Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2008

 

Título: As doenças do nosso século — As curas que a Bíblia oferece

Comentarista: Wagner dos Santos Gaby

 

 

Lição 7: Cristo, a perfeita paz

Data: 17 de Agosto de 2008

 

TEXTO ÁUREO

 

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize(Jo 14.27).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Deus, o Autor da paz, ama e recompensa os pacificadores.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Rm 5.1

A justificação pela fé produz paz com Deus

 

 

Terça — Rm 8.6

O Espírito Santo é vida e paz

 

 

Quarta — Rm 14.17

O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo

 

 

Quinta — Gl 5.22

O fruto do Espírito é paz e outras preciosas virtudes

 

 

Sexta — 2Ts 3.16

O Senhor da paz dará sempre paz aos seus filhos

 

 

Sábado — Ef 2.13,14

Cristo é a nossa paz

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Efésios 2.11-19.

 

11 — Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;

12 — que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.

13 — Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

14 — Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio,

15 — na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criarem si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,

16 — e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.

17 — E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto;

18 — porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.

19 — Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, os seus alunos sabem o conceito de paz nas línguas bíblicas, hebraico e grego? A paz, do grego eirênê e do hebraico shãlôn , é diferente de ausência de guerras. A verdadeira paz, conforme Nm 6.26 e Ef2.14, é adquirida através do favor de nosso Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz (Is 9.6). Enfatize aos alunos que para obter a verdadeira paz com Deus é necessário desfrutar da justificação pela fé em Cristo (Rm 5.1).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conceituar o termo “paz”.
  • Obter paz em Cristo.
  • Explicar os conceitos “paz de Deus” e “paz com Deus”.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, enfatize aos alunos que a paz de Deus não é apenas o reflexo de seu amor e misericórdia ao proteger, favorecer e cuidar do crente, mas a reconciliação do homem com Deus através da encarnação, sacrifício e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 2.14). Por meio da justificação, o homem tem paz com Deus (eirēnēn prós ton Theon — Rm 5.1). Observe que a preposição “prós” é a mesma que, em Jo 1.1 (prós ton Theon), afirma que Jesus estava “face a face com Deus”. A paz oferecida por Cristo coloca-nos na relação certa com Deus — “cara a cara”. Isso não é maravilhoso! Em Fp 4.6, Paulo usa mais uma vez a preposição “prós” para afirmar que não devemos viver ansiosos por coisa alguma, “antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus (prós ton Theon)”. Uma vez que o crente está em Cristo, “frente a frente” com Deus, sua oração e adoração são feitas “diante ou cara a cara” com Deus! Assim, obtemos a Paz de Deus.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

Paz: Ausência de conflitos e perturbações na vida espiritual, moral e social, adquirida através da comunhão com o Espírito Santo.

 

A palavra paz no grego significa “unir” ou “colar” alguma coisa que está quebrada. No sentido usual e popular quer dizer tranquilidade, sossego, harmonia ou, simplesmente, “ausência de guerra”. Apesar das hostilidades, violências e perturbações desse mundo, o crente fiel a Deus pode desfrutar da plena paz de Cristo.

Nesta lição estudaremos a respeito da paz em sua dimensão mais profunda: A paz de Cristo Jesus, o Príncipe da Paz (Is 9.6,7).

 

I. O MUNDO TEM SEDE DE PAZ

 

1. Grandes conflitos. O século XX testemunhou duas grandes guerras mundiais e vários conflitos. Os embates continuam desafiando a ONU (Organização das Nações Unidas) e os governos de várias nações. Atualmente, a guerra no Iraque e os conflitos entre palestinos e israelenses já fizeram milhares de vítimas. Deus, por intermédio das Escrituras Sagradas, nos avisou que nos últimos dias não haveria paz, senão guerras e rumores de guerras: “E ouvireis de guerras e de rumores de guerra; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim” (Mt 24.6). Portanto, segundo a Escritura, a falta de paz entre as nações é um sinal da segunda vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (1Ts 5.3).

