Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

1º Trimestre de 2009

 

Título: Livro de Josué - As conquistas e as promessas do povo de Deus

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 7: Da derrota à vitória

Data: 15 de Fevereiro de 2009

 

TEXTO ÁUREO

 

"O cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas do SENHOR vem a vitória" (Pv 21.31).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Fé em Deus e perseverança, em tempos de tribulação e desânimo, são os meios pelos quais Deus nos outorga a vitória.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Gn 12.7,8

Abraão em cada lugar erguia um altar ao Senhor

 

 

Terça - Gn 26.25

Isaque aprendeu a edificar altares ao Senhor

 

 

Quarta - Gn 33.20

Jacó levantou um altar ao Senhor

 

 

Quinta - Dt 27.4,5

A ordem para erigir um altar ao Senhor

 

 

Sexta - Js 8.33,34

A bênção e a maldição relembradas

 

 

Sábado - Dt 28.1-13

A obediência precede a vitória

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Josué 8.1-7.

 

1 - Então, disse o SENHOR a Josué: Não temas e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, e sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra.

2 - Farás, pois, a Ai e a seu rei como fizeste a Jericó e a seu rei, salvo que para vós saqueareis os seus despojos e o seu gado; põem emboscadas à cidade, por detrás dela.

3 - Então, Josué levantou-se, e toda a gente de guerra, para subir contra Ai; e escolheu Josué trinta mil homens valentes e valorosos e enviou-os de noite.

4 - E deu-lhes ordem, dizendo: Olhai, poreis emboscadas à cidade, por detrás da cidade; não vos alongueis muito da cidade; e todos vós estareis apercebidos.

5 - Porém eu e todo o povo que está comigo nos achegaremos à cidade; e será que, quando nos saírem ao encontro, como dantes, fugiremos diante deles.

6 - Deixai-os, pois, sair atrás de nós, até que os tiremos da cidade; porque dirão: Fogem diante de nós, como dantes. Assim, fugiremos diante deles.

7 - Então, saireis vós da emboscada e tomareis a cidade; porque o SENHOR, vosso Deus, vo-la dará na vossa mão.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, qual lição os alunos podem extrair da vitória dos israelitas contra Jericó e a derrota contra Ai? Essa pergunta, embora simples é fundamental. Jericó era uma cidade-fortaleza intransponível que ficava abaixo do nível do mar. Ai, por outro lado, era uma cidade menos poderosa que ficava acima do nível do mar. Todavia, os israelitas venceram a prova mais difícil, Jericó, e sucumbiram diante da mais fácil, Ai. Isto porque, segundo O. Richards, "Jericó demonstrou que a obediência traz vitória", enquanto Ai "que a desobediência leva à derrota". Reforce essa lição aos seus alunos. Boa aula!

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar as causas da derrota de Israel.
  • Contrastar os memoriais de Ebal e Acor.
  • Conscientizar o aluno de que devemos ser submissos à vontade de Deus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, nesta lição apresente aos alunos o Mapa da Conquista de Ai. Há sete passos que resumem a conquista (veja o mapa). Observe que durante a noite Josué enviou um grupo de soldados para o oeste de Ai (vv.3,4). No dia seguinte, pela manhã, conduziu um segundo grupo para o norte para distrair o exército da cidade. Quando o exército inimigo atacou o segundo grupo, estes recuaram fazendo com que a tropa de Ai os perseguisse enquanto o primeiro grupo invadia e atacava a cidade (vv.5-8). Leia todo o capítulo 8 antes de ministrar a lição e explicar o mapa da página 50.

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

Estratégia: Arte militar de escolher onde, quando e com que travar um combate ou uma batalha.

 

Em consequência da derrota dos israelitas em Ai, por causa do pecado de Acã, Josué ficou desanimado, e o povo sentiu-se como que abandonado por Deus. Todavia, aquela amarga experiência serviu-lhes de lição: não deveriam, jamais, permitir que a soberba invadisse seus corações. Não teriam novas vitórias se ignorassem o Senhor na execução dos propósitos divinos.

Nesta lição, iremos considerar alguns aspectos essenciais da tomada de Ai para entendermos que Deus jamais abandona seus filhos.

 

I - JOSUÉ REANIMADO POR DEUS (Js 8.1-17)

 

1. O Senhor assume o comando da conquista (Js 8.1). A Bíblia afirma claramente: "Então, disse o SENHOR a Josué...". Aqui vemos que Deus não usou palavras subjetivas, nem se utilizou de algum profeta para falar a seu servo, mas comunicou-se de forma direta e objetiva com Josué.

