Título: O Deus do Livro e o Livro de Deus
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 13: O valor do estudo da Bíblia
Data: 28 de Dezembro de 2008
“Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia” (Sl 119.97).
Estudar a Bíblia não é apenas lê-la. É aproveitar suas lições preciosas para o crescimento espiritual, extraindo alimento para a alma.
Segunda — Hb 4.12
A Palavra de Deus é viva
Terça — Pv 1.2
A Palavra de Deus dá sabedoria
Quarta — Sl 119.49,50
A Palavra de Deus consola e vivifica
Quinta — Ef 6.17
A Palavra de Deus é a espada do Espírito
Sexta — Mt 11.25
Deus revela a Palavra aos pequeninos
Sábado — Mt 24.35
A Palavra de Deus não passa
Salmos 119.11-19.
11 — Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.
12 — Bendito és tu, ó Senhor! Ensina-me os teus estatutos.
13 — Com os meus lábios declarei todos os juízos da tua boca.
14 — Folgo mais com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas.
15 — Em teus preceitos meditarei e olharei para os teus caminhos.
16 — Alegrar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra.
17 — Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra.
18 — Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.
19 — Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.
Professor, enfim chegamos ao final de mais um trimestre de Lições Bíblicas. Durante este período, estudamos duas doutrinas basilares: Deus e a Bíblia. A primeira, chamada de Teontologia ou Teologia Própria, ocupou-se do estudo de Deus e de sua obra salvífica. A segunda, Bibliologia, investigou alguns temas importantes a respeito da formação e do valor das Escrituras no mundo contemporâneo. Esse trimestre foi uma bênção à vida de nossos alunos e, você, o instrumento que Deus usou para abençoá-los.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, ler não é apenas decodificar sinais alfabéticos, mas chegar à compreensão do texto. Semelhante ao eunuco, certos alunos lêem, todavia, não compreendem o texto (At 8.30-32). Há muitas formas de leitura da Bíblia: a leitura devocional — o leitor busca o aperfeiçoamento espiritual e moral (leitor introspectivo); leitura exegética — o leitor quer entender a estrutura, contextos e objetivos do texto (leitor analítico); leitura didática — o leitor deseja saber as bases doutrinárias da Bíblia (leitor receptivo). Portanto, não basta apenas ler, é necessário estudar com afinco a Palavra de Deus!
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Estudo: Investigação, ou pesquisa de algum assunto.
Nesta lição, iremos enfatizar a importância do estudo dedicado das Escrituras. Estudar a Bíblia é muito mais do que apenas lê-la. Na simples leitura encontramos alguns benefícios para a mente e para a alma. Mas, no estudo, há maior aproveitamento do conteúdo e da mensagem exarados neste Santo Livro.
I. O QUE É LER A BÍBLIA
1. Leitura comum. Em Atos, lemos o relato do encontro de Felipe com o mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes. A Bíblia conta-nos que aquele ilustre homem, vindo de Jerusalém, assentado em seu carro, “lia o profeta Isaías” (At 8.27,28), mas não entendia absolutamente nada. Há, em toda parte, nas igrejas, pessoas que, a despeito de afirmarem com orgulho, “Já li a Bíblia toda tantas vezes”, não conseguem apreender nada ou quase nada dela. Ler não é a mesma coisa que estudar.
2. Leitura persistente. A Palavra de Deus nos adverte: “Persiste em ler, exortar e ensinar” (1Tm 4.13). Há muitos crentes que começam a leitura da Bíblia em Janeiro, com o firme propósito de lê-la diariamente até o final do ano. Mas, infelizmente, poucos são os que conseguem alcançar esse objetivo. Falta-lhes disciplina e persistência.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
De acordo com At 8.27-31 é possível ler as Escrituras e não compreendê-la adequadamente. Portanto, ler não é a mesma coisa que estudar.
II. O ESTUDO SIGNIFICATIVO DA BÍBLIA
1. O que é estudar. Estudar consiste no processo de concentrar toda a atenção em um fato, assunto, ou objeto com o fim de apreender-lhe a essência, funcionalidade, utilização, relações de causa e consequências. Estudar exige do estudante certas aptidões intelectuais tais como: aprender a ver, ouvir, redigir, ler, memorizar e raciocinar.
Todo cristão, especialmente os alunos da Escola Dominical, precisa estudar com afinco as Sagradas Escrituras, tendo em vista a necessidade de apreender sua mensagem, essência e significado.
2. O estudo aplicado da Bíblia. O estudioso da Bíblia deve procurar “conhecer a sabedoria e a instrução” para entender as palavras da prudência (Pv 1.2). O estudo das Escrituras conduz o crente à sabedoria, em todos os aspectos da vida. Entretanto, devemos ter cuidado para que o aprendizado não seja meramente teórico ou mnemônico. O estudo bíblico deve ter como principal objetivo a prática dos princípios divinos na vida cristã diária.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Estudar consiste no processo de concentrar toda atenção em um fato, assunto, ou objeto com o fim de apreender-lhe a essência, funcionalidade, utilização, relações de causa e consequências.
III. BENEFÍCIOS NO ESTUDO DA BÍBLIA
1. Crescer em conhecimento. Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (2Pe 3.18). Infelizmente, há em muitas igrejas, crentes fracos, franzinos, raquíticos espiritualmente, por falta de alimento, que é o conhecimento da Palavra de Deus.
