Título: As doenças do nosso século — As curas que a Bíblia oferece
Comentarista: Wagner dos Santos Gaby
Lição 1: As doenças do nosso século
Data: 06 de Julho de 2008
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2Tm 3.1).
Neste século marcado pela descrença e impiedade, deve o cristão apegar-se firmemente aos princípios da Palavra de Deus, a fim de ser exemplo da verdade, justiça, e temor a Deus.
Segunda — At 2.40
Salvai-vos desta geração perversa
Terça — 1Jo 5.19
A sociedade rebelada contra Deus jaz no maligno
Quarta — Tg 4.4
Os amigos do mundo são inimigos de Deus
Quinta — Fp 2.15
Filhos de Deus inculpáveis numa geração corrompida e perversa
Sexta — Ef 2.2
O príncipe das potestades do ar domina sobre os desobedientes
Sábado — 1Jo 5.4
Os nascidos de Deus vencem o mundo através da fé
2 Timóteo 3.1-9.
1 — Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;
2 — porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 — sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 — traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 — tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
6 — Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências,
7 — que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
8 — E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.
9 — Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.
Prezado professor, neste trimestre estudaremos As Doenças do Nosso Século. São treze lições que descrevem as enfermidades pessoais, sociais e religiosas que assolam os homens na pós-modernidade. Entre as doenças examinadas estão: o medo, a ansiedade, a depressão, o consumismo, as drogas, a imoralidade e o mundanisno. O comentarista, Pr. Wagner Tadeu dos Santos Gaby, é advogado, escritor e membro da Casa de Letras Emílio Conde.
Ore para que o Senhor Jesus salve, conforte e transforme nossos alunos e visitantes durante a ministração das aulas. Faça de At 2.40 sua proclamação profética: “Salvai-vos desta geração perversa”.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Prezado professor, você sabe classificar e seriar um determinado assunto? Classificar é distribuir certos elementos em categorias correspondentes, enquanto seriar é ordenar as coisas por uma sucessão. Esta lição classifica as doenças de nosso século em: intrapessoais, sociais e religiosas, mas é possível distribuí-las de outro modo. Escreva no quadro a seguinte disposição: egoísta, sacrílego, materialista, hedonista, vaidoso e desafeiçoado. A seguir, solicite à classe que relacione os atributos negativos dos homens dos últimos dias obedecendo a essa nova classificação. Veja o quadro abaixo.
EGOÍSTA
SACRÍLEGO
MATERIALISTA
HEDONISTA
VAIDOSO
DESAFEIÇOADO
Amante de si mesmo, ingrato, irreconciliável
Blasfemo, profano, inimigo de Deus, hipócrita religioso
Avarento
Amigo dos deleites, incontinente
Presunçoso, soberbo, orgulhoso
Sem afeto natural, desobediente a pais e mães, cruel, sem amor para com os bons, caluniador, traidor, obstinado
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Doença: Falta ou perturbação da saúde; moléstia, mal, enfermidade.
Os dias que antecederão a segunda vinda de Cristo serão marcados por um sensível aumento da iniquidade sobre o mundo. As pessoas estarão, nesse tempo, mais propensas a certas enfermidades do espírito tais como egoísmo, perversão e crueldade. Conforme vaticinou nosso Senhor Jesus, a maldade se multiplicará e o “amor de muitos se esfriará”. Todavia, “aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.12,13).
Nesta lição, estudaremos algumas das “doenças” que caracterizam a sociedade desses tempos difíceis e trabalhosos, conforme nos mostra o texto em estudo.
Para fins didáticos, elas serão divididas em doenças intrapessoais, sociais e religiosas.
I. DOENÇAS NA ÁREA INTRAPESSOAL
Muitas dessas enfermidades espirituais do homem sem Deus são internas ou intrapessoais. Vejamos algumas das mais severas e perniciosas.
1) Orgulho e Vaidade. Muitos se gabam de seus próprios atos e glorificam suas realizações com o único intuito de impressionar as pessoas. São os adeptos do culto à personalidade (Sl 4.2; 94.11; 144.4; Jr 2.5), os presunçosos, soberbos que desejam ardentemente fama e projeção social (Ec 1.2; Mt 23.2-7; Ef 4.17-19). Estes são os que se julgam superiores aos outros, e desprezam os que estão abaixo de sua condição privilegiada (Pv 11.2; 16.18; 21.4).
