Título: 1 Coríntios - Os problemas da Igreja e suas soluções
Comentarista: Antonio Gilberto
Lição 13: Amor, a virtude suprema
Data: 28 de Junho de 2009
“E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5).
O amor de Deus em nós não é um dom, mas o fruto do Espírito expresso na vida do verdadeiro cristão.
Segunda - Dt 6.5
Amor total a Deus
Terça - Dt 10.19
Amor aos estrangeiros
Quarta - Mt 5.44
Amor aos inimigos
Quinta - Rm 12.10
Amor aos santos
Sexta - Ef 5.25
Amor à família
Sábado - 1 Ts 5.12,13
Amor aos obreiros do Senhor
1 Coríntios 13.1-8,13.
1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.
3 - E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.
4 - A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece,
5 - não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 - não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 - tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 - A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
13 - Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade.
Caro professor, seus objetivos foram alcançados? Será que seus alunos estão tendo uma compreensão clara dos ensinamentos da Primeira Carta de Paulo aos coríntios? Você tem notado alguma mudança substancial no comportamento e atitudes deles? Este é o momento de se fazer uma boa avaliação. O trabalho do professor é digno e reconhecido em função dos resultados. Fique atento! Se necessário, faça uma rápida retrospectiva das lições anteriores. Aproveite a oportunidade para verificar o rendimento individual e coletivo da classe.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Para dinamizar sua aula, utilize a técnica denominada "discussão em grupo simples, com tarefa única". Divida a classe em cinco, ou pelos menos três grupos. Oriente-os para que discutam o assunto da lição por dez minutos. Peça que cada grupo nomeie um relator. Terminado o tempo da discussão, os grupos deverão se reunir e os relatores apresentarão suas conclusões. É necessário que o professor administre bem o tempo, e conduza a discussão de modo que os alunos não divaguem e nem fujam do tema.
introdução
Palavra Chave
Amor: É a revelação da natureza e do poder de Deus em nossas vidas.
Após ensinar sobre o desempenho dos dons espirituais, Paulo termina o capítulo 12 da Primeira Epístola aos Coríntios afirmando que lhes mostraria um “caminho ainda mais excelente”, o caminho do amor (1 Co 12.31b). Nesta lição estudaremos a respeito deste relevante tema.
I. A EXCELÊNCIA DO AMOR CRISTÃO
1. O amor cristão é imprescindível. A Bíblia assevera-nos que sem amor nada tem importância, peso e expressividade uma vez que todas as coisas se anulam pela ausência dele. Daí, a Palavra de Deus prevenir: “Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade” (1 Co 16.14). Não apenas por amor, mas com amor. De que adianta ao crente ser dotado de todos os dons espirituais e até demonstrar auto-sacrifício, se ele não pratica o amor de Deus em sua vida cotidiana? Sem o genuíno amor de Deus operando em nossos corações, os mais destacados dons tornam-se ineficazes.
2. A natureza do amor cristão. Enquanto os dons espirituais são aqui temporários, segundo os desígnios de Deus, o amor deve ser constante na vida do crente. Esse amor, que tanto revela a natureza de Deus (1 Jo 4.7-12) predominará na glória. Os dons são repartidos entre todos os membros do corpo de Cristo, mas o amor não é dividido, e sim, distribuído para todos de igual modo. Portanto, quem não ama não é verdadeiro cristão (1 Jo 4.8; Rm 5.5,8).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Sem amor nada tem importância, peso e expressividade uma vez que todas as coisas são anuladas pela ausência dele.
II. CARACTERÍSTICAS DO AMOR DE DEUS NO CRENTE
1. É sofredor. Ele faz com que uma pessoa suporte danos pessoais causados por alguém, sem ressentimento ou retaliação. Quem ama com esse amor (vv.4-7), caminha uma segunda milha com quem o feriu, oferece a outra face, suporta os insultos etc. (Mt 5.39-41).
2. É benigno. O amor de Deus em nós vence o mal com o bem. “Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem” (Lc 6.27). José tinha desse amor para com seus irmãos que lhe fizeram tanto mal (Gn 50.15-21).
3. Não é invejoso. Quem ama tendo o amor de Deus, nunca age por ciúmes, não alimenta má vontade, malícia ou mau humor. Há crentes que acalentam rivalidades ou coisas insignificantes em relação aos irmãos na fé.
4. Não é leviano. Não julga ou procede precipitadamente. Quem ama com o amor do Espírito (Cl 1.8) nunca ostenta suas próprias virtudes, chamando atenção para si, mas sempre procura fazer o possível por seu semelhante e atribui toda glória a Cristo.
5. Não é soberbo. O amor não é orgulhoso, arrogante, presunçoso, exibido, extravagante. Quem ama não busca a própria honra e admiração; não trata os outros como inferiores (Mt 20.26-28), nem faz alarde da sua “humildade”.
6. Não é indecente. O amor nunca se porta com indecência, desonra, despudor, imoralidade. O crente jamais pode ser vulgar, descortês ou cínico. O amor nunca envergonha, fere ou humilha o outro, mas busca o bem-estar de todo o corpo de Cristo.
7. Não é interesseiro. O amor não busca seus próprios interesses. Ele não é cobiçoso, egoísta, avarento, e que só pensa em si mesmo.
8. Não se irrita. O amor não se enfurece a despeito das circunstâncias. O crente se mantém sob controle em sua posição, mesmo quando tudo parece dar errado.
9. Não suspeita mal. Há crentes que guardam ressentimentos, e vivem sempre desconfiados, imaginando que alguém vai fazer-lhe mal. O amor sempre perdoa e não guarda rancor (Cl 3.13).
