Título: 1 João - Os fundamentos da fé cristã e a perfeita comunhão com o Pai
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 4: Jesus, o Redentor e Perdoador
Data: 26 de Julho de 2009
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9).
Cristo, na cruz, tornou possível a todos os que nEle crêem o perdão do pecado que afasta o homem de Deus.
Segunda - Ef 2.2
Éramos por natureza filhos da ira
Terça - 1 Co 15.3
Jesus morreu por nossos pecados
Quarta - Hb 2.17
Cristo é o Cordeiro e o Sumo Sacerdote que expiou os nossos pecados
Quinta - Ef 2.13-16
Cristo, pela sua morte na cruz, nos reconciliou com Deus
Sexta - 1 Jo 1.7
O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado
Sábado - Hb 9.15
A morte de Jesus proporcionou-nos a promessa da herança eterna
1 João 2.1,2; Efésios 1.6,7; Apocalipse 5.8-10.
1 João 2
1 - Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.
2 - E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
Efésios 1
6 - para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.
7 - Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.
Apocalipse 5
8 - E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
9 - E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação;
10 - e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.
Querido professor, neste domingo você terá oportunidade de lecionar sobre a maior e mais importante mensagem da Bíblia. Ao estudar a Palavra de Deus, percebe-se claramente que, desde o Gênesis até o Apocalipse, Cristo é o seu grande tema, pois os textos convergem para o Salvador. Apesar de esta ser uma verdade inquestionável, parece que a mensagem do sacrifício de Jesus está não apenas se tornando a cada dia mais escassa mas também vem sendo substituída por um evangelho estranho às Escrituras Sagradas. Aproveite a aula de hoje para alertar sobre esta prática perniciosa.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Caro professor, em seu livro O Tabernáculo e a Igreja, pastor Abraão de Almeida afirma que o "tipo bíblico é uma representação pré-ordenada, pela qual pessoas, eventos e instituições do Antigo Testamento prefiguram pessoas, eventos e instituições no Novo Testamento." Tendo em vista a necessidade de explicar aos alunos a relação tipológica entre o sacrifício de Cristo e os rituais do judaísmo no Antigo Testamento, e que estes eram apenas a sombra daquele, reproduza em uma cartolina ou quadro-de-giz a ilustração abaixo, e introduza o assunto a partir do tópico três.
introdução
Palavra Chave
Propiciação: Satisfação da justiça divina através do sacrifício de Jesus Cristo.
O Senhor providenciou um meio de se relacionar com os pecadores: Jesus Cristo, que justifica a todos os que aceitam seu sacrifício (Rm 3.26). É impossível pensar num cristianismo sem a cruz, sem o sacrifício vicário de Jesus, sem a quitação da dívida humana com Deus através de seu Filho. Nesta lição, veremos mais uma vez o que o Senhor realizou pela humanidade (Jo 3.16). Veremos ainda que a autêntica liberdade consiste em vencer o pecado atravésdo sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 8.36), e por meio do Espírito Santo que em nós habita (Rm 8.2-9).
I. A REALIDADE DO PECADO
Os escritores da Bíblia estavam cientes da realidade do pecado e da força que ele exerce sobre o homem. Paulo colocou de forma clara e didática esta luta diária do cristão contra o pecado, quando escreveu aos gálatas (Gl 5.16-21). Embora salvos, nascidos de novo, participantes da natureza divina, estamos no mundo e num corpo humano rendido ao pecado (Rm 6.6). Como filhos de Deus, queremos fazer sua vontade; como humanos, podemos falhar neste propósito (Rm 7.14-25).
1. A responsabilidade humana. O livre-arbítrio não nos foi dado por Deus para escolhermos o mal, mas o bem. Compartilhando suas experiências, Paulo, pela graça de Deus teve uma vida moral exemplar e foi fiel ao Senhor até o fim (2 Co 6.4-10; 2 Tm 4.6-8). O nosso alvo é a perfeição (Ef 4.13). Manter-se fiel a Cristo até o fim deve ser a decisão de todos os que experimentaram o novo nascimento, mediante o qual tornaram-se participantes da natureza divina, passando a gozar da comunhão com Deus (1 Jo 1.7). É o que se espera de quem se converteu a Cristo e que deixou de ser escravo do pecado, tornando-se servo do Senhor Jesus (Rm 6.1-23).
2. O ideal cristão (2.1). João adverte-nos contra os males do pecado, com a expressão: "não pequeis" (2.1). Assim devemos todos conduzir-nos fiéis ao Senhor e às Santas Escrituras, determinados a não pecar (1 Jo 2.1a). Por isso João alerta os irmãos a não pecarem, mostrando-lhes que evitar a transgressão deve ser o propósito de todo crente (Rm 8.13; Gl 5.16,17).
