Título: O Deus do Livro e o Livro de Deus
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 11: A completude da Bíblia
Data: 14 de Dezembro de 2008
“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro” (Ap 22.18).
É pecado gravíssimo adicionar, subtrair, substituir ou modificar qualquer parte da Palavra de Deus.
Segunda — Ap 22.18,19
Condenação àqueles que alteram a Palavra de Deus
Terça — 2Pe 2.1,2
A nociva missão dos falsos doutores
Quarta — 2Pe 3.16
Os indoutos torcem as Escrituras
Quinta — Jd v.3
O dever espiritual do cristão
Sexta — 2Jo v.9
Perseverança na doutrina de Cristo
Sábado — Fp 3.18
Inimigos da cruz de Cristo
2 Pedro 1.16-21; 2.1.
2 Pedro 1
16 — Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade,
17 — porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido.
18 — E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo.
19 — E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração,
20 — sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação;
21 — porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
2 Pedro 1
1 — E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
Prezado professor, nesta lição estudaremos um tema muito esclarecedor: a completude da Bíblia. Através desta aula, o aluno aprenderá que a Bíblia é um livro completo, portanto, não necessita de qualquer complemento, seja histórico seja doutrinário. Uma outra preciosa lição extraída deste tema é o estudo da deturpação da completude da Bíblia. Ore ao Senhor; estude com afinco; ministre com amor!
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Caro professor, seus alunos sabem a diferença entre os vocábulos “canonização” e “canônica”? Ao estudarmos a completude da Bíblia, torna-se necessário o conhecimento desses termos. Pergunte aos alunos a diferença entre essas duas palavras. Depois, informe-os que “canonização” significa “ser oficialmente reconhecido como regra autorizada de fé e de prática”. Por meio da “canonização” a igreja acolheu e reconheceu, através de certos critérios, os escritos bíblicos divinamente inspirados. Canônica, por sua vez, é a disciplina que estuda a fixação histórica do cânon sagrado. Lembre à classe, que, a igreja não criou o Cânon, apenas o recebeu, reconhecendo a autoridade que lhe é própria. Portanto, nada se deve acrescentar ao cânon bíblico.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Completude: Aquilo que é, ou está completo.
É um pecado abominável adicionar, subtrair ou modificar qualquer parte das Escrituras, pois foi escrita por inspiração e revelação divinas. Por ser completa e infalível, ela não precisa de quaisquer acréscimos ou revisões em seu conteúdo e mensagem.
I. A COMPLETUDE DA BÍBLIA
1. A Bíblia é completa em seu conteúdo. O conteúdo bíblico não pode sofrer quaisquer alterações, pois tudo o que foi escrito teve a supervisão e aprovação do Espírito Santo (2Pe 1.20-21; Is 40.8).
2. A Bíblia é completa em sua mensagem. A mensagem das Escrituras é perfeitamente completa. Ela é fruto da revelação que Deus fez de si mesmo à humanidade. Vejamos:
a) Completa em sua mensagem salvífica. A Bíblia é completa quanto à mensagem de salvação para o homem perdido. Ela está centrada no amor incondicional de Deus à humanidade. Tanto é que Jesus, nosso amado Salvador, é o tema central desse Santo Livro. Nas Escrituras não há lugar para outros salvadores ou mediadores (Jo 14.6; At 4.12; 1Tm 2.5).
b) Completa em sua mensagem sobre a história humana. A Bíblia mostra que a história da humanidade é linear: tem começo e fim. A partir da criação do primeiro casal, passando pela Queda e Redenção por meio de Cristo, a história do homem chegará a seu desfecho num tempo em que a Escritura denomina “consumação dos séculos” (Mt 13.49; 28.20).
Após isso, (Mt 24.14; 1Co 15.24), Deus continuará executando seus eternos propósitos para o universo: “novos céus e nova terra” surgirão (Is 65.17; 2Pe 3.13; Ap 21.1).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A Bíblia é completa em seu conteúdo e mensagem, pois tudo foi escrito sob a supervisão e aprovação do Espírito Santo.
II. DETURPAÇÃO DA COMPLETUDE DA BÍBLIA
1. Por adição. No Apocalipse, Jesus advertiu-nos quanto ao perigo de se adicionar qualquer coisa à Palavra de Deus: “[…] se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro” (Ap 22.18). Infelizmente, os chamados “Testemunhas de Jeová” incorreram neste terrível pecado quando traduziram o texto de Jo 1.1 de forma equivocada. No original está escrito: “o Verbo era Deus”, todavia, eles traduziram “o Verbo era um deus”. Ou seja, acrescentaram o artigo indefinido “um” e traduziram “Deus” com “d” minúsculo, assim negando a divindade de Cristo.
2. Por subtração. Diz-nos o Apocalipse: “… e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.19). Não são poucos os falsos teólogos que têm procurado subtrair da Bíblia partes relevantes, com a clara intenção de diminuir seu caráter divino e sentido de completude. Tais homens, céticos e presunçosos, costumam afirmar que nem tudo o que está na Bíblia foi inspirado e revelado por Deus. Apregoam, inclusive, que não se deve crer na concepção virginal de Cristo, em seus milagres e em sua ressurreição.
