Título: Davi - As vitórias e as derrotas de um homem de Deus
Comentarista: José Gonçalves
Lição 11: Davi e a restauração do culto a Jeová
Data: 13 de dezembro de 2009
"Dai ao SENHOR a glória de seu nome; trazei presentes e vinde perante ele; adorai ao SENHOR na beleza da sua santidade" (1 Cr 16.29).
A essência do verdadeiro culto a Deus é a adoração, portanto, Ele procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade.
Segunda - 1 Sm 16.17,18
Davi, um adorador
Terça - 1 Cr 16.1
Um lugar de adoração
Quarta - 1 Cr 16.4
Levitas separados para o louvor
Quinta - Sl 29.2
Adorando a Deus com intensidade
Sexta - Sl 33.2
Adorando com instrumentos musicais
Sábado - Ap 22.9
Adorar somente a Deus
1 Crônicas 16.7-14
7 - Então, naquele mesmo dia, entregou Davi em primeiro lugar o Salmo seguinte, para louvarem ao SENHOR, pelo ministério de Asafe e de seus irmãos:
8 - Louvai ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos entre os povos os seus feitos.
9 - Cantai-lhe, salmodiai-lhe, atentamente falai de todas as suas maravilhas.
10 - Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR.
11 - Buscai o SENHOR e a sua força; buscai a sua face continuamente.
12 - Lembrai-vos das suas maravilhas que tem feito, dos seus prodígios, e dos juízos da sua boca.
13 - Vós, semente de Israel, seus servos, vós, filhos de Jacó, seus eleitos.
14 - Ele é o SENHOR, nosso Deus; em toda a terra estão os seus juízos.
Prezado professor, nesta lição estudaremos a respeito da segunda tentativa de Davi de trazer a Arca que estava na casa de Obede-Edom. Davi havia aprendido a lição e desta vez preparou-se junto aos levitas, que eram pessoas separadas por Deus para cuidar da Arca (Nm 4.4-15). Portanto, desta vez, a viagem até Jerusalém foi marcada não somente pela adoração e pelo louvor, mas também pelo respeito, reverência e obediência aos mandamentos de Deus. Aprendemos, por intermédio desta lição, que adorar a Deus exige reverência, pois é um ato de total rendição, gratidão e exaltação ao Senhor. Separe um tempo, na conclusão da aula, para que você e seus alunos adorem ao Senhor, pois só Ele é digno de receber toda a honra, glória e louvor.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, pergunte aos alunos o que entendem por adoração. Relacione suas respostas no quadro-de-giz. Depois, compare-as com as definições descritas abaixo.
O que é adoração
Adorar é um ato de rendição a Deus - Sl 95.6; 2 Cr 29.30.
Adorar a Deus é reverenciá-Lo com sinceridade e dedicação - Hb 12.28,29.
Adorar a Deus é uma experiência interior - Sl 95.6,7.
Adorar a Deus é estar unido a Cristo - Lc 22.14-20; Jo 15.1-10.
introdução
Palavra Chave
Adoração: O sentido original sugere o ato de inclinar-se perante alguém, a fim de reverenciar, venerar ou adorá-lo.
É quase impossível lermos o Pentateuco sem que não nos impressionemos pela estrutura que ganha o culto no judaísmo. Somente uma revelação divina, como a que foi dada a Moisés, justificaria a existência de tantos símbolos presentes na adoração hebraica. O culto mosaico era extremamente ritualista, no entanto, era constituído de uma adoração enriquecedora. No início da monarquia, muitos desses símbolos foram esquecidos ou desprezados. É com Davi que observamos os primeiros passos rumo ao retorno da verdadeira adoração a Jeová.
I. O CULTO E O SEU PROPÓSITO
1. Adoração. A essência do culto está na adoração ao Senhor, e nunca é demais enfatizarmos essa verdade, pois adoração vazia significa culto frio e sem propósito. Adorar vem de uma palavra que significa "inclinar-se, prostrar-se em deferência diante de um superior". No contexto bíblico, portanto, essa palavra significa um prostrar-se diante de Deus em reconhecimento à sua divindade.
Quando Davi se prontificou a trazer a Arca da Aliança (que se encontrava na casa de Obede-Edom) para Jerusalém, veio adorando a Deus durante todo o caminho percorrido. O gesto de Davi, ao dançar, demonstra a atitude de um verdadeiro adorador. É o que vemos com a expressão "Davi [...] ia bailando e saltando diante do Senhor" (2 Sm 6.16). A palavra hebraica karar traduzida na versão atualizada como "dançar" significa também "girar", e demonstra a atitude jubilosa do segundo rei de Israel. Não devemos esquecer que essa dança (ou giro) era movida pelo Espírito; não foi algo ensaiado nem tampouco fruto de uma explosão carnal.