2. Consequências da falta de paz. A falta de paz, segundo relatórios médicos da Organização Mundial de Saúde (OMS), tem contribuído para o surgimento de diversas doenças e distúrbios emocionais, a saber: o medo, ódio, ansiedade e tensão. Vivemos em uma sociedade conturbada, onde o ser humano tenta alcançar em vão a paz por esforço próprio. Todavia, não há paz para o ímpio à margem da salvação em Cristo Jesus: “Os ímpios, diz o meu Deus, não têm paz” (Is 48.22; 57.21; Jr 6.14; 1Ts 5.3).

3. A falsa paz do mundo. Segundo Charles Stanley, aquilo que o mundo oferece como “paz” é definitivamente uma ilusão, mesmo que possa parecer muito concreto. É como uma miragem no deserto. O mundo considera a paz como sendo o resultado de se fazer as coisas certas e ter as intenções corretas. Esses não são nem de longe os critérios para a paz descrita na Palavra de Deus (Jo 14.27; 16.33; Rm 5.1). O crente deve estar consciente de que a paz é uma qualidade interior, que nasce de um relacionamento correto com Deus (Ef 2.11-17). Nenhuma providência humana pode trazer e garantir a paz real, pois o homem pecador não conhece “o caminho da paz” (Rm 3.17; 1Ts 5.3). A Bíblia nos adverte sobre as falsas mensagens de paz para enganar o povo: “Paz, paz; quando não há paz” (Jr 6.14; 8.11).

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O Mundo tem sede de paz, pois vive uma falsa paz. Como consequência, surgiram diversas doenças e distúrbios emocionais: o medo, ódio, ansiedade e tensão.

 

II. COMO OBTER A PAZ DE DEUS

 

1. Mediante a reconciliação com o Senhor (Rm 5.1). Todas as causas de conflito no mundo têm sua origem no fato de que o homem não tem paz com Deus. Quando Adão escolheu seu próprio caminho, desprezando a autoridade divina sobre sua vida, ele estava dizendo: “Eu vivo muito bem sem Ti”. Como uma epidemia, esta atitude de insubordinação, tem passado a toda descendência humana (Rm 3.23; 5.12). Mas, o nosso Deus, Jeová Shalom, nos restaurou a paz em Cristo (Ef 2.15). Agora, todos nós podemos ter acesso ao Pai por intermédio do Espírito Santo (Ef 2.18); não somos mais forasteiros ou estrangeiros para Deus (Ef 2.19), e fomos edificados como santo templo, tendo Cristo como nossa pedra angular (Ef 2.20,21).

2. Mediante o conhecimento e controle do Senhor. “Une-te, pois, a Deus, e tem paz, e, assim, te sobrevirá o bem” (Jó 22.21). Precisamos viver em contato direto com Deus, se desejamos experimentar uma paz profunda e duradoura. Segundo Charles Stanley, a paz de Deus tem o poder de nos sustentar ou manter em meio à realidade: “Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1Jo 4.4).

3. Confiando no Senhor de todo o coração. A Bíblia afirma que o Senhor conservará em paz aquele cuja mente está firme e confia nEle (Is 26.3). A confiança em Deus nada tem a ver com mero otimismo. Os que confiam no Senhor, mesmo diante das lutas, tribulações e hostilidades deste mundo, desfrutam de perfeita paz: “Os que confiam no SENHOR serão como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre” (Sl 125.1). Você deseja ter paz? Mantenha seus pensamentos e sua confiança em Deus (Sl 37.3).

4. Mediante a Palavra de Deus. “Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (Sl 119.165). Se o crente amar a Deus e obedecer às suas leis, terá abundância de paz. Descanse no Senhor, o único que a despeito das pressões diárias da vida pode nos dá plena segurança.

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A paz de Deus é obtida mediante a reconciliação, conhecimento e controle do Senhor, confiando em Deus de todo o coração e mediante a Palavra de Deus.

 

III. A PAZ QUE EXCEDE TODO O ENTENDIMENTO

 

1. A Paz de Deus. Paulo estava na prisão, mas escrevendo aos amigos da cidade de Filipos declarou: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7). Isso evidencia que a verdadeira paz não se encontra na ausência de conflitos. Ela reside no fato de sabermos que Deus está no controle de todas as coisas. Permita que a paz de Deus guarde seu coração da ansiedade.

