Título: 1 Coríntios - Os problemas da Igreja e suas soluções
Comentarista: Antonio Gilberto
Lição 8: Coisas sacrificadas aos ídolos
Data: 24 de Maio de 2009
"As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios" (1 Co 10.20).
O crente deve fugir da idolatria, dos objetos, festividades e reuniões que envolvem reverência e adoração aos ídolos.
Segunda - Dt 32.15-21
O péssimo exemplo de Israel no passado
Terça - Sl 106.36,37
Correlação entre os ídolos e os demônios
Quarta - At 15.29
Uma norma divina para todos os crentes
Quinta - 1 Co 8.13
O manjar do escândalo
Sexta - 1 Co 10.20
Coisas sacrificadas aos demônios
Sábado - Tg 4.4,5
O zelo do Espírito pelo crente
1 Coríntios 8.1-4; 10.14,18-22.
1 Coríntios 8.
1 - Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica.
2 - E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.
3 - Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele.
4 - Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro Deus, senão um só.
1 Coríntios 10.
14 - Portanto, meus amados, fugi da idolatria.
18 - Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são, porventura, participantes do altar?
19 - Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?
20 - Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.
21 - Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
22 - Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele?
Prezado professor, segundo a concepção das nações idólatras, vizinhas a Israel, um "deus" ou "espírito" habitava nas imagens de escultura. Todavia, as Escrituras afirmam categoricamente que esses falsos deuses são "diabos" (Dt 32.17), e que os sacrifícios oferecidos às imagens são oferendas aos demônios (Sl 106.37). Informe aos alunos que um dos termos usados no Antigo Testamento para ídolo é gillûl. Essa palavra quer dizer "tora sem forma", "bloco vazio". Os profetas assim chamavam os ídolos para mostrar a inutilidade, futilidade e incapacidade deles. Esse mesmo conceito é afirmado por Paulo em 1 Co 8.4: "o ídolo nada é" (Sl 115.4-7). Deus o abençoe e boa aula!
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, comente com seus alunos que a igreja em Roma também estava cercada pela cultura idólatra. Em Roma havia muitas celebrações aos deuses da fertilidade. No dia 23 de Abril, na festa das Vinálias, os romanos adoravam a Júpiter e a Vênus Ericina, a "deusa das prostitutas". No dia 28 de Abril, na Floralia, adoravam a deusa dos rufiões e prostitutas. Informe à classe que essas festividades lembram as mazelas do "carnaval moderno" (Rm 1.18-32). O crente, portanto, deve se afastar dessas festas malignas que induzem os homens à fornicação, ao adultério, às drogas e à feitiçaria.
introdução
Palavra Chave
Idolatria: Culto prestado aos ídolos.
Corinto era uma importante cidade da Grécia, e a capital da província romana Acaia. Sua posição geográfica privilegiada favorecia o comércio, a cultura, os esportes e as religiões pagãs. Em Corinto havia muitos templos dedicados aos deuses greco-romanos. Dentre eles, destacava-se o de Afrodite, localizado no topo do Acrocorinto, tendo mais de mil sacerdotisas que se dedicavam à prostituição religiosa. As festas dedicadas a esses demônios eram repletas de música, orgia, comida, bebida e excessos de todos os tipos. Nas oferendas de animais, uma parte era queimada no altar do ídolo, a outra era doada ao sacerdote, e a última era entregue ao ofertante, que quase sempre a vendia no mercado.
I. A CARNE SACRIFICADA: ASSUNTO ANTIGO, MAS CONTEMPORÂNEO
1. No Antigo Testamento (Dt 32.16,17). Diversas passagens bíblicas relacionam o ídolo aos demônios, e o culto idólatra ao culto diabólico (Lv 17.7; 2 Cr 11.15). Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel, a quem Deus elegeu como seu povo peculiar aqui na terra. Há crentes que têm receio e pavor de ídolos, imagens fabricadas e figuras. Ora, "o ídolo nada é", afirma a Bíblia (1 Co 8.4; 10.19; Sl 115.4-7; Is 44.9-17). O culto idólatra dos israelitas desviados não era oferecido aos ídolos, mas "aos diabos", como afirma Deuteronômio 32.17.
O apóstolo adverte a igreja de Corinto para não se envolver com a idolatria, como o povo de Israel no deserto. Naqueles dias, os judeus desviados ofereceram sacrifícios aos demônios, prostituíram-se e comeram da carne sacrificada aos ídolos (1 Co 10.7,8).
O cristão também não deve participar de festividades e atos que cultuam os "santos", "os guias" e ídolos demoníacos. Assim como Daniel, deve o crente rejeitar irrevogavelmente o "manjar oferecido aos ídolos" (Dn 1.8,9).
