Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

4º Trimestre de 2008

 

Título: O Deus do Livro e o Livro de Deus

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 

 

Lição 3: O Deus que intervém na História

Data: 19 de Outubro de 2008

 

TEXTO ÁUREO

 

Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam” (Is 46.9,10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Ainda que os acontecimentos terrenos pareçam fora do controle divino, a Bíblia mostra que Deus interveio, intervém, e sempre intervirá na História.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Sl 24.1

Deus é dono de tudo

 

 

Terça — Is 45.18

Deus fez a terra

 

 

Quarta — Rm 3.23

Todos pecaram

 

 

Quinta — Rm 5.12

O pecado passou a todos os homens

 

 

Sexta — Gl 4.4

Jesus veio na plenitude dos tempos

 

 

Sábado — 2Pe 3.10

Deus intervirá no Universo

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Gênesis 6.1-7.

 

1 — E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,

2 — viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.

3 — Então, disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

4 — Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama.

5 — E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

6 — Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.

7 — E disse o SENHOR: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até o animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, um dos maiores questionamentos do indivíduo de nosso tempo, envolve a maneira que o Senhor intervém na vida do homem e na História da humanidade. “Somos produtos do acaso? Existe algum ser que controla os acontecimentos da vida e história humana?”.

Essas e outras perguntas acompanham milhões de pessoas no mundo todo. Portanto, nesta aula, você possui a oportunidade ímpar de esclarecer as dúvidas de seus alunos, fundamentando suas explicações nas referências bíblicas mencionadas na lição.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Citar as referências bíblicas que evidenciam a intervenção de Deus na História.
  • Descrever as maneiras utilizadas por Deus para intervir na História.
  • Explicar cada um dos quatro aspectos da salvação em Cristo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Com o intuito de facilitar a compreensão de seus alunos a respeito do assunto desta aula, utilize o diagrama abaixo. À esquerda, encontram-se os fatos e à direita, a maneira como Deus interveio em cada situação. Seria interessante, utilizar o diagrama na introdução da aula, a fim de que você possa apresentar um panorama geral da lição de hoje.

 

DEUS E A HISTÓRIA

FATO
INTERVENÇÃO DIVINA

Terra sem forma e vazia
Criação do homem e da natureza

Queda do homem
Promessa da redenção

Corrupção geral da humanidade
Dilúvio

Escravidão do povo de Israel no Egito
Libertação de Israel

Corrupção da geração pós-diluviana
Cumprimento da promessa de redenção

Fim dos tempos
Redenção final

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

História: Constituição dos fatos ocorridos na humanidade ao longo do tempo.

 

Há muitas teorias acerca de como a História é constituída. Muitos indagam: O que movimenta a História? Tem ela um fim pré-determinado? Segundo Agostinho (350-430), a História está subordinada à vontade soberana de Deus. Todavia, por causa do livre-arbítrio, ela também se desenvolve pela vontade e ação humana. A Bíblia nos ensina que tudo começou com a criação do homem (Gn 1.26,27). Deus está e sempre esteve no controle de todas as coisas e, por fim, na “consumação dos séculos” (Mt 13.49), o Todo-Poderoso estabelecerá “novos céus e nova terra, em que habitará a justiça” (2Pe 3.13; cf. Is 65.17).

 

I. A INTERVENÇÃO DIVINA NA CRIAÇÃO

 

1. A formação da terra. A Terra não surgiu do acaso, como diz a falsa teoria da evolução. Ao contrário, ela foi criada por Deus. Segundo a revelação do Eterno ao profeta Isaías, Ele a formara com a intenção de ser habitada: “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45.18).

2. A criação do homem. O homem, diferentemente dos demais seres criados pelo poder da palavra divina (Gn 1.3,6,9,11,14; Sl 148.1-5), foi formado, singularmente, consoante à imagem do próprio Deus (Gn 1.27). De forma solene, e em nome da Trindade, exclamou o Todo-Poderoso: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26). Feito “pouco menor” que os anjos, Deus o constituiu sobre todas as demais criaturas (Sl 8.5-8), tornando-o a coroa de sua criação. A despeito disso, a corrupção do pecado transtornou toda a humanidade (Gn 3; Rm 8.18-23), fazendo com que o Senhor interviesse mais uma vez (Gn 3.15).

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Deus intervém desde o princípio na História, tanto na formação da Terra e de seus elementos quanto na criação do homem.

 

II. A INTERVENÇÃO DIVINA NA QUEDA

 

1. A intervenção divina na Queda. Deus criou o homem à sua semelhança e colocou-o no Éden a fim de que sua mais elevada criatura o glorificasse (Is 43.7). Todavia, ao contrário disso, o homem rejeitou-o dando ouvido à voz do Diabo. A Bíblia, a Palavra de Deus, e a mais fidedigna fonte da História humana, afirma que, com a entrada do pecado no mundo, a plena harmonia do Paraíso foi radicalmente transtornada. Entretanto, para impedir que o pecado triunfasse eternamente, Deus interveio, anunciando à humanidade uma poderosa promessa de redenção: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15; Rm 16.20; 1Pe 1.18-20).