2) Egoísmo e Avareza. Essas enfermidades caracterizam os chamados “amantes de si mesmos”. Elas fazem com que as pessoas sejam individualistas e nutram desejos irrefreáveis de alcançar seus interesses pessoais em detrimento do respeito e amor pelo outro.
O egoísta é ambicioso e narcisista: adora a si mesmo (2Tm 3.2). Já o avarento, “amante do dinheiro”, é obcecado pelo lucro (Pv 21.6). Nestes últimos dias, o materialismo tem levado as pessoas a se digladiarem pelo vil metal e, infelizmente, as promessas de “fortuna fácil” têm atingido os púlpitos de muitas igrejas (1Tm 6.10). Todavia, a Palavra de Deus é incisiva: “guardai-vos da avareza” (Lc 12.15-21; Hb 13.5).
3) Incontinência. Essa é a doença que faz com que as pessoas não tenham domínio de si mesmas, isto é, não consigam refrear seus impulsos naturais dominados pelo pecado. Isso fica claro em Romanos 1.23-32, quando a Bíblia nos adverte enfaticamente acerca desta condição pecaminosa. A Palavra de Deus nos admoesta a fazermos tudo com moderação, autocontrole e disciplina (Gl 5.22; 2Tm 1.7). Porém, muitas vezes a incontinência leva as pessoas a rejeitarem a Deus, se entregando à libertinagem, à prostituição e aos vícios infames.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As doenças intrapessoais mais perniciosas ao convívio eclesiástico e social são: orgulho, vaidade, egoísmo e avareza.
II. DOENÇAS NA ÁREA SOCIAL
Como podemos depreender do texto bíblico em estudo, o pecado Original não afetou apenas o indivíduo, mas também seus relacionamentos. Dentre as enfermidades sociais desses tempos difíceis podemos destacar:
1) Desobediência aos pais e ingratidão. É de se notar que ao longo da história, a cultura anticristã tem incentivado a desobediência ao mandamento divino, explícito em Êxodo 20.12, que ordena aos filhos honrar pai e mãe. Entretanto, nada se compara a insubordinação obstinada dos filhos aos pais nesses últimos dias (Rm 1.30; 1Tm 1.9). Lembremos que a responsabilidade de educar os filhos não é dos avós, nem da escola e igreja, muito menos do Estado. Esse dever é dos pais (Dt 6.6,7; Sl 127.3-5; Pv 22.6). A ingratidão, por sua vez, é uma consequência da apostasia destes últimos tempos. Sempre que há uma ascensão do paganismo e do pecado, os homens tendem à ingratidão (Rm 1.21).
2) Desamor e Crueldade. Há por toda parte pessoas desprovidas de “afeto natural”, isto é, que não têm afeição, amor e cuidado nem mesmo pela própria família. São pais desafeiçoados aos filhos, e filhos que não têm a menor consideração e carinho pelos pais (1Tm 1.9; Ef 6.1-4). Desde o passado distante, o desamor e a crueldade têm caminhado juntos revelando a irracionalidade e a selvageria dos homens (Êx 1.22; 2Rs 25.7). A Bíblia nos alerta sobre os que “respiram crueldade” contra seus desafetos (Sl 27.12). A falta de afeição dos ímpios faz com que até seus animais sofram (Pv 12.10 cf. Nm 22.27). Não nos enganemos! Os “últimos dias” não serão menos violentos que os do tempo pré-diluviano (Gn 6.5,11).
3) Dureza de coração e Calúnia. O perdão e a reconciliação são atributos necessários à convivência social e religiosa. Porém, a Palavra de Deus nos adverte que nos últimos dias, os homens tornar-se-ão irretratáveis, “duros de coração”, e incapazes de perdoar. Nas regras de sobrevivência do mundo moderno não há espaço para a compaixão e perdão. Jesus, em seu conhecido sermão do monte, condenou taxativamente o rancor vingativo, e enobreceu a mansidão e a graça (Mt 5.5,9,21-26; 11.29; Mc 11.25). A calúnia, no original “diábolos”, é outra doença terrível desse século. São caluniadores aqueles que se comprazem em depreciar a honra e a moral alheia (Tt 2.3). O difamador, diz a Bíblia, “separa os maiores amigos” (Pv 16.28).