Josué era o líder que Moisés havia preparado, e Deus o aceitara sem reservas. Contudo, num momento de fraqueza, aquele fiel servo do Senhor, decidiu confiar em suas próprias forças, investindo contra o inimigo em Ai sem a ordem expressa do Eterno. Resultado: Israel teve de bater em retirada diante daquela insignificante cidade.

Josué aprendeu que, seja qual for o embate, a vitória vem do Senhor dos Exércitos.

2. O Senhor restaura a confiança de Josué (Js 8.1). As derrotas que experimentamos na vida nos ensinam a depender sempre de Deus (Rm 8.37). Josué ficara desolado com aquele acontecimento. Ele sabia que a partir daquele momento sua liderança poderia enfraquecer-se. Não colocar Deus em primeiro lugar foi um grande erro, uma vez que era o Senhor quem operara todas aquelas maravilhas perante o povo.

Embora Josué não fosse o responsável direto pela derrota de Israel, teve sua parcela de culpa: mobilizou o exército antes de ter removido o pecado do meio do povo. O Senhor não mais protegeria Israel até que o pecado fosse confessado e o povo voltasse a obedecer-lhe sem reservas.

3. Deus dá a estratégia da conquista (Js 8.2-8). Após ouvir as palavras do Senhor, Josué recuperou o ânimo e logo entrou em ação para a conquista de Ai (vv.9-13). Sem discutirmos os detalhes do estratagema que Josué empregou para surpreender o inimigo, devemos levar em conta que a estratégia foi do Senhor e não da experiência de Josué (vv.3-8). Em nossas batalhas contra Satanás, a estratégia da vitória é aquela que o Senhor revela em Sua Palavra (Ef 6.11-18).

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O Senhor reanimou a Josué assumindo o comando da conquista, restaurando-lhe a confiança e a estratégia da batalha.

 

II - JOSUÉ ENTRA EM AÇÃO

 

1. A estratégia da conquista (Js 8.9-13). Durante a noite, Josué enviou um grupo de soldados para o oeste de Ai, a fim de aguardar o momento do ataque. Na manhã seguinte, levou um segundo grupo para o norte da cidade. Quando o exército de Ai atacou os israelitas que se encontravam à frente, dispersaram-se estes, a fim de iludir o inimigo. Enquanto isto, os que já aguardavam o sinal de Josué (v.18), estrategicamnte entraram na cidade e a queimaram. Vitória completa, resolvido o caso do pecado escondido de Acã.

2. O Senhor assegurou a Josué a vitória (Js 8.18-27). A garantia da vitória contra Ai teve como sinal a "lança de Josué" "Porque Josué não retirou a sua mão, que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os moradores de Ai" (v.26). Era uma demonstração de que Deus estaria no controle até conceder-lhes a vitória completa. Este episódio faz-nos lembrar de Moisés que, com as mãos erguidas, levou o povo ao triunfo diante dos exércitos de Amaleque (Êx 17.11-13).

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Durante a noite, Josué enviou um pelotão de 30 mil homens para atacar a cidade de Ai por detrás. Na manhã seguinte, um outro pelotão distraía o exército inimigo, enquanto o primeiro atacava a cidade.

 

III - OS MEMORIAIS NO VALE DE ACOR E DO MONTE EBAL

 

1. O memorial no vale de Acor (Js 7.26). Acor significa "desgraça" ou "tribulação". O vale recebeu tal nome em memória do trágico incidente que atingiu toda a nação de Israel: o pecado de Acã (Js 7.24). Ali, Acã e sua família foram mortos e sepultados sob um monte de pedras: "E levantaram sobre ele um grande montão de pedras [...] assim o SENHOR se tornou do ardor da sua ira; pelo que se chamou o nome daquele lugar o vale de Acor" (v.26). Muito tempo depois, em uma profecia de Oséias, Deus fez menção a esse vale como uma "porta de esperança" para Israel (Os 2.14,15).

2. O memorial do monte Ebal (Js 8.30,31). Ebal era um monte pedregoso que ficava de frente para o monte Gerizim (Dt 27.4,12,13). Foi lá que Josué, após a conquista de Jericó e Ai, erigiu um altar ao Senhor com pedras inteiras, não lavradas, conforme a instrução do Senhor (vv.30,31). O altar foi levantado para que nele fossem oferecidos holocaustos e sacrifícios pacíficos.

Era um memorial temporário, pois Israel não permaneceu neste lugar por muito tempo. Todavia, enquanto ali estivesse deveria lembrar-se de que Deus não pode ser preterido em nenhum momento de nossa vida.

