Título: As Disciplinas da Vida Cristã — Trabalhando em busca de perfeição
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 12: A união cristã, o vínculo da perfeição
Data: 22 de Junho de 2008
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42).
O amor é a característica mais forte do verdadeiro cristão. Identifica-o como discípulo de Jesus, realçando ao mundo o vínculo da nossa perfeição.
Segunda — Cl 3.14
O amor é o vínculo da perfeição
Terça — Jo 13.35
O amor mútuo é testemunho do discipulado autêntico
Quarta — 1Co 13
A excelência do amor divino
Quinta — Hb 13.1-3
O amor cristão manifesto entre os necessitados
Sexta — 1Co 13.4-8
Os atributos do amor
Sábado — Jo 3.16
O verdadeiro amor
1 João 3.11-20.
11 — Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
12 — Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.
13 — Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos aborrece.
14 — Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte.
15 — Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna.
16 — Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
17 — Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele a caridade de Deus?
18 — Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
19 — E nisto conhecemos que somos da verdade e diante dele asseguraremos nosso coração;
20 — sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração e conhece todas as coisas.
Professor, vamos falar mais uma vez sobre a organização da classe para o próximo trimestre. Na Caderneta de Classe há duas seções importantes: o Relatório Anual Pessoal e o Rol da Classe. Você as conhece? A primeira deverá ser preenchida com as informações dos quatro Relatórios Trimestrais, portanto, sempre no último trimestre. Organize os dados de cada trimestre, a fim de facilitar seu trabalho no final do ano. Na segunda, escreva os dados pessoais de cada aluno. Lembre-se: o professor é responsável pela fidelidade das informações na Caderneta. Use essas informações para incentivar, premiar e organizar suas aulas. Deus o abençoe.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, com certeza você já observou, na Caderneta, os nomes dos alunos que faltam frequentemente. Caso não seja possível visitá-los, envie uma carta ou e-mail. A CPAD tem editado alguns modelos de cartas, entre elas, a que se destina aos alunos ausentes. Há também uma carta-convite para novas matrículas. Uma vez que estamos próximos do início do terceiro trimestre é recomendável que o professor envie essas cartas aos alunos ausentes e também aos crentes que não frequentam a Escola Dominical. Trabalhemos “enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9.4).
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Comunhão: Vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre os salvos em Cristo.
Ronald J. Sider descreve, com vivas cores, a comunhão dos santos: “Para os primeiros cristãos, koinonia não era a ‘comunhão’ enfeitada de passeios quinzenais patrocinados pela igreja. Não era chá, biscoitos e conversas sofisticadas no salão social depois do sermão. Era um compartilhar incondicional de suas vidas com os outros membros do corpo de Cristo”.
I. O QUE É A COMUNHÃO DOS SANTOS
Do que acima afirmamos, depreende-se: a comunhão dos santos implica, primacialmente, na aceitação plena, por nossa parte, daqueles por quem Cristo morreu. Definamo-la de conformidade com o Novo Testamento.
1. Definição. De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), comunhão dos santos é o “vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre os que recebem a Cristo como o seu Único e Suficiente Salvador. Tendo como base o amor, tal vínculo faz com que os crentes sintam-se ligados num só corpo, do qual Cristo é a cabeça” (Ef 4.1-16).
2. A origem da nomenclatura teológica. Embora tal expressão não se encontre nas páginas do Novo Testamento, sua idéia acha-se permeada em toda a Bíblia Sagrada. Ela foi usada, oficialmente, pela primeira vez, num sermão pregado por Nicéias de Remesiana por volta de 400.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A comunhão dos santos é o vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre os que recebem a Cristo como Salvador.
II. A COMUNHÃO DOS SANTOS NA BÍBLIA
A comunhão dos santos é uma expressão biblicamente forte. Quer na comunidade de Israel, quer na Igreja Primitiva, seu conceito histórico-teológico não é uma mera definição; é uma prática que leva o povo de Deus a sentir-se como um só corpo.