2. No Novo Testamento. Em Atos 15.29, a igreja, composta de judeus e gentios (Ef 2.14), é doutrinada a abster-se "das coisas sacrificadas aos ídolos". Essa importante ordenança não apenas confirma a proibição do Antigo Testamento, como também amplia o conceito na era da graça: seja para cumprir o mandamento (At 15.29) seja por motivo de consciência (1 Co 8.7-13), ou ainda para não melindrar o crente imaturo (1 Co 8.9). Assim como participar da "mesa do Senhor" é um testemunho da nossa filiação, identificação e comunhão com Ele (1 Co 10.18), tomar parte de atividades, reuniões e procissões vinculadas a ídolos, ocultismo e espiritismo é identificar-se com o próprio Diabo (1 Co 10.20,21). A imagem adorada não é nada; apenas obra de pedra, de pau, gesso, cimento ou ouro (Sl 115.4-7), mas por detrás dela estão os demônios (ver Ap 9.20; 13.15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
No Antigo e Novo Testamento a idolatria é condenada pelo Senhor. Na Bíblia, o ídolo é considerado inútil, e identificado com os demônios.
II. O CRISTÃO DIANTE DAS FESTIVIDADES RELIGIOSAS PAGÃS
1. As festas religiosas pagãs no Antigo Testamento. Antes de Israel ser introduzido na idólatra terra de Canaã, o Senhor advertiu-o a respeito dos maus costumes, feitiçarias, práticas e celebrações idólatras de seus habitantes (Êx 20.3-5; 22.20; 23.24,32). Todavia, o povo desobedeceu a Deus e curvou-se diante dos falsos deuses cananeus (Jz 2.7-13,17; Êx 32.8). Por esta razão, "a ira de Deus se acendeu contra Israel" (Jz 2.14). Ora, se Deus não "poupou os ramos naturais", afirma Paulo, "teme que te não poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus" (Rm 11.21,22). Portanto, meu amado irmão em Cristo, não participe das festas em honra aos ídolos e que servem aos demônios.
2. As festas religiosas pagãs no Brasil. O nosso país caracteriza-se como uma nação multicultural e pluralista, inclusive no que tange a tradições religiosas não-cristãs. Muitos antropólogos e sociólogos seculares vêem essas festividades como elemento de integração social e manifestação cultural. Mas isto é apenas um disfarce material, que oculta a tenebrosa realidade espiritual das coisas. O sincretismo religioso presente em muitas dessas festas e comemorações é uma ferramenta maligna para iludir o cristão incauto ou desprovido de visão celestial.
3. A idolatria do coração. O primeiro mandamento do Eterno em Êxodo 20.3, ordena: "Não terás outros deuses diante de mim". Israel antes de ser liberto e resgatado por Deus da escravidão do Egito, pecou contra o Senhor, adorando a falsos deuses (Js 24.14,15). E, ao chegar a sua nova terra, Canaã, continuou cometendo o mesmo pecado (Js 24.23).
Deus conhece o coração do homem e sabe da sua propensão à idolatria. No caso de Israel, esse pecado não era apenas externo, mas interno; a idolatria do coração, arraigada no âmago da criatura humana.
O que é um deus, ou ídolo dominante na vida de alguém? É tudo aquilo que ocupa sempre o primeiro lugar no coração do homem e aí se entroniza na sua vida, tempo, pensamento e vontade. Em Ezequiel 14, Deus advertiu seu povo sobre "ídolos no coração" (vv.2-7). Tomemos uma decisão: Deus deve ser o único e absoluto Senhor de nosso ser. Lembremo-nos que o Senhor não divide seu senhorio, nem a sua glória.
Vejamos alguns dos deuses modernos mais conhecidos:
a) Dinheiro. Principalmente o acúmulo de riquezas por avareza. Muitos têm abandonado a Deus, ou estão frios na fé devido a esse deus.
b) Sucesso. Fama, popularidade, reputação, cultura, graus acadêmicos, entre outros. Se o sucesso e o êxito não forem devidamente controlados, eles controlam seu portador e tornam-se um deus em sua vida.
c) Poder. O exercício do poder através de uma posição. Esta forma de poder leva à vaidade, pavonice, orgulho, vanglória e presunção. A essa altura, o poder torna-se um ídolo no coração.
d) Trabalho. Exagerado, sem descanso, que rouba o tempo que pertence unicamente a Deus, para buscar sua presença através da oração, adoração e leitura da Palavra de Deus.
e) Prazer. Também pode ser idolatrado. É a busca exagerada, incessante e crescente das diversões, da glutonaria, lazer, passatempos, etc. O prazer natural, controlado, justo e íntegro não é pecado. É evidente que há muitos outros ídolos no coração dos homens nesta era de avanços e realizações contínuos.