3. O altar e a cópia da Lei em pedras (Js 8.31). O altar erigido ao Senhor teve um significado especial. Além de servir como "um memorial", deveria ser feito com pedras toscas, inteiras, sem serem lavradas, conforme Êxodo 20.25: "E, se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás". Esse era o modo de adoração que Deus requeria do seu povo: simples, natural, sem inovações humanas.

Josué entendeu que a lei de Moisés deveria ser preservada, por isso esculpiu-a em tábuas de pedra perante os anciãos do povo, príncipes, juízes e sacerdotes que levavam sobre os ombros a Arca do Senhor (v.32). Ao final do trabalho, Josué "leu em alta voz todas as palavras da lei, a bênção e a maldição, conforme tudo o que está escrito no livro da Lei" (v.34). Josué queria que todos soubessem que a partir daquele momento nada faria sem que o Senhor fosse consultado.

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Foram construídos dois memoriais, um no vale de Acor e outro no monte Ebal. O primeiro lembrava o pecado de Acã, e o segundo a vitória de Israel - a maldição do pecado e a bênção da obediência.

 

CONCLUSÃO

 

A edificação de um altar ao Senhor no monte Ebal e a leitura da Lei perante o povo (v.34), demonstraram que para Israel continuar recebendo as bênçãos divinas, deveria dedicar-se a Deus com fé, amor e obediência à Palavra de Deus. A fé nas promessas do Altíssimo, evidenciada no altar da expiação e nos mandamentos, era essencial para a manutenção de um relacionamento pactual com Deus.

 

VOCABULÁRIO

 

Estratagema: Ardil empregado na guerra para burlar o inimigo.

Preterir: Deixar de parte; desprezar; rejeitar.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

MULDER, C. O. (et al) Comentário bíblico Beacon. Vol. 2 Josué a Ester. RJ: CPAD, 2005.

PRICE, R. Arqueologia bíblica. RJ: CPAD, 2006.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Descreva a parcela de culpa de Josué na derrota de Israel contra Ai.

R. Confiar em sua própria força sem consultar a Deus.

 

2. Qual a estratégia vencedora do crente contra Satanás?

R. É aquela que o Senhor revela em sua Palavra.

 

3. Faça uma síntese da estratégia de Israel contra Ai.

R. Durante a noite, Josué enviou um pelotão de 30 mil homens para atacar a cidade de Ai por detrás. Na manhã seguinte, um outro pelotão distraía o exército inimigo, enquanto o primeiro atacava a cidade.

 

4. Descreva a relação entre Js 7.26 e Os 2.14,15.

R. O vale de Acor se tornará em "porta da esperança" para Israel.

 

5. Onde estavam localizados os dois memoriais citados nesta lição?

R. No vale de Acor e no monte Ebal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Teológico

 

"A Batalha de Ai

Durante a noite, Josué enviou um grupo de soldados para o oeste de Ai, a fim de aguardar o momento do ataque. Na manhã seguinte, levou um segundo grupo para o norte da cidade. Quando o exército de Ai atacou, os israelitas que se encontravam na frente dispersaram-se, apenas para distrair o inimigo, enquanto os homens que aguardavam em uma emboscada entraram na cidade e a queimaram.

Por que Deus permitiu que os israelitas tomassem para si o despojo capturado desta vez? As leis de Israel para a posse dos espólios de guerra cobriam duas situações: (1) cidades como Jericó que estavam debaixo da proibição de Deus (julgamento pela idolatria) não poderiam ser saqueadas (Dt 20.16-18). O povo de Deus precisava ser santo e separado de toda influência idolátrica; e (2) a distribuição dos bens capturados das cidades que não estavam debaixo da proibição fazia parte da guerra. Ela provia ao exército e à nação a comida, rebanhos e armas necessários para o sustento dos tempos de guerra".

(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2004, p.287.)

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

O Senhor nosso Deus é o único capaz de transformar o vale de Acor em vale de esperança (Js 7.26; Os 2.14,15). O vale de Acor, literalmente, o "vale da desgraça e da tribulação" é símbolo da cobiça, egoísmo, soberba e materialismo de Acã. Também representa a tristeza e angústia que assolam a vida humana. É o vale da solidão, da tristeza, da ira, e da desesperança. Semelhante a Ai, é uma intrigante ilustração da "ruína" e do "monturo". Todavia, a vontade do Senhor é transformar o vale da perturbação em "porta de esperança", tristeza em alegria, o fracasso em vitória e o pecado em santidade. Seja submisso à Palavra de Deus e permita que o Senhor transforme o vale de Acor em "Porta da Esperança".

 

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)