1. A comunhão dos santos em Israel. Nos momentos de emergência nacional, levantavam-se os hebreus como um só homem (1Sm 11.7; Ed 3.1). Isto mostra que, se um israelita sofria, os demais também sofriam; se uma tribo via-se em perigo, as outras viam-se ameaçadas. A fim de manter o seu povo unido, suscitava o Senhor líderes carismáticos como, por exemplo, Gideão e Davi.
O amor entre os israelitas era realçado na Lei e nos Profetas (Lv 19.18). Os hebreus, por exemplo, não podiam emprestar com usura para seus irmãos (Lv 25.36). Quando da colheita, eram obrigados a deixar, aos mais pobres, as respigas. Foi o que aconteceu à moabita Rute (Rt 2.2).
Quando a comunhão dos santos em Israel era quebrantada, instalava-se a injustiça social, a opressão e a violência (Jr 6.6). Para conter todas essas misérias, erguia Deus os seus profetas que, madrugando, repreendiam os injustos, buscando reconduzi-los aos princípios da Lei de Moisés (Jr 25.3). No tempo de Neemias, a tensão social a tal ponto chegou, que os israelitas vendiam-se, a fim de resgatar suas dívidas. Alguns acabaram por entregar suas filhas como escravas a povos estrangeiros (Ne 5.1-7). A comunidade hebréia do Antigo Testamento foi destruída por não mais cultivar a comunhão dos santos.
2. A comunhão dos santos em o Novo Testamento. Sem a comunhão dos santos não pode haver cristianismo. Todos os escritores do Novo Testamento, a exemplo do Salvador, realçaram a comunhão dos santos.
No Sermão do Monte, Jesus ensinou aos seus discípulos a se amarem uns aos outros; doutra forma: não seriam contados entre os seus seguidores. Lucas ilustra, vivamente, como era o cotidiano da comunidade dos discípulos do Nazareno. Aliás, um casal morreu fulminado pelo Senhor por haver infligido o princípio básico da comunhão cristã (At 5.1-10). Saulo discorre sobre a unidade dos fiéis, descrevendo-a como o vínculo da perfeição (Cl 3.14). Tiago critica os cristãos que, apesar de se apresentarem como tais, eram movidos pelo desamor e inspirados por um preconceito social (Tg 2.1-13).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A comunhão dos santos é uma doutrina ensinada no Antigo e Novo Testamento, não sendo mera definição, mas doutrina e teologia.
III. A COMUNIDADE DOS BENS
A Igreja de Cristo mostra o que pode fazer o amor de Deus em nossos corações. Um amor, aliás, que se traduz em prática e não em meros conceitos. O que dizer, por exemplo, da comunidade de bens?
1. Comunidade de bens. Prática observada nos primeiros dias da Igreja, quando os crentes, premidos pelo amor de Deus, “vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (At 2.45).
2. A história da comunidade de bens. Segundo alguns historiadores, a comunidade de bens nasceu entre os essênios — seita judaica que floresceu durante o período interbíblico. Todavia, não levaram eles seu projeto adiante, por causa de seu legalismo e falta de amor.
No entanto, a comunidade de bens não somente floresceu entre os cristãos, como também espraiou-se por todos os continentes onde o Cristianismo é verdadeiramente observado. Hoje, a comunidade de bens dos cristãos traduz-se em hospitais, asilos, creches, leprosários etc. Nenhuma outra religião, em toda a história da humanidade, mantém laços tão firmes de amor como o Cristianismo.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A “comunidade de bens” era uma prática observada na igreja primitiva que consistia em levar os bens aos apóstolos, a fim de que os repartissem, conforme a necessidade de cada crente.
IV. COMO VIVER A COMUNHÃO DOS SANTOS
Observemos, pois, como poderemos viver, em sua plenitude, a comunhão dos santos.
1. Amando-nos uns aos outros. “Tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1Pe 1.22 — ARA).
2. Empatizando nos uns com os outros. Significa comungar, sincera e amorosamente, dos sentimentos de nossos irmãos, conforme enfatiza o apóstolo Paulo: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Rm 12.15).