Paulo, o porta-voz de Deus, dirige-se à igreja de Corinto e alerta: "Portanto, meus amados, fugi da idolatria" (1 Co 10.14). Certamente, muitos deles estavam tentados a se envolverem com os ídolos, razão pela qual Paulo os admoesta. Deus também usou o apóstolo João para exortar os crentes a tomarem cuidado com os "ídolos" (1 Jo 5.21). É evidente que se trata aqui de "ídolos do coração".
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Assim como os fiéis em Israel abstinham-se de participar das festas pagãs tanto no Antigo como no Novo Testamento, o crente deve rejeitar às festividades idólatras celebradas no Brasil.
CONCLUSÃO
A Bíblia proíbe o crente de participar da mesa do Senhor e do cálice dos demônios (1 Co 10.20,21). Tal duplicidade religiosa leva o seu praticante ao pecado, à mentira, à falsidade, à idolatria, e ao inferno, pois não há qualquer associação entre luz e trevas, verdade e mentira, entre o Senhor e Satanás. Não há meio termo na fé cristã e na doutrina (Mt 5.37; 6.24; Sl 119.113). Não existe verdade no erro, e nem erro na verdade, porque ambos se anulam mutuamente. Assim também, não há nada de sagrado no profano e no profano não há nada de sagrado.
Hierogâmico: Casal ou casamento sagrado.
Impudico: Que revela ou sugere impudor; sensual, lascívo.
Irrevogável: Que não se pode anular.
Rufião: Pessoa que se mete em brigas por causa de mulheres de má reputação.
BENTHO, E. C. A Família no Antigo Testamento: história e sociologia. RJ: CPAD, 2006.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2007.
1. Cite três passagens no Antigo Testamento que relacionam os ídolos aos demônios.
R. Lv 17.7; Dt 32.16,17; 2 Cr 11.15.
2. Cite duas passagens no Novo Testamento que relacionam os ídolos aos demônios.
R. 1 Co 10.14-21; Ap 9.20.
3. Descreva a relação entre ídolos, festas pagãs e demônios.
R. Resposta pessoal, conforme o aprendizado do aluno.
4. O que você sabe a respeito das festas pagãs do Antigo e Novo Testamento?
R. Resposta pessoal, conforme o aprendizado do aluno.
5. Cite três ídolos modernos que habitam no coração dos homens.
R. Dinheiro, sucesso, poder.
Subsídio Histórico-Cultural
"Idolatria e Prostituição cultual em Canaã
No ambiente canaanita, as práticas sincréticas nos cultos da fertilidade eram dominados pelo casal hierogâmico Baal e sua esposa Astarte ou Astarote. Baal era representado por um touro e era considerado o deus da chuva. Na concepção cananéia, a chuva era representação do sêmem de Baal, que frutificava a terra e a fazia germinar. Os símbolos religiosos que estavam relacionados a Baal ilustravam a virilidade e o poder procriador masculino. Astarte, por outro lado, era figura da terra que se prepara para receber a chuva. Ao receber a vida que procede da divindade masculina (chuva), forma-se no ventre da terra a vida que se manifesta nos frutos colhidos de tempos em tempos.
As imagens femininas desse período são antropomórficas e apresentam as deusas com todos os membros vitais da procriação. Os órgãos genitais masculinos e femininos são adorados e apreciados como uma dádiva de Baal e Astarte para a perpetuação da vida. Por essa razão, os templos ou locais para adoração aos deuses da fertilidade masculinos na Palestina daqueles dias, eram construídos em locais altos ou montes, simplesmente porque, de acordo com a concepção cananéia, estes são símbolos fálicos".
(BENTHO, E. C. A Família no Antigo Testamento: história e sociologia. RJ: CPAD, 2006, pp. 207-8.)
O mundo descrito pelo Antigo Testamento estava corrompido pelas festividades religiosas e costumes pagãos. Egito, Babilônia, Assíria, entre outros impérios, eram conhecidos por suas festividades em honra aos seus impudicos deuses e governantes. Antes de Israel ser introduzido na terra de Canaã, o Senhor advertiu o povo a respeito das festividades e orgias religiosas celebradas por seus habitantes (Êx 20.3-5; 22.20; 23.24,32; Dt 22.5; 30.17,18; Jz 2.2). Os povos que habitavam Canaã celebravam os deuses da fertilidade, Baal e Astarte. Os rituais pagãos desses povos eram repletos de orgias, homossexualidade, e sacrifícios de animais e de crianças. Infelizmente, Israel fora seduzido por essas festividades pagãs (Jz 2.7-13, 17), assim como ainda hoje muitos são atraídos por esses hediondos pecados (Rm 1.18-32).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)