Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2008

 

Título: As Disciplinas da Vida Cristã — Trabalhando em busca de perfeição

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 8: O louvor que chega ao Trono da Graça

Data: 25 de maio de 2008

 

TEXTO ÁUREO

 

Louvai ao Senhor com harpa, cantai a ele com saltério de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo(Sl 33.2,3).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O Cristianismo é uma comunidade de louvor — expressa, através da arte musical, o que Deus operou em nossa vida.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Sl 150

Tudo que tem fôlego, louve ao Senhor

 

 

Terça — Sl 145.1

O nome do Senhor é bendito eternamente

 

 

Quarta — Sl 147.1

O louvor é agradável e decoroso

 

 

Quinta — Sl 146.6-10

Deus é louvado pelos seus atos de justiça

 

 

Sexta — Sl 148

Toda a criação deve louvar ao Senhor

 

 

Sábado — Sl 149

O louvor na congregação dos santos

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Salmos 33.1-14.

 

1 — Regozijai-vos no Senhor, vós, justos, pois aos retos convém o louvor.

2 — Louvai ao Senhor com harpa, cantai a ele com saltério de dez cordas.

3 — Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.

4 — Porque a palavra do Senhor é reta, e todas as suas obras são fiéis.

5 — Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do Senhor.

6 — Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca.

7 — Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe os abismos em tesouros.

8 — Tema toda a terra ao Senhor; temam-no todos os moradores do mundo.

9 — Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu.

10 — O Senhor desfaz o conselho das nações; quebranta os intentos dos povos.

11 — O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração, de geração em geração.

12 — Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para a sua herança.

13 — O Senhor olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens;

14 — da sua morada contempla todos os moradores da terra.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, para aguçar a curiosidade de seus alunos, questione-os sobre o significado da palavra “Haleluia”. Depois de ouvir as respostas, informe-os que o termo procede do hebraico halal, “louvor”, “júbilo”, e da contração, Yah, do nome sagrado Yahweh, traduzido “já” em algumas versões do Sl 68.4. Literalmente significa “Louvemos a Yâh (Já)” ou “Louvemos ao Senhor”. O modo imperativo, “louvemos”, é um convite litúrgico para celebrarmos o glorioso nome do Senhor nosso Deus.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar o sentido de “cântico congregacional”.
  • Descrever os fundamentos da música sacra.
  • Distinguir liturgia de formalismo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, cada aluno é singular e aprende de modo específico. Os educandos mais analíticos aprendem quando a lição e minuciosamente exposta. Os mais dinâmicos prendem através de atividades que os desafiem a descobrir novos conceitos. Os interativos aprendem ao interagirem com o grupo e quando são estimulados por uma situação concreta. Por fim, os pragmáticos aprendem quando executam uma atividade relacionada à lição. Por conseguinte, o professor deve ser um facilitador da aprendizagem, possibilitando, por meio de variados métodos, diversas situações de aprendizagem.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

Música: Arte e ciência de combinar os sons de modo agradável.

 

Entoar louvores a Deus também faz parte das disciplinas da vida cristã. Aliás, o maior livro das Sagradas Escrituras é o de Salmos. No Saltério Hebreu, Davi, Asafe, Salomão, Moisés, os filhos de Jedutum e os de Corá, enaltecem sublime e altissonantemente o Deus de Israel. Quer lhe cantando os atributos, quer lhe cantando as obras, deixam mui claro que não há Deus como o de Israel.

 

I. O QUE É O CÂNTICO CONGREGACIONAL

 

Neste tópico, entraremos a ver duas coisas: a música sacra e o cântico congregacional.

1. A música sacra. É a arte que, dispondo das ciências musicais e acústicas, das cordas vocais e de instrumentos músicos, tem por objetivo primacial enaltecer a Deus como o Criador e Mantenedor de todas as coisas através da harmonia, melodia e ritmo (1Cr 16.23; Sl 96.1). Jubal foi o primeiro ser humano a interessar-se pela arte musical (Gn 4.21).