3. E se pecarmos? Embora o nascido de novo tenha recebido uma nova natureza que aspira à santidade e repele o pecado, está sujeito a dar lugar à carne, isto é, à natureza velha, da qual surge o desejo pecaminoso (Rm 7.5; Gl 5.17-21). O apóstolo do amor fala da possibilidade de pecarmos quando diz, mas "se alguém pecar" (2.1). Todo o crente é passível de pecar, bastando para isso, não vigiar e negligenciar o hábito de orar (1 Ts 5.17; Lc 22.39,40; ver também 1 Jo 1.8,10; Ec 7.20).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Embora o nascido de novo tenha recebido uma nova natureza que aspira à santidade e repele o pecado, está sujeito a dar lugar à carne, isto é, à natureza velha, da qual surge o desejo pecaminoso.
II. O PERDÃO AO NOSSO ALCANCE
Quem pecar deve buscar imediatamente a Cristo Jesus que se compadece das nossas fraquezas e aceita-nos no trono da graça, desde que estejamos arrependidos e dispostos a confessar nossos pecados (1 Jo 1.9).
1. "Temos um Advogado" (2.1). Ninguém que se diz seguidor de Cristo e da sua Palavra vive contando com o perdão antecipadamente e mantendo uma conduta de vida pecaminosa (Rm 6.1,2). Entretanto, todo crente que, pecando, arrepender-se de seus pecados de coração, tem um Advogado junto a Deus que é fiel, justo e o conhece completamente - Jesus Cristo, Filho de Deus (1 Jo 1.9; 2.2). O crente que por fraqueza, falta de vigilância e desobediência, cometeu algum pecado, não pode e nem deve duvidar do amor de Deus e do poder restaurador do Evangelho por meio de Jesus Cristo (Pv 28.13; Rm 1.16).
2. Porque Jesus pode perdoar. A santidade de Deus requer uma punição para o pecado. Mas Cristo, amorosa e voluntariamente, sofreu em nosso lugar, tomando sobre si a pena do pecado. Assim, toda exigência da lei divina quanto ao culpado, foi satisfeita plenamente na cruz quando Ele efetuou a nossa redenção pelo seu sangue (Ef 1.7). Por esse ato de amor, obtivemos o perdão dos pecados; assim, fomos salvos da perdição eterna (Gl 3.13,14).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente que por fraqueza, falta de vigilância e desobediência, cometeu algum pecado, não pode e nem deve duvidar do amor de Deuse do poder restaurador do Evangelho por meio de Jesus Cristo.
III. A SATISFAÇÃO DA JUSTIÇA DIVINA
O apóstolo do amor afirma que Jesus, além de Advogado, é também a "propiciação" pelos nossos pecados (1 Jo 2.2; 4.10). Propiciar é satisfazer a lei divina violada pelo transgressor. Jesus, como a nossa propiciação, cumpriu a pena do pecado em nosso lugar e abriu o caminho para a nossa justificação (Rm 3.24,25; 5.1).
1. Como e por que Cristo se tornou propiciação? Propiciação era uma palavra utilizada para identificar o sacrifício vicário e expiador com derramamento de sangue, aplacando a ira da divindade (Hb 10.10,14; Lv 6.24,25; 7.2). Como o Cordeiro escolhido por Deus desde a fundação do mundo para morrer em nosso lugar (Ap 13.8), Jesus se fez oferta sacrifical por nós (Ef 5.2b). Isto realça o propósito do Senhor para garantir o nosso perdão.
2. A abrangência da propiciação. Da mesma maneira, como o pecado abrange o universo (Rm 8.19-23), somente Deus pode alcançar todos os homens de todas as gerações, culturas e circunstâncias (Jo 3.16). O sacrifício de Jesus foi único e por todos, indistintamente (1 Jo 2.2).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Propiciar é satisfazer a lei divina violada pelo transgressor. Jesus, como nossa propiciação, cumpriu a pena do pecado em nosso lugar e abriu o caminho para a nossa justificação.
IIV. LIVRES DO PECADO
A reconciliação com Deus e o fato de sermos participantes de sua natureza, só foi possível por sua misericórdia em enviar o seu Filho para morrer em nosso lugar. Tendo em vista esta verdade, como deve o crente honrar a Deus e serlhe sempre grato pela grandiosa dádiva da salvação?
1. Guardando os mandamentos. O apóstolo do amor afirma que guardar os mandamentos de Deus é uma demonstração de que estamos nEle e igualmente Ele em nós (1 Jo 2.3,4; 3.24; 5.3; 2 Jo v.6). Essa é uma verdade muito bem relembrada na vida do povo de Deus (Js 1.7,8; Sl 1.1-3; 119.141,166). Para João, guardar os mandamentos não significa escondê-los em algum lugar da memória, mas, sim, vivê-los e fazer com que façam parte do nosso cotidiano, até que chegue o dia em que se possa dizer: "vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20).
