Título: As Disciplinas da Vida Cristã — Trabalhando em busca de perfeição
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 9: Vencendo as tentações: Agradando a Deus
Data: 01 de Junho de 2008
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14.38).
Através da graça divina, podemos vencer as tentações e ter uma vida santa diante de Deus e dos homens.
Segunda — Mt 6.13
A oração na hora da tentação
Terça — Mt 26.41
Como vencer a tentação
Quarta — 2Pe 2.9
O Senhor livra os piedosos da tentação
Quinta — 1Tm 6.9
A ganância leva à tentação
Sexta — 1Co 10.13
O Senhor nos auxilia na hora da tentação
Sábado — Mt 4.1-8
Jesus venceu a tentação
Tiago 1.12-18.
12 — Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
13 — Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
14 — Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 — Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
16 — Não erreis, meus amados irmãos.
17 — Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.
18 — Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.
Fale com seus alunos sobre a necessidade de manterem-se em elevado nível espiritual, mediante a oração, a comunhão com Deus e a transformação diária de suas vidas, segundo a imagem moral de Cristo. Reforce essa mensagem lendo com eles Romanos 13.14: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências”.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Escreva no quadro de giz o esquema abaixo. Depois, discuta com os alunos sobre como o Filho de Deus agiu para vencer a tentação, e como nós, à semelhança dEle, podemos vencê-la. O Mestre foi tentado sob três aspectos (Mt 4.3-11):
a) A concupiscência da carne: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”.
b) Soberba da vida: “Se tu és o Filho de Deus lança-te daqui abaixo”.
c) Concupiscência dos olhos: “Mostrou-lhe todos os reinos do mundo”.
Cristo respondeu sempre usando a Palavra de Deus: “está escrito”. O contra ataque ao inimigo ocorre de imediato. “Mas Jesus lhe respondeu…” (Lc 4.8). Jesus, o Filho de Deus… Não ignorou os ardis de Satanás. Não discutiu teologia com o inimigo. Não negociou com o príncipe deste mundo.
“Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Tentação: É o estímulo ou indução, externa ou interna, que impulsiona o ser humano à prática do pecado.
O teólogo inglês, Matthew Henry, mostra quão perigosa é a tentação na vida de um servo de Deus: “O melhor dos santos pode ser tentado pelo pior dos pecados”. Como não reconhecer essa realidade?
Às vezes somos de tal forma tentados, que almejamos venha o Senhor, e leve-nos de imediato para os céus. Se Ele, porém, o fizer, como haverá de contar com as vozes santas e redimidas que protestem contra a iniquidade do presente século?
Portanto, lembre-se: vencer a tentação faz parte das disciplinas da vida cristã.
I. O QUE É A TENTAÇÃO
Mas, afinal, que praga é esta? Que doença vem a ser a tentação que, desde os nossos primeiros genitores, vem comprometendo até mesmo os gigantes na piedade?
1. Definição. Oriunda do vocábulo latino tentatione , a palavra “tentação” significa: indução, seja externa, seja interna, que impulsiona o ser humano à prática de coisas condenáveis.
2. Definição teológica. Estímulo que leva à prática do pecado. Embora a tentação, em si, não constitua pecado, o atender às suas reivindicações caracteriza a transgressão das leis divinas. Eis porque, na Oração Dominical, ensina-nos o Senhor a clamar ao Pai: “E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!” (Mt 6.13). (Dicionário Teológico)
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Tentação é o estímulo externo ou interno, que impulsiona o ser humano à prática do pecado.
II. O AGENTE DA TENTAÇÃO
Sentindo-se premido pelas dificuldades espirituais que, constantemente, entristecem os seguidores do Nazareno, Thomas De Witt Talmage endereça-lhe esta oração: “Ó Senhor, ajuda-nos a ouvir o guizo da serpente antes de sentir suas presas”. Que Satanás é o agente da tentação, não há o que se discutir; a própria Bíblia assim no-lo aponta: “Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1Jo 3.8).
1. O tentador. Nas Sagradas Escrituras, Satanás é o tentador por natureza (Mt 4.3; 1Ts 3.5). É o grande opositor de Deus e o arquiinimigo do ser humano.