2. A intervenção divina na corrupção geral da humanidade. Deus não apenas interveio na Queda, mas também na corrupção geral do ser humano.

a) O crescimento e a propagação do pecado no mundo. Após a Queda, o pecado expandiu-se grandemente. O primeiro homicídio, cometido por Caim, originou uma onda crescente de violência e corrupção em toda a terra (Gn 4.8-16; 6.1,5-7). Contudo, Deus nunca fica alheio ao que se passa com a humanidade. Ele está sempre acompanhando a evolução da maldade humana, e intervém no momento certo, segundo sua soberana vontade. “O Senhor está no seu santo templo; o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens” (Sl 11.4).

b) Deus sempre intervém. Em meio a tanta miséria e corrupção, Deus ainda pôde encontrar um justo sobre a terra, Noé (Gn 6.8,9). Através desse piedoso servo, o Senhor executou um plano que preservou a vida humana e das diversas espécies de animais existentes naquela ocasião (Gn 6.13-22). No momento certo, Deus derramou o dilúvio sobre a terra, e somente Noé, sua família, e aqueles animais puderam escapar da tragédia (Gn 7.7). Deus não se deixa escarnecer. Em tempo apropriado fará cessar toda a maldade deste mundo (Gl 6.7; 2Pe 3.6,7).

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Apesar da Queda do homem, Deus continua intervindo na história da humanidade.

 

III. A INTERVENÇÃO DIVINA NA REDENÇÃO

 

1. Na redenção de Israel. O povo de Israel fora escravizado no Egito por cerca de quatrocentos anos. Passado tanto tempo, muitos imaginaram que Deus não mais se importava com seu povo. Todavia, no tempo oportuno, o Todo-Poderoso interveio, levantando Moisés para conduzir o povo à terra prometida (Êx 12.37-51). Somente pela intervenção sobrenatural de Deus, Israel pôde ser redimido do Egito, a fim de servir a Deus em Canaã.

2. Na redenção do ser humano. Logo após a Queda, Deus providenciou um modo de redimir o homem de seus pecados: imolou um animal para cobrir a nudez de Adão e Eva, prefigurando a cobertura provisória de seus pecados. O Senhor propiciou ao casal, vestes por meio das quais pudessem estar diante do Criador. A lição aqui é muito simples: Ninguém é salvo através das obras (Ef 2.8,9). É necessário receber da parte de Deus as “vestes de salvação” (Is 61.10). A partir de então, não haveria remissão de pecados sem o sacrifício de uma vida inocente. A morte de animais tipificaria o futuro e definitivo sacrifício substitutivo de Cristo (Jo 1.29; Hb 7.26,27).

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Deus não apenas redimiu Israel, mas também o homem ao instituir o sacrifício provisório pelos pecados.

 

IV. A INTERVENÇÃO DIVINA E O PLANO SALVÍFICO

 

1. Quatro aspectos da salvação. O propósito de Deus é que todos, indistintamente, sejam alcançados por sua graça (1Tm 2.2,3). Em consequência do pecado, a humanidade fora destituída da glória divina, sendo condenada à perdição eterna (Rm 3.23). Todavia, o Altíssimo, por sua infinita misericórdia, interveio estabelecendo um sublime plano de salvação por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Esse plano envolve quatro aspectos essenciais:

a) Regeneração. É o ato pelo qual o homem é gerado por Deus, tornando-se uma nova criatura (1Jo 5.18 cf. Jo 3.5-7), e partícipe da natureza divina (2Pe 1.4).

b) Justificação. É o ato da graça de Deus, mediante o qual a justiça de Cristo é atribuída ao homem pela fé (Rm 3.22-28; 4.3,16; 5.1).

c) Santificação. É o processo pelo qual o homem se separa do mundo e do mal, e se dedica integralmente a Deus. Sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). O crente salvo deve ser santo em toda a maneira de viver (1Pe 1.15).

d) Glorificação. A glorificação é o estágio final da redenção em Cristo (Rm 8.29,30). Ela ocorrerá por ocasião da ressurreição do salvo, em corpo glorioso, à semelhança do corpo de Jesus (Fp 3.21).

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

A regeneração, a justificação, a santificação e a glorificação são os quatro aspectos da salvação do homem.

