Deus

 

 

Terça — Sl 116.12-14

Ação de graças a Deus

 

 

Quarta — Mt 6.10

Intercessão pelo avanço do Reino de Deus

 

 

Quinta — 1Jo 5.14

Orando segundo a vontade de Deus

 

 

Sexta — Jó 42.10

A bênção da intercessão

 

 

Sábado — 1Ts 5.17

Orando sem cessar

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 6.9-13.

 

9 — Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.

10 — Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.

11 — O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

12 — Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

13 — E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!

 

INTERAÇÃO

 

Professor, os alunos estão interessados no estudo das lições deste trimestre? Procure observá-los. O que o prezado mestre pode fazer para incentivar ainda mais a classe? Variar os recursos e procedimentos didáticos? Conhecer as reais necessidades do educando? Ainda há tempo para despertar a motivação de seus alunos. Aproveite todas as oportunidades. Deus o abençoe!

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar o sentido da palavra oração.
  • Descrever os objetivos da oração.
  • Classificar os termos bíblicos para oração.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, o termo oração, do grego proseuchē, significa “invocar, pedir ou suplicar a uma divindade”. No Antigo e Novo Testamento, a oração é o supremo recurso usado pelo povo de Deus para suplicar, agradecer, adorar, pedir, interceder e bendizer ao único e verdadeiro Senhor. Tão variados são os contextos e motivos pelos quais o crente ora, que a Bíblia emprega diversos vocábulos para descrever o diálogo da alma com Deus. Logo abaixo fornecemos alguns tipos de oração, apresente-os após a “definição de oração”, no tópico I. Reproduza o modelo conforme os recursos disponíveis.

 

TIPO

SIGNIFICADO

REFERÊNCIA


Rogo

Pleitear, pedir com urgência, persuadir

Êx 33.13; Jz 6.39


Intercessão

Apelar, pleitear, interceder diante de

Is 53.12; Rm 8.26,27


Petição

Pedido intenso, solicitação, requisição

1Sm 1.17; Fp 4.6


No Espírito

O Espírito como agente da oração; oração em línguas

Jd v.20; Ef 6.18


Súplica

Pedido de misericórdia, solicitação de um favor

1Rs 8.33,34; Sl 30.8


Ação de Graças

Oração de gratidão ou louvor

Fp 4.6


 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

Oração: É o ato reverente e piedoso por meio do qual o crente adora e aproxima-se de Deus.

 

Como está a nossa vida de oração? Cultivamo-la diariamente? Ou já nos conformamos com o presente século? O pai da Reforma Protestante, Martinho Lutero, declarou certa vez que, quanto mais ocupado, mais se dedicava a falar com o Salvador.

 

I. O QUE É A ORAÇÃO

 

A oração distingue os discípulos do Nazareno como a mais singular e excelente comunidade de clamor da história (At 1.14). É impossível não divisar, nas Sagradas Escrituras e na prática da Igreja, uma teologia da oração. O que vem a ser, porém, esse exercício que nos introduz nos pavilhões do amor divino?

1. Definição. Oração é o ato pelo qual o crente, através da fé em Cristo Jesus e mediante a ação intercessora do Espírito Santo, aproxima-se de Deus com o propósito de adorá-lo, render-lhe ações de graça, interceder pelos salvos e pelos não-salvos, e apresentar-lhe as petições de acordo com a sua suprema e inquestionável vontade (Jo 15.16; Rm 8.26; 1Ts 5.18; 1Jo 5.14; 1Sm 12.23).

2. Fundamentos da oração. A doutrina bíblica da oração tem os seus fundamentos:

a) Nos ensinos da Bíblia;

b) Na necessidade de o homem buscar a Deus;

c) Na experiência dos homens e mulheres que porfiaram em desejar a presença de Deus;

d) E na convicção de que Ele é bom para nos atender as petições.

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Oração é o ato reverente e piedoso através do qual o crente adora e se aproxima de Deus, mediante a intercessão de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

II. OBJETIVOS DA ORAÇÃO

 

O pastor e erudito inglês, Matthew Henry, discorre sobre um dos objetivos da oração: “Quando Deus pretende dispensar grandes misericórdias a seu povo, a primeira coisa que faz é inspirá-lo a orar”. Como discordar do irmão Henry? Todos já nos sentimos impulsionados a orar com mais intensidade nos momentos de decisão e de angústias; não podemos viver distanciados da presença divina.