2. Evitar as “meninices”. Quando os crentes não lêem a Bíblia, nem tampouco a estudam, quase sempre, portam-se como meninos espirituais. Daí, porque há tanto emocionalismo nos cultos em muitas igrejas. Conforme afirma as Escrituras, tais pessoas, por não estarem fundamentadas na Palavra, são levadas “em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente” (Ef 4.14; Os 4.6; 6.3; Pv 4.7).
3. Meditação. “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97). Como vemos, o salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de Deus. Meditar é ter uma atitude interior de reflexão, ponderação, e exame daquilo que estamos pensando. Hoje, com a agitação da vida moderna, é muito difícil refletirmos habitualmente.
4. Prevenção. Precisamos ter a Palavra de Deus escondida em nosso coração para não pecarmos contra o Senhor (Sl 119.11). Um dos fatores que mais contribuem para a queda do crente é a falta de prevenção. Orar (Mt 26.41), ler e estudar a Bíblia, de maneira que o coração e a mente fiquem saturados da Palavra de Deus, são atitudes preventivas imprescindíveis para vencermos todas as sutis tentações do Maligno.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os principais benefícios do estudo da Bíblia são: crescer em conhecimento, evitar as meninices, meditação e prevenção.
IV. COMO ESTUDAR A BÍBLIA
1. Com atitude espiritual.
a) Humildade. O estudioso da Bíblia deve curvar-se com humildade diante de Deus. Paulo disse: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33; Mt 11.25).
b) Fé e oração. O estudioso da Bíblia só poderá extrair dela lições aplicáveis à sua vida se tiver fé. A oração e a fé são as chaves que abrem as portas da percepção das verdades emanadas da Palavra de Deus.
c) Santidade. A Bíblia determina que devemos ser santos em toda a maneira de viver (1Pe 1.15). A leitura e o estudo da Bíblia devem levar o estudioso a não pecar contra Deus (Sl 119.11). “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
2. Com atitude intelectual.
a) Método. Um método simples, porém eficaz de leitura bíblica, é seguir uma tabela de leitura, que se encontra em muitas Bíblias. Outro método, também simples, é ler três capítulos por dia, de segunda a sexta-feira, e cinco capítulos aos domingos e feriados.
b) Anotações. Ao ler um texto bíblico, o estudante, ou o estudioso, deve ter o hábito de destacar certos aspectos relevantes, que observa. Poderá sublinhar o que lhe chama a atenção; e poderá anotar à margem, termos ou frases, que são significativas, no estudo, ou ter uma caderneta de anotações.
c) Observar regras de interpretação bíblica. O estudioso da Bíblia pode conhecer as regras de interpretação, adquirindo um bom livro de Hermenêutica.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Duas atitudes são necessárias ao estudo da Bíblia: espiritual e intelectual.
CONCLUSÃO
A Bíblia não é apenas um livro; nem mais um livro entre tantos outros. Ela é a Palavra de Deus. O crente deve valorizar não somente a leitura, mas, principalmente, o estudo sistemático, diário e persistente do Sagrado Livro. É de grande proveito para a formação do caráter cristão, individual, familiar, e de toda a igreja local. O estudo bíblico contribui decisivamente para o crescimento na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo.
Impropério: Palavra repreensível, ofensiva,
vergonhosa.
Lenitivo: Em sentido figurado: alívio, conforto,
consolação.
Mnemônico: Relativo à memória; memorização.
BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. 7.ed., RJ: CPAD, 2007.
1. De acordo com At 8.27-31, qual a relação entre leitura e compreensão?
R. É possível ler as Escrituras e não compreendê-la adequadamente.
2. O que é estudar?
R. É concentrar toda atenção em um assunto, com o fim de apreender-lhe a essência.
3. Cite três benefícios no estudo da Bíblia.
R. Crescer em conhecimento, evitar as meninices, meditação e prevenção.
4. Qual desses benefícios você costuma desfrutar?
R. Resposta pessoal.
5. Descreva duas atitudes necessárias ao estudo da Bíblia.
R. Espiritual e intelectual.
Subsídio Hermenêutico
“Ler e Compreender, atos necessários à exegese
A exegese bíblica é a extração, explicação, narração ou interpretação dos textos bíblicos. No entanto, o comentário da perícope bíblica, tradicionalmente chamado de exegese, somente é realizado pelo exegeta após a compreensão do texto em análise. Portanto, antes de explicar o texto é necessário compreendê-lo. Essa dimensão da interpretação foi captada maestricamente pelo filósofo do sentido, Paul Ricoeur, quando afirmou que ‘a exegese se propõe a compreender um texto a partir de sua intenção, sobre o fundamento daquilo que esse texto significa’. Logo, a exegese quanto ciência da interpretação, se ocupa da compreensão e explicação do texto; isto é, do entendimento, elucidação do contexto, de sua trama, contextura e das conexões lógicas que existem entre as diferentes partes do texto a fim de torná-lo coerente. Logo, dois binômios são necessários à tarefa da exegese: compreender e explicar. O primeiro procede da investigação metódica e conscienciosa do exegeta, enquanto o segundo, do resultado derivado da análise”.
(HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.586,587).
A Exegese é a ciência da compreensão e explicação de textos, isto quer dizer que devemos acima de tudo entender que na prática existe um abismo entre “ler” e “compreender”, embora no grego neotestamentário as duas palavras estejam etimologicamente relacionadas. É possível ler um texto das Escrituras e não compreender o sentido ou a mensagem do mesmo. O eunuco de Atos 8.30-35 lia, mas não compreendia. A leitura deve nos conduzir a uma compreensão do texto, pois o próprio ato de ler leva-nos ao de compreender.
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)