4) Traição e Hipocrisia. São desvios de caráter próprios de certos executivos e políticos que se orgulham de enganar seus concorrentes e descumprirem suas promessas em razão de suas conveniências pessoais (Is 32.6; Lc 12.1; 1Tm 4.2). Infelizmente, essas doenças atingem todas as áreas e níveis da sociedade (Is 9.17; Mt 6.2,5,16). Não nos esqueçamos que até no colégio apostólico houve um discípulo traidor e hipócrita (Mt 26.47-50; Jo 12.3-6). Assim como Judas, muitos têm aparência de piedade, mas são lobos devoradores (Mt 7.15).
5) Aversão ao bem. Nos últimos dias, diz-nos a Palavra de Deus, os homens serão inimigos do bem e negar-se-ão a praticá-lo. Desprezarão os bons e amarão os maus (Sl 14.1; Pv 28.5; 2Tm 3.13).
Atualmente, a indústria do entretenimento tem induzido nossas crianças a gostarem de “heróis” de caráter explicitamente mau, seres demoníacos e monstros malignos através de jogos eletrônicos e das histórias em quadrinhos. Contudo, o cristão deve ser “amigo do bem” (Tt 1.8).
6) Abuso de poder. Diz respeito aos homens obstinados, orgulhosos e atrevidos que abusam do poder temporário, cultuando a própria personalidade (Ez 28.5-8; Jo 19.10,11; At 12.20-23). Aqui também estão incluídos aqueles obreiros de ministérios independentes, que não obedecem nem prestam contas a ninguém (2Cr 26.18-21). Reconsideremos o exemplo do servo que espancava os conservos na ausência de seu senhor (Mt 24.46-51). A Escritura exorta à obediência aos pastores (Hb 13.7,17; 1Ts 5.12,13), mas ordena que o ministro presida “com cuidado” e “governe bem” (Rm 12.8c; 1Tm 5.17).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
As mais graves doenças sociais de nosso século são: desobediência aos pais, ingratidão, desamor, crueldade, dureza de coração, calúnia, traição, hipocrisia, aversão ao bem e abuso do poder.
III. DOENÇAS NA ÁREA RELIGIOSA
O pecado prejudicou o relacionamento do homem consigo, com os outros e com Deus. Neste século perverso os principais pecados contra Deus são:
1) Blasfêmia e Irreverência. Os blasfemos são os que difamam a honra alheia. Há os que ultrajam a glória de Deus (Lv 24.16; Mt 12.22-32; 15.19; Mc 3.28,29), e aqueles que difamam o comportamento religioso do cristão e a doutrina (At 26.9-11; 1Tm 6.1; Tg 2.6,7). Não devemos, porém, dar motivos para os ímpios blasfemarem contra o Senhor e o Evangelho (2Sm 12.14; 1Tm 6.1). Os blasfemos também são irreverentes. O termo “irreverente” significa “ímpio” ou “sem respeito pelo sagrado”. No final dos tempos os homens se afastarão de Deus a ponto de perderem o respeito pelas coisas santas. Lamentavelmente, a pior profanação, algumas vezes, manifesta-se na Casa de Deus, com a falta de sinceridade e irreverência durante o culto divino (Sl 93.5; Is 56.7; Mc 11.17).
2) Apego aos prazeres mundanos. A Bíblia vaticina que nos últimos dias os homens viverão em função do aprazimento deste mundo (Lc 12.19), isto é, serão “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”. O estilo de vida mundano, chamado atualmente de hedonismo, prega que o principal alvo da vida humana é a obtenção do prazer, a fim de evitar a dor e o sofrimento (Pv 21.17; 2Pe 2.13). Porém, a Palavra de Deus nos assevera: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co 6.20).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os principais pecados contra Deus, praticados por esse século vil, são: blasfêmia, irreverência e apego aos prazeres mundanos.