1. Buscar a presença de Deus. “Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei” (Sl 27.8). Seja nos primeiros alvores do dia seja nas últimas trevas da noite, o salmista jamais deixava de ouvir o chamado de Deus para contemplar-lhe a face. Tem você suspirado pelo Senhor? Ou já não consegue ouvi-lo? Diante da sede pelo Eterno, que ia na alma de Davi, exorta-nos o pastor norte-americano Warren W. Wiersbe: “Não se limite a buscar a ajuda de Deus. Almeje a sua face. O sorriso de Deus é tudo o que você precisa para vencer as ciladas humanas”.

2. Agradecê-lo pelos imerecidos favores. Se nos limitarmos às petições, nossa oração jamais nos enlevará ao coração do Pai. Mas se, em tudo, lhe dermos graças, até mesmo pelas tribulações que nos sitiam a alma, haveremos de ser, a cada manhã, surpreendidos pelos cuidados divinos.

Egoísta não era o coração do salmista. Num dos mais belos cânticos da Bíblia, manifesta ele toda a sua gratidão ao Senhor: “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo” (Sl 116.12-14).

Tem você agradecido a Deus? Ou cada vez que se põe a orar apresenta-lhe uma lista de vaidosas e tolas reivindicações? Atente à exortação de Tiago 4.3.

3. Interceder pelo avanço do Reino de Deus. Na Oração Dominical, insta-nos o Senhor Jesus a orar: “Venha o teu Reino” (Mt 6.10). No Antigo Testamento, os judeus rogavam a Deus jamais permitisse que suas possessões viessem a cair em mãos gentias. Basta ler o Salmo 136 para se enternecer com o cuidado dos israelitas por sua herança espiritual e territorial.

Já no Testamento Novo, os apóstolos, mesmo às voltas com as perseguições, quer dos gentios quer dos judeus rebeldes, oravam a fim de que, em momento algum, a Igreja de Cristo acabasse por ser detida em seu avanço rumo aos confins da terra. Os Atos dos Apóstolos podem ser considerados uma oração, constante e fervorosa, pela expansão do Reino de Deus sem impedimento algum (At 28.30,31).

Se orássemos como John Knox, todo o nosso país já estaria aos pés do Salvador. Diante da miséria de sua gente, rogou: “Cristo, dá-me a Escócia se não morrerei”. Como resultado de seu clamor, um avivamento varreu aquele país, levando milhares de impenitentes ao pé da cruz.

4. Apresentar a Deus nossas necessidades. Não temos de preocupar-nos com as nossas carências; em glória, o Pai Celeste no-las supre (Fp 4.19). Aleluia! Além disso, Ele “é poderoso para fazer […] além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20).

Ao invés de nos fixarmos em nossas necessidades, intercedamos. Enquanto estivermos rogando por nossos amigos e irmãos, estará Ele suprindo cada uma de nossas necessidades. Não foi exatamente isto o que se deu com o patriarca Jó? “E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).

5. Confessar a Deus nossos pecados e faltas (Dn 9.3-6). Não se limitava Daniel a confessar os pecados de seu povo; nessa confissão, sentida e repassada por um pranto incontido, também se incluía. Se lermos o capítulo nove do livro que lhe leva o nome, ver-nos-emos constrangidos a confessar cada uma de nossas iniquidades. Alguém disse, certa vez, que Daniel não confessou os pecados de seu povo por atacado; especificou cada um deles.

Tem você confessado seus pecados a Deus? Saiba que Ele, em seu Filho Jesus, é fiel e justo para não somente perdoar-nos as faltas, como também para nos restaurar a comunhão consigo (1Jo 1.7).

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Os principais objetivos da oração: buscar a Deus e agradecê-lo pelos imerecidos favores, interceder pelo avanço do Reino de Deus, confessar os nossos pecados e apresentar a Deus as necessidades pessoais.

 

III. CULTIVANDO O HÁBITO DA ORAÇÃO

 

John Bunyan, autor de O Peregrino, um dos maiores clássicos da literatura evangélica, faz-nos uma séria observação: “Jamais serás um cristão, se não fores uma pessoa de oração”. Todavia, de que forma poderemos nós cultivar a prática da oração?

1. Orar cotidianamente. Quantas vezes devemos nós orar por dia? Fizéssemos a pergunta a Bunyan, responder-nos-ia: “Ore continuamente”. Aliás, esta é a recomendação das Sagradas Escrituras aos que desejam vencer o mundo, e chegar ao regaço do Salvador amado (1Ts 5.17). Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10).