3. Por modificação. Com a “inocente” intenção de contextualizar e adaptar a mensagem das Escrituras aos tempos pós-modernos, certas versões da Bíblia têm modificado palavras e até frases inteiras, a fim de alterar ou, pelo menos, atenuar o sentido da Palavra de Deus. Palavras como “sodomitas” e “efeminados” são retiradas e substituídas por outras mais indiretas ou amenas. Os “Testemunhas de Jeová”, por exemplo, modificaram o texto de Gn 1.2. Em vez de traduzirem a expressão original desse texto por “Espírito de Deus”, verteram-na por “força ativa de Deus”.
4. Por substituição. Muitas religiões e seitas dizem crer na Bíblia, mas não a consideram como “verdade absoluta de Deus para o homem”. No catolicismo, por exemplo, as tradições e os dogmas têm a mesma autoridade das Escrituras; conforme declaração do Concílio de Trento (1.545). Na prática, a Bíblia foi preterida pela tradição humana (Mc 7.13).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
As deturpações mais comuns à Bíblia são por: adição, subtração, modificação e substituição.
III. AGRESSÕES À ORTODOXIA BÍBLICA
1. Livros ditos revelados. Muitos autores de obras teológicas têm mais objetivos comerciais que espirituais. Alguns, inclusive, alegam ser possuidores da “última revelação” divina. Entretanto, seus livros não passam de engodos, e evidenciam graves distorções da Palavra de Deus.
2. Experiências pessoais. Em muitas igrejas, há os que se apresentam como profetas, videntes ou portadores de uma unção especial. Alguns desses indivíduos afirmam que receberam uma “revelação” específica da parte Deus. Todavia, tais “revelações” não resistem ao escrutínio das Escrituras. Há muitas falsas doutrinas no meio evangélico baseadas unicamente em experiências pessoais. São muitas as invencionices da imaginação humana! (Cl 2.8). Nem profecia, nem sonho, nem revelação, nem experiência pessoal; por mais impactantes que, sejam, têm autoridade semelhante ou superior à Bíblia Sagrada.
3. Novas teologias. Há, em nossos dias, diversas “novas teologias” que agridem diretamente a mensagem bíblica. Uma delas, a teologia da prosperidade, assevera que “nenhum crente pode ser pobre ou adoecer”. Seus proponentes chegam a afirmar que o “crente é a encarnação de Deus”. Diante desse falso ensino, entendemos porque os adeptos dessa doutrina anunciam que podem obter o que quiserem, pois segundo o que pensam, são deuses. Que abominação!
Outra heresia não menos absurda é a divulgada pelo G-12. Eles ensinam que devemos perdoar todas as pessoas, inclusive, nossos antepassados e, por incrível que pareça, o próprio Deus. É uma aberração tão grande que dispensa comentários.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As agressões mais populares à ortodoxia bíblica são os livros ditos revelados, as revelações pessoais que tentam sobrepor-se à Bíblia, e as novas teologias.
CONCLUSÃO
A Bíblia é sem igual! Não existe outro livro sequer semelhante a ela. É o Livro dos livros; é a inerrante e completa Palavra de Deus. A ela não se pode acrescentar ou diminuir absolutamente nada. Quem assim o fizer estará sob pena de maldição.
Deturpar: Tornar torpe, feio; desfigurar.
Ortodoxia: Diz respeito à fidelidade e exatidão com
que se apresenta uma doutrina.
COMFORT, P. W. (ed.) A origem da Bíblia. RJ: CPAD. 1998.
GILBERTO, A. A Bíblia através dos séculos. 14ª ed., RJ: CPAD. 2003.
1. O que é a completude da Bíblia?
R. É a qualidade da Bíblia pela qual ela é completa.
2. Cite duas características da completude da mensagem da Bíblia.
R. Completude em sua mensagem salvífica e sobre a história humana.
3. Descreva quatro atividades humanas que deturpam a completude Bíblia.
R. Adição, subtração, modificação e substituição.
4. Em sua opinião, qual destas deturpações é a mais perigosa?
R. Resposta pessoal.
5. Quais são as agressões mais comuns à ortodoxia bíblica?
R. Livros ditos revelados, revelações pessoais, e as novas teologias.
Subsídio Teológico
“Rivais das Escrituras
Historicamente, a Igreja Cristã tem reconhecido a autoridade das Escrituras nas questões de fé e prática. Isto não quer dizer que não tem havido, e não continua a haver rivais quanto à reivindicação de plena autoridade feita pela Bíblia. Esses rivais tendem a subordinar, ou qualificar, a autoridade das Escrituras, ou mesmo igualar-se a ela. O primeiro rival foi a tradição oral. Lado a lado com a Palavra escrita circulavam amplamente histórias e ensinos religiosos […]. Por isso, estando a tradição oral de acordo com as Escrituras, reflete a autoridade delas; quando, porém, se desvia da Palavra escrita, a sua autoridade desaparece. O segundo rival, quanto à autoridade religiosa, é a Igreja […]. Os católicos romanos alegam que a Igreja foi a instituição que produziu as Escrituras do Novo Testamento e que, em certo sentido, estabeleceu o cânon das Escrituras. Na prática, a Igreja Católica coloca-se acima das Escrituras, […] de modo sutil, a Igreja Romana havia usurpado a autoridade das Escrituras, atribuindo esta autoridade aos seus próprios ensinos internos”.
(HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.86).
A Sagrada Escritura é a inspirada, a infalível, a inerrante e a completa Palavra de Deus. Não há na Bíblia inexatidões, juízos falsos, equívocos, ou prevaricações. Por conseguinte, absolutamente nada a complementa, pois a Escritura é a completa revelação de Deus à humanidade.
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)