3. Socorrendo os domésticos na fé. Quem são os domésticos na fé? Se bem atentarmos à epístola que enviou Paulo aos gálatas, verificaremos que são aqueles que fazem parte da família de Deus. Por conseguinte, devem eles ser a nossa prioridade máxima: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10).
4. Orando uns pelos outros. “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16 — ARA).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A comunhão dos santos pode ser experimentada através do amor mútuo, da empatia, da ajuda aos santos em suas necessidades e orando uns pelos outros.
CONCLUSÃO
Não pode haver cristianismo sem a comunhão dos santos; esta, além de ser o vínculo da perfeição, torna visível a unidade da fé. Levemos em conta, também, ser a comunhão dos santos a recomendação que nos faz o Senhor Jesus: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo 13.34).
Atentemos também a esta declaração do pastor e teólogo inglês Matthew Henry: “Não devemos impor nenhuma condição para a aceitação de nossos irmãos, a não ser as que Deus impôs para aceitá-los”.
Tem você mantido comunhão com os santos? Cultive-a, a fim de tornar-se, verdadeiramente, cristão.
Alijar: Livrar-se de; aliviar-se de.
Empatia: Colocar-se na situação de outrem.
Espraiar: Estender, alastrar.
Premer: Fazer pressão.
BRUNELLI, W. Conhecidos pelo amor. RJ: CPAD, 1995.
1. Defina a comunhão dos santos conforme o Dicionário Teológico.
R. Vínculo espiritual e social estabelecido pelo Espírito Santo entre os que recebem a Cristo como o seu Único e Suficiente Salvador.
2. Cite dois textos bíblicos que ordenam a comunhão entre os israelitas.
R. Lv 19.18; 25.36.
3. Transcreva e medite no texto de Colossenses 3.14.
R. (Livre).
4. O que é a “comunidade de bens”?
R. Prática observada nos primeiros dias da Igreja, quando os crentes, premidos pelo amor de Deus, “vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (At 2.45).
5. Como podemos viver a comunhão dos santos?
R. Por meio do amor mútuo, da empatia, da ajuda aos santos em suas necessidades e orando uns pelos outros.
Subsídio Devocional
“Igreja: lugar de vida
A igreja primitiva transmitia vida pela unidade. Havia um só propósito, um só alvo, uma só determinação, muito amor por Jesus e uns pelos outros. A obra de Deus era a prioridade número um na vida daquela Igreja. Todos buscavam o interesse de Jesus e do seu trabalho, e isso era percebido por todos. Aquela Igreja era viva e transmitia vida de tal forma que as multidões afluíam a ela (At 2.44; 4.32; 5.12).
Transmitia vida pela comunhão. Aquela Igreja possuía uma profunda comunhão com Deus e uns com os outros (At 4.32). Isso fazia daquela comunidade o lugar mais agradável do mundo, pois o amor era o sentimento mais forte nas relações entre os irmãos. A comunhão e o amor eram tão fortes que os irmãos vendiam suas propriedades e entregavam o dinheiro aos apóstolos. O respeito era grande entre eles […]”.
(FERREIRA, I. A. Igreja: lugar de soluções. RJ: CPAD, 2001, pp.28.)
Digno de duplicada honra, diz a Bíblia, são “os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O verbo “trabalhar”, do grego kopiaō , tem o sentido de “trabalho que conduz à exaustão”. Os líderes da igreja não devem apenas ocupar-se com a liderança da comunidade cristã, mas “esforçarem-se arduamente” na Palavra ( logos ) e no ensino ( didaskalia ). O dom de ensino não exclui o esforço e a dedicação pessoal ao ministério. Portanto, a Bíblia admoesta o professor a se dedicar ao ministério do ensino, mesmo que para isso ele seja levado à exaustão. Didaskalia refere-se tanto ao ensino sistemático das doutrinas e verdades bíblicas, quanto às técnicas envolvidas na transmissão do ensino e o trabalho que advém desta nobre tarefa.
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)