2. Sem interferências. Procurava Daniel falar com o Senhor livremente, longe do atribulado cotidiano de Babilônia: “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer” (Dn 6.10).

Aliás, esta é a recomendação que nos faz o Senhor Jesus: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.6). Tem você um lugar e uma hora para a oração? Quando estiver falando com o Pai Celeste, não admita interferências: desligue o telefone, o celular, o computador; enfim, desligue o mundo à sua volta. Nada é mais importante do que a audiência que você marcou com o Pai Celeste.

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O cultivo da prática da oração se manifesta através da oração perseverante, cotidiana e bíblica, conforme Mateus 6.6.

 

CONCLUSÃO

 

Sem oração, jamais haveremos de mover a mão de Deus para que haja sobrenaturalmente, no mundo, por intermédio de seu povo. Tem você cultivado a oração? É chegado o momento de buscarmos, ainda mais, a presença de Deus (Is 55.6).

 

VOCABULÁRIO

 

Insídia: Emboscada, cilada.
Mero: Comum, simples, vulgar.
Premer: Fazer pressão em; calcar, apertar, comprimir.
Regaço: Lugar de repouso ou abrigo.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

BRANDT, R.; BICKET, Z. Teologia bíblica da oração. 3.ed., RJ: CPAD, 2003.
COUTO, G. A transparência da vida cristã. RJ: CPAD, 2001.
GEORGE, J. Orações notáveis da Bíblia. RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é a oração?

R. Oração é o ato pelo qual o crente, através da fé em Cristo Jesus e mediante a ação intercessora do Espírito Santo, aproxima-se de Deus com o objetivo de adorá-lo.

 

2. Cite dois fundamentos da oração.

R. O ensino da Bíblia e a necessidade de o homem buscar a Deus.

 

3. Descreva três objetivos da oração.

R. Buscar a Deus e agradecê-lo pelos imerecidos favores, e interceder pelo avanço do Reino de Deus.

 

4. O que ensina a oração intercessora de Jó?

R. Enquanto estivermos rogando por nossos amigos e irmãos, estará Deus suprindo cada uma de nossas necessidades.

 

5. Cite duas disciplinas necessárias à oração eficaz.

R. Oração perseverante e cotidiana.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Devocional

 

“Vivendo a graça da oração verdadeira

Orar não é um monólogo, através do qual você fala o tempo todo, sem haver quem lhe responda. É mais apropriado definir como diálogo, através do qual você fala com Deus e, ao mesmo tempo, ouve-lhe a voz. Certa vez, o pastor Antonio Gilberto definiu a oração como ‘uma via de mão dupla, mediante a qual, de um lado, com sua carga de súplicas, você vai ao encontro de Deus, e de outro, Ele vem ao seu encontro com respostas’. Isto significa afirmar que nossas orações, sem nenhuma sombra de dúvida, são objetos do cuidado especial do Pai, que sempre se dispõe a respondê-las, embora haja ocasiões em que não compreendemos (ou não aceitamos) a forma como nos responde […].

Mas o que é a oração, senão o oxigênio da alma que mantém o vigor da vida espiritual? É óbvio que orar exige disciplina, porém jamais deve constituir-se em rotina desagradável, da qual, enquanto nos é possível, fugimos. Orar não é uma sucessão de palavras ao vento. Não é simplesmente ferir os joelhos de tanto ficarmos ajoelhados e apresentá-los como troféu de nossa pretensa espiritualidade. Orar é perceber com clareza, entre milhões de alaridos, o cicio que identifica a doce voz do supremo pastor […]”.

(COUTO, G. A transparência da vida cristã. RJ: CPAD, 2001, pp.162,164).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Jesus orava constantemente. Ele perseverou em oração durante todo o seu ministério terreno. O Evangelho de Lucas descreve, mais do que os outros, a devoção pessoal de Jesus na oração. Antes de escolher os apóstolos, Ele “passou a noite em oração” (6.12); quando interrogou os discípulos acerca de sua identidade, Jesus estava “orando em particular” (9.18); antes de ensinar a oração do “Pai nosso”, o Mestre estava “orando num certo lugar” (11.1) e, no Getsêmani, em agonia, “orava mais intensamente” (22.44). Jesus, portanto, estava em constante comunhão com o Pai através da oração. Ora, se o próprio Cristo perseverou em oração, como alguns de seus filhos modernos negam-se a seguir-lhe o piedoso exemplo? Perseveremos em oração! Sigamos o nobre exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)