2. O cântico congregacional. É a participação de toda a congregação dos fiéis nos hinos em louvor ao Todo-Poderoso. O cântico congregacional teve início com o rei Davi, segundo podemos depreender, da história do Filho de Jessé; atinge, porém, o auge no reinado de Salomão. O primeiro organizou os músicos e cantores em turnos e corais (1Cr 23.1-26.32); o segundo sustentou-os, a fim de que o culto a Jeová fosse coroado de glória e divino resplendor (2Cr 5.12-14).

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A música sacra e o cântico congregacional são dois elementos indispensáveis na liturgia do culto cristão.

 

II. OS FUNDAMENTOS DA MÚSICA SACRA

 

1. O preparo teológico dos músicos e compositores bíblicos. Os compositores bíblicos foram notáveis teólogos. Autor do Salmo 90, foi Moisés o legislador dos hebreus e o maior profeta do Antigo Testamento (Dt 34.10). Quanto a Davi, considerado profeta do Senhor, compôs a maioria dos salmos (At 2.29,30). Já Salomão, seu filho, celebrado pelo mesmo Deus como o mais sábio dos homens, além de compor os cantares, os provérbios e o Eclesiastes, deixou-nos um belíssimo salmo (Sl 127; Pv 1.1).

No Salmo 73, Asafe louva ao Senhor tratando de um dificílimo problema existencial: “Por que sofrem os justos”. Jeremias, por seu turno, inspirado pelo Espírito Santo, cantou as tristezas e desditas da Cidade Santa. E os poemas de Isaías e de Habacuque? O primeiro cantou os sofrimentos do Messias, retratando-lhe o ministério com vivas cores. Como não chorar ante o capítulo 53 de seu livro? Já o segundo mostra a alegria que deve acompanhar o servo de Deus nas adversidades e tribulações.

2. Qualificações de um músico verdadeiramente cristão. De um músico sacro exige-se não somente a arte, mas principalmente a correção doutrinária; ele é o teólogo que verseja o conhecimento bíblico. Com singular habilidade, harmoniza e ritma a verdadeira teologia. Aliás, parte da hinódia cristã foi composta por doutores nas Escrituras como Ambrósio, Martinho Lutero e Charles Wesley.

Infelizmente, com o esfriamento do amor à Palavra de Deus, a música sacra é logo substituída por arremedos melódicos e heréticos.

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Aos músicos e compositores bíblicos exige-se não somente a arte, mas principalmente correção doutrinária, pois eles, à semelhança de Davi, são também teólogos.

 

III. A MÚSICA NO CRISTIANISMO PRIMITIVO

 

A Igreja de Cristo, desde o seu nascedouro, compreendeu perfeitamente a função da música em sua liturgia.

1. O exemplo do próprio Cristo (Mt 26.30). Na noite de sua paixão, o Senhor Jesus cantou um hino, mostrando que, mesmo nos momentos mais difíceis e lutuosos é possível entoar louvores ao Pai Celeste. Que hino era aquele? Provavelmente um dos salmos messiânicos de Davi. O Salmo 22? Um dos hinos pascais? Embora não o saibamos, de uma coisa temos absoluta certeza. Jesus ensina-nos que a música, autenticamente sacra, faz parte de nossas disciplinas espirituais; por intermédio destas, edificamos o nosso caráter e fortalecemos a nossa fé.

2. A doutrina litúrgica de Paulo. Algumas vezes, confundimos liturgia com formalismo. Entre ambos, contudo, há abismais diferenças. Liturgia é o culto público que prestamos a Deus; formalismo, o culto que, embora belo, é destituído de seu real valor. Voltemos ao Novo Testamento. Sua liturgia era mui singela; entretanto, carregada de significados.

Quando nos reunimos, um tem salmo, outro apresenta cânticos espirituais e ainda outro, a doutrina cristã. E os dons espirituais? Este manifesta-se em línguas estranhas; aquele as interpreta. Este traz a revelação; aquele a palavra da ciência. Este a cura divina; aquele as maravilhas. Eis uma reunião verdadeiramente pentecostal.