2. Os nomes do tentador. Além de tentador, recebe o agente da tentação as seguintes alcunhas nas Sagradas Escrituras: Satanás que, em hebraico, significa adversário (1Cr 21.1; 2Co 2.10,11); Diabo que, em grego, quer dizer: caluniador (Mt 4.1; At 13.10); Homicida e pai da mentira (Jo 8.44); Acusador (Ap 12.10). Ele é conhecido também como o dragão e a antiga serpente (Ap 12.9).
3. O principal trabalho do tentador. O trabalho que mais agrada ao maligno é desviar-nos da disciplina da vida cristã. Ele sabe que temos “uma carreira para correr”; por isto, busca, de todas as formas, colocar obstáculos em nosso caminho (Gl 5.7). Não foi o que ocorreu com os irmãos da Galácia? Embora progredissem eles na carreira cristã, caíram no fascínio do adversário e, neste fascínio, acabaram por cair da graça (Gl 3.1; 5.4).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Satanás é o agente da tentação. O trabalho que mais o agrada é desviar o crente das disciplinas da vida cristã.
III. POR QUE O SER HUMANO É TENTADO
Em nossa jornada espiritual, vemo-nos constrangidos a inquirir de nós mesmos: “Se eu aceitei a Cristo, como o meu Salvador, por que sou, ainda, tentado?” Martinho Lutero parece ter encontrado a resposta: “Minhas tentações têm sido minhas mestras de teologia”. Não vêm elas, porém, atrapalhar-me nas disciplinas espirituais? Sem as tentações, convenhamos, não existiriam as disciplinas. Por isso, esforça-se o adversário, a fim de nos desviar delas; somente assim, haverá de seduzir-nos com as suas tentações.
1. O ser humano é tentado por causa da transgressão de nossos primeiros pais. Se você ler reflexivamente o capítulo três de Gênesis, entenderá a teologia do pecado original. À semelhança de Adão, todos pecamos (Sl 51.5); veio, entretanto, o Senhor Jesus, como o segundo Adão, redimir-nos da morte espiritual, proporcionando-nos um novo nascimento (Jo 3.8). Estando nós, agora, em Cristo, tudo se nos fez novo (2Co 5.17). Apesar das tentações, o Espírito fortalece-nos para que sigamos, rigorosamente, as disciplinas de uma autêntica vida cristã.
2. O ser humano é tentado por suas próprias concupiscências. Leia Tiago 1.14. Eis porque devemos vencer cada uma de nossas concupiscências; estas não provém do Pai; do mundo procedem e para o mundo convergem, causando a destruição dos filhos de Deus (1Jo 2.16). O consolo é que podemos vencer cada uma de nossas concupiscências (Gl 5.16).
3. Positivamente considerada, a tentação pode (e deve) impulsionar o santo a ser ainda mais santo. Afirmou mui oportunamente Frederick P. Wood: “Tentação não é pecado; é o chamado para a batalha”. O Senhor Jesus, embora Deus, foi tentado, como homem, dando-nos um exemplo de que é possível vencer a tentação (Mt 4.1; Hb 2.18). Por conseguinte, não deve a tentação ser considerada pelo crente, como se fora uma oportunidade para pecar; é uma oportunidade para que nos tornemos ainda mais santos (Ap 22.11).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As razões pelas quais o cristão é tentado são: transgressão de Adão, concupiscências pessoais, e impulsionar o crente a ser mais santo.
IV. COMO VENCER A TENTAÇÃO
Ponderou alguém, certa feita: “São necessárias duas pessoas para fazer da tentação um sucesso; você é uma delas”. A outra, como todos o sabemos, é o adversário de nossas almas. De nada adianta, porém, pôr-lhe a culpa por nossas transgressões; por estas, apenas nós seremos responsabilizados (2Co 5.10). Todavia, é possível vencer as tentações; os exemplos bíblicos não são poucos.
1. Orando e vigiando. A advertência é do próprio Cristo: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). O piedoso F. B. Meyer é enfático: “Cristo não irá guardar-nos se nos colocarmos descuidada e temerariamente no caminho da tentação”. Tem você vigiado? Tem orado constantemente? Lembre-se: Não se pode brincar com o pecado; ele não é um brinquedo: é uma serpente prestes a dar o bote contra os incautos (Gn 4.1).
2. Não dando lugar ao Diabo. Em sua epístola aos efésios, admoesta o apóstolo: “Não deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). O que vem a significar esta admoestação? Willard Taylor, do Comentário Bíblico Beacon, é conclusivo: dar lugar ao Diabo é permitir que ele tenha liberdade para “semear atitudes erradas em nosso espírito”.