 

V. A INTERVENÇÃO DIVINA NOS ÚLTIMOS DIAS

 

A segunda vinda de Cristo a este mundo é mais uma intervenção divina na história da humanidade. Ela acontecerá em duas fases distintas. Na primeira, o Senhor virá para ressuscitar os mortos redimidos por seu sangue, e arrebatar os crentes vivos, a fim e estarem sempre em sua presença (1Ts 4.15-17). Na segunda, se manifestará com sua igreja. Isto primeiro Jesus virá “para” os salvos, e depois, “com” os salvos. Após os eventos que acontecerão nos céus (o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro), o Senhor, juntamente com sua Igreja, voltará com grande poder e glória para derrotar o Anticristo, julgar as nações e implantar seu Reino Milenial na terra. No final do Milênio, após sua última insurgência contra os desígnios de Deus, Satanás será definitivamente derrotado; haverá, no céu, o julgamento dos ímpios diante do Grande Trono Branco e, por fim, a implantação do Perfeito Estado Eterno do homem. Deus, a partir de então, inaugurará novos céus e nova terra, onde habitarão a justiça e a paz (2Pe 3.13).

 

SINOPSE DO TÓPICO (V)

 

A segunda vinda de Cristo será mais uma demonstração da intervenção divina na História da humanidade.

 

CONCLUSÃO

 

O Deus da Bíblia é o Deus que intervém na História. Da criação ao Perfeito Estado Eterno, o homem e todas as coisas criadas têm passado por muitas etapas em sua trajetória terrena. Todavia, Deus é eterno. Ele não passa. Ele interveio, intervém, e intervirá, nos acontecimentos, no tempo e no espaço, conforme seu plano.

 

VOCABULÁRIO

 

Insurgência: Ato de insurgir, revolta; rebelião.
Intervenção: Ato de intervir; interferência.
Partícipe: participante.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

COLSON, C.; PEARCEY, N. E agora, Como Viveremos? RJ: CPAD, 2000.
MUNCASTER, R. O. Examine as Evidências. RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Como o homem foi criado?

R. À imagem e semelhança de Deus.

 

2. Explique com suas palavras a intervenção divina após o pecado do homem.

R. Deus prometeu a redenção do homem.

 

3. Descreva a intervenção divina na redenção de Israel no Egito.

R. Deus providenciou um libertador para levar o povo à Terra Prometida.

 

4. Cite os quatro aspectos da salvação do homem.

R. Regeneração, justificação, santificação e glorificação.

 

5. Descreva com suas palavras a intervenção divina dos últimos dias.

R. Jesus voltará à Terra pela segunda vez, a fim de destruir o mal, resgatar seus filhos, implantar o Perfeito Estado Eterno do homem e restaurar completamente a natureza.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Devocional

 

“A Ciência como Apologética

Ouvimos de todos os lados que a ciência refutou o Cristianismo, mas, hoje, a evidência histórica dá-nos uma resposta clara: pelo contrário, o Cristianismo fez a ciência possível. Ao invés de nos intimidarmos com os ataques feitos em nome da ciência, podemos mostrar que a própria existência do método científico, e tudo que ele tem realizado, é um grande argumento apologético em favor da veracidade do Cristianismo.

A história mostra que muitos cristãos têm feito exatamente isso, Isaac Newton, frequentemente considerado o maior dos cientistas antigos, era cristão devoto cuja busca científica era motivada por seu desejo de defender a fé! Newton cria com firmeza que o estudo científico do mundo levaria diretamente ao Deus que o criou. A ciência nos mostra ‘quem é a causa primeira, que poder Ele tem sobre nós e que benefícios recebemos Dele’, escreveu Newton, de modo que ‘nosso dever para com Ele, assim como de uns para com os outros, se manifestará a nós por meio da luz da natureza’. E por que a ciência nos mostra tudo isso? Porque a tarefa da ciência é deduzir as causas a partir dos efeitos, até que cheguemos à causa primordial, que certamente, deduzimos que a causa primeira deve ser um Ser racional e inteligente”.

(COLSON, C.; PEARCEY, N. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2000, p.500).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Embora Deus crie, Ele nunca foi criado. Embora faça, Ele nunca foi feito. Embora cause, Ele nunca foi causado. Daí a proclamação do salmista: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2).

Deus é Yahweh — um Deus imutável, um Deus incausado, e um Deus ingovernado.

Você e eu somos governados. O clima decreta o que vestimos. O terreno diz-nos como viajar. A gravidade dita a nossa velocidade, e a saúde determina o nosso vigor. Podemos desafiar estas forças e alterá-las levemente, mas nunca podemos removê-las.

Deus — nosso Pastor — não verifica o clima; Ele o faz. Não desafia a gravidade; Ele a criou. Não é afetado por problemas de saúde; Ele não tem corpo. Jesus afirmou, “Deus é espírito” (Jo 4.24). Uma vez que Ele não possui corpo, não tem limitações — do mesmo modo que Ele está no Camboja, está em Connecticut. “Para onde me irei do teu Espírito?”, Indagou Davi. […].

Imutável. Incausado. Ingovernado.

(LUCADO, M. Aliviando a Bagagem. RJ: CPAD, 2006, pp.17-19).

 

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)