Aliás, o apóstolo Paulo, à semelhança do Senhor Jesus, utilizava-se também, em suas devoções, a música sacra. Quando encarcerado em Filipos, de tal forma cantou juntamente com Silas, que o seu louvor a Deus veio a abalar os alicerces da prisão (At 16.25-31).

Tem você cantado ao Senhor?

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Liturgia é o culto público que prestamos a Deus, enquanto o formalismo é o culto que, embora belo, é destituído de seu real valor.

 

CONCLUSÃO

 

É urgente voltarmos à música sacra. Deus merece (e reivindica) uma música de excelência.

 

VOCABULÁRIO

 

Abismal: Grande distância ou diferença.
Altissonante: Que soa muito alto.
Arremedo: Imitação ridícula ou grosseira.
Definhar: Consumir-se pouco a pouco; extenuar-se.
Desdita: Falta de dita; infelicidade, desventura.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

JEREMIAH, D. O desejo do meu coração. RJ: CPAD, 2006.
KLAUBER. M. O caminho do adorador. RJ: CPAD, 2006.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Explique, de acordo com a lição, o significado de música sacra.

R. É a arte que, dispondo das ciências musicais, tem por objetivo enaltecer a Deus através da harmonia, melodia e ritmo.

 

2. O que é cântico congregacional?

R. É a participação de toda a congregação dos fiéis nos hinos em louvor ao Todo-Poderoso.

 

3. Cite três autores dos Salmos.

R. Moisés, Davi, Salomão.

 

4. Descreva duas qualificações de um músico sacro.

R. Arte e correção doutrinária.

 

5. Qual a diferença entre liturgia e formalismo?

R. Liturgia é o culto público que prestamos a Deus; formalismo, o culto que, embora belo, é destituído de seu real valor.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Devocional

 

“Adoração diária a sós

A adoração como um estilo de vida diário começa na mais simples e mais óbvia das condições. É algo que cada um de nós pode fazer, porém algo que muitos negligenciam. Se você quiser viver toda a sua vida na maravilha da adoração, deve começar com seu tempo pessoal com Deus.

Talvez você esteja desapontado com o fato de ter sido lembrado de algo tão simples. Talvez você já tenha um tempo regular e compromissado para a adoração. Mas acredito que é impossível ser tudo o que Deus pretende para nós, se não estivermos dispostos a passar algum tempo para chegar a conhecê-Lo pessoalmente.

Também creio que o melhor momento para a maioria das pessoas é conseguir ficar a sós com Deus é de manhã — este período pode determinar como será o restante do seu dia. Deus deseja que você seja um servo melhor e mais efetivo possível. Então Ele mostrará e lhe dirá coisas que farão a diferença em momentos de crise durante as próximas doze horas, mais ou menos. Depois de você conversar com o Senhor e caminhar com Ele durante as suas tarefas do dia, Ele o fortalecerá e o encorajará a fazer de cada momento do seu dia um ato de adoração”.

(JEREMIAH, D. O desejo do meu coração. RJ: CPAD, 2006, p.56).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

“Perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos escutavam” (At 16.25). O silêncio noturno foi cortado pelo suave cicio da oração. Os únicos instrumentos que acompanhavam o louvor dos acorrentados eram os grilhões soturnos. Na tormenta, Paulo e Silas adoravam! Na angústia, suplicavam! A dor foi vencida pela oração. A tristeza renegada pelo louvor a Deus. Somente os que descobriram o poder da oração e do louvor são capazes de adorar no centro do furacão. O turbilhão era apenas mais um ritmo para compor os mais melodiosos versos ao glorioso Senhor: “Andando eu no meio da angústia”, dizia o salmista, “tu me revivificarás” (Sl 138.7). E assim ocorreu com os denodados missionários. O Deus que ouviu os apóstolos na prisão é o mesmo que atende as nossas orações e louvores hoje. Adoremos ao Senhor “na beleza da santidade”. Se tremermos diante dEle, o cárcere estremecerá diante de sua majestosa presença (Sl 96.9).

 

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)