3. Andando em Espírito e não cumprindo as concupiscências da carne. Aos irmãos da Galácia, escreveu Paulo: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). Quem anda no Espírito Santo, não cumpre as concupiscências da carne; e não as cumprindo, como haverá de ceder às tentações?
4. Guardando a Palavra de Deus no coração. O salmista, demonstrando quão temente era ao Senhor, confessou-lho: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119.11 — ARA). Em seu comentário do saltério hebraico, Charles Spurgeon assim interpreta este versículo: “A Palavra de Deus deve ser compreendida e retida no coração; ela tem de ocupar nossas afeições e entendimento. Nossa mente demanda ser impregnada pela Palavra de Deus. Somente assim não haveremos de pecar contra Ele”.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O crente pode vencer a tentação se: orar e vigiar, não dar lugar ao Diabo, andar em Espírito e guardar a Palavra de Deus no coração.
CONCLUSÃO
Se as tentações são fortes, temos abundantes promessas divinas que nos asseguram: podemos resisti-las com a Palavra de Deus.
Veja quão consoladoras são as palavras do autor da Epístola aos hebreus: “Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.18). E estas de Pedro: “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos” (2Pe 2.9).
Por conseguinte, mantenhamos sempre a disciplina da vida cristã, evitando o pecado que tão de perto nos rodeia.
Incauto: Não acautelado; imprudente.
Genitor: Aquele que gera; o pai.
Premer: Fazer pressão em apertar, comprimir.
DANIELS, R. Pureza sexual. RJ: CPAD, 2000.
HOLLOMAN, H. O poder da santificação. RJ: CPAD,
2003.
LUTZER, E.W. Deixando seu passado para trás. RJ:
CPAD, 2005.
1. Explique o sentido teológico da palavra tentação.
R. Estímulo que leva à prática do pecado.
2. Quem é o agente da tentação?
R. Satanás.
3. Cite três nomes do Tentador.
R. Satanás, Diabo, Homicida.
4. Descreva três razões pelas quais o crente é tentado.
R. Transgressão de Adão, concupiscências pessoais, impulsionar o crente a ser mais santo.
5. Como o crente pode vencer as tentações?
R. O crente pode vencer a tentação se: orar e vigiar, não dar lugar ao Diabo, andar em Espírito e guardar a Palavra de Deus no coração.
Subsídio Devocional
“Motivos para manter-se livre e puro
Deus pode livrar-nos dos vícios e tentações de toda espécie. Ele é nosso aliado quando lutamos por nossa pureza pessoal e liberdade.
Motivo 1: Somos unidos a Cristo. ‘Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo?’ (1Co 6.15). Esse fato nos dá o direito de cortar todas as nossas obrigações com os vícios e tentações. Nossa ligação com Cristo é mais forte do que a nossa ligação com o comportamento destrutivo […]
Motivo 2: Somos a habitação do Espírito Santo. ‘Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?’ (1Co 6.19). Em termos práticos, isso significa que o Santo dos Santos foi transferido para nossos corpos humanos. Deus habita em nós. Assim, aquele ‘buraco na alma’ que alimenta a tentação pode ser preenchido com plenitude. Solidão, culpa, concupiscência e vergonha podem ser substituídas por aquilo que o Espírito Santo se dedica a trazer à nossa vida, ou seja, a força emocional e espiritual para resistirmos os vícios e tentações […]
A vitória sobre o poder da tentação não é fácil, especialmente se o problema vem de longa data. Aliás, a propensão de ceder a tentação sempre estará presente. Mesmo quando somos sinceros em nosso compromisso com Cristo, o poder da carne, reforçado por Satanás, batalha dentro de nós”.
(LUTZER, E. W. Deixando seu passado para trás. RJ: CPAD, 2005, pp.70-72).
Há algo importante que seus alunos precisam saber a respeito da tentação: Deus está sempre à disposição quando somos tentados. Ele não olha passivamente, mas intervém ativamente. O Todo-Poderoso não somente limita a força da tentação como também mostra o caminho do escape. O Pai celestial não deseja que pequemos, por isso, Ele próprio faz tudo o que for necessário, em qualquer tentação, para nos dar um meio de saída: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)