2. Vivenciando a Palavra. João, o apóstolo do amor, de modo enfático e claro, afirma que quem alega que conhece a Deus, e não guarda (coloca em prática) os mandamentos do Senhor, é mentiroso. Quem diz que conhece a Deus, deve deixar claro, no seu viver e no seu agir, que guarda os seus mandamentos e anda de acordo com eles. Pois é nisto mesmo que certificamo-nos de que estamos nEle (1 Jo 2.5).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Guardar os mandamentos deDeus é uma demonstração de que estamos nEle e igualmente Ele, em nós.
CONCLUSÃO
Cristo morreu pelos nossos pecados, para salvar-nos, santificar-nos e fazer-nos agradáveis a Deus. Não obstante, enquanto estivermos no mundo, estamos sujeitos a pecar. Se isso acontecer, temos um Advogado, perante o Pai e a sua santa lei. Daí, nosso propósito amoroso deve ser o de viver para agradá-lo. Isto é, uma vida pautada pelo querer de Deus, segundo os mandamentos divinos para um santo viver (1 Pe 1.16).
"É no propiciatório que o Deus justo e o ser humano pecador se encontram como amigos e mantêm mútua e plena comunhão, porque o sangue ali salpicado solucionou tudo para sempre. Tendo a justiça de Deus representada pelo conteúdo da arca, e a misericórdia de Deus representada pelo sangue aspergido no propiciatório, Deus pode ser perfeitamente glorificado, e o pecador pode ser perfeitamente salvo!". Abraão de Almeida
Sem ocorrências
ALMEIDA, A. O Tabernáculo e a Igreja. RJ: CPAD, 2004.
PFEIFFER, C. F., REA, J., VOS, H. F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, p.1612.
1. Qual é o ideal cristão?
R. O ideal do crente é não pecar. Evitar a transgressão deve ser o propósito de todo crente.
2. Se acaso o crente vier a falhar, o que ele deve fazer?
R. Buscar imediatamente a Cristo Jesus que se compadece das nossas fraquezas e aceita-nos no trono da graça, desde que estejamos arrependidos e dispostos a confessar nossos pecados.
3. Por que somente Jesus pode perdoar?
R. Porque amorosa e voluntariamente, sofreu em nosso lugar, tomando sobre si a pena do pecado.
4. O que demonstramos quando obedecemos aos mandamentos?
R. Que estamos em Deus e que, igualmente, Ele está em nós.
5. O que significa guardar os mandamentos?
R. Não significa escondê-los em algum lugar da memória, mas, sim, vivê-los e fazer com que façam parte do nosso cotidiano, até que chegue o dia em que se possa dizer: "vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20).
Subsídio Doutrinário
Subsídio Teológico
"Propiciação
No AT, o propiciatório era o lugar onde o Deus santo encontrava-se com os homens pecadores; ali o sangue era aspergido. No NT, a cruz tornouse o lugar onde Deus irá encontrar o homem através do sangue de Cristo. Dessa forma, João pôde dizer que Cristo é a propiciação, a expiação pelos pecados dos crentes e também pelos pecados dos não crentes (1 Jo 2.2). A doutrina da propiciação ensina claramente que a morte de Cristo na cruz representava uma substituição por causa do pecado. Sua morte satisfazia as justas exigências de Deus Pai, provocadas pelo pecado do homem. Como resultado dessa propiciação, Deus ficou satisfeito e o relacionamento do mundo todo com Ele foi alterado. O sacrifício da propiciação de Cristo foi a base para a reconciliação do mundo com o próprio Deus (2 Co 5.19). A reconciliação estava ligada ao fato do mundo ter mudado a relação a Deus através da morte de Cristo. A propiciação está relacionada com a reparação apresentada a Deus como resultado da morte de Cristo. Deus foi ofendido pelo pecado do homem, e é Ele quem precisa ser satisfeito através do pagamento por esse pecado".
(PFEIFFER, C. F., REA, J., VOS, H. F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, p.1612).
O propiciatório era uma peça feita de ouro, que representava o trono de Deus (Is 6.1). Era um trono de misericórdia, pois a palavra propiciatório significa "onde Deus nos é propício", "nos é favorável". O propiciatório era guardado pelos querubins, símbolo do poder de Deus. Nos querubins resplandecia o fogo da glória de Deus, fazendo sombra sobre o propiciatório. Ora, se os querubins faziam sombra sobre o Propiciatório é porque estava sobre eles o Shekinah, ou fogo terrível, fogo de Deus, que neles resplandecia. Depois de haver engrandecido e honrado a lei de Moisés em sua vida terrena, Jesus, ao morrer como justo em lugar do culpado, tornou-se a propiciação ou propiciatório para todo aquele que crê.
É no propiciatório que o Deus justo e o ser humano pecador se encontram como amigos e mantêm mútua e plena comunhão, porque o sangue ali salpicado solucionou tudo para sempre. Tendo a justiça de Deus representada pelo conteúdo da arca, e a misericórdia de Deus representada pelo sangue aspergido no propiciatório, Deus pode ser perfeitamente glorificado, e o pecador pode ser perfeitamente salvo!
(ALMEIDA, A. de, O Tabernáculo e a Igreja. RJ: CPAD, pp.59,60).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)