10. Não se regozija com a injustiça. Há pessoas que quando algo de ruim acontece com seu semelhante, ele diz: “Bem feito!” O amor não folga com o mal, ou infortúnio dos outros.
11. Regozija-se com a verdade. O amor de Deus está sempre do lado da verdade, mesmo quando ela lhe trás algum “aparente” desconforto ou prejuízo.
12. Tudo sofre, crê, espera, suporta. O amor sempre defende, confia, tolera e persevera. O amor é obediente, fiel e esperançoso.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O amor divino pode ser compreendido através de suas várias características: é sofredor e benigno; não é invejoso, leviano, soberbo, indecente, interesseiro. Enfim, tudo sofre, crê, espera, suporta.
III. O ALCANCE DO AMOR CRISTÃO
1. O amor de Deus para com os homens. A Bíblia afirma que Deus nos amou sem reservas, com amor sacrificial: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). O verbo amar aqui está intrinsecamente ligado ao verbo dar.
2. O amor do homem para com Deus. Por que devemos amar a Deus?
a) “Amar a Deus” é um mandamento. “... se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar ao Senhor vosso Deus” (...) “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus” (Dt 6.5; 11.1). Deus requer nosso amor exclusivo: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Não podemos servir a Deus com o coração dividido. De que modo, então, devemos amar a Deus?
b) Amar a Deus com toda essência do ser (Dt 6.5).
c) Amar a Deus com amor retributivo (1 Jo 4.19; Jo 3.16).
d) Quem ama a Deus guarda os seus mandamentos (Jo 15.10; 1 Jo 5.3).
e) Quem ama a Deus ama seu irmão (1 Jo 4.20,21).
3. O amor do homem para com o próximo. O nosso amor ao próximo é um mandamento divino através de toda a Bíblia (Lv 19.18; Rm 13.8,9). Sempre devemos ter a obrigação de amar os nossos semelhantes. Todavia, “quem é o meu próximo?” Esta pergunta foi feita a Jesus por um doutor da lei (Lc 10.29). Jesus lhe respondeu (Lc 10.29-35). O Mestre fez com que aquele homem refletisse sobre a história e respondesse para si mesmo a sua indagação. “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” Ver os vv.36,37.
O amor, portanto, é a virtude ou predicado supremo do crente, mas isso não significa que ele substitui os dons. Ele é o “caminho mais excelente” para o exercício dos dons.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O amor é a virtude suprema do crente. Ele é o "caminho mais excelente" para o exercício dos dons.
CONCLUSÃO
O amor não é um dom espiritual, mas a principal virtude de um cristão. A essência do amor, segundo a Palavra de Deus é a entrega sacrificial de nós mesmos, a favor de algo ou de alguém que necessite do nosso amor. Cristo é o exemplo supremo do amor. Ele "amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela" (Ef 5.25).
Infortúnio: Infelicidade, desventura.
Vínculo: Relação, subordinação.
BRUNELLI, W. Conhecidos pelo Amor. RJ: CPAD, 1995.
1. Explique o que acontece com a manifestação dos dons espirituais quando falta ao crente o amor de Deus.
R. Sem o genuíno amor de Deus operando em nossos corações, os mais destacados dons tornam-se ineficazes.
2. Cite cinco características do amor divino.
R. Sofredor, benigno; não é invejoso, não é leviano, não é soberbo.
3. Cite as virtudes do amor que você mais admira.
R. Resposta pessoal.
4. Descreva três dimensões do amor cristão.
R. O amor de Deus para com os homens; o amor do homem para com Deus; e o amor do homem para com o próximo.
5. De que modo devemos amar a Deus?
R. Com toda essência do nosso, e com amor retributivo.
Subsídio Devocional
"O amor eterno
Deus é amor e eterno. Por isso o amor é eterno e não acaba. A profecia (um dos mais importantes dons), as línguas e a palavra de conhecimento acabarão algum dia. Isso não significa que fracassarão em sua função na Igreja, mas que simplesmente não serão mais necessárias. Nosso conhecimento é parcial e incompleto. A profecia, por mais valiosa que seja, não pode solucionar todos os nossos problemas. Aprendemos acerca de Deus por meio desses dons do Espírito e o louvamos através das línguas e com a profecia. Mas 'quando vier o que é perfeito', 'conheceremos perfeitamente' sem mais precisarmos do apoio desses dons. Para bem entendermos isso, devemos relacionar os versículos 10 e 12 de 1 Coríntios 13. Deus nos conhece plenamente agora; sabe tudo a nosso respeito (Jo 2.24,25). Um dia, conheceremos plenamente a Deus como Ele nos conhece agora. Não precisaremos mais dos dons espirituais para nos aproximarmos de Deus.
Paulo utiliza duas ilustrações para contratar nossa era presente e imperfeita com a perfeição da era futura. Possuímos agora uma pequena parcela de conhecimento, como se fôssemos crianças. Na era vindoura, saberemos uns aos outros mais plenamente. Não será mais como quem olha através de um vidro enfumaçado ou se contempla num espelho sujo. Aperfeiçoados no amor, não teremos mais mal-entendidos".
(HOOVER, T. R. Comentário Bíblico: 1 e 2 Coríntios. RJ: CPAD, 2001, p.113-4)
A chave do amor e do conhecimento de Deus deriva da transmissão da natureza dEle para a nossa, e não da nossa para a dEle. Seríamos incapazes de amá-Lo à altura, a menos que Ele pusesse a essência de seu amor em nossos corações.
O que sentimos e pensamos não representa absolutamente nada se o seu Espírito não infundir em nosso homem interior o verdadeiro retrato de Deus: "Para que, segundo as riquezas de sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior; que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor, possais compreender, como todos os santos, qual seja a largura, e o cumprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus" (Ef 3.16,19).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)