2. Comunhão. Outro elemento indispensável ao verdadeiro culto a Deus e encontrado no culto davídico é a comunhão. Sem comunhão com o Deus a quem servimos e com o nosso próximo, não é possível uma adoração verdadeira. Ainda quando Davi conduzia a Arca de Deus a Jerusalém, observamos ele tomando uma atitude que demonstra uma característica importante de um verdadeiro adorador. Ao final do percurso, a Escritura afirma que Davi "repartiu a todo o povo e a toda a multidão de Israel, desde os homens até às mulheres, a cada um, um bolo de pão, um bom pedaço de carne, e um frasco de vinho; então, foi-se todo o povo, cada um para sua casa" (2 Sm 6.19).
Ao dar esses presentes, Davi demonstra ao povo a fraternidade que deve existir entre os adoradores do verdadeiro Deus. Na Nova Aliança essa comunhão é ainda mais fomentada, basta olharmos para os crentes no início da Igreja Primitiva (At 2.42). A comunhão é, pois, uma via de mão dupla, só a teremos com o Senhor se zelarmos pela comunhão com os nossos irmãos (1 Jo 2.9-11). Se quebrarmos nosso relacionamento com o próximo, não teremos comunhão com o Senhor (Mt 6.14,15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O propósito do culto é adorar ao Senhor e estar em comunhão com Deus e com o próximo.
II. O CULTO E SEUS UTENSÍLIOS
1. O altar do holocausto e do incenso. O altar mais conhecido no Velho Testamento é o do holocausto, isto é, destinado à realização dos sacrifícios. Esse altar era o local onde se derramava o sangue de um animal inocente para fazer expiação pelo pecado, lembrando com isso o sangue do Cordeiro de Deus que seria sacrificado por toda a humanidade (Jo 1.29; Ap 1.5). Na Nova Aliança, em vez de sacrificarmos animais, fomos transformados em sacrifício vivo pelo Cordeiro de Deus, que foi sacrificado por nós (Rm 12.1). Por outro lado, o "altar do incenso" tem sua simbologia ligada à oração e intercessão (Sl 141.2). Na Nova aliança a Escritura declara que esse incenso é a oração dos santos (Ap 5.8).
2. A arca. Na arca da Aliança eram guardadas as tábuas da lei e outros objetos sagrados, e a sua simbologia está associada à presença de Deus (Êx 25.22). Infelizmente, nos dias de Samuel os israelitas haviam transformado a arca em uma espécie de amuleto, e tentavam usá-la como um fetiche (1 Sm 4.3). De nada adianta barulho sem poder, de nada vale um utensílio sagrado se não há obediência por parte de quem o conduz (1 Sm 4.5,10). Davi queria que a arca adquirisse nos seus dias a sua verdadeira simbologia.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Na Nova Aliança, somos o sacrifício e nossas orações são o incenso.
III. O CULTO E SUA LITURGIA
1. A liturgia na Velha Aliança. O culto judaico possuía uma liturgia complexa e inflexível. Nos dias de Davi, muitos elementos dessa forma de adorar ainda continuavam. Isso é comprovado em todo o Velho Testamento, especialmente nas dezenas de regras que serviam para regulamentar o culto e que são mostradas com abundância no Pentateuco. O vocábulo liturgia é oriundo de duas palavras gregas, que são respectivamente leiton e ergon. A junção destes vocábulos significa literalmente serviço público. A Septuaginta usa esse vocábulo para traduzir os termos hebraicos sharat e 'avodah. Os estudiosos observam que no contexto do Velho Testamento a liturgia passa a ser aplicada a sacerdotes e levitas, que se ocupavam dos ritos sagrados no Tabernáculo ou no Templo. Tanto os sacerdotes quanto os levitas trabalhavam duro para darem conta do ritual litúrgico do culto judaico.
2. A liturgia na Nova Aliança. Os escritores do Novo Testamento tomam emprestado esse significado e o aplicam à estrutura do culto cristão. Assim, no contexto neotestamentário, o termo é utilizado para "cristãos servindo a Cristo, seja pela oração, ou instruindo outros no caminho da salvação, ou de alguma outra forma". De fato, é o que podemos observar quando lemos o livro de Atos dos Apóstolos: "E, servindo eles ao Senhor" (At 13.2). Nesse contexto a palavra "servindo" é a tradução do grego leitourgeo, que no português é "liturgia".
A liturgia da Igreja Primitiva, ao contrário do culto veterotestamentário, é extremamente simples. Incluía a leitura da Bíblia e sua explanação (At 13.14-16; 1 Tm 4.13); a oração (At 16.13; 1 Tm 2.8); a recitação de Salmos, cânticos de hinos e expressões carismáticas do Espírito Santo (1 Co 14.26; Ef 5.19; Cl 3.16). Isso não quer dizer que os cristãos primitivos não se preocupassem com os rituais do culto e que fossem desprovidos de sentido. Devemos lembrar que há um contraste enorme entre o culto da Velha Aliança e o da Nova Aliança, o que justifica também essa diferença litúrgica.