2. A Paz de Deus se estende a todos os que o seguem. A paz de Deus não é privilégio de alguns servos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou" (Jo 14.27). Segundo Charles Stanley, a paz se estende a todos que aceitam a Jesus como seu Salvador, que se afastam dos seus pecados e passam a viver em obediência à orientação da Palavra de Deus e do Espírito Santo.

3. A Paz de Deus deve ser um estado de espírito permanente. A paz de Deus não é efêmera, é constante na vida de seus servos. O crente está sujeito às intempéries da vida, no entanto, nos momentos difíceis é o próprio Espírito Santo que comunica ao coração do crente: “Não temas”. Os servos de Deus não estão imunes às circunstâncias difíceis ou perturbadoras. Todavia, temos a promessa de que o Espírito Santo estará sempre presente para nos ajudar (Jo 14.16).

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A paz de Deus excede todo o entendimento. Ela se estende a todos os que o seguem, sendo, portanto, um estado de espírito permanente.

 

CONCLUSÃO

 

Como cristãos, observamos a contínua tensão do mundo incrédulo, alheio ao evangelho e distanciado de Cristo. Porém, com Cristo, desfrutamos de perfeita paz e conforto. Que cada um de nós tenha a paz abundante e bendita de Jesus em nossos corações, a fim de que sejamos verdadeiros pacificadores (Mt 5.9; Nm 6.24-26).

 

VOCABULÁRIO

 

Efêmero: De pouca duração; passageiro, transitório.
Exceder: Ser superior a, superar, ultrapassar.
Privilégio: Vantagem que se concede a alguém.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

TERVEEN, J. L. Esperança para o coração ferido. RJ: CPAD, 2007.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom. RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Cite duas consequências da falta de paz.

R. O medo e ansiedade (entre outras).

 

2. Faça uma distinção entre a paz do mundo e a paz oferecida por Cristo.

R. Resposta pessoal.

 

3. Descreva três meios pelos quais o homem obtém a paz.

R. Mediante a reconciliação, conhecimento e controle do Senhor.

 

4. Em que consiste a verdadeira paz?

R. No fato de sabermos que Deus está no controle de todas as coisas.

 

5. Como você explica o fato de o crente afirmar que tem paz e, no entanto, passar por dificuldades?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Devocional

 

“Você está permitindo que emoções negativas perdurem em seu coração?

A ansiedade, o pânico e o medo são respostas humanas normais a um inesperado acidente, uma tragédia, uma crise, uma situação fortemente perturbadora ou más notícias. Essas respostas são quase instintivas. São ‘automáticas’. Não há problemas em sentir essas emoções. São parte do sistema interno de alarme que Deus criou em nós, para que possamos tomar medidas através das quais procuramos à proteção ou a preservação da vida. São reações do tipo ‘lutar e fugir”, o que compreendemos ser ameaçador. Toda pessoa passa por momentos de ansiedade, pânico ou medo na vida.

O erro surge quando aceitamos essas emoções, quer com os braços abertos quer com relutância, e permitimos que elas fiquem e, gradualmente, encontrem um lugar de descanso em nossos corações. Se fizermos isso, essas emoções se tornam crônicas ou duradouras. Elas se tornam o nosso ‘estado constante’ na vida, e não apenas uma resposta temporária. Tornam-se o nosso principal pensamento e atitude. Em vez de permitirmos que ‘coisas’ negativas aprisionem o nosso coração, devemos fazer o que Jesus fez e ensinou”.

(STANLEY, C. Paz: maravilhoso presente de Deus para você. RJ: CPAD, 2004, pp.55,56).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

A paz do cristão não é representada pelo gorjear matinal dos pássaros…

Mas na cruz de Cristo.

A paz dos filhos de Deus não se manifesta no cicio crepuscular das águas…

Mas na ressurreição de Jesus.

A paz dos servos de Cristo não está no hálito gélido das montanhas…

Mas no Gólgota.

A paz dos servos do Senhor não é encontrada apenas na ausência de conflitos…

Mas também no rubro das vicissitudes.

A paz dos amados de Deus não é fundamentada nos diplomatas das nações…

Mas no embaixador entre Deus e os homens — Jesus Cristo.

A paz dos santos de Cristo não está em amuletos de bons presságios…

Mas na pessoa bendita de Cristo.

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

João 14.27.

 

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)