CONCLUSÃO
A Bíblia, em Efésios 6.10-18, afirma que devemos nos fortalecer no Senhor e nos revestir de toda a armadura de Deus, a fim de que estejamos firmes contra as astutas ciladas do Diabo e possamos resistir “no dia mau”. Esse “dia” é agora! Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz (Rm 13.12).
“Os grandes não entram no céu porque a porta é pequena”. Chaim Mesquita
Hedonismo: Doutrina que considera o prazer imediato como o único bem possível.
Intrapessoal: Dentro da pessoa; internalizado no indivíduo.
Profanação: Irreverência contra pessoa ou coisa digna de todo o respeito.
Taxativo: Que não admite réplica ou contestação.
Vaticinar: Profetizar, predizer; prenunciar, adivinhar.
DORTCH, R. Orgulho fatal. RJ: CPAD, 1996.
WILKERSON. D. Toca a trombeta em Sião. 9.ed., RJ: CPAD, 2001.
1. Cite três doenças intrapessoais de nosso século.
R. Orgulho e vaidade; egoísmo e avareza; incontinência.
2. Explique o sentido de incontinência.
R. Doença mediante a qual a pessoa não tem domínio sobre seus impulsos pecaminosos.
3. Quais são as doenças sociais de nosso século?
R. Desobediência aos pais e ingratidão; desamor e crueldade; dureza de coração e calúnia, etc.
4. Em sua opinião, qual desses pecados sociais é o mais grave?
R. Resposta pessoal.
5. Descreva as doenças religiosas de nosso tempo.
R. Blasfêmia e irreverência; apego aos prazeres mundanos.
Subsídio Teológico
“Paulo e a Disciplina
1) A lista de Paulo em 2Tm 3.1-9 começa descrevendo as pessoas dos últimos tempos como amantes de si mesmos (v.2). O egoísmo encabeça a lista dos males do final dos tempos.
2) O materialismo vem em segundo lugar; as pessoas serão ‘avarentas’, amando o dinheiro e aquilo que este é capaz de comprar;
3) A arrogância é o terceiro vício. A palavra ‘presunçosos’ se refere a ‘alguém que alardeia e ostenta realizações, e em sua jactância ultrapassa os limites da verdade, procurando se destacar e se engrandecer em uma tentativa de impressionar’.
4) A pessoa ‘soberba’ (isto é, arrogante ou altiva) é ‘alguém que procura se mostrar superior aos outros’.
5) Os ‘blasfemos’ são aqueles que usam suas palavras para caluniar os outros. O termo grego fornece a raiz da palavra portuguesa ‘blasfêmia’.
6) Os ‘desobedientes a pais e mães’ são os rebeldes.
7) Eles são ‘ingratos’ ou mal-agradecidos.
8) Eles são ‘profanos’ ou não religiosos.
9) Aqueles “sem afeto natural’ (v.3) são os que não amam a família, e insensivelmente não amam aos pais, isto é, desprezam o afeto natural. Sêneca cita a prática de expor os bebês indesejados como uma ilustração de tal falta de humanidade e sensibilidade, e de afeto natural […]”.
(ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, pp.1497,1498).
“Salvai-vos desta geração perversa”. Com este imperativo categórico, exortava o apóstolo Pedro a sua geração. A proclamação ou kerygma da igreja primitiva resume-se em dois substantivos: anunciação e condenação. Anunciação das Boas Novas de Salvação, cumpridas e realizadas por Cristo Jesus. Condenação do pecado, da injustiça, da violência, do paganismo, da imoralidade e da hipocrisia. Na anunciação a igreja cumpre sua missão sacerdotal, mas na condenação, a missão profética. A primeira salvífica, porém a segunda, exortativa.
A igreja moderna também é responsável pelo anúncio do kerygma cristão primitivo. Devemos proclamar a salvação em Cristo, sem jamais deixar de condenar os pecados dos homens. Anunciemos, pois, a salvação, mas também denunciemos os pecados dos homens na pós-modernidade.
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)