Por exemplo, no Antigo Testamento a adoração era com base na letra; no Novo Testamento é no Espírito; No Antigo Pacto o sacerdócio é local e cabia à tribo de Levi; no Novo o sacerdócio é universal; no Antigo a unção do Espírito vinha especialmente sobre ofícios, isto é, reis, profetas e sacerdotes; no Novo o derramamento do Espírito é sobre toda carne; no Antigo a adoração é reservada ao Templo; no Novo há o "templo da adoração", isto é, cada crente é um santuário do Espírito Santo; no Antigo o Espírito estava com os crentes; no Novo o Espírito está nos crentes. Esses fatos justificam a diferença na forma litúrgica, no entanto, conservam de igual modo a sua essência.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A liturgia da Igreja Primitiva, ao contrário do culto veterotestamentário, é extremamente simples: a leitura da Bíblia e sua explanação, a oração, a recitação de Salmos, cânticos e expressões carismáticas do Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Aprendemos, pois como Davi organizou o culto a Jeová e nos deixou um legado de zelo e piedade. Devemos cultuar a Deus, mas não de qualquer forma. A Escritura adverte que, tratando-se do culto ao Senhor, ele deve ser realizado e oferecido ao Eterno com decência e ordem (1 Co 14.40). Embora não estejamos mais debaixo dos preceitos da Velha Aliança concernentes ao culto, os princípios que os fundamentam - reverência, pureza, sinceridade -, devem nortear ainda hoje o nosso culto.
Deferência: Respeito, reverência.
Fetiche: Objeto animado ou inanimado, feito pelo
homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder
sobrenatural e se presta culto.
Septuaginta: Trata-se da tradução do Antigo
Testamento para o grego. É também conhecida por tradução dos LXX, por
ter sido traduzida por cerca de setenta rabinos de Alexandria.
KLAUBER, M. O Caminho do Adorador. RJ: CPAD, 2005.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. RJ: CPAD,
2005.
1. Qual é a essência do culto?
R. A adoração ao Senhor.
2. Um culto sem essa essência significa o quê?
R. Significa culto frio e sem propósito.
3. Nos dias de Samuel, como a arca estava sendo usada?
R. Como uma espécie de amuleto, fetiche.
4. Explique em que consistia a liturgia no Antigo Testamento.
R. Consistia numa liturgia complexa e inflexível.
5. Quais são as duas qualidades exigidas para a realização do culto?
R. Decência e ordem.
Subsídio Teológico
"Na segunda tentativa de trazer a arca para Jerusalém, Davi preparou-se com os levitas, que eram servos escolhidos por Deus para cuidar da arca. Eles deveriam se preparar, como Deus tinha ordenado, para realizar uma tarefa sagrada. Uzá estava morto, não porque Deus quisesse a arca em Jerusalém, mas porque ele não era um levita e tinha tocado a arca com suas mãos não santificadas.
A arca era a evidência da presença de Deus com seu povo (cf. Êx 25.10-22, 1 Cr 13.6). A omissão de Saul em indagar de Deus através dela revela seu menosprezo total ao significado do relacionamento com Deus. Davi, entretanto, teve o cuidado de trazê-la para Jerusalém, o centro político e geográfico de Israel. Para Davi, o relacionamento com Deus era de importância central, o coração vivo da nação. A advertência do cronista é tanto para os judeus pós-exilados em Judá como para nós. Ele é o foco e o centro de nossas vidas.
A Lei do Antigo Testamento é explícita. A arca deve ser levada em travessões, carregada somente por levitas (Nm 4.15). É bom estar ansioso por estar perto de Deus, mas devemos ser cuidadosos em nos aproximarmos dEle da maneira como Ele ordenou. O mais profundo significado da arca encontra-se na sua cobertura. Feita de puro ouro e representando modelos de dois dos anjos que guardam a santidade de Deus, a cobertura era o trono simbólico de Deus".
(Adaptado de o Guia do Leitor da Bíblia. RJ: CPAD, 2005, pp.268-9).
"Você deseja ser um adorador? Anseia por estar na presença de Deus? Aspira ver a face do Pai? Isto só é possível através da salvação por Jesus Cristo. Não se pode adorar a Deus sem a certeza dela. Não se pode louvá-Lo sem o perdão dos pecados. Não podemos nos aproximar do Pai, a não ser através de Jesus Cristo. Somente confessando-o como Senhor e Salvador das nossas vidas podemos alcançar o Pai.
Para adentrar à presença de Deus e ter a sua comunhão, é necessário que o homem pecador obtenha reconciliação com Ele, que é santo. Se ainda não somos redimidos por Cristo e não estamos convictos de que a nossa relação com o Senhor está restaurada, não podemos entrar pela porta. E não podemos adorar a Deus, ficando consequentemente do lado de fora.
Verifique sua vida. Certifique-se de que já entregou sua vida a Cristo como Salvador. Então, louve e adore ao Deus da sua salvação. Mas lembre-se: adorar a Deus às vezes requer esforço e sacrifício. Quantas chuvas e calor já impediram você de adorar a Deus! Algumas pessoas olham para o guarda-roupa e queixam-se por terem de repetir as vestes da semana anterior e, por isso, deixam de ir à igreja para adorar a Deus. Não permita que nada o impeça de adorar ao Senhor".
(KLAUBER, M. O Caminho do Adorador. RJ: CPAD